ARTIGO: DE BEM CONSIGO MESMO
Quem é o seu melhor amigo? Quem é a pessoa que você mais gosta? Certa vez conheci uma pessoa que, por isso não gostava de ficar sozinha. Isto nos leva a pensar sobre autoestima, que é a avaliação do valor e da competência que alguém faz de si, que pode estar “desregulada”, fora da realidade, em desequilíbrio, ser alta ou baixa.
Exageradamente alta aparece em pessoas orgulhosas, prepotentes, que se julgam melhores que as demais, o que atrapalha bastante os relacionamentos.
O mais comum, porém, é encontrarmos pessoas que não se gostam, que não se valorizam e por isso mesmo acabam sendo infelizes. Esta situação geralmente surge num lar onde se criticava muito e elogiava pouco, onde somente os defeitos eram apontados. Ou ainda em rótulos e apelidos recebidos na escola por professores e colegas que marcaram profundamente a imagem que a pessoa faz de si.
Por não se gostar, a pessoa tem dificuldade em lutar pelos seus direitos ou argumentar quando se sente prejudicada, deixando assim os outros a manipular ou abusar da sua boa vontade. É aquela pessoa que “não tem boca pra nada”.
Uma pessoa com baixa autoestima sempre se coloca num patamar inferior num relacionamento amoroso, como se o outro fosse “tudo” e ela fosse “nada”. Isto se manifesta num exagero de demonstrações de carinho, quase sufocando o outro. É comum ficar cobrando carinho. Ela também sempre está desconfiada que pode ser trocada ou descartada a qualquer momento, ou que está sendo traída. Vive insegura, demonstrando um ciúme desmedido.
Uma pessoa assim tende a se colocar numa posição de vítima da vida, tentando fazer com os outros tenham pena dela. Tem também dificuldades em aceitar elogios, pois tudo soa falso e interesseiro. Se a própria pessoa não se gosta, como o outro vai gostar dela?
Para quem sofre deste problema, a conscientização é um bom começo, como também algumas sugestões bem simples:
· Não coloque sobre si rótulos negativos (burro, feio, chato), temos a tendência a nos tornar aquilo que “achamos que somos”. Use as palavras a seu favor.
· Perdoe-se do passado. Não há como voltar e você está carregando um peso desnecessário, que só atrapalha e tira a energia para viver o presente e a motivação para construir um futuro melhor. Além do mais, se Deus perdoa você através de Jesus, por que não se perdoar? Você quer ser melhor que Deus?
· Perdoe as outras pessoas. Não guarde mágoas. Isto traz muita infelicidade.
· Seja bondoso consigo quanto seria com qualquer outra pessoa que você ama. Se você sabe agir assim com os outros, seja querido com você mesmo.
· Evite comparar-se com os outros, você é uma pessoa única criada por Deus, descubra coisas que você faz bem, seus dons e talentos. Quando você fizer alguma coisa boa ou bonita, reconheça e se alegre com isso. Um trabalho bem feito traz um reconhecimento gostoso de dizer “eu fiz, eu realizei”.
· Cuidado com pessoas que só criticam e reclamam de tudo e, principalmente, não seja uma dessas pessoas. Procure estar com pessoas otimistas, animadas, alegres que consideram cada dia um presente de Deus para viver bem e feliz.
· Aprenda a rir das coisas simples da vida. As crianças têm muito a nos ensinar neste sentido. Também é possível rir de si mesmo, dos seus erros, do que acontece no dia-a-dia.
· Nas dificuldades, relaxe e mantenha a calma. Preocupação e angústia só tiram a alegria de viver. Lembre-se que “tudo” não depende de você, confie em Deus e faça o que puder.
· Cuidado com a ênfase exagerada na aparência, a autoestima equilibrada está na cabeça e não no corpo. Há pessoas lindas, que se acham horríveis, por não estar bem consigo mesmas. Por outro lado, a atividade física faz muito bem para o corpo e para a cabeça.
Que você possa ser a sua melhor companhia, sendo mais feliz, e fazendo os outros felizes também.
Flávio Luis Hörlle, pastor luterano e psicólogo clínico
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