1° Encontro Paroquial de Famílias
Paróquia Cristo Rei – 18.08.2002
O CRISTÃO E AS SUPERSTIÇÕES
INTRODUÇÃO
As superstições sempre foram um assunto muito presente na vida do homem. Elas existem há muito tempo - podemos dizer que surgiram desde que o coração do homem se desviou de Deus no Éden. O que é a superstição que nós veremos adiante, mas a pergunta que eu quero fazer nesta introdução é esta: O que leva as pessoas a procurar e acreditar em superstições?
Além da inclinação natural de nosso coração para o mal, eu acredito que a causa principal da crença em superstições é a preocupação. E sobre as preocupações, nós lemos no livreto As Preocupações, da Fundação Cristo Para Todas As Nações:
A preocupação é algo natural, todo mundo a tem. Um mal corte de cabelo, uma profissão nova, o alto custo de vida, os conflitos com entes queridos, a perda de um documento importante, são só algumas das coisas que podem nos causar preocupação.
Há pessoas que manejam as suas preocupações adequadamente, porém, há um grande número destas que permitem que as preocupações os manejem a eles.
…
Preocupar-se sobre algumas coisas é bom, porque isso é o que nos impele nos mover, a fazer as coisas. Mas por outro lado a preocupação excessiva tem relação com 80 ou 90% das doenças atuais. Por isso é necessário ter critério e equilíbrio para distinguir entre estes aspectos.
Preocupar-se em excesso leva a pessoa a procurar ajuda e soluções para o que a preocupa, seja isto um problema real ou apenas imaginário. Quando, então, a pessoa não conhece o único que pode verdadeiramente ajudar, o Salvador Jesus Cristo, ou ela o conhece mas não confia nele suficientemente, acaba caindo, muitas vezes, nas superstições.
Este é o tema que nós queremos estudar hoje, saber o que diz Deus sobre isto, saber como evitar as superstições e como ensinar para outros a verdadeira solução para as preocupações.
O QUE É A SUPERSTIÇÃO?
Diz um autor que
a palavra superstição vem de superstitio: o que está além da possibilidade humana, o reconhecimento de uma força superior. Representa uma atitude religiosa, um sentimento religioso que teme ou respeita forças desconhecidas, ocultas.
É uma atitude de fé desvirtuada, fé desviada. É fé errada. Pode-se dizer que é uma fé invertida ou pervertida. É uma fé defeituosa porque confia em forças não reais que dependem da imaginação humana.
Nós podemos dizer então que superstição é confiar ou acreditar em certas coisas, fatos ou práticas que pensamos que podem nos proteger, trazer sorte, ajudar a resolver os problemas e vencer as preocupações. É uma fé desligada de Deus que dá mais importância para as criaturas e às coisas criadas que para o Criador, que não crê que Deus, e não outros seres ou coisas, é o que administra tudo e comanda tudo na vida humana.
As superstições podem ser de diversos tipos, como interpretação de sinais, interpretação de números, escolher certos dias, atender ao grito de um pássaro, usar amuletos, tocar a madeira, não passar debaixo de uma escada, seguir o horóscopo, feitiçaria, adivinhação, curandeirismo, magia, etc. A lista é muito grande.
O próximo ponto para nós cristãos deve ser: o cristão e a superstição. Qual deveria ser nossa atitude e prática com relação às superstições?
O CRISTÃO E A SUPERSTIÇÃO
Neste ponto eu quero apenas fazer uma introdução rápida e depois nós passaremos aos estudos em grupos, que vão tratar sobre o cristão e a superstição.
Como vimos, a causa principal da procura pelas superstições são as preocupações e problemas da vida. Aqui então cito outro autor, que diz:
Quem com os seus problemas não vai ao único Deus vivo e procura refúgio na sua Palavra, mas se entrega a estas heresias ou superstições, entra em uma relação confidencial com o diabo. Deste modo, aceite ou não, saiba que a relação foi estabelecida. Naturalmente que ninguém quer isto, nem mesmo pensa que o seu proceder possa ter conseqüências ruins. Por isso aceita a ajuda com gosto. Também há quem sustenta que não é tão importante o fato de onde a ajuda venha, seja isto de Deus ou de Satanás. Estas pessoas ignoram pelo visto que Satanás cobra um preço muito alto pela ajuda dele. O mais triste é que estas almas já não poderão crer no Deus bondoso e misericordioso que fez a redenção para todos os homens através de Jesus Cristo.
Deste modo, se entre nós na IELB há cristãos que estão ouvindo a Palavra de Deus nos cultos, e durante a semana estão consultando e seguindo o conselho e as receitas dos curandeiros ou benzedeiras, ou procurando superstições para resolver problemas, aí existe um problema sério. Para estas pessoas e para todos nós, um pastor diz:
O cristão que crê em Deus sabe que a sua fé é um presente de seu Senhor. Estará alerta para o perigo de desviar-se da fé. Resistirá à tentação de cair na prática da superstição. O cristão não tem a liberdade de querer acreditar às vezes em Deus e outras vezes na eficácia de forças ocultas. Acreditando no que é praticado às escondidas, pois sem fé a prática supersticiosa não funciona, automaticamente o homem desobedece ao chamado de Deus. Quem acredita firmemente em coisas supersticiosas assume a atitude de resistência para com a palavra do Senhor. A experiência da vida ensina esta realidade. Nosso Senhor diz: “Quem não é por mim, é contra mim. Ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6.24). Quem não serve ao verdadeiro Deus termina servindo aos ídolos da sua própria imaginação.
A Palavra de Deus é muito clara com respeito à relação do cristão com a superstição e seus filhos e filhas: esta não deve existir. Antes de passar aos estudos em grupo, vamos então ler alguns textos bíblicos que mostram o que Deus sobre as práticas supersticiosas: Lv 19.26, 31; 20.6, 27; Dt 18.10-12; 4.19-20; Êx 8.19; Gl 5.19-21.
Passemos aos estudos em grupos que serão sobre os seguintes temas: Vencendo a superstição; Amuletos de proteção; Sorte ou azar?; Mercadorias de Satanás; Superstição e infância; Benzedeiras.
Cada grupo vai ler seu texto e responder as perguntas para depois fazer um relatório no debate final, antes da conclusão da palestra.
VENCENDO A SUPERSTIÇÃO
O que é a superstição? O dicionário diz que a superstição é um sentimento religioso baseado no medo ou na ignorância. Por ter medo, ou por causa de ignorância, a pessoa confia em coisas ineficazes, ou tem medo de coisas sem sentido. Por exemplo, muitos acreditam que usar uma pata de coelho em um chaveiro vai lhes trazer sorte. Outros acreditam que colocar uma ferradura de cavalo na entrada da casa traz sorte. Outros, ainda, têm medo de gatos pretos, de vela acesa, e assim por diante. Todas essas coisas, em si, não alteram a vida de ninguém. A pessoa supersticiosa, contudo, por medo, ou por ignorância, altera a sua vida diante de coisas como essas.
A superstição torna-se um mal na vida das pessoas, porque traz com ela medo e falsas crenças. Pessoas muito supersticiosas acabam perdendo a alegria e o sentido da vida. O que fazer, então?
O melhor remédio contra a superstição é acreditar no verdadeiro Deus. Na Bíblia Sagrada nós aprendemos que Deus criou todas as coisas e que nenhuma criatura tem o poder que apenas Deus tem. Por isso, não precisamos temer nada. Deus tem o poder sobre todas as coisas. Nem gato preto, nem pata de coelho, nem ferradura, nem coisa alguma pode alterar a vida de uma pessoa. Deus é quem tem todo o poder. As pessoas devem confiar somente em Deus.
Na vida é assim que, muitas vezes, todos nós nos esquecemos do poder de Deus. Nessas horas, passamos a acreditar em criaturas, em vez de confiar no Criador. Deus quer nos ajudar a vencer todas as superstições. Através de Jesus Cristo, Deus nos afirma que nada, nem mesmo a morte, pode nos separar dele. Isto é assim porque Jesus venceu tudo, até mesmo a morte. Se nós confiarmos em Deus, nós podemos abandonar todas as falsas crenças, e ficar somente com Ele. Se nós fizermos isto, veremos a diferença em nossa vida diária. Nós seremos pessoas felizes e abençoadas, porque estaremos com Deus. Amém.
Rev. Erni W. Seibert, professor do Instituto Concórdia de São Paulo, em “Cinco minutos com Jesus”, 11.08.97 (Hora luterana, S. Paulo, Brasil).
O grupo deve debater e responder as seguintes perguntas:
1. Quais são as causas da superstição?
2. Explique esta frase: Todas essas coisas, em si, não alteram a vida de ninguém. A pessoa supersticiosa, contudo, por medo, ou por ignorância, altera a sua vida diante de coisas como essas.
3. Leiam Rm 8.38,39 e respondam: Como o cristão pode evitar a superstição e mostrar a outros qual é o remédio para o medo e as incertezas da vida?
4. Leia Cl 3.1-3,16-17 e respondam: Que lições podemos aprender destes versículos para aplicar ao tema da superstição?
AMULETOS DE PROTEÇÃO
Você sabe que são amuletos? Amuletos são pequenos objetos que as pessoas usam para trazer sorte ou afastar o azar. Amuletos podem ser medalhas, pastas de coelho, figas, um trevo de quatro folhas e outros objetos, que muitos acreditam, podem trazer sorte para a pessoa e afastar o azar.
O uso de amuletos é muito comum e divulgado. Existe uma verdadeira indústria de amuletos, e muitas pessoas enriquecem com a venda desses objetos. São fitas, correntes, velas, imagens, e muitos outros tipos de produtos que, supostamente, têm o poder de atrair a sorte e afastar o azar.
Na verdade, os amuletos são pequenos deuses. São falsos deuses, ídolos, que não têm poder algum. Os amuletos fazem com que as pessoas deixem de confiar no verdadeiro Deus, para confiar em deuses falsos. Acreditar em amuletos é uma ofensa ao Deus verdadeiro.
O primeiro dos Dez Mandamentos de Deus diz que nós não devemos ter outros deuses, apenas o verdadeiro Deus. Seria o mesmo que uma pessoa ter pai e mãe, e no dia dos pais ou das mães, fazer homenagens a uma vassoura ou a uma pedra, desprezando, deste modo, o pai e a mãe verdadeiros.
Infelizmente, o medo e a ignorância levam as pessoas a confiar nestes objetos. Se você também tem algum objeto no qual você confia, pense um pouco: não é melhor confiar em Deus? Não é melhor confiar no Criador em vez de confiar na criatura? Se você tem algum amuleto, deixe-o de lado. Peça que Deus, por amor de Jesus Cristo, perdoe este seu erro, e passe a confiar apenas no Deus único e verdadeiro. Deus, que sabe todas as coisas, sabe que muitas vezes nós cometemos erros. Mas Ele é um Deus de amor. Ele nos corrige e nos aceita. Vamos confiar nele. Somente em Deus temos a proteção que tanto necessitamos para nossa vida. Quem confia em Deus, nunca será desamparado. Amém.
Rev. Erni W. Seibert, professor do Instituto Concórdia de São Paulo, em “Cinco minutos com Jesus”, 12.08.97 (Hora luterana, S. Paulo, Brasil).
O grupo deve debater e responder as seguintes perguntas:
1. Mencione alguns amuletos usados no Brasil.
2. A Bíblia também pode ser usada como um amuleto? Como?
3. Leiam Êx 20.3 e respondam: O uso de amuletos é o único modo de não cumprir este mandamento?
4. Leiam Cl 3.1-3,16-17 e respondam: Que lições podemos aprender destes versículos para aplicar ao tema da superstição?
SORTE OU AZAR?
Para muitas pessoas, sexta-feira 13 é um dia que pode trazer azar. Mas, o que diz a Bíblia sobre sorte e azar?
Quem acredita em sorte e azar, acredita em elementos sobre os quais não tem controle. Se tivesse controle, sucesso e insucesso não seriam resultados nem de sorte nem de azar, mas frutos do trabalho. Quem cuida de si mesmo e vai bem por isso, não tem sorte. Um motorista cuidadoso evita acidentes não por causa da sua sorte, mas porque tem cuidado. Quem é descuidado e vai mal por isso, não é nenhum azarado, mas sim descuidado.
Em geral as pessoas falam de sorte e azar porque eles não sabem o que pode acontecer no futuro. O fato é que ninguém pode prever o futuro. Como o futuro sempre é desconhecido, as coisas boas ou ruins que acontecem são atribuídas à sorte ou ao acaso. A Bíblia nos ensina que o futuro pertence a Deus, e que quem confia em Deus não precisa temer o futuro. Deus cuida daqueles que confiam nele. Não existe um dia mais favorável ao azar que outro. Pessoas que temem dias ou coisas ruins mais que a Deus estão se afastando do Deus verdadeiro. Pensar que a sexta-feira 13, ou qualquer outro dia, pode atrair sorte ou azar, é não acreditar no poder de Deus.
13 de agosto é apenas mais um dia que Deus põe em nossas vidas. Sejamos agradecidos por mais esse dia. O que há de especial neste dia, é que Deus o põe em nossas vidas como mais uma oportunidade para servi-lo. Tiremos de nossos corações todo o medo e todas as dúvidas, e confiemos no Senhor Deus. Através de Jesus Cristo, Deus nos concede a vitória sobre todos os medos e sobre todas as dúvidas. Em Cristo nós também podemos no 13 de agosto e no dia de hoje, servir ao Senhor
O Salmo 46.10,11 diz: Parem de lutar e fiquem sabendo que eu sou Deus. Eu sou o Rei das nações, o Rei do mundo inteiro. O SENHOR Todo-Poderoso está do nosso lado; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Você e eu temos um Deus que cuida de nossas vidas. Nós não precisamos temer o azar, nem devemos confiar na sorte. Amém.
Rev. Erni W. Seibert, professor do Instituto Concórdia de São Paulo, em “Cinco minutos com Jesus”, 13.08.97 (Hora luterana, S. Paulo, Brasil).
O grupo deve debater e responder as seguintes perguntas:
1. Esta oração aplica a outras áreas da vida? Por que?: Um motorista cuidadoso não evita acidentes por causa da sorte dele, mas porque tem cuidado. O que é negligente e não vai bem por isso, não é nenhum azarado, mas sim descuidado.
2. Leiam Mt 6.31-33 e respondam: o que nós chamamos “azar” na vida não é, na verdade, conseqüência de não procurar para Deus em primeiro lugar? Explique isto.
3. Um verdadeiro cristão pode viver atormentado pelas preocupações da vida, ou falar de sorte ou azar na vida dele? Por quê?
4. Leiam Cl 3.1-3, 16-17 e respondam: Que lições podemos aprender destes versículos para aplicar ao tema da superstição?
BENZEDEIRAS
Muitos pais procuram uma benzedeira em vez de um médico, quando seus filhos estão doentes. Eles acreditam que certas doenças, como soluço, insônia e outras, são melhor tratadas pela benzedeira que pelo médico. É verdade que os serviços médicos no Brasil muitas vezes são de difícil acesso e, por isso, no seu desespero, os pais procuram qualquer recurso que lhes esteja disponível. Porém, vale a pena meditar um pouco mais sobre este tema.
Deus deu aos seres humanos a razão. Pelo bom uso da razão o ser humano desenvolveu e continua desenvolvendo a ciência. Mas, na Bíblia, Deus nunca ensina que, no caso de doenças, as benzedeiras deveriam ser consultadas. Eles podem fazer o trabalho delas com intenções muito boas, mas a benzedura não é o caminho indicado por Deus para a solução dos problemas das pessoas. Por que não?
Em primeiro lugar, porque qualquer pessoa pode, por si mesma, fazer orações pedindo a ajuda de Deus. Não é necessário pedir a ajuda de alguém para orar em nosso favor. Você, eu, e cada um de nós, pode fazer seus pedidos diretamente a Deus. Jesus Cristo, o Filho de Deus, abriu o acesso de todos a Deus Pai. Além isso, não existe nenhuma fórmula secreta, que só alguns conhecem, por meio da qual nós podemos receber bênçãos especiais. Deus se revelou em Jesus Cristo, e a Palavra de Deus para os homens nós achamos na Bíblia Sagrada. Qualquer pessoa, lendo a Bíblia, pode saber tudo aquilo que Deus revelou para os seres humanos.
Se você já consultou uma benzedeira, ou mesmo se você é uma benzedeira, busque esclarecimentos sobre este tema na Bíblia. Deus também vai lhe ajudar a encontrar a verdade sobre este assunto. E, em vez de confiar em benzeduras, confie apenas em Deus. Você pode ter certeza que estará muito melhor protegido, se estiver nas mãos de Deus. Amém.
Rev. Erni W. Seibert, professor do Instituto Concórdia de São Paulo, em “Cinco com de minutos o Jesus”, 14.08.97 (Hora luterana, S. Paulo, Brasil).
O grupo deve debater e responder as seguintes perguntas:
1. Leiam Tg 5.14, 15 e respondam: Orar por uma pessoa doente e aplicar-lhe um remédio é condenado por Deus? Por quê?
2. Ainda com este texto, respondam: Quem salva o doente é o que ora por ele?
3. Com este texto podemos aprender que: 1°, nós devemos orar pelas pessoas doentes e ajuda-las na sua enfermidade; 2°, nós devemos ter muito cuidado antes de julgar ou denunciar um irmão como um curandeiro ou benzedeira. Vocês concordam com isso? Por quê?
4. Leia Cl 3.1-3, 16-17 e respondam: Que lições podemos aprender destes versículos para aplicar ao tema da superstição?
MERCADORIAS DE SATANÁS
Não se pode escapar dos fatos: os jornais mostram em destaque os horóscopos, a televisão diariamente apresenta em um ritual colorido profecias, crenças e ensinos espiritualistas, principalmente nas suas novelas e filmes, as crianças da rua ganham o seu pão diário deixando em nossas mãos folhetos de “Madame X”, “Professor Z”, etc., ciganos que querem estudar nosso passado e predizer, com um coquetel de fantasias, nosso futuro… As cartas, os amuletos, os videntes, os que consultam aos mortos, benzedeiras e médiuns se confundem num cenário doloroso que nos rodeia na vida diária.
Parece que o povo gosta de ser enganado! Ou haveria outra explicação para a abundância de todas essas práticas em nosso meio? Em primeiro lugar, por uma questão de justiça, é necessário citar a ignorância de nosso povo. É um quadro medieval. Lutero, quando fez visitações na Saxônia e em Meissen entre outubro de 1528 e janeiro de 1529, exclamou: “Meu Deus, quanta miséria não vi! O homem comum simplesmente não sabe nada sobre a doutrina cristã!” Certamente, não seriam outras as palavras dele hoje ao andar por nossa terra.
O homem, enquanto se desenvolve, está cada vez mais inquieto com o mistério da vida, não suporta o manto incômodo do desconhecido que está sobre seu futuro e corrói-se na ânsia de saber o que lhe reserva o amanhã. E nesta curiosidade doentia sai à procura de explicações, não importa onde seja. Disso vem a realidade que é descrita acima. E o círculo se estende como uma pedra na lagoa: a curiosidade, temperada com o medo, exige do homem a segurança sobre o futuro, para descartar todas as possibilidades de infelicidade. Nesse desejo, é necessário procurar proteção contra as forças que representam ameaças à vida. Vai junto também, nesta corrida para a superstição, uma boa dose de egoísmo, porque sempre soam agradáveis ao ser humano as promessas de prosperidade, paz, saúde, solução para os problemas insolúveis e negócios confusos, proteção contra os inimigos e sorte no amor. Espera-se, em fim, que na manipulação das forças superiores seja possível controlar a vida com as próprias mãos.
…
Falando da idolatria e da superstição, Lutero resume muito bem o assunto no Catecismo Maior, dizendo: “O erro está em que seu confiar é falso e errado, porque não é dirigido ao único Deus, além do qual, verdadeiramente, não há Deus, nem no céu, nem na terra. Por isso os pagãos, efetivamente, transformam a sua própria fantasia e sonho com respeito a Deus em ídolo e confiam no puro nada. É o que acontece com toda a idolatria. Porque ela não consiste apenas em erguer uma imagem e a adorar, mas, principalmente, em um coração que põe sua confiança em outras coisas e procura ajuda e conforto junto às criaturas, santos ou diabos, e não faz caso de Deus….”
O filho de Deus não deixa que o seu coração descanse e espere em outro que não seja Aquele que é a rocha, o ajudador, o socorro bem presente nas tribulações; não se entrega a práticas falsas, não compra nem aceita, sob qualquer argumento, as mercadorias de Satanás, mas confia seus problemas e sua vida a Aquele que tem todo o poder, glória e majestade nos céus e na terra, a Aquele em cujas mãos estão todos os seus dias.
Astomiro Romais, secretário da IELB, em Mensageiro Luterano, agosto de 1985.
O grupo deve debater e responder as seguintes perguntas:
1. O grupo concorda que a ignorância é uma das grandes causas da superstição do povo? Se for, o que nós podemos fazer para mudar isso?
2. O egoísmo também ajuda levar a pessoa à superstição. E o que podemos dizer sobre as pessoas que buscam certas igrejas e grupos religiosos que lhes prometem saúde, emprego, prosperidade, curas, etc.? Qual é a nossa motivação para procurar a igreja e a Deus?
3. Leiam Cl 3.1-3, 16-17 e respondam: Que lições podemos aprender destes versículos para aplicar ao tema da superstição?
SUPERSTIÇÃO E INFÂNCIA
A superstição é uma espécie de um culto ou “adoração religiosa”, condenada por Deus. No primeiro mandamento Deus recrimina toda a adoração que não se dirige a Ele. Deus reivindica para si esta exclusividade, porque é o único Senhor sobre os céus e terra, criador e mantenedor de todas as coisas. Não tem ele esse direito?
Todo o homem, ao nascer, traz consigo uma inclinação à superstição. É a tendência natural dos homens “adorar e servir a criatura, em vez do Criador” (Rm 1.25). Mesmo que no batismo Deus opera uma mudança na vida do homem, Satanás continua tentando confundir sua mente; inverter valores reais por coisas banais; separar o homem de Deus. Na vida cristã não existe lugar para a superstição. Deus diz em Isaías 42.8 que ele é o Senhor e sua glória ele não dá a outros.
Com a toda a ciência e evolução tecnológica, séria lógico pensar que no mundo de hoje não houvesse lugar para a superstição. O homem continua tão supersticioso, ou mais que antes. Infelizmente, verifica-se também que no seio da igreja cristã encontramos muitas pessoas supersticiosas. Existem muitos medos e reservas para com certas coisas como se fossem pequenos deuses capazes de ajudar ou prejudicar. A superstição não é uma simples “manifestação folclórica”, como muitos a querem justificar. Superstição é coisa demoníaca, condenada por Deus.
A infância não é uma fase excelente para, na vida de uma pessoa, enraizar-se a superstição? Quantas histórias fantásticas, contos de fadas, cheios de fantasia, personagens místicos, poderosos, extraterrenos, semideuses, bons ou maus, belos ou assustadores, são apresentados às crianças? Em uma inofensividade aparente, encontramos verdadeiras escolas de superstição. Se a criança tivesse a capacidade de distinguir entre a fantasia e a realidade, seu efeito não seria tão ruim. Inocentemente as crianças usam a máscara de seu personagem favorito. Deste modo, lentamente, forma-se um grande supersticioso.
Estamos ensinando para nossas crianças a verdadeira história do Deus que age maravilhosamente no mundo com a sua Palavra, ou ensinamos para eles apenas histórias de bruxas que fogem quando ouvem a palavra mágica?
“Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele” (Pv 22.6).
“Quanto a estes pequeninos que crêem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para essa pessoa que ela fosse jogada no lugar mais fundo do mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço” (Mt 18.6).
Rev. Paulo E. Jung, pastor da IELB, em Mensageiro luterano, agosto de 1985.
O grupo deve debater e responder as seguintes perguntas:
1. Os pais podem, com ou sem intenção, levar seus filhos à superstição? Como?
2. Que influência podem ter a televisão e os jogos eletrônicos (videogames) sobre as crianças quanto às práticas supersticiosas?
3. É certo que os pais cristãos deixem a educação cristã de seus filhos somente nas mãos dos professores de escola bíblica? Por quê?
4. Leiam Cl 3.1-3, 16-17 e respondam: Que lições podemos aprender destes versículos para aplicar ao tema da superstição?
CONCLUSÃO
Os ídolos deles são prata e ouro, trabalho de mãos de homens.
Eles têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêm.
Têm ouvidos, mas não ouvem; têm narizes, mas não cheiram.
Têm mãos, mas não sentem; têm pés, mas não caminham.
Eles não falam com a sua garganta.
Semelhantes a eles são os que os fazem, e qualquer um que confia neles.
O mais estudo cada vez mais freqüente e profundo da Palavra de Deus, a participação nos cultos e na Santa Ceia e, principalmente, uma confiança cada vez mais firme em nosso Salvador Jesus Cristo, são as armas que nós cristãos temos para nos defender das superstições e de todas as outras tentações.
No entanto, também são nossas armas de ataque, para ensinar a outros os perigos das superstições e lhes mostrar o caminho da salvação, o caminho que nos liberta de todas as preocupações, especialmente da preocupação sobre nosso futuro eterno.
Praticar as coisas supersticiosas é viver em pecado, e o apóstolo João diz que “o que pratica o pecado pertence ao diabo.” Porém, o mesmo João diz que “para isto o Filho de Deus se manifestou, para destruir as obras do diabo” (1Jo 3.89).
Assim, concluímos este estudo com as palavras do livreto As Preocupações:
Foi deste modo que Jesus Cristo pagou por nossos pecados para que Deus nos perdoe. Ele morreu em uma cruz para que todos os que creiam nele fiquem limpos, sem manchas e perfeitos diante de Deus, preparados para receber esta vida nova.
E cada vez que alguém crê em Jesus Cristo Deus envia seu Espírito Santo ao coração da pessoa como garantia de que ressuscitará depois de sua morte e desfrutará para sempre dessa vida.
O futuro depende de nossas convicções e por isso nossas preocupações pelo futuro também. De nós depende viver na incerteza e preocupa,cão pelo desconhecido ou descansar na segurança de nossa liberdade e a salvação que nos oferece Deus em Jesus Cristo.
Que Deus nos conceda sempre viver na verdadeira fé, que descansa na segurança da salvação que o Senhor Jesus Cristo conquistou para todos nós e que vence todos os problemas, preocupações e, principalmente, nos dá a vida eterna. Amém.
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