TEOLOGIA PASTORAL
( T.P. 1 )
01. Introdução: TÁBUA DOS DEVERES (Cm 2 e 3 p. 381)
1.1. Aos Bispos, Pastores e Pregadores
Versículos básicos: 1 Tm 3. 2-6; Tt 1. 6-9
1.2. O que os Cristãos devem aos seus Mestres e Curas D’Alma
Versículos básicos: Lc 10.7; 1 Co 9.14; Gl 6.6 e 7; 1 Tm 5.17 e 18; 1 Ts 5.12 e 13; Hb 13.17.
a) A Teologia Pastoral
1.3 O que é Teologia Pastoral?
Teologia, derivada de duas palavras gregas : ( Teo,j + lo,=goj }, que significa Deus + palavra. Podendo ser tanto palavra escrita, como palavra falada. Portanto Teologia é o Estudo falado ou escrito que revela a Deus. Baseados nisso, podemos afirmar que Teologia não é ciência como alguns a definem, pois tudo na Teologia provém da Revelação da Escritura Sagrada. Apesar da Teologia se portar como uma ciência, ela não pode ser tratada como ciência pois não parte do homem e nem pode ser tratada racionalmente como as demais ciências, pois a Teologia é revelação de Deus, que por sua Palavra produz fé.
Pastoral, provém da palavra grega (poimh`n) = Pastor. A Pedro, o Cristo ressurreto, designou ao cargo pastoral: “poi’’,maine ta` proba,tia, mon” Jo 21.16. O Ofício Pastoral, recebe de Cristo o BOM PASTOR o seu derivado ( Jo 10. 11, 14 ). O exercício do ofício pastoral tem em Cristo o Bom Pastor seu modelo, que se caracteriza por servir, por serviço ( v.11).
Teologia Pastoral é portanto o estudo de tudo que envolve a atividade do Pastor.
b) Panorama do Ministério Pastoral
- Na visão dos Reformadores:
Livro de Concórdia(LC)
CA. Art. V, p.30; Art. XV, p.34; Art. XXIII, p.42; Art. XXVII, p.51; Art. XXVIII, p.56.
.
AC Art. XIV, p. 226; Art. XXIII, p.253; Art. XXVII, p.288.
.
AS 3ª Parte – IX; X; XI; XIV.
Tratado sobre o poder e primado do Papa ( TPPP ) p. 355.61, 356.65, 357.70, 358.74.
Cm 363.2, 364.6 CM 381. 2 e 3, 387.1,3 e 6, 389. 13, 390. 19, 419. 161.
- O Ministério Pastoral existe : ( T. P. 2 )
A – Para pregar o Evangelho: At 6.4 e Jo 20.21-23 B – Para salvar pessoas: Lc 19.10 e 2 Co 5.l8 e 19
C – Como instituição divina: 1. Jesus tem o ministério e poder
- Mt 16.19 ( se Jesus dá é porque Ele tem );
- Ap 1.18; 3.7 ( tem as chaves e abre e fecha).
2. Jesus confiou este poder e ministério aos cristãos
- 1 Pe 2.9 ; Mt 28.18-20; Mt 18, 17,18, 20; Ap 5.10 ( todos os cristãos são
sacerdotes; a ordem de batizar, pregar e ensinar foi dada aos cristãos; O
cristão testemunha a sua fé em Jesus, reprova o pecado, admoesta, conforta e ora por todos ).
3. O ministério público é também instituição divina
- At 14.23; Tt 1.5; Ef 4.11; 1 Tm 3.5; At 20.28 ( Em cada congregação formada, Paulo e Barmabé promoviam a eleição de presbíteros. E necessário haver pastores e mestres para a edificação dos santos. Estes tem o mandato e a prioridade de seu ofício é cuidar a igreja de Deus, pastorear a igreja ).
- O Ministério Pastoral na prática:
A – Ser Pastor - At 20.28; 1 Pe 5.2 ( Um pastor deve apascentar, cuidar do rebanho. “O ofício pastoral envolve não só apenas um simples encontro com o rebanho, mas contínua supervisão e nutrição das ovelhas. Essa é a razão por que a obra de pastorear não pode ser feita à distância, usando-se apenas automatismo do telefone e secretárias eletrônicas, mensagens computaforizadas e cartas impessoais. Pastorear é estar pessoalmente presente. Rocha, José Miranda. Ministério. Maio- Junho/1998. p.26.)
B – Ser mordomo dos mistérios de Deus - 1 Co 4.1
C – O pastor é atalaia, guia e vigia – Ez 3.17 ( hp;c; (tsãpã) – vigiar, observar ao redor.( DIT do AT – nota nº 1950 )
“tsãpã “ATALAIA” – s. f. Lugar elevado, de onde se observa; sentinela; pessoa que vigia. S. m. Homem que vigia.(Dic.Prático – Lingua Portuguêsa. vol. I ) . Is 56.10 ; Ez 3. 17-21; Hb 13.17.
D – Ser incansável – 2 Tm 4.2. E – Ser pai espiritual - 1 Co 4.15; Cl 4.19; 1 Co 3.5.
F - Ser missionário - O pastor sempre é pescador de almas e semeador da boa semente.
G - Ser médico espiritual – Curador de almas ou Cura d’almas. Em todas as ocasiões sempre o pastor
é médico espirtual. Deve se lembrar desta sua função p.ex.: nas suas visitas; por ocasião da inscrição para a Santa Ceia.
H - É o mais sublime dos ofícios - 1 Tm 3.1; 2 Co 3. 6-9.
O ministério é sublime porque:
a) Deus mesmo o instituiu; b) 2 Co 5.20 – Deus fala por eles; c) 1 Co 3.9 e 2 Co 6.1 - São os diretos cooperadores de Deus; d) Anuncia a Palavra da Vida; e) Tem finalidade sublime: Trazer e conservar junto a Cristo pela pregação e ensino da Palavra; f) Lida com pessoas espirituais e eternas.
Para discussão: O pastor deve se importar pela vida particular dos membros?
Em que circustâncias o pastor pode e deve: Exercer outra função junto com o ministério?
Cursar outro curso de 3º grau ou outro? O pastor deve ser amigão?
A PESSOA DO PASTOR
Introdução: “Assim como o fruto é determinado pela espécie da árvore, o ministério inteiro de um homem de Deus será influenciado e será qualificado pelo tipo de homem que ele é”(Riggs,R.M.”O guia do Pastor” p.52).
“Tudo o que verificarmos e observarmos no pastor como pessoa, pode ser aplicado diretamente ao pastor na sua atividade de cura d’almas no seu ralacionamento diário e constante com as pessoas, com a família, com os amigos e com os colegas”(C.P.).
1 Tm 4.9-l6 - A PESSOA DO PASTOR É MODELO DOS FIÉIS.
Mt 12.34; Pv 12.34 e 23.7
O que emanava de toda a vida e atividade do Senhor Jesus – Jo 1.14.
O Ap.Paulo reconhece que todos os cristãos, por serem cristãos,foram vocacionados( Ef.4.1 )como membros do sacerdócio real( 1 Pe 2.5,9 ) – mas poucos tem as qualificações requeridas do homem que a congregação chama como seu pastor( l Tm 3.2ss; Tt 1.6 ). Estas qualificações são requeridas do pastor, por ser ele a imagem e o perfeito modelo do Senhor Jesus Cristo( Ef 5.1 e 2). “Apesar do texto se referir a todos os cristãos, estes mesmos vêem em seu pastor, alguém a ser imitado”. Lutero o coloca asssim:”Somos “pequenos cristos” para os que conosco convivem.” No entanto, devemos lembrar, que por ser nova criatura, também, o pastor é “simul justus et peccator”.
I – QUALIDADES NATURAIS – O Caráter cristão + qualidades pastorais =
a)CORAGEM: At 4.18-20; 5.27-32; Estevão - At 6.8-15 e 7.1-60; Paulo em Éfeso – At 19; Coragem ao repreender Pedro – Gl 2.11-14.
b)DILIGÊNCIA:(diligente – zeloso,ativo) – Rm 12.8 e 11.
c)DIGNIDADE: Paulo recomendou a Timóteo – 1 Tm 4.12; dignidade no diálogo – Ef 5.4. O uso constante de gíria é inteiramente impróprio para o pregador do Evangelho – Mt 5.37 e Tg 5.12.
d)TATO:Ex.: No momento de corrigir; ao impugnar uma declaração feita por alguém publicamente e com a qual não se pode concordar. As crianças podem ser chamadas à ordem sem criar ressentimento por parte dos pais.
e)DISCRIÇÃO: Exercendo prudência em todas as ocasiões. Uma conduta apropriada.
f)CORTESIA:Do pastor se espera sempre que seja cortês(cavalheiro)- 1 Pe 3.8; 1 Tm 5.1 e 2.
g)ASSEIO:- Tanto com seu corpo, como com seus trajes, o pastor deve ser escrupulosamente limpo e alinhado.
h)PONTUALIDADE: A pontualidade é uma virtude. Quando empenhamos a palavra num encontro, assumimos uma obrigação que tem de ser cumprida. Atrasar-se num encontro e, pior ainda, faltar ao mesmo, é uma injustiça e um erro.
i)HABILIDADE DE LIDERANÇA: O NT apresenta o pastor como líder espiritual de seu povo. A liderança não deve repousar sobre o aspecto da autoridade ou posição de alguém, mas antes, sobre as qualidades inerentes de aptidão e caráter. A liderança envolve a disposição de assumir reponsabilidades, a habilidade de executar as tarefas pertinentes e o conhecimento da natureza humana. A liderança pastoral fundamenta-se no exercício próprio do ministério, que se caracteriza pelo servir, para isso requer seja o seu executivo um lider “inter paris”.
j)HABILIDADE PARA ENSINAR: ( 1 Tm 3.2; Tt 1.9 )O foco do ensinar do pastor está centrado na graça salvadora oferecida a todos por Jesus( At 17.28 ),revelada somente nas Sagradas Escrituras(2 Tm 3 15-17).
O pastor em seu ensino deve ter a mesma convicção de Paulo( 1 Co 2.2).Um grande percentual da atividade pastoral tem sua enfâse no ensinar.
II – O PASTOR ESPIRITUALMENTE MADURO
“ORATIO, MEDITATIO , TENTATIO FACIUNT THEOLOGUM”( ORAÇÃO, ESTUDO MEDITATIVO, TENTAÇÕES(Provações) FAZEM O TEÓLOGO / PASTOR” (M. Lutero).
Introdução: Em Gl 5.22ss. encontramos uma lista dos frutos do Espírito. Qualidades espirituais que Deus realiza nos seus a partir do batismo. Estas qualidades, certamente o pastor espiritualmente maduro vai cultivar diariamente, por contrição e arrependimento.
O texto de 1 Tm 3.6 nos remete a maturidade pastoral(1 Tm 5.22) Um ministério efetivo necessita uma fé firme, crescente e um entendimento maduro da graça de Deus. No campo das características espirituais, somos confrontados com o Salvador Jesus, que é a encarnação consumada de todas estas virtudes( 1 Tm 6.11 e 12 ).
a)AMOR: O amor divino em nossos corações, no caso do pastor, se reflete em amor sacrifício em conduzir muitos ao Salvador Jesus(Lembrar a figura do pastor de ovelhas).
b)FÉ: “A fé precede qualquer ato cristão”. No caso do pastor
sua vida,atitudes,palavras,salientam a força, a certeza e
suas convicções. “O justo viverá por fé”(Rm 1.17).
c)SANTIDADE: “...purificai-vos, os que levais os untensílios do Senhor”(Is 52.11). Sem ela, ninguém jamais verá a Deus (Hb 12.14).
d)HUMILDADE: Jo 13–A lição de humildade.Jesus requer de todos os seus seguidores:Mt11.29.O orgulho destroi o pastor.
e)ESPÍRITO PERDOADOR: Se o pastor for ofendido pessoalmente e guardar ressentimentos, poderá dar lugar a uma divisão da igreja ou até mesmo à ruína geral (Ef 4.32).
W.T.Davison:”...o verdadeiro dom que Jesus concedeu à Igreja, era o dom do homem - o de um homem de verdade a quem Deus tenha chamado,em que Cristo tenha pôsto o sêlo de seu próprio Ser e de quem o Espírito Santo se possa utilizar para o serviço mais eminente que o gênero humano jamais conheceu”(Ministério Eficiente p.24).
Conselhos aos pastores – “...torna-te padrão dos fiéis,na palavra,no procedimento,no amor,na fé,na pureza”(1 Tm 4.12;
Tt 1.7-9).
“...para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados”(1 Tm 6.1).
“As qualificações apresentadas nas cartas pastorais não autorizam a conclusão de que o ministro deva ser “mais cristão” do que o leigo, embora não deixem dúvidas de que o ministro deve ser padrão”(Ig.Lut Ano 45 no.1 – II Trimestre 1985. p.29).
Ler CM. Prefácio 19, LC, pp. 390-91.
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