Domingo de Ramos.
Textos: Sl. 118.19-29, Is. 50. 4 - 9, Fp. 2.5-11, Mt. 21. 1 – 11.
Texto Base: Mt. 21. 1 – 11.
Tema: Doação da Vida por Amor.
Pastor: Lucimar Velmer
Domingo de Ramos ou da Paixão:
A quaresma é o período litúrgico em que somos convidados a refletir sobre a nossa situação de pecadores e o merecimento da condenação por causa do nosso pecado. Mas a quaresma nos anima a olhar para a cruz de Cristo, o seu sofrimento e morte para nos livrar da condenação eterna.
Este é o ultimo fim de semana da quaresma, onde damos inicio a semana da Paixão de Cristo, a liturgia da igreja nos convida a contemplar esse Deus que, por amor, veio ao nosso encontro, se integrou na miséria da nossa humanidade, para nos acolher, fazendo-se servo sofredor. Um Deus servo, que na sua ultima semana de vida Deixou-se matar para que nosso egoísmo e nosso pecado fossem vencidos. A cruz que está no caminho de Jesus, apresenta-nos a lição suprema, o último passo da sua caminhada para a vida nova que, em Jesus, Deus nos oferece: Neste Domingo de Ramos louvemos Jesus simplesmente pela doação da vida por amor.
Para nos doar a vida por amor, Jesus deixou de lado todo o orgulho e escolheu a obediência ao Pai e entregando-se aos nossos flagelos e misérias para nos dar abundancia do seu perdão.
A caminho da consumação da sua obra vicária, a caminho da morte para nos dar a vida, Jesus apresenta-se em Jerusalém cumprindo o que a Escritura diziam a seu respeito. Apresenta-se como Rei. Um rei diferente, que vem em humildade e bondade (Fp 2). Que é a nossa luz (Sl 118.27). Que traz a boa palavra ao cansado (Is 50.4). Mostra que as aspirações humanas de poder e honra estão muito distantes dos planos de Deus. O Reino que Cristo veio estabelecer não é deste mundo e não segue os padrões mundanos. É um Reino de graça e paz, que abrangerá a todos que aceitarem em seu coração o glorioso Rei e Salvador. É um Reino Que dará vida aos corações quebrantados.
A entrada solene de Jesus na cidade santa foi o ponto que marcou inicio da sua luta dolorosa para a conquista deste Reino. Jesus, como Rei, assumiu a frente de batalha a fim de reconquistar a todos nós que estávamos perdidos e condenados. Neste sentido, os Gritos de Hosana entoados pelo povo de Jerusalém adquiriram uma significação e um estrondar eterno. Pois ao sabermos que a luta de Jesus não foi por território, ouro ou prata, mas para nos tirar do império das trevas e nos trazer para o reino da sua maravilhosa Luz, devemos entoar incessantemente este Rei que veio para nos dar vida.
A Entrada Triunfal de Jesus Inaugura o reinado de Deus sobre os crentes. Todos os homens estavam perdidos por causa do pecado, e por isso se achavam debaixo do domínio do diabo. Mas com a entrada Triunfal, Jesus caminha em direção a retomar a posso do seu reinado, mesmo sabendo que o seu trono seria uma cruz e, a sua coroa de espinhos.
Jesus adentra com humildade em direção ao reino a ser reconquistado para si. Ao invés de um majestoso cavalo Branco, ele usa um humilde jumento, um animal de carga, demonstrando que o seu reinado não será pautado pelo luxo e pela exploração, mas antes pelo amor ao próximo que deve ser demonstrando dia a dia na vida dos seus súditos.
A luta para conquistar este reinado, e resgatar de novo o seu povo vai ser grande, mas Jesus caminha disposto a lutar, pois ele está armado de misericórdia por cada um de nós pecadores, e por isso ele entrou disposto a dar a sua própria vida, para tirar todo o crente das mãos e do poder do diabo e trazê-las para o reinado de Deus que ele estava inaugurando
Com os ramos nas mãos, o povo de Jerusalém, saudou o grande Rei que se fez humilde, dizendo-lhe Hosana. Mas, será que eles realmente entenderam qual foi o sentido disso tudo?
Ao aclamarem Jesus como Rei, o Povo esperava que Jesus colocasse fim na pesada forma romana de governar. E por isso a esperança de prosperidade, riqueza e dias melhores se concentravam em Jesus. Acreditava-se que ele iria trazer libertação para um povo dominado, politicamente por Roma e culturalmente pelos Gregos e, assim traria felicidade e bem estar reafirmando a soberania e o orgulho da nação Israelita.
Porém consciente de que Seu reinado não seria Político, Jesus quer governar sobre nossas almas, e para reinar sobre nossas almas, Jesus precisava sofrer o castigo que nós merecíamos, e assim nós livrar da morte conquistando-nos com seu sangue e, tirando nos do reino das trevas para o reino da luz. É neste sentido, que hoje, o grito de "Hosana, Bendito o que vem em nome do Senhor" deve continuar sendo entoado por nós. Nós não aclamamos um rei com poderes terrenos, mas nós aclamamos o Senhor e Soberano sobre nossas almas.
No Reino de Cristo não existe Fronteiras, mas ele entrou em Jerusalém disposto a abraçar o mundo inteiro, estendendo os seu braços sobre a Cruz, no Reino de Cristo, não existe cor, raça ou posição social, mas a todos quanto crêem em seu nome Ele os declara filhos e herdeiro de Deus.
No dia do Nosso Batismo, todos nós fomos feitos cidadãos deste Reino que Cristo inaugurou, quando professamos a nossa fé, seja pela confirmação ou por profissão de fé, prometemos colocar nossa fidelidade a esse Rei e a esse Reino acima de qualquer outra coisa.
Mesmo estando a mais de vinte séculos do momento em que Jesus entrou triunfante em Jerusalém precisamos entender que a realidade do reinado de Deus inaugarado por Jesus, é valida também em nosso tempo. Pois a partir do momento que Jesus é erguido no seu trono, chamado Cruz, ele como Rei Julga e transforma a historia humana, decidindo assim sobre a vida de todos em todos os tempos.
Todos quantos crêem ou creram no seu nome como salvador, e terem ou tiveram a ele como Rei e Senhor de suas vidas, foram selados para a salvação eterna, todos quanto não reconhecem, ou não reconheceram nele, o senhorio e a autoridade de um Deus salvador, foi lhes reservado o castigo eterno.
Nós Crentes confessamos que tudo, na nossa vida e no mundo, pertence ao Cristo, que nada pode ser subtraído ao único e exclusivo Mestre e, que nenhum domínio de nossa existência escapa de seu império e de sua ação redentora.
As leituras Bíblicas e toda a liturgia de Hoje nos relembram acontecimentos passados; mas todo o sentido e toda a virtude da vida da igreja consistem precisamente em transformar a lembrança em realidade. E por isso que como resgatados de Cristo, e pertencentes ao seu reino precisamos afirmar em nossa vida, confessando a nossa fé, não só de boca, mas também, através da pratica das nossas ações, fazendo do Reinado de Cristo em nós, um Reinado de amor evidenciado na bem estar de todos que nos rodeiam.
Nós que recebemos esta dádiva da vida renovada e perdoada, que Deus, por amor, nós concede em Jesus, somos convidados a fazer um comparativo entre a vida que estamos levando e a vida que nos é anunciada no evangelho. Com isso dia a dia somos desafiados a buscarmos o melhoramento de nosso ser, intensificando a pratica dos princípios essenciais de nossa fé, a fim de acolhermos e integrarmos nesta vida recebida de Cristo, aqueles que se encontram nas trevas, compartilhando com eles a vida que Cristo nos doou.
Assumindo assim a nossa parcela de responsabilidade para com o destino da humanidade, precisamos ampliar o domínio do Reino de Cristo, anunciando o poder e glória do seu nome, conquistando corações que ainda estão na escuridão da descrença, sob o domínio de Satanás.
O mundo vive como se o acontecimento decisivo feito por Cristo, jamais tivesse ocorrido, como se Deus não tivesse morrido na cruz e como se, nele, o homem não tivesse ressuscitado dentre os mortos.
Mas nós, cristãos, cremos, que este mesmo Rei, que outrora entrou humildemente em Jerusalém para salvar o pecador arrependido, virá em poder e glória, Como Rei único sobre todas as nações, cercado pelo mais poderoso exercito, o exercito de Anjos, para anunciar sua sentença sobre todos os corações descrentes, e trazer para a glória definitiva do Seu reino a todos os Crentes.
Que o Espírito Santo de Deus, nós de sempre fé, para nos acharmos contados no reino de Jesus. Amém.
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