COISA DE LOUCO
BABY. ( Chorando no meio do palco) Eu quero...
DOUTORA. (Toda preocupada e descabela) Eu faço tudo pelos pacientes que tenho, eu me preocupo muito com eles, as vezes fico indecisa a respeito da minha profissão. Será que vale a pena?
SECRETÁRIA. Doutora, Mary...
DOUTORA. Quantas vezes eu já lhe disse que meu nome não é Mary, que se pronuncia e sim Meury, como Meury Moroow!!!
SECRETÁRIA. Morei. Mas doutora Meury, os teus pacientes, que de pacientes não tem nada, pois já estraçalharam com a minha roupa.
DOUTORA. Não precisa se preocupar, pelo que sei, hoje vem o papai Noel...
SECRETÁRIA. Ah, que bom, pelo menos aqui nós temos papai Noel o ano inteiro, afinal cada louco com a sua mania. Eu já encomendei para ele uma roupa super forte, á prova de loucos.
DOUTORA. E quem é o primeiro paciente, hoje, heim? É esta gracinha aqui...
SECRETÁRIA. É este baby aí, e que gracinha não tem nada. Parece um caso sem solução...
DOUTORA. Veremos Justina, veremos. Agora pode nos deixar à sós.
SECRETÁRIA. Tudo bem(sai).
DOUTORA. Olá coisinha fofa...
BABY. Não é mamãe...
DOUTORA. Essa televisão, essa televisão... realmente eu não sou sua mãe, mas quero te ajudar a encontra-la. Como é a sua mãe?
BABY. Ela é bem fofa...
DOUTORA. Ela é gorda. (colocando almofadas no corpo).
BABY. Gorda não. Ela é só bem nutrida. Tem o cabelo cor de fogo. E uma grande pinta na ponta do nariz. Ela é tão bonita.
DOUTORA. Ela deve fazer uns doces...
BABY. Como você adivinhou? Ah... que saudade da mamãe... até hoje guardo o presente que ela me deu. Gostava de ouvir o tic tac de seus tamancos... ( escutando o tic tac) mamãe ... onde você está? Eu quero mamãe...
DOUTORA. Estou aqui queridinho...
BABY. Mamãe... eu havia me esquecido como você era feia...
DOUTIORA. Que filho ingrato você é... nem abriu o presente que te dei (chora).
BABY. Vou abrir agora...( abre e tem uma roupa de homem).
DOUTORA. Ora você não é meu filho... seu impostor... meu filho é um homem...e ... você nem saiu das fraldas.
BABY. Eu sou seu filho... eu visto esta roupa...
DOUTORA. Eu quero um filho adulto, que saiba caminhar com suas próprias pernas e vista calças... e... não fraudas. Que use camisa em vez de babador e use cinto em vez de fita adesiva.
BABY. (vestido de homem) vai até o espelho estou curado...
DOUTORA. (brincando) vem cá filhinho, como você está pálido, está indo dormir muito tarde, agora eu me cuido sozinho. Algum compromisso para mais tarde doutora?
DOUTORA. Pode acertar na saída... mais que canseira...
SECRETÁRIA. (entra correndo) socorro doutora!... a senhora vai ter que atender aquele tarad0, ele só fica me atacando.
DOUTORA. Pode mandar entrar... ah eu já não sei o que me cansa mais se são os pacientes ou se é a Justina.
JUVENAL. Uau... é uma doutora...
DOUTORA. Pode parar de te assanhar, e vamos ao teu problema, para essa sobrecarga de energia.
JUVENAL. Desde a Cláudia,... ela foi a culpada... ela me rejeitou, eu a odeio por isso...
DOUTORA. Me fale sobre essa Cláudia ... como ela é...
JUVENAL. Maravilhosa, linda, exuberante, aqueles cabelos longos, lindos,... aquela boca carnuda e vermelha... aquelas maçãs de peito enormes... ela usava saias longas que destacavam aquela poupançona... a Cláudia era uma mulherona...
DOUTORA. (enquanto ele falava, ela se fantasiava de Cláudia) querido, meu super homem...
JUVENAL. Quem é você?
DOUTORA. Sou a tua maravilha...
JUVENAL. Cláudia???
DOUTORA. Eu mesmo... vem cá queridinho...
JUVENAL. Você está diferente...
DOUTORA. Será o meu cabelo?
JUVENAL. É outra coisa...
DOUTORA. Será as minhas maçãs?
JUVENAL. Não...
DOUTORA. Ou será que a minha poupança não rendeu tantos juros?
JUVENAL. Não...
DOUTORA. Mas... o que será... queridinho... vem cá... (abraçando-o)
JUVENAL. O que é isso? ( correndo dela).
DOUTORA. Vem cá gracinha... meu garanhão... vem
JUVENAL. Ta me achando com cara de que heim? sua pervertida...Você está querendo me arrastar para o mal caminho... eu não sou nenhum tarado... tarado... eu estou curado doutora... curado... que maravilha...
DOUTORA. Você tem certeza?
JUVENAL. É claro doutora.
DOUTORA. Então pode acertar na saída. Passar bem. Acho que não consigo atender mais ninguém
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