Domingo de Ramos ou da Paixão – 28/03/2010
Os textos do dia: Sl 118.19-29 ou Sl 31.9-16 / Dt 32.36-39 / Fp 2.5-11 / Lc 22.1-23.56 ou Lc 23.1-56 [ou Lc 19.28-40] ou Jo 19.17-30
Autor: Marcos Schlemer Weide
Sl 118.19-29: Deus é quem dá a vitória ao Seu povo (v.24). Assim como Deus esteve agindo no êxodo e no retorno do exílio, assim também a vida, morte e ressurreição de Jesus são o agir salvífico do próprio Deus em favor de todos. A entrada de Jesus em Jerusalém marca os últimos passos rumo à cruz, mas também aponta para o domingo de Páscoa, o dia da vitória do SENHOR.
Dt 32.36-39: O Senhor se compadece dos Seus e os salva. Ele é o único Deus, Ele mata e faz viver, Ele fere e Ele sara. Deus é soberano sobre todas as coisas. Ele é o nosso rei.
Fp 2.5-11: Texto clássico do Domingo de Ramos. Jesus assumiu a forma de servo para nos libertar da nossa escravidão espiritual. Porém, também assumiu a forma de rei para servirmos a ele na liberdade do amor ao próximo.
Lc 19.28-40: Jesus entra como Rei em Jerusalém, aclamado por uma multidão que vinha comemorar a Festa da Páscoa. É chegada a sua hora. Os últimos eventos estão por acontecer. Ele não vem montado em grandes cavalarias, mas na humildade de um jumentinho, demonstrando que Seu reino não é deste mundo.
O texto do sermão: Lc 19.28-40
vv.28-29: Jesus estava a caminho de Jerusalém. Desde Lc 9.51 a narrativa de Lucas aponta para este momento, quando Jesus deveria chegar em Jerusalém, Seu destino final. A história toda é que Jesus foi na sexta-feira de Jericó para Betânia, descansou ali no sábado e foi a um banquete oferecido pelos seus amigos de Betânia quando o sábado já havia terminado, ao pôr do sol. A Sua entrada em Jerusalém aconteceu no domingo. Isto sabemos pelo evangelho de João (Jo 11 e 12).
vv.29-35: Os dois discípulos receberam uma ordem: ir e trazer o jumentinho. Tudo aconteceu como Jesus havia dito que iria acontecer. O jumento indica humildade. Normalmente nobres e reis montavam em cavalos, até mesmo nas batalhas os cavalos eram utilizados. Mas o jumentinho indica humildade e paz.
v.36: Realmente, enquanto Jesus seguia no jumentinho, muitas pessoas despiram-se de suas vestes e as estenderam no chão sobre o caminho, fazendo assim um tapete para o jumentinho pisar. Isto foi um ato espontâneo de submissão que estava associado com a mais alta honra. O tempo imperfeito declara que foi uma ação contínua. Enquanto Jesus passava, as vestes eram levantadas e logo estendidas novamente diante dEle.
v.37: A multidão que louvava a Deus em alta voz provinha de todas as partes do país e um grande número procedia da Galiléia; eram peregrinos que se encaminhavam para a grande festa da Páscoa. Estas pessoas haviam presenciado muitos dos milagres de Jesus.
v.38: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor!” Apesar de cada evangelista referir-se às exclamações de maneiras diferentes, esta formulação aparece em todos. Jesus aceita a aclamação de Rei. Ele realmente o é e agora todos deveriam saber disto. A formulação “Paz no céu e glória nas maiores alturas!” remonta ao cântico dos anjos proferido por ocasião do nascimento de Jesus. Quantos se deram conta disso na ocasião? João 12.16 nos revela que nem mesmo os Doze estavam conscientes de que estava se cumprindo a profecia de Zc 9.9.
v.39-40: Os fariseus pedem para que Jesus mande parar com toda aquela algazarra, visto que aos seus ouvidos, aquilo tudo era uma grande blasfêmia. Jesus responde com uma frase que geralmente se entende num sentido proverbial, cujo significado é que Jesus devia ser saudado como bem-vindo neste dia.
Comentários Homiléticos:
Jesus é Rei, mas não é um rei comum. Ele é um rei que monta um jumento emprestado ao invés de um cavalo, um rei de pescadores, de coletores de impostos, de samaritanos, de prostitutas, de aleijados, enfim, um rei de pecadores. O reino que Jesus está trazendo ao mundo não é um reino de prosperidade absoluta, de plena fartura, de cura para todos os males, mas é um reino de perdão, onde o próprio rei nos vem servir com Sua palavra, sacramentos e providência em nossas necessidades. O texto de Filipenses explana isso de maneira muito eficaz. Jesus mesmo sendo Deus não quis ser igual a Deus, mas preferiu assumir a forma de servo. Ele podia ter toda a honra e glória, mas decidiu Se entregar à morte por nós. O ser humano não é assim. Nós somos motivados pelo “eu quero, eu posso, eu desejo”. Até mesmo quando servimos os outros pensamos: “como isso me faz bem”. Jesus nos teve em alta consideração, amando a todos indistintamente, e isso nos motiva agora a termos em nós o mesmo sentimento que havia em Cristo Jesus (Fp 2.5).
O Domingo de Ramos ou da Paixão é um dia propício para lembrar e meditar nas obras de Deus em favor do Seu povo, culminando com a vida e obra de Jesus Cristo em favor de nós. A mensagem da salvação precisa ser pregada em todos os lugares e em todos os tempos, a fim de que muitos possam ser salvos. Os textos de hoje convidam o pregador a apresentar um Deus gracioso, soberano, servidor, e que oferece um reino diferente dos outros reinos, onde os fracos são fortes, os primeiros são os últimos, os humildes são exaltados e os pecadores são perdoados.
Esboço 1
JESUS É O REI DA NOSSA VIDA!
1) Nosso conceito de reino...
a) Presença de um rei que governa com autoridade (guerras, decretos).
b) Um sistema que proporciona bem estar e segurança, mediante o pagamento de impostos.
2) O reino de Jesus não é um reino comum...
a) Porque Jesus é o Príncipe da Paz (paz, amor, longanimidade).
b) Porque nos provê todo o necessário nesta vida por graça.
c) Porque ainda garante a herança da vida eterna junto a Deus.
3) Este reino começa ainda nesta vida...
a) Na Palavra pregada pura e corretamente
b) No Batismo e na Santa Ceia
c) Na comunhão, ainda que imperfeita, com nossos irmãos de fé
Esboço 2
ESTAMOS NO REINO DE JESUS!
1) Pela fé recebida no Batismo inteiramente por graça.
2) Pela presença da Palavra de Deus em nosso meio.
3) Pela comunhão da Santa Ceia, com Cristo e os nossos irmãos de fé.
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