QUARTO DOMINGO DE ADVENTO
Lucas 1.39-45 22 de Dezembro de 1991
1. As Leituras do Dia
O tema do domingo gira em torno da cristologia. Há uma clara demonstração disso nas leituras, que deixam transparecer o propósito encarnacionista de Deus reafirmado na crucificacão do corpo do Messias. A leitura do AT (Mq 4.2-4) anuncia a ancestralidade do Filho de Davi nascido em, Belém; na epístola (Hb 10.5-10), o autor do livro aos Hebreus faz uso do Salmo 40 para declarar que o Senhor encarnado é aquele que será oferecido na cruz como sacrifício final pelos pecados do mundo; e no santo evangelho Maria proclama que a criança em seu ventre é o Messias, o Cristo.
Desta forma, o último domingo antes da natividade do Senhor, é dominado por um tema que amarra indissoluvelmente a encarnação e a expiação. A distância que separa a expiação do nascimento é meramente temporal, pois quando a criança nasce em Belém, sua morte já é vista como o clímax da sua encarnação.
Pode-se, portanto, corretamente afirmar que Jesus, o Cristo, nasceu para morrer; que, com o seu nascimento, o que era velho (os sacrifícios antigos) se tornou novo (seu sacrifício de uma vez para sempre).
O certo é que u,ão se pode pregar neste período sobre o nascimento de Cristo, sem reconhecer que a encarnação, a expia-cão e a ressurreição de Cristo são eventos carregados de forca e
2. Contexto
O encontro das duas parentas, Maria e Isabel (também conhecido como a visitação), reúne duas histórias (que correm paralelas, mas separadamente. Maria abriga o sinal prometido (v. 31) experiência mais do que foi prometido: ouve dos lábios inspirados de sua parenta a confirmação do Espirito referente à mensagem do anjo Gabriel a seu respeito e a respeito do seu Filho a bem-aventurança de Maria e o senhorio de Jesus.
3. Texto
v. 39 Maria não esperou muito para ir contar a "novidade" a Isabel. Lucas, inclusive, diz que foi "apressadamente". Mesmo não sendo tão perto, Maria não perdeu tempo. A vontade de falar com Isabel era grande. A saudação (aspázomai) é qualquer forma de saudação ou despedida que começa com um abraço e termina
v. 10,41 - Alguns querem atribuir o estremecimento da criança no ventre de Isabel a um, excitamento da mãe pela inesperada visita de Maria como parece indicar o v. 44. Mas o falo de Isabel ter ficado possuída pelo Espirito Santo associado ao conteúdo do v. 15 dirime qualquer dúvida. Pois lá se afirma que João seria enchido do Espírito Santo já no ventre materno, e o bebê "respondeu" estremecendo!
v. 42 --- Necessariamente, "exclamar em alta voz" não significa que Isabel tenha entrado em êxtase, pois demonstra estar em total controle de seus sentidos. Falar alto não denota mais do que a alegria e surpresa, muito comuns em ocasiões como essas. A razão da alegria e da surpresa se con-centram em Maria e no fruto do seu ventre.
v. 43 Isabel fala por revelação, pois nada sabia ante-riormente( não confundir revelação tornar conhecido de forma sobrenatural, com inspiração a prontidão e o controle divino da fala ou escrita). A revelação teve um significado especial para Maria. Deus estava em ação concernente a ela. Nem ao menos precisou preocupar-se em fazer grandes "revelações". Deus assumiu fazê-las por ela.
v. 44,45 Maria é tida como "a que creu". Crer aqui é usado em seu sentido usual de confiar (pisteuein). O texto deixa claro que Isabel está profetizando ao repetir e endossar as palavras do anjo a respeito da pessoa, natureza e obra do filho de Maria. Mesmo que, tanto Maria como Isabel, estivessem sentindo a sua gravidez, as promessas concernentes a ambos, João e Jesus, requeriam confiança em quem fez as promessas.
4. Esboço
Tema: A Família Cristã Celebra o Natal
Dificilmente alguém consegue dissociar a família das celebrações do Natal. O ideal, porém, nem sempre é alcançado. Não raro as agitações preparatórias acabam obscurecendo o verdadeiro brilho da festa. A família ideal, para os que não têm esperança, pode até parecer uma miragem, impossível de ser concretizada. Cristãos, no entanto, podem mostrar como se pode celebrar em família um Natal genuíno, real c duradouro.
I. Corações e vidas que não foram tocados com a alegria da boa nova em Cristo, na verdade, não tem muito a celebrar e repartir.
A. Maria foi profundamente marcada e movida pelo anúncio do anjo (Lc 1.26-38). As promessas con cernentes ao Messias fizeram-na esquecer, inclusive, seu casamento. Deixou tudo de lado para contar a notícia à sua estimada parenta Isabel. Ela tinha algo importante a repartir.
B. Ao permitirmos hoje que "outras coisas" obscure- çam o verdadeiro sentido das promessas de Deus com respeito ao Natal, a alegria que buscamos pode facilmente transformar-se em miragem, Isso acontece quando se procura a alegria em coisas que passam rapidamente.
G. Resultado: pouco ou nada teremos a repartir que possa produzir alegria verdadeira e dar significado às nossas vidas e às vidas de outras pessoas. (cf. Mt 7.24-27 a casa que não foi construída sobre o fundamento que é Jesus e sua Palavra, perece).
II. Repartir as boas novas é uma forma de celebrar a. presença de Deus e receber as bênçãos dessa sua presença.
A. Compartilhar a mensagem que afetou decisivamen te as nossas vidas, traz bênçãos de vida e salvação a muitos.
1. Maria e Isabel foram escolhidas por Deus para exercerem diferentes papéis na história do Natal, mas ambos foram importantes e, as duas, repartiram uma com a outra a nova de alegria e esperança naquilo que Deus estava por realizar por intermédio delas.
3. Que o Espírito Santo, e não a minha vontade emocional, é o autor dessa alegria e esperança mediante o uso dos meios da graça, está evidenciado pelo estremecimento do feio no ventre de Isabel (vv. 41-42). Quando o Espírito do Senhor toca os corações, ele provoca alguma resposta, assim como sucedeu com João.
B. Pelo Evangelho da encarnação, crucificação e res surreição, Deus estabeleceu uma comunhão com ele e entre os membros da família cristã.
2. Uma comunhão assim, que se expressa numa alegre resposta de preparação pessoal e procla-mação, o Espírito Santo pro ainda hoje nas pessoas que se apegam à Palavra e aos sacramentos nos quais Deus se faz Emanuel de uma forma pessoal e real.
Ao Maria ser convocada por Deus, ela foi tocada profundamente pela graça e pelo amor de Deus. E a sua resposta foi: "Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra" (Lc 1.38).
Em nosso batismo Deus nos tocou com o seu amor eterno, em sua palavras, ele continua nos tocando com seu amor perdoador.
Assim como Deus tocou e usou Maria (e Isabel), Deus continua a tocar pessoas e as move a responder em amor.
Como pessoas tocadas pelo amor de Deus, também seremos levados a compartilhar as novas
Bênçãos espirituais inigualáveis resultarão dessa comunhão.
Oscar Lehenbauer Porto Alegro, RS
24 de dezembro de 2000
Lucas 1.39-45 (46-55)
" ... e o meu espírito se alegrou em Deus,
meu Salvador."
(V 47)
A exemplo de quase todas as moças, esta também sonhava em se casar! Seu coração já pertencia a José, aquele com quem dividiria toda a sua vida. Em casa, orando, fazendo planos, lavando a louça, limpando o chão, fazendo pão, trabalhando no enxoval, ou pendurando a roupa no varal? Ah, que importa?!
Alguma coisa fazia, Maria, quando Gabriel se apresentou da parte de Deus e lhe disse: "Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo" . Maria se perturbou. Possivelmente mais do que pela presença do anjo, pela sua saudação, que prenunciava uma grande revelação! Lucas, em nosso contexto, registra que ela "pôs-se a pensar no que significaria esta saudação".
Que poderia pensar Maria acerca do que Deus estava por lhe revelar? Gabriel, então, supera em muito a expectativa de Maria! Ele a surpreende com a fantástica notícia de que ela fora escolhida para ser a mãe do Filho de Deus!
Perturbada ante o impacto da revelação, indaga ao anjo: "Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?" O anjo prontamente lhe assegura: "Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus".
Informada de que sua prima, Isabel, a estéril, na velhice havia concebido e já estava no sexto mês da sua gravidez, Maria compreendeu que de fato não há impossibilidades para Deus em todas as sua promessas, e então pronunciou sua célebre sentença: "Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra". Ao visitar sua prima Isabel, Maria recebe desta a saudação que permanece celebrada até hoje: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!"
Observemos, porém, que Isabel rende homenagem a sua prima Maria, mas adora o "fruto do teu ventre" (v. 42) ao chamar-lhe "Senhor" (v. 43). Não é a mãe do Senhor, mas o Senhor da mãe, e de todos nós, que constitui objeto direto da adoração humana! Seu senhorio é admitido e reconhecido antes mesmo de nascer! A igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, pois, haverá de sempre render homenagens aquela distinta senhora, exemplo de fé e humildade, mas dobrará seus joelhos apenas diante do Menino de Belém, do Pai e do Espírito Santo.
Sendo Deus desde a eternidade, o Filho tornou-se carne e habitou entre nós para nossa redenção e felicidade eternas! E esse advento deu-se no Natal! Tomemos por empréstimo do apóstolo Paulo, parodiando uma de suas frases mais expressivas (cf. Rm 8.38,39), e então digamos que nada, nem altura, nem profundidade, nem coisas do presente, nem do porvir, nem vida, nem morte ... absolutamente nada pode nos separar do amor de Deus que está
Isabel conclui sua homenagem, que também é profética, dizendo que Maria será abençoada porque creu nas palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor (v. 45). Ao receber esta saudação carinhosa e distintiva que reconhece nela a futura mãe do Salvador, Maria se alegra intensamente, emociona-se, e encanta ao Senhor enquanto canta: "A minha alma engrandece ao Senhor; e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador".
Quanta alegria há nesse canto?! Enquanto canta, encanta o seu Senhor, e se alegra em Deus, seu Salvador, sinalizando para si mesma e para todos os que viessem a crer Nele o motivo principal da verdadeira alegria!
Maria tem absoluta consciência de que já está embalando o seu Salvador! A sua eterna salvação, pessoal e para o seu povo, providenciada por Deus, a levou a cantar e a alegrar-se intensamente! O mundo de sua época não foi capaz de gravar os sons para compartilhá-los com a posteridade, mas o conteúdo consolador e contagiante de sua canção foi preservado pelo Senhor Altíssimo.
Poderíamos destacar alguns aspectos significativos do conteúdo do MAGNIFICAT, mas a brevidade desta proposta de estudo/mensagem leva-nos a optar por um. E escolhemos a ALEGRIA! Na primeira estrofe do seu cântico, Maria destacou a ALEGRIA de seu espírito, firmada em Deus, seu Salvador! ALEGRIA, portanto, firmada em JESUS! Em tudo o que Ele haveria de realizar para transformar nossa miséria em riqueza, nossa dor em prazer, nosso morrer em viver, nossa tristeza
Em que se fundamenta a alegria das pessoas nesta noite, véspera de Natal, ao redor do mundo? Em presentes do Papai Noel? (Das milhões de crianças que conhecem o bom Velhinho, quantas conhecem a Jesus?) Nas gostosas comidas e bebidas? Nos abraços? Nos encontros e reencontros da família e dos amigos? Se no meio disso tudo não estiver JESUS, e se Ele não for o centro desta festa, então tudo isso produzirá apenas um brilho efêmero e fugaz numa imensa noite escura ... e um sentimento de vazio e um gosto de ressaca tomará conta das pessoas, fazendo-as deprimidas no dia seguinte ... até a próxima festa ... e a próxima ressaca. .. e a próxima festa ... e assim até o fim!
NÃO É ASSIM COM O POVO DE DEUS! GRAÇAS A DEUS!
A ALEGRIA de Maria, manifesta no seu canto, que apontava para Aquele que estava sendo gerado pelo Espírito Santo, em seu íntimo, como SALVADOR, é também a nossa ALEGRIA! Não só na véspera do Natal, no dia do Natal e nas grandes festas da Igreja. Mas a cada novo encontro do povo de Deus, na casa de Deus, para genuíno culto a Deus, devemos manifestar toda a verdadeira ALEGRIA por tudo o que ELE fez e ainda fará em favor de cada um de nós!
Na Santa Ceia, no Batismo das crianças e dos adultos convertidos a fé cristã, na certeza do perdão dos nossos incontáveis erros/enganos/equívocos/pecados, nos hinos, nos cânticos, nas orações, na gostosa e sempre bem-vinda oportunidade de ouvirmos o maravilhoso evangelho, no aperto de mão, no abraço, no sorriso, no acolhimento dos nossos irmãos! !!
Ah! Podemos tudo isso, sim! Temos todos os melhores motivos para manifestarmos ALEGRIA! Por isso, não faz sentido comparecer triste a casa de Deus e sair arrasado!
Pode até chegar triste, pela semana pesada e difícil que alguém tenha tido, mas não se admite que volte assim para a sua casa, seu trabalho, sua vida ... depois de participar da verdadeira festa do povo de Deus, na Igreja, depois de experimentar a comunhão com os irmãos/irmãs, na certeza do amor de Deus!
"Esse negócio de manifestar o sentimento de alegria é uma questão de ordem cultural" - poderá dizer alguém que sente essa dificuldade! Mas quando essa pessoa está de fato alegre, por algum bom motivo, ela há de expressar-se de maneira a transmitir a outros o que se passa com ela.
Assim como não basta ser honesto, tem que parecer honesto ... igualmente não basta ser feliz, e parecer triste. É preciso também parecer feliz! Temos que parecer o que somos. Se somos felizes, por tudo o que o Menino de Belém nos proporcionou, vençamos barreiras culturais ... e procuremos
manifestar nossa felicidade e ALEGRIA!
O povo brasileiro, bem como o latino, gosta de expressar seus sentimentos ... e igualmente aprecia vê-los manifestos nos seus interlocutores. A Igreja precisa compreender de uma vez por todas esta realidade, se de fato deseja tomar relevantes as mensagens do Natal (que repercutem e ganham sentido pleno na Páscoa) para um grande número de pessoas que, hoje, ainda é apenas povo brasileiro ... mas que pode vir a ser povo de Deus!
Seja Feliz e Abençoado o Natal que mais uma vez o Senhor nos permite celebrar! Amém.
Vilson Regina
Porto Alegre, KS
QUARTO DOMINGO DE ADVENTO
18 de Dezembro de 1994 Miquéias 5.2-4
Leituras do dia
O Salmo 96 faz parte de um grupo (Salmo
Hb 10.5-10 - Os sacrifícios antigos, em si, não tinham eficácia alguma. Somente o sacrifício preparado pela encarnação do Eterno Filho de Deus. Deus não tinha interesse nos sacrifícios em si, mas na devoção e obediên-cia. Há a necessidade do nascimento de Cristo, sacrifício agradável a Deus, um nascimento virginal.
Lc 1.39-45 - Lucas dá ênfase muito grande sobre a ação do Espírito Santo. Foi pelo Espírito Santo que Isabel reconheceu Maria como sendo a mãe do Redentor; é também pela ação do Espírito Santo que o pecador conhece Cristo como seu Senhor.
Contexto
Miquéias era profeta contemporâneo de Isaías. Enquanto Isaías pro-fetizava na cidade, Miquéias permanecia no interior.
A temática de Miquéias é semelhante à de Amos - tenta desmascarar a crise social que aflige Judá: opressão, abusos e corrupção generalizada. Judá vive de uma falsa segurança. A capital, Jerusalém, é um "armazém" de criminosos, está sitiada, seu rei é um incapaz que é insultado e desprezado.
O Israel deste tempo é solo improdutivo - que esperança pode haver? Com ousadia, Miquéias adianta a notícia de que Jerusalém seria arada como um campo e convertida em um montão de ruínas. Isaías talvez jamais iria proferir tal maldição sobre a cidade que tanto amava. Mas Miquéias, vindo de fora, não tinha nada a temer. A sua palavra tinha que assumir um tom de escândalo para os ouvidos do povo de Judá. Com razão o profeta fala com severidade, pois o povo rompera com a aliança. É o pecado da ingratidão, é a crise da fidelidade. O futuro messiânico não pode ser uma mentira em Jerusalém ou na linhagem de Davi; Deus quer criar um novo começo. A brilhante figura do Messias surge pela sentença divina sobre o povo da promessa.
Por detrás de todo o quadro sombrio, o profeta entrevê uma conversão e a glória futura da dinastia davídica. Agora Deus quer voltar à vila e clã de Davi, onde uma vez o escolheu como rei de entre seus irmãos. O oráculo do capítulo 5.1-6 celebra o nascimento do libertador em Belém, lugar de origem da dinastia de Davi. Ali, num lugar e clã muito pequenos, para ser estatisticamente significante, Deus faz sair um Juiz de acordo com seu próprio coração. Com isto Miquéias quis mostrar que Belém não era tão pequena aos olhos de Deus; não estava interessado em Belém meramente como um lugar, mas que estava em contraste com a grande Jerusalém, humanamente o lugar provável do nascimento de Messias. Para o profeta, pequena Belém significa que "Deus escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;... a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus" (1Co 1.27-29).
Texto
V.2 - Efrata é o nome de uma tribo de Judá, à qual Davi pertenceu; Belém, a vila onde o clã habitava (Rt 1.2; 1 Sm 17.12). "Os dois termos podem ser usados como sinônimos, Tem o significado de "casa de pão" ou 'terra frutífera". É o lugar onde nasceu Davi e onde haveria de nascer o Messias, o Senhor Jesus Cristo. Sete séculos antes do nascimento de Cristo, o profeta é bem explícito em indicar o local deste acontecimento.
Tanto a divindade como a humanidade de Cristo são claramente apresentadas neste versículo: como homem, nasceu na estrebaria em Belém; como Deus, existia "desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Is 7.13,14; 9.6,7).
V.3 - "Portanto os entregará" - refere-se ao Juiz mencionado no v.1. Os israelitas que rejeitaram a Cristo, o Juiz, serão entregues à desgraça. Ao remanescente é oferecido perdão e reintegração dentro desta nação escolhida (Rm 11.26).
V.4 - Descreve as características do governo do novo rei. O Senhor delega o seu poder ao rei vindouro para apascentar o povo na força e na majestade do próprio Deus. Este rei, fortalecido pelo poder e nome do Senhor, cuidará do seu povo como bom pastor. O seu reino jamais terá fim trágico, como os reinos antigos. Por causa da segurança, "até os confins da terra" haverá fidelidade e obediência ao governo de paz e justiça.
Sugestão de tema
Introdução - O Natal de Jesus se aproxima. Vozes se levantam para anunciar um Natal de vendas. O profeta nos chama para a conversão. Por isso:
Podemos nos preparar bem para o natal de Jesus:
1. Com mudança profunda de sentimentos :
a) Não fazer rodeios e ter como meta o Reino de Deus;
b) Entregando-nos sem medo à causa do Reino.
2. Com mudança profunda de ação:
a) Sendo modelo e exemplo que mostre, com a vida, como podemos seguir Jesus.
b) Anunciando a realidade do Deus libertador com exemplos concretos de vida em comunhão.
Conclusão - Dizer o que precisa ser endireitado em minha vida neste Natal e que estrada a congregação precisa abrir para que o Reino de Deus possa chegar.
Outros temas
O Rei do povo de Deus se levanta de Belém efrata:
1. Como surpresa desagradável aos que não vigiam.
2. Como chegada do grande e esperado amigo para os que são vigilantes.
Somos convidados a aproveitar a vida:
1. Jerusalém nos convida a aproveitar a "vida"
2. Belém nos convida a ouvir a voz de Deus.
Egon Eidam Dourados, MS.
QUARTO DOMINGO NO ADVENTO
Hebreus 10.5-1 0
21 de dezembro de 1997
Contexto
O livro de Hebreus veio a constituir-se numa das mais importantes peças do quebra-cabeças que é a relação entre o Antigo e o Novo Testamento. Para muitas pessoas do nosso tempo essa relação ainda não é bem clara, mesmo já conhecendo bem os dois lados da moeda. O que dizer das pessoas que receberam esta carta, que estavam tão ligadas ao Antigo Testamento e que se defrontavam com algo tão novo e, aparentemente, tão contraditório ao que até então tinham aprendido e assimilado?
A carta aos Hebreus serve para dar significado a todo o ministério de Jesus, não como algo novo ou contraditório ao Antigo Testamento, mas como algo que veio dar significado a tudo o que se fazia até então. Isto, especialmente, no que dizia respeito às cerimônias sacrificiais. Estas, em
certo momento da vida religiosa do povo de Israel, passaram a ser um fim em si mesmas, desconectadas da sua relação com a obra do Messias prometido.
Este é o fato que explica a forte re ação de Deus contra o modo como as coisas eram oferecidas a Ele. Veja as palavras do SI 40.6 : "Sacrifícios e ofertas não quiseste". Como não querer algo que Ele mesmo tinha ordenado? A questão não era o que se lhe estava sendo oferecido, mas o como. Não é difícil de imaginar o impacto que tal relação dos fatos teve na vida dos leitores desta carta diante de uma tão grande multidão de fatos, evidências e relações estabelecidas pelo escritor, que demonstram um conhecimento tão grande do Antigo e do Novo Testamento que só poderia ter sido revelado pelo Espírito Santo.
Texto
Vv.5-9 - Neste versiculo estão sendo citadas as palavras do Salmo 40.6-8 como argumento confirmado que os sacrifícios e ofertas nada são por si. O seu valor somente existe na medida que servem como "sombra das coisas que haviam de vir" (C1 2.16). É como a moeda de um país que só tem valor na medida que possui um lastro de ouro que suporta sua valorização.
Sobre todos os aspectos se sobressai a superioridade de Cristo diante dos sacrifícios do Antigo Testamento os quais, ano após ano precisavam ser novamente oferecidos. Isto demonstrava a sua transitoriedade a espera de algo permanente. Como sombra, deixaram de ser importantes quando o verdadeiro sacrifício foi oferecido uma vez por todas (Hb 10.9b; Hb 7.27).
Isto foi demonstrado como da vontade de Deus quando o véu do santuário foi rasgado de alto abaixo após a morte de Jesus (Lc 23.45). Devemos destacar a expressão "corpo me formaste", diferente do Salmo 40.6: "Abriste os meus ouvidos". A primeira expressão dá destaque a encarnação do Filho de Deus que, como "corpo", podia também oferecer algo que os sacrifícios não podiam, isto é, obediência ("Eis-me aqui para fazer, ó Deus, a tua vontade - v. 7). A segunda expressão destaca que Jesus não se ofereceu motivado por alguma imposição do Pai, mas de livre e espontânea vontade (Jo 3.16).
V. 10 -A vontade de Deus cumprida por Jesus em sua vida corporal se torna a nossa santificação. Aqui podemos entender a oferta de Jesus como aquela que nos torna total e completamente santos e inculpáveis diante de Deus. Isto não é algo a ser conquistado por nós através de boas ações, porque a vontade de Deus não poderá nunca ser cumprida por nós totalmente, mesmo que nos transformemos em boas ações. Esta oferta, por outro lado, também não se omite a respeito disso porque é ela que nos motiva para uma vida santificada, esta sim, ainda imperfeita por causa da carne.
Sugestão homilética
Introdução: Neste período podemos ver como algo tão especial e significativo como o Natal, o nascimento de Cristo, pode ter o seu significado desvirtuado.
Ligação com o texto: Foi bem isto que aconteceu em determinado momento da história do povo de Israel quando se deixou levar pelo formalismo dos rituais sacrificiais e se esqueceu do seu verdadeiro significado e relação com Cristo.
Aplicação para a congregação: Ninguém de nós está livre de tentar viver uma vida religiosa sem Cristo. Isto acontece quando achamos que determinada prática como orar, ir a igreja, participar de departamentos, auxiliar obras de caridade, ofertar regularmente, etc., tem algum poder por si só. Tudo isto só tem valor conectado c o n~Je sus, como demonstração da fé em Cristo.
Na manjedoura vemos o esforço de Jesus de se tornar gente para assumir as nossas culpas e pecados e se colocar diante de Deus como oferta agradável. Nada pode se comparar a isto, nem toda a piedade humana.
Incentivo a prática: Que esta mensagem do Natal nos traga a alegria que os anjos anunciaram na certeza de ter vindo ao mundo Aquele que agradou a Deus por nós e pelo amor de quem nós agora queremos ofertar a nossa vida.
Luis A. dos Santos
Porto Alegre, RS
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