Chamado Pastoral e Ministério
Congresso de Leigos do Distrito Vale Sinos, IELB
Dois Irmãos, RS - 26,27 de Outubro de 1996
Prof. Gerson Luis Linden
Considerações Iniciais
Chama a atenção que em um Congresso de Leigos se estude a Doutrina do Ministério e do Chamado Pastoral. Não é este um tema que diz respeito aos pastores e, portanto, a ser tratado entre os pastores? Não será este um tema para ser estudado em uma reunião de pastores ou em um Concílio de Pastores? Será que o encontro de hoje é um local próprio para tal assunto? Estou pessoalmente convicto de que sim! Um Congresso da Liga de Leigos Luteranos é um ambiente muito apropriado para o estudo que temos à nossa frente. Por três motivos: Primeiro, porque é um tema bíblico, e por isso há de interessar a todos que consideram a Escritura como a palavra do nosso Deus. Segundo, porque a igreja no mundo todo está debatendo este assunto. E isto também está acontecendo na IELB. Assim sendo a Liga de Leigos Luteranos Vale Sinos dá um testemunho de que não quer ficar alheia a um assunto importante, que interessa a Igreja atualmente. E terceiro, o assunto é apropriado neste encontro, porque aqui está a Igreja do Senhor Jesus Cristo reunida e os temas “Ministério” e “Igreja”, apesar de falarem de coisas diferentes, não podem ser separados, pois tratam de assunto que Deus quis trazer juntos. Poderia talvez, acrescentar um quarto motivo, ou seja, de que este assunto, até onde me lembro, não é costumeiramente tratado em Congressos de Ligas de Leigos, o que o torna desafiador. Quero, por isso, congratular-me com vocês, ao mesmo tempo em que rogo a Deus que ele nos abençoe e ilumine, pelo Seu Espírito Santo, para que possamos confessar com humildade e confiança aquilo que Ele próprio nos dá em Sua santa Palavra.
Introdução
“Uma das mais belas descrições da Igreja cristã e do Ministério é aquela encontrada no livro do Apocalipse, já no seu início: “...vi sete candeeiros de ouro, e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem ...Tinha na mão direita sete estrelas ... Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a sua mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último, e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno. ... quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita, e os sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.” (Ap 1.12,13,16,17,18,20)
“O Senhor ressurreto, que dera Sua vida em resgate da humanidade, pela Sua ressurreição abre as portas do céu para o pecador. Em Sua graça, constitui um povo para Si, o povo em meio ao qual Ele próprio anda; povo que Ele consagra através de Sua presença na proclamação da Palavra e pelo Seu corpo e sangue, distribuídos com o pão e o vinho. Ele é o Senhor da Igreja. Também é o Senhor do santo Ministério. O Ministério está em Suas mãos, é Sua instituição, Lhe pertence. Se quisermos ser exatos, temos de dizer que o ofício do santo Ministério não pertence nem à Igreja, nem ao ministro, mas unicamente a Cristo.
“Ao ser pedido a falar sobre “O Chamado Pastoral e Ministério”, faço-o antes de mais nada com a consciência de que estaremos falando de uma propriedade do Senhor, não nossa. É tema que convém abordar com a devida reverência, que a obra do Senhor merece. É assunto, pois, onde nossa razão deve dar lugar à santa revelação do mesmo Senhor. Não estamos livres de preconceitos, seja aqueles enraizados em nossa própria carne, seja os que devemos ao grupo social onde estamos inseridos. Por isso mesmo torna-se fundamental trazer a consciência cativa à palavra de Deus. Esta palavra, poderosa como instrumento do Senhor na criação e manutenção do mundo, e na renovação e regeneração do pecador, é palavra santa, mas acima de tudo, palavra graciosa de um Deus que quer ser conhecido, adorado e proclamado como Deus que amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Assim sendo, nos aproximamos do tema proposto com a seriedade de estarmos lidando com assunto que não nos pertence, mas do qual também somos chamados a, como mordomos do Senhor, utilizar com fidelidade.”[1]
Mencionei no início que Deus mesmo traz juntos os assuntos de ministério e igreja. Apesar de serem coisas distintas, não podem ser consideradas isoladas. Por isso, antes mesmo de falarmos mais detalhadamente sobre o ministério (o ofício pastoral) queremos fazer algumas observações sobre o ensino bíblico a respeito da igreja.
O Ensino Bíblico sobre a Igreja
Existe confusão sobre o termo “Igreja, não porque trate de algo obscuro, mas porque é usado de forma inadequada. Por exemplo, chama-se o prédio onde os cristãos se reúnem (o “templo”, a “capela”) de “Igreja”. As diferentes Denominações Religiosas se chamam “Igrejas”. No entanto, a Escritura, especialmente o Novo Testamento, não deixa dúvidas. A Igreja são os cristãos. É o povo de Deus. São aqueles entre os quais a Palavra de Deus é proclamada e os santos sacramentos são administrados como Cristo os instituiu.
Martinho Lutero falou assim sobre a Igreja:
“Graças a Deus, uma criança de sete anos sabe o que é a igreja, a saber, os santos crentes e ‘os cordeirinhos que ouvem a voz de seu pastor’. Pois assim rezam as crianças: ‘Creio uma santa igreja cristã’. Esta santidade não consiste em sobrepelizes, tonsuras, alvas e outras cerimônias deles, inventadas para além das Sagradas Escrituras, porém consiste na palavra de Deus e na fé verdadeira.”[2]
Notamos que Lutero estava combatendo a idéia de que a igreja seja o “clero” e as cerimônias.[3] Sua ênfase é de que a igreja são as pessoas que crêem, e estas estão onde a palavra de Deus é pregada.
No Novo Testamento, o termo “Igreja” se aplica à igreja mundial ou universal, isto é, ao conjunto de todos os cristãos no mundo inteiro (Mt 16.18; Ef 1.22,23; 5.25b-27). O termo “Igreja” também se refere à congregação local, isto é, ao grupo de cristãos que se reúne em determinado lugar (Mt 18.17; 1 Co 1.2; 2 Co 1.1; Gl 1.2; 1 Ts 1.1; 2 Ts 1.1; Fm 2; Ap 1.11; etc.). Aqui não entram em questão o tipo do local, nem a qualidade da fé que as pessoas daquele local têm, mas o fato de a palavra ser ali proclamada e os sacramentos administrados.
A Igreja são os cristãos e os cristãos estão onde a palavra de Deus é anunciada e os sacramentos são administrados. Se quisermos saber onde está a igreja, precisamos procurar pelos meios da graça (palavra e sacramentos). E isto porque Deus age através destes meios, operando a fé nos corações, fazendo, assim, nascer e crescer a igreja (Rm 1.16,17; 10.17; 2 Co 4.5,6; 2 Ts 2.13b,14; 1 Co 1.21-25; Jo 16.7-15).
Assim sendo, ao falarmos sobre a igreja - e o fato de nós sermos igreja - não estaremos pensando em estrutura, diretoria, regimento, e coisas semelhantes. Estas coisas têm o seu lugar e a sua importância. Mas a igreja não é o conjunto destas coisas. A igreja é a comunhão dos que crêem em Jesus Cristo e que se reúnem em torno da Palavra e dos Sacramentos de Cristo. Igreja tem a ver com fé e com Evangelho.
Os nosso pais luteranos notaram isto muito bem e fizeram questão de deixar isto claro na principal das nossas Confissões - A Confissão de Augsburgo, de 1530. A ordem com que os artigos de fé são ali apresentados é esclarecedora:
Artigo 1o - De Deus
Artigo 2o - Do Pecado Original
Artigo 3o - Do Filho de Deus
Artigo 4o - Da Justificação
Artigo 5o - Do Ofício da Pregação
- para que possamos ter a verdadeira fé, Deus instituiu o “ofício da pregação” (Predigtamt).
Artigo 6o - Da Nova Obediência
- a fé produz frutos
Artigo 7o - Da Igreja
- a igreja são os crentes, “entre os quais o evangelho é pregado puramente e os santos sacramentos são administrados de acordo com o evangelho”.
Artigo 8o - Que é a Igreja
- apesar da Igreja serem os cristãos, entre estes há hipócritas; ainda assim, “os sacramentos são eficazes”, pois não dependem da qualidade da pessoa que os administra
Artigo 9o - Do Batismo
Artigo 10o - Da Santa Ceia
Artigo 11o - Da Confissão
Através deste esboço simples, podemos notar que a igreja está onde existe a verdadeira fé; e a fé verdadeira só existe onde a palavra de Cristo é pregada e os sacramentos são administrados. E estes são dados por Deus à igreja através do “ofício da pregação” ou “ministério eclesiástico”. Assim sendo, se é verdade que ao tratarmos do ministério, não o podemos fazer sem considerar a doutrina da igreja, também é fato que ao falarmos da igreja, somos remetidos à doutrina do ministério.
O Ensino Bíblico sobre o Ministério[4]
Não há melhor lugar para começarmos nosso estudo sobre o ofício da pregação, o ministério, senão com o nosso Senhor Jesus Cristo mesmo.[5] Os Evangelhos nos mostram que Jesus, já desde o início do Seu ministério terreno, reuniu um grupo de homens, a quem preparou para um trabalho que seria dirigido ao povo. Já em Mateus 4.18-22 o vemos chamando a Pedro, André, Tiago e João, que eram pescadores, para serem “pescadores de homens”. E Ele então passa a preparar a estes e ao outros, através do ensino.
É importante dizer que a figura de um mestre seguido por discípulos não era desconhecida na época de Jesus. Esta era a forma habitual (nas sociedades grega, judaica e romana) de ensino superior. A diferença no caso de Jesus estava no fato de que Ele era quem convocava Seus “alunos”; não eram eles que o escolhiam seguir (João 15.16; Mateus 8.19,20). Era um grupo grande. Sabemos de pelo menos setenta, além dos conhecidos doze (Lucas 10.1). Aquela foi a primeira “Faculdade de Teologia” da Igreja! Havia um único professor - o “mestre”, o “Senhor”. Foram praticamente três anos de estudo, teórico e prático (se bem que Jesus não diferenciava isto!).
E então, acompanhando a trajetória de Jesus e Seus alunos, chegamos diante de um momento muito especial. É aquele registrado em Mateus 9.35-38. Notemos bem o que o texto nos mostra:
1. Jesus percebe uma multidão desgarrada (de Deus!)
2. Jesus se compadece (profundamente; de uma forma que sempre o leva a agir em amor)
3. Jesus constata que há necessidade de “trabalhadores na seara” - gente que “pastoreie” aquelas ovelhas. Faltam trabalhadores!
4. Jesus exorta os discípulos a orarem a Deus, pedindo que Ele dê os trabalhadores - isto é serviço de Deus!
5. Jesus mesmo responde à oração (Deus responde a Ele - comparar com Lucas 6.12,13), convocando os doze e os enviando a pregar (Mateus 10.1ss)
Os doze são aí enviados para um “estágio” pastoral. Eles irão voltar e continuarão com Jesus, aprendendo dele. Notemos bem: Jesus os prepara; ora por eles; recebe-os de Deus; capacita-os e envia-os com Sua própria autoridade, ao ponto de se alguém os rejeitar é o mesmo que rejeitar a Ele, o próprio Senhor. Da mesma forma, quem os receber, estará recebendo o próprio Senhor Jesus e o Pai (Mateus 10.40; Lucas 10.16).
Temos neste episódio um evento importante na preparação do primeiro grupo de “pastores” da igreja! Estes mesmos seriam, mais tarde, enviados para fazerem discípulos no mundo todo, através do Batismo e do ensino da Palavra (Mateus 28.18-20). O v. 20 deste último texto mostra que o trabalho ordenado por Jesus aí não termina com os doze[6]. Segue até “a consumação dos séculos”. O Novo Testamento nos mostra que isto acontece através daqueles que Jesus convoca e prepara (agora através de homens), e então envia ao mundo e à igreja.
Os primeiros que foram chamados para esta tarefa especial o foram diretamente, pelo próprio Jesus. Depois de Jesus subir aos céus, os ministros seriam chamados não mais diretamente, mas através da Igreja. Assim aconteceu no caso do 12o apóstolo, com a escolha de Matias (Atos 1.15-26). Neste texto podem-se notar alguns passos que demonstram a maneira como a Igreja entendeu o ministério:
· é colocado um critério objetivo para os “candidatos”: terem estado acompanhando o grupo escolhido por Jesus. Sabe-se que alguém vinha a se tornar discípulo de Cristo quando Este o chamava. Ninguém podia ser um discípulo por um simples ato de escolha pessoal (Mateus 4.18-22; 8.18-22; 9.9). Portanto, os candidatos - os que haviam acompanhado o grupo desde o tempo do ministério terreno de Jesus, eram pessoas que haviam sido escolhidas pelo próprio Jesus, e foram testemunhas de Sua ressurreição (cf. At 10.39-42 - escolhidos pelo próprio Deus).
· Diante do fato que há mais de um homem apto para o ministério apostólico, a Igreja coloca-os diante de Deus, em oração, suplicando que Deus faça a escolha.
O lançar de sortes é o método de escolha. Noutras partes do NT há outra forma - escolha por parte da Congregação, sob a orientação dos apóstolos - “eleição” - At 14.23[7]; Tt 1.5.[8] O método usado em Atos 1 enfatiza a atuação de Deus. Mas esta não está fora de questão nos outros casos citados.
O chamado feito através da Igreja continua sendo chamado de Deus! É Deus quem chama, por intermédio da igreja. Para o Novo Testamento, tanto Paulo (que foi chamado diretamente por Cristo - Atos 9), como Timóteo (que foi colocado no ministério por intermédio de Paulo - 2 Timóteo 1.6), como cada ministro da palavra, são igualmente chamados por Deus:
* At 20.28
* 2 Co 5.18-6.3
* 1 Co 12.28
Lutero observou que a Escritura dá grande importância ao chamado. Em seu escrito, “Pregadores Infiltrantes e Clandestinos”, Lutero afirma que
“pregadores sem chamado são do diabo. Eles roubam o ministério de pastores legitimamente chamados, e com isto roubam o próprio Deus. ... Se não mantermos firme e enfatizarmos o chamado e comissionamento, finalmente não existirá mais igreja. A igreja seria devastada por todo o tipo de entusiastas, seria dividida, e cedo nada mais ficaria.”[9]
A Escritura deixa claro que pelo chamado, o homem é colocado por Deus como pastor da Igreja de Deus. Este é um assunto sério, em que a própria Palavra de Deus orienta sobre como este ministério deve ser desempenhado, como o próprio pastor deve se portar como ministro de Cristo e como a igreja deve considerá-lo.
Lutero, no Catecismo Menor, que aprendemos na instrução de Confirmandos, traz na sua “Tábua de Deveres” o que se espera dos pastores e dos cristãos em relação aos seus pastores.
Para os pastores, Lutero cita 1 Timóteo 3.2-6 e Tito 1.6-9. Aí temos a palavra do próprio Deus sobre o que se espera do pastor. Podemos acrescentar ainda 1 Coríntios 4.1,2; 2 Timóteo 2.15, 24-26; 4.1-5.
Para os cristãos, em relação aos pastores, Lutero cita:
· Lucas 10.7
· 1 Coríntios 9.14
· Gálatas 6.6,7
· 1 Timóteo 5.17,18
· Hebreus 13.17
Confissões Luteranas
- CA V 1-3
- CA XIV
- CA XXVIII 5,8
- Ap XIII 11-13
- Tratado 31
- Tratado 67-72
“Estas passagens das Confissões Luteranas enfatizam os seguintes aspectos do entendimento luterano do ministério:
- Deus deu a Palavra e os Sacramentos a fim de que as pessoas possam chegar à fé.
- Deus providenciou para que a Palavra pudesse ser ensinada e os Sacramentos administrados.
- Visto que tal ministério foi estabelecido por Deus, indivíduos são chamados para serem ministros pela igreja.
- Aqueles que são chamados a serem ministros ocupam e exercem o ofício do ministério.
- O poder ou ofício das chaves, dado por Cristo à igreja, é exercido publicamente em favor da igreja pelos ministros chamados.
- O poder dos ministros é o poder para pregar o Evangelho, administrar os sacramentos e perdoar e reter pecados.
- O poder do ministério não é um poder temporal, mas um poder em questões espirituais de Palavra e sacramento.
- Ministros não podem arrogar-se tal autoridade para si mesmos, mas ela precisa ser conferida pelo chamado da igreja.”[10]
Conclusões teológicas a partir dos textos
No que se refere ao relacionamento Igreja-Ministério, afirmamos:
1) Tanto um como outro são instituições de Deus, particularmente de Cristo (Mt 16.18 - “edificarei a minha Igreja”[11]; Mt 28.19).
2) Não se pode colocar subordinação essencial de um ao outro. Ambos estão debaixo de Cristo, o Senhor, que age através dos meios da graça. Por vezes, há subordinação:
- da Igreja ao ministro - quando este proclama a Palavra, administra os sacramentos, perdoa ou retém pecados;
- da Igreja ao ministro - quando este proclama a Palavra, administra os sacramentos, perdoa ou retém pecados;
- do ministro à Igreja - quando a Igreja julga seu ensino, para ver se é de fato a voz do Bom Pastor Jesus que o ministro está proclamando.
3) Falar de derivação do ministério a partir da Igreja não leva em conta com seriedade a maneira bíblica de enfatizar que o ministério é instituído pelo Senhor. Pertence a Ele, não à Igreja.
4) Da mesma forma, é contrário ao Novo Testamento qualquer tipo de tirania da parte do ministro sobre a Igreja. Sua missão é determinada pelo Senhor. É servo, não senhor! Por isso mesmo, não se podem compreender atitudes de ministros que usam seu chamado como um instrumento de coação, de poder, contra a vontade da Igreja, em assuntos que não dizem respeito à defesa do evangelho e dos sacramentos (ex.: para manter-se em um lugar, mesmo quando percebe que seu trabalho está trazendo divisão, dúvidas e dificuldades para o trabalho do reino de Deus na congregação em que está.)
5) Ainda que se pode entender corretamente a afirmação “o ministério pertence à Igreja” (no sentido que a Igreja recebe-o como dádiva do Senhor), é uma má aplicação a afirmação de que a Igreja tem o direito de, assim como chama, também “retomar” o chamado. Tal fato só poderia ser justificado quando o ministro deixa de ser fiel no seu ministério (1 Co 4.1,2), proclamando doutrina falsa, vivendo de forma ímpia, deixando de realizar o trabalho para o que o Senhor o incumbiu. Neste caso, a Igreja usa de seu privilégio de rejeitar o estranho, para ouvir a voz do bom Pastor. Outras situações (“incompatibilidade” entre o sistema do pastor e da congregação) só podem ser resolvidos através da conversa fraterna, com aconselhamento mútuo.
6) O Chamado ao ministério não deveria ser visto como um exercício de poder da Igreja, mas como um ato pelo qual ela recebe aquele que o Senhor lhe está concedendo. Por certo, o chamado salvaguarda o privilégio que a Igreja tem de participar na escolha do nome que irá exercer o ministério em seu meio.
7) O ministro jamais deveria ser imposto à Igreja, pois o Novo Testamento entende que ela participa na sua escolha. A Igreja submete-se aos critérios que Deus estabeleceu na Escritura (1 Timóteo 3; Tt 1; etc), mas atua no processo de chamar a pessoa que irá proclamar o evangelho em seu meio.
8) Do ministro se exige fidelidade; da igreja, obediência, sempre que o ministro prega como Deus ordenou. No caso de haver problemas, não são leis que resolverão, mas a conversa e admoestação fraternais, que sempre devem estar presentes na igreja.
Chamado Temporário
Sobre esta questão cito a resposta dada pelo parecer da Comissão de Teologia e Relações Eclesiais da Igreja Luterana - Sínodo de Missouri:
“Os Chamados são sempre permanentes?
“Paulo e Barnabé foram escolhidos para uma jornada específica (embora o chamado de Paulo para o ofício apostólico tenha sido vitalício). Alguns chamados, como o chamado para a capelania militar, têm incluso um ponto para término ou reavaliação. Alguns empreendimentos da igreja - como um ministério experimental em um território novo - não têm garantida sua continuação. Não há evidência escriturística indicando que todos os chamados são necessariamente permanentes ou definitivos. Chamados para faculdades e seminários geralmente não são definitivos, a princípio.
“O ofício do ministério público não pode ser terminado em uma congregação. Além disso, tentar, de forma negligente ou furtiva, terminar um chamado para este ofício (seja por parte da congregação ou por aquele que tem o chamado) é manifestar desconsideração pela divindade do chamado. Um chamado pode ser terminado por um motivo justo, isto é, infidelidade no ofício, ensino falso ou vida ímpia. A igreja já aprovou a realização de processos de julgamento e apelação. Depois de tudo o que foi dito, entretanto, deve-se observar que a natureza do ministério como continuação do apostolado e como um chamado de Deus implica que os chamados geralmente não são previamente limitados em sua duração.”[12]
Citamos também a C.F.W. Walther, em sua Americanisch-Lutherische Pastoraltheologie, de 1872: (ver anexo)
Questões práticas da relação entre pastor e congregação
Problemas referentes ao Chamado:
Quando a Igreja deixa de considerá-lo como dádiva do Senhor para tê-lo como possessão (chamado de tempo determinado como regra; “retomada” do chamado; avaliação do pastor com base em princípios sociológicos)
Quando o pastor deixa de considerá-lo como dádiva do Senhor, para tê-lo como possessão - usa o Chamado como garantia de estabilidade; como arma contra quem quiser questionar sua atuação no ministério; recusa-se a conversar abertamente sobre dificuldades, escondendo-se atrás da divindade do chamado.
Uma abordagem evangélica para os problemas entre pastor e congregação
Admoestação fraternal
O Evangelho não é nosso, mas de Cristo; A igreja não é nossa, mas de Cristo; o ministério não é nosso, mas de Cristo. Ele nos concede tudo isto, como presentes. Precisamos cuidar destas dádivas da maneira como o nosso Senhor quer. Não serão leis, regulamentos, regras que permitirão que haja harmonia e progresso no trabalho. O amor de Deus precisa moldar nosso relacionamento também neste assunto. Igreja e Ministério é questão de Evangelho, não de Lei. Por isso, não se resolve com leis, mas com o Evangelho.
O que isto quer dizer, na prática, é o seguinte: entre pastor e congregação há absoluta necessidade da prática do amor, do respeito e da admoestação fraternais. O “velho homem” está sempre presente. Há necessidade da Lei fazer o Seu trabalho - mostrar e condenar o pecado, chamando o pecador ao arrependimento. Mas como Jesus que dizia: “Eu não te condeno. Vai e não peques mais”, é preciso que o Evangelho - palavra de perdão e restauração fale mais alto quando há conflitos.
- clareza nos objetivos da Igreja
Destituição de Um Ministro
Infelizmente nos deixamos moldar pelo mundo, um perigo para o qual Paulo já nos alertou (Romanos 12.1,2) e queremos tratar da igreja e ministério a partir de uma compreensão de nossos direitos e privilégios, e não - como deveríamos - a partir do serviço, que Cristo nos presta e que nós queremos prestar a Ele!
Precisamos lembrar que o Senhor mesmo colocou critérios para que o ministério pudesse ser examinado pela igreja. E eles não tratam de simpatia ou outros fatores sociológicos, mas tratam de fidelidade no cumprir o ofício! (1 Coríntios 4.1,2; 1 Timóteo 3.1ss).
O pastor precisa ter em mente que a igreja não é dele. E que o chamado não é um instrumento de dominação! Mas é uma permissão do Senhor para que Ele cumpra com fidelidade o ministério que recebeu. É um ministério de servir, não de servir-se!
A igreja, por outro lado, há de lembrar que o ministério não é posse dela, mas de Cristo. E que aquele que ali está pregando o evangelho está no lugar do próprio Cristo, enquanto o fizer pregando a palavra de Cristo e administrando corretamente os sacramentos. Ele não é um empregado da congregação, mas um servo de Cristo, que deve ser respeitado e honrado, muito especialmente na palavra que anuncia. Deve ser, sim, julgado pelo que ensina - repreendido, se prega doutrina falsa; obedecido, se prega a palavra de Cristo.
(ver : Preus, Vox Concordiana 10/2 (1995): p. 44)
Conclusão
Há algum tempo apareceu um artigo no Mensageiro Luterano em que se perguntava quem iria querer um pastor que se apresentasse assim:
· não é bom em administração e em manter registros exatos (ao ponto de nem lembrar bem a quem ele batizou ou não)
· tem provocado muita ira entre pessoas onde trabalhou, em vários lugares
· não costuma ficar muito tempo em cada lugar (máximo de dois anos)
· sua aparência deixa a desejar, podendo causar aversão
· quando as pessoas questionam sua maneira de agir, sua - assim considerada - falta de tato, costuma apelar para o chamado que tem da parte de Deus, agindo de maneira que bem poderia se interpretada como anti-democrática
· faz planos de viagens para pregar o evangelho, deixando o pagamento das viagens por conta da igreja
· esteve preso algumas vezes, acusado de causar tumulto em público
Alguma de nossas Congregações gostaria de ter um pastor assim? Este “pastor” era Paulo, o apóstolo!
Anexo 1
Observações sobre o Ofício do Ministério
A fim de se ter clareza quanto ao ofício do santo Ministério, algumas anotações são agora apresentadas, baseadas no parecer da Comissão de Teologia e Relações Eclesiais, da “The Lutheran Church - Missouri Synod”, de Setembro de 1981, sobre o Ministério.[13]
“O ofício do ministério público não é simplesmente uma sugestão divina, mas um mandato divino. Deus determinou que a igreja deveria executar suas funções não apenas através de ações privadas, individuais, mas também pelo falar corporativo, selecionando homens em conformidade com os critérios divinos e a quem Ele então coloca no ofício do ministério público.
“O ofício e suas funções são chamados de ‘públicos’ não porque suas funções sejam sempre desempenhadas em público, mas porque são realizadas em nome da igreja. ... Além disso, a palavra ‘público’ tem a conotação de responsabilidade perante aqueles que o colocaram no ofício ‘público’.
“A partir destas referências[14], emerge a figura de um ofício que foi instituído por Deus, em e com o apostolado, para o qual qualificações bem específicas são listadas, e cuja essência é definida propriamente na Confissão de Augsburgo, como “ensinar o evangelho e administrar os sacramentos” (CA V), em nome e com responsabilidade perante a igreja (‘publicamente’) (CA XIV).
“Deve-se fazer uma distinção entre ‘ofício’ e ‘função’. A falha em fazer tal distinção resultará em confusão. Por exemplo, quando uma congregação está temporariamente sem um homem para preencher o ofício do ministério público em seu meio, ela pode solicitar que um professor ou um líder leigo, devidamente supervisionados, realizem algumas funções do ofício do ministério público. Isto é feito em situação de emergência e não como simples conveniência. Entretanto, a execução de tais funções não torna aqueles que as realizam pessoas que estejam no ofício do ministério público. Mesmo em tais situações de emergência, a congregação solicita que um homem que ocupe o ofício do ministério público e esteja servindo como pastor em uma congregação vizinha, que ele assuma aquele ofício junto a eles, como ‘pastor em vacância’ ou ‘supervisor[15] interino.’ Assim, a supervisão e responsabilidade continuam com alguém a quem a igreja chamou e designou como pastor e que supervisiona aqueles que temporariamente desempenham algumas funções pastorais.”[16]
- o ofício do ministério é continuação do ministério de Jesus
- o ministério não deriva do sacerdócio universal, mas é instituição de Cristo
- distinção entre Igreja e Ministério
- ao “louvarmos” o ministério, não estamos elogiando as pessoas que nele estão, mas reconhecendo a instituição, o mandato e a obra de Cristo no ministério
Anexo 2
Em um artigo entitulado “Chamado e Ordenado - Reflexões sobre a Posição do Novo Testamento sobre o Ofício do Ministério”, o prof. William Weinrich[17] faz algumas considerações importantes, por vezes esquecidas no estudo sobre o ministério. Ele aborda especialmente a questão do ministério como continuação do ministério de Jesus. Algumas de suas reflexões:
“A distinção entre clero e laicato está implícita na Bíblia e brota da estrutura temática central e determinante da narrativa bíblica”. ... O início da carta aos Romanos dá uma “declaração programática da posição do apóstolo dentro da economia bíblica como um todo”. (Rm 1.1-6) ... “Mensageiro designado - proclamação - povo obediente na fé: esta é a seqüência e o modelo. No entanto, este modelo não inicia com Paulo. Nem com Jesus; mas com Moisés e então, após ele e à luz dele, o modelo continua com os profetas e sacerdotes.”(21)
Dois detalhes no chamado de Moisés: 1) Ex 3.12 - “O mensageiro profético está no lugar de Deus. Deus, por assim dizer, une-se a Moisés. Se alguém perguntasse: ‘Onde está Deus?’ a resposta teria de ser: ‘Com Moisés!’ entretanto, esta resposta não significaria simplesmente que Deus está com Moisés como uma companhia confortadora e encorajadora. Deus está com Moisés no sentido de que Ele deu a Moisés a Sua própria tarefa, assim que em e através de Moisés Deus mesmo é um agente presente, realizando Seu propósito de redimir Seu povo (cf. Dt 20.2ss). 2) Ex 4.10ss - “As palavras de Moisés não são nada mais do que as palavras de Deus. Deus fala a Seus inimigos e a Seu povo através de Seu porta-voz escolhido. (21)
No contexto do conhecido Ex 19.6 está a ação de Moisés como profeta de Deus, que vai sozinho ao monte e de lá vem trazer a mensagem de Deus ao povo. Disto segue a instituição do sacerdócio araônico e a escolha do povo de Israel como povo sacerdotal e nação santa. (22)
“A tarefa tanto do profeta como do sacerdote é lembrar ao povo a Torá, de modo que eles possam ser ‘reino de sacerdotes e nação santa’. Os vasos escolhidos por Deus estão situados como intermediários entre Deus e o povo. Entretanto, nesta posição como intermediário, o mensageiro não separa Deus de Seu povo, por estar no meio. O mensageiro é intermediário no sentido que em sua pessoa e trabalho, ele é o lugar da presença de Deus. Deus se faz acessível ao povo através do profeta e do sacerdote, que falam as palavras de Deus e realizam as obras de Deus.” (22)
“O distintivo ofício do Novo Testamento, aquele do apóstolo, está dentro da própria missão de Cristo, que incluiu o chamado de uma igreja de crentes e santos.” (22)
É um tema central no NT que Jesus foi o “enviado” pelo Pai (é até mesmo chamado de apóstolo em Hb 3.1) - Jo 1.17; 12.44-50; cf. também o batismo de Jesus. “Cristo é o ‘Escolhido de Deus’, que prega o reino que Ele próprio traz e que, através daquela pregação, reúne em torno de Si mesmo uma nova congregação, do tempo do fim. Como Harald Riesenfeld observou, Jesus ‘foi o primeiro a ter o ofício no novo povo de Deus’.” (23)
Sobre os textos em que Jesus fala do mordomo que foi constituído para cuidar dos servos da casa (Mt 13.34; 24.45; Lc 12.42): “É legítimo perceber em textos como estes declarações de Jesus nas quais Ele está aludindo não à totalidade de Seus seguidores, mas àqueles que recebem o serviço de supervisão dentro da comunidade de crentes. A referência em Marcos ao dono da casa deixando a casa e colocando seus servos na responsabilidade, muito provavelmente tem em mente a morte e ressurreição de Jesus e o comissionamento de Seus discípulos para continuarem Seu ministério” (23,24)
Outra imagem que Jesus sobre sua posição e Seu ministério entre os discípulos é aquela do pastor, que também é aplicada aos líderes humanos, já no AT (Is 40.11; Sl 23; Jr 23.2,4; Ez 34). (24)
O uso de “grande”, “primeiro” e “líder” em referência aos discípulos (Mt 22.24-27) junto com a figura de “servo” (Mt 20.26ss; Mc 10.42-45) - “Jesus antevê o ministério dos Seus discípulos e aqui Ele pretende defini-lo e dar-lhe o contorno e conteúdo corretos. Ao exercitarem seu ‘governo’ no meio do povo de Cristo, os discípulos devem ser ‘servos’, isto é, eles deverão ministrar, assim como Jesus ministrou. O ministério que os discípulos receberão deve ser modelado pelo ministério de Jesus, que veio para servir e não para ser servido. O ministério messiânico de Jesus, portanto, é protótipo de todo ministério daqueles que serão escolhidos, enviados e colocados no meio dos discípulos de Jesus. ... No entanto o ministério de Jesus não é um protótipo simplesmente por um exemplo externo. Seu ministério é protótipo por extensão e continuação.” (24)
Os nomes dados aos ministros (pastores - At 20.28; 1 Pe 5.2ss; cf. 1 Co 9.7; mordomos da casa de Deus - 1 Tm 3.2ss; Tt 1.5,7; 1 Pe 4.10ss; lavradores - 2 Tm 2.6; 1 Co 9.7) são títulos que Jesus usou para Si mesmo. E as características dos bispos refletem as características do servo, exemplificadas na vida de Jesus. (25)
A respeito de 2 Co 5.17-6.2: “No pensamento de Paulo, o ato reconciliador de Deus em Cristo e sua própria recepção do ofício apostólico não são dois eventos distintos e autônomos. O ato reconciliador de Deus em Cristo não é um evento morto do passado, que podemos apenas trazer à memória e lembrar. Cristo morreu e ressuscitou, e por esta razão Sua morte reconciliadora permanece sendo o meio, o lugar e o conteúdo da pregação e vida apostólicas. De fato, o ato reconciliador de Deus em Cristo está presente e efetivo em e através do exercício do serviço apostólico de Paulo. Por esta razão, Paulo pode escrever que ele é um embaixador ‘em lugar de Cristo’ (), e ele pode lançar sua proclamação não no Indicativo, como se estivesse falando a respeito de Cristo, mas no Imperativo, discursando aos seus ouvintes in persona Christi: ‘Reconciliai-vos com Deus!’ (2 Co 5.20). De fato, o tempo da reconciliação de Deus em Cristo é o momento do discurso de Paulo: ‘Agora é o dia da salvação’ (2 Co 6.2). Se então fazemos a pergunta: onde e quando ocorre a reconciliação de Deus em Cristo, que a fé recebe e à qual a fé se apega, a resposta é: na proclamação do mensageiro de Cristo. Ouvi-lo e obedecê-lo é estar reconciliado com Deus.” (26)
[1] Retirado do meu estudo sobre “Ministério Feminino”, apresentado no encontro DAC-DAMAl em São Paulo, entre 19 e 21 de Setembro de 1996.
[2] Artigos de Esmalcalde, 3a parte XII. Da Igreja - Livro de Concórdia, traduzido por Arnaldo Schuler, p. 338.
[3] Note-se que mesmo no Brasil, este falso conceito de igreja ainda é empregado. Quando se fala que a “igreja” se reuniu para discutir algo, muitas vezes se está referindo à CNBB (Conferência Nacional de Bispos do Brasil).
[4] A disposição a seguir foi tirada de The Ministry, de Gustav Jensen, traduzido por O.E. Brandt, Minneapolis: Augsburg Publishing House, 1932. G. Jensen era pastor na Noruega e o tradutor, professor no Seminário Lutero, em St. Paul, Minnesota, EUA.
(1) O Santo Ministério é do Senhor - Mt 28.18-20; Ef 4.11-14; At 20.28; 1 Co 4.1-4; 2 Co 5.18-20; 1 Co 12.4-6. (2) A Glória e a Responsabilidade do Santo Ministério - 2 Co 3.6-11; Ml 2.1,2,7-9; Dn 12.3; 1 Pe 5.4; Ez 3.17-21; 1 Co 3.9, 11-17; 3 Jo 4. (3) O Servo Chamado - Lc 5.10; Jo 21.15-17; 1 Tm 4.6; 2 Tm 3.14,15; 1 Tm 3.14,15; Ef 1.22,23; 1 Tm 3.1; 2 Tm 2.2; Tt 1.5; 1 Tm 4.14,15; 2 Tm 1.6,7. (4) A Vida Ministerial - 1 Tm 3.2-7; 2 Tm 2.22-25; 1 Tm 4.12; Fp 3.12-16. (5) A Batalha - 2 Tm 2.3-5; 1 Co 9.25; Tt 1.8; At 26.24; Jo 10.20; Mt 26.40,41; Lc 22.31,32; 1 Tm 6.12; Mt 24.13. (6) A Congregação de Deus - Minha Congregação - 1 Pe 5.1-3; Gl 4.19; At 20.28; Hb 13.17; 1 Co 9.22; 1 Ts 2.7,8; Ez 34.2. (7) O Trabalho do Ministro - 1 Co 1.23; At 2.4; Sl 27.2; At 2.42; 1 Pe 5.2; At 20.31; Jo 21.15; 1 Jo 2.13; Lc 15.4; Mc 16.15; Ef 1.15,16; Jo 17.20,21.
[5] Por certo o ministério da palavra tem raízes no AT. No entanto, para ficar nos limites de espaço que dispomos, nos dirigimos diretamente ao NT, ao ministério terreno de Jesus.
[6] Ou onze, por causa da falta de Judas; depois compensada pela escolha do Matias - Atos 1.21-26.
[7]Note-se o detalhe: Paulo e Barnabé são os sujeitos da ação - eles promovem em cada Igreja a escolha de presbíteros e os encomendam (ordenam?!) ao Senhor.
[8]Neste texto o papel de Tito é enfatizado. Não se menciona a participação da Congregação. Mas não há motivo para pensar-se na Congregação sendo afastada do processo. No texto de Atos os apóstolos também tiveram uma atuação direta, com a participação da Congregação. O mesmo acontece em At 6, na escolha dos 7 homens que iriam auxiliar no trabalho de “servir as mesas”; mas são os apóstolos que os “encarregam” ( - mesmo verbo de Tt 1.5) deste serviço (At 6.3)
[9] Robert Preus, “A Doutrina do Chamado nas Confissões e Ortodoxia Luterana,” Vox Concordiana 10/2 (1995): 20, n.19.
[10] The Ministry - Offices, Procedure and Nomenclature, CTCR - LC-MS, Setembro 1991, p. 8.
[11]É interessante notar que na Sua afirmação sobre a Igreja, Jesus vincula a confissão de Pedro. Tendo em mente ainda Efésios 2.20 (“edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas”), podemos afirmar que na fundação da Igreja Deus se vale dos ministros que Ele próprio escolheu e a quem confiou Sua Palavra. De uma certa forma, isto pode ser notado na ordem dos artigos da Confissão de Augsburgo (IV - Justificação pela fé; V - Ministério para a proclamação desta fé; VII e VIII - da Igreja).
[12] CTCR - LC-MS: The Ministry - Offices, Procedures and Nomenclature, Setembro de 1981, p. 33.
[13] The Ministry - Offices, Procedures, and Nomenclature.
[14] Citadas antes desta afirmação: 1 Tm 3.1; 5.17; Hb 13.7,17; Ef 4.11,12; At 6.4; 2 Co 3.6,8; 5.18; Cl 1.23; Tt 1.5,7; At 14.23; 20.17,28.
[15] O termo é utilizado como tentativa de tradução literal do termo grego , normalmente traduzido por “bispo” (1 Tm 3.2).
[16] CTCR, The Ministry ...”, 13-16. (Ênfase acrescentada)
[17] “Called & Ordained - Reflections on the New Testament View of the Office of the Ministry, Logia, 2/1 (Janeiro 1993): 20-27.
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