Primeiro dia da semana. O mais importante domingo da história do mundo.
No entanto, um grupo de pessoas estava triste, abatido, com os olhos marejantes de lágrimas. O melhor amigo deles havia sido cruelmente morto ... havia sido crucificado. Por quê? todos estavam a se indagar. E nesta confusão de idéias, dirigiram-se ainda madrugada à sepultura. A saudade os impelia a este encontro.
Eis que, repentinamente, ao se aproximarem do túmulo, viram que a pedra que guarda a entrada do sepulcro estava revolvida. O que teria acontecido? Seria mais um ato de represália? Temerosos, entraram no túmulo, e viram os lençóis, o lenço que cobrira o rosto do Mestre mas não encontraram o seu corpo. E nem poderia haver corpo.
O Mestre havia ressuscitado! Jesus estava novamente VIVO! A Igreja Cristã, no mundo todo, celebra no domingo de hoje a Páscoa - a ressurreição de Jesus Cristo.
Em todas as Igrejas Cristãs, desde a mais simples capela, até a mais majestosa catedral, a mesma mensagem é hoje anunciada: "Christus Vivit - Cristo vive." Nas mais diversas línguas e dialetos, o mesmo cântico é entoado:
Ressurgiu Jesus, Senhor Aleluia! Anjos e homens, com fervor, Aleluia! Erguem seu triunfo aos céus, Aleluia! Aclamando ao nosso Deus. Aleluia!
Talvez alguém possa perguntar: "Mas por que tanto alarido ... por que tanta celebração em torno de uma pessoa, em torno de uma data?" Sabe-se que todos os países, reinos e nações, cultivam seus heróis. Celebram suas datas cívicas. Os forjadores da pátria são lembrados de geração em geração. O objetivo é manter vivo o espírito patriótico. Cultivar o sentimento de nacionalidade. O povo que omite ou esquece sua história, não merece ser nação.
A Igreja Cristã, nas palavras do apóstolo Pedro, é "nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus". Assim também celebra suas datas magnas e lembra seus heróis da fé. O objetivo "louvar e agradecer a Deus pelas bênçãos recebidas, através dos seus servos, no engrandecimento da sua Igreja".
O maior e exclusivo herói - o fundador da Igreja Cristã do Novo Testamento é JESUS CRISTO. Não se iguala a nenhum outro líder ou herói na história da humanidade. Jesus Cristo é único. Em que consiste esta diferença e exclusividade? Na sua divindade. Jesus Cristo é verdadeiro Deus. Jesus Cristo é o Messias prometido no Antigo Testamento, e, por isto mesmo, "o Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz".
O propósito da humanação de Jesus foi a salvação do homem pecador. O pecado algemou o homem a Satanás, à eterna condenação. O homem estava irreparavelmente perdido se o próprio Deus não tivesse interferido. E foi o amor de Deus em Cristo Jesus que trouxe o perdão, a salvação, a vida eterna ao homem. Jesus Cristo, como verdadeiro homem, nascido da virgem Maria, cumpriu a lei de Deus, sofreu e morreu pelos pecados da humanidade, como substituto individual de todos os homens.
Jesus Cristo, como verdadeiro Deus, venceu a Satanás através da sua ressurreição, provando assim a sua divindade. Por isto a Igreja Cristã confessa no segundo Artigo: "Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus, gerado do Pai desde a eternidade, e também verdadeiro homem, nascido da virgem Maria, é meu Senhor. Pois me remiu a mim, homem perdido e condenado, me resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo; não com ouro ou prata, mas com seu santo e precioso sangue e sua inocente paixão e morte... "
A pedra revolvida na entrada do túmulo, o sepulcro vazio, eram apenas provas exteriores. Mas o encontro pessoal de Jesus com seus discípulos, na manhã pascal, mostrandolhes o lado ferido pela lança do soldado, eram e continuam sendo provas absolutas e insofismáveis da sua ressurreição.
E esta certeza gerada pela fé no Salvador Jesus Cristo, é a força da Igreja Cristã. A ressurreição de Jesus é a grande mensagem da Igreja Cristã. Enquanto a Igreja existir, também se fará ouvir a pregação do Cristo ressuscitado. Naquele primeiro domingo de páscoa aconteceu um detalhe muito importante. Um dos discípulos que fora de manhã bem cedo ao túmulo, vendo o mesmo aberto, vendo a pedra revolvida, vendo apenas os lençóis, o lenço e não encontrando o corpo de Jesus, compreendeu imediatamente o que havia acontecido. Jesus havia ressuscitado. E sem ter ainda visto o Mestre vivo diante de si, ele creu na ressurreição. Era o discípulo chamado João.
Mas nem todos imediatamente creram. O discípulo chamado Tomé foi taxativo: "Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o meu dedo, e não puser as minhas mãos no seu lado, de modo algum acreditarei." Talvez o meu prezado ouvinte também tenha dúvidas. Isto é natural. Perfeitamente compreensível. Mas não permita que esta dúvida se torne em obstinação perniciosa. No encontro de Jesus com Tomé, este último foi severamente advertido por Jesus: "não sejas incrédulo Tomé, mas crente". Tomé compreendeu esta repreensão. Arrependeu-se. Adorou a Jesus. E confessou: "Senhor meu e Deus meu".
Até o dia do Juízo Final, Jesus não aparecerá mais a ninguém de forma visível. Até lá ele se revela apenas pela Escritura Sagrada - a Bíblia.
É através da Escritura que Jesus quer encontrar-se com os homens. A presente mensagem que o amigo está lendo é o encontro que o Cristo ressussitado estabelece hoje com você.
Faça deste encontro o dia mais importante da sua vida. A data é propícia. A mensagem é específica. Abandone a dúvida. Não há razão
para incerteza. Siga o exemplo daquele discípulo que, ao entrar no túmula "viu e creu" na ressurreição de Jesus. Diga assim também, convictamente: "Senhor meu e Deus meu." Esta é a confissão do homem pecador, salvo pelo sangue de Jesus. Esta é a confissão da fé no Cristo ressuscitado. Amém.
Rev. Walter O. Steyer
Revista Igreja Luterana 1985/1 Pg 79
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