CONTINUAMOS HERDEIROS DA REFORMA?
Todos os anos, no mês de Outubro, as igrejas evangélicas lembram a Reforma. As mensagens, estudos bíblicos e palestras visam mostrar a todos a situação da igreja no século XVI e o instrumento nas mãos de Deus, Martinho Lutero, que teve um grande papel na restauração da Verdade.
Até onde somos herdeiros da Reforma? Nem todos, infelizmente, estão cientes das lutas travadas por este servo de Deus na época com o objetivo de colocar novos rumos sobre a vida da igreja. Afinal de contas, os rumos da história foram totalmente redirecionados. A Reforma foi um grande marco na vida da igreja. Apesar disso, pouca ênfase é dado ao assunto.
Enfim, a verdade foi restabelecida! Será mesmo? Refletindo sobre o assunto, chego à conclusão que muitos, sob pretexto de seguirem a verdade, acabam infiltrando-se nas diferentes religiões, proporcionando devassas de grandes proporções. Os cristãos, conscientes de suas responsabilidades, nem sempre estão aptos para testar as doutrinas inseridas no seu meio. Como agimos diante deste quadro?
Há, sem dúvida, a necessidade de um posicionamento teológico coerente com a verdade. Lutero lutou por isto. A Reforma é resultado de uma ardorosa defesa da Bíblia Sagrada, como única fonte e norma de fé e doutrina. No entanto, esta coerência nem sempre é vivida na igreja cristã. O perigo do tradicionalismo é constante. Este obscurece, muitas vezes, a verdade. É, por assim dizer, um retorno ao passado, sem perspectivas de uma vida dinâmica de fé e vida, conforme prescrevia a Reforma. Que Deus nos dê sabedoria para avaliarmos a praxe, voltarmos sempre à Escritura, para formarmos uma consciência religiosa e crítica.
Reforma é restauração. Somos herdeiros de um movimento que só terá sentido quando a Escritura for tida como norma de fé e doutrina e onde ela está sendo estuda e aplicada à vida diária. Este era o desejo de Lutero. É acima de tudo, o desejo do nosso Deus.