Sermão Para 15º Domingo após Pentecostes.
Ez. 18. 1 – 4.
Tema: Geração Abençoada.
Os Pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos é que ficaram ásperos.
Esse ditado era repetido constantemente entre o povo de Israel para justificar a crença da maldição hereditária. Ou seja, acreditava-se que o erro cometido por uma geração poderia ser castigado na geração seguinte.
Este provérbio é na verdade uma tentativa de fugir das responsabilidades sobre as conseqüências que os nossos erros geram para os nossos filhos ou para as gerações futuras. É verdade sim, que muitas vezes, nossas atitudes erradas hoje, vão gerar mais conseqüências prejudiciais para os nossos filhos amanha do que a nos mesmos no presente. Mas em nenhum momento, podemos fugir da responsabilidade de nossos atos, interpretando estas conseqüências como castigo de Deus sobre os nossos filhos, daquilo que nós cometemos no passado.
Hoje por exemplo é muito comum, que uma família rica acabe com sua riqueza na terceira ou quarta geração. Daí costumamos usar o seguinte provérbio: Pai rico, Filho nobre, neto pobre. Quando acontece este ciclo, muitos pensam que Deus castigou a família, por ter conseguido a riqueza de maneira ilícita, ou por ter sido egoísta e avarenta. Mas a verdade é que Deus não castiga as gerações futuras, por erros das gerações passadas. Isto é um processo natural de uma má educação no lar.
É muito comum que pais ricos queiram entregar aos filhos, sempre o melhor em questões materiais. É muito comum que pais ricos, preocupados em manter o status e o sucesso no trabalho, queiram substituir o carinho e o afeto dos filhos, com mimos e vantagens financeiras, sem ensinar aos filhos o valor real das coisas. Criando nos filhos uma mentalidade esbanjadora e consumidora, sem a preocupação do trabalho, da honestidade e da economia. Uma criação assim dos filhos só pode levar o sucesso financeiros dos pais para o buraco. E não é por culpa de Deus, mas por culpa dos próprios pais que não souberam educar os filhos.
E neste sentido que Deus chama a nossa responsabilidade para os nossos atos no presente, para que depois, quando gerarmos prejuízo futuro, não joguemos a culpa sobre Deus. Pois Deus diz no texto de Ezequiel, que ele é justo, e que ele não vai cobrar dos filhos, uma divida cometida pelos pais, pois a alma que pecou esta morrerá, diz Deus.
Prestando atenção nesta advertência que Deus nos faz, vale apena olharmos para o presente a fim de avaliarmos como será o futuro que estamos deixando para as gerações que vierem depois de nós. É evidente que cada um deve olhar para a condução do seu lar, para o papel desempenhado como pai, mãe, patrão e administrador dos bens que Deus concede. Como estamos ensinando os nossos filhos? Quais os valores morais e familiares que estamos passando a eles no dia a dia? Estamos ensinando eles a valorizar a igreja, a família, o trabalho, a educação e os bons costumes? Ou estamos rendidos aos pensamentos e caminhos mundanos que conforme o texto mostra, são caminhos e pensamentos infinitamente diferentes do que Deus quer para nós?
Deus que também nos advertir para que prestemos atenção na nossa espiritualidade. Sabemos que a partir de Cristo Jesus a misericórdia de Deus é quem nos resgata da perdição eterna. A nossa vida deve inspirar as gerações futuras a valorizar e vivenciar esta fé, para que eles não venham a se desviar deste grande amor que Cristo demonstrou na cruz.
Deus em Cristo Jesus, abençoou com a salvação todas as gerações, mas para que cada geração desfrute plenamente desta benção aqui e na eternidade é preciso que cada geração presente se encarregue de ensinar as gerações futuras tudo que Deus tem feito por nós e ainda a herança celestes garantida por Cristo para os que nele crerem, permanecerem e viverem.
Os problemas vividos pelas gerações futuras devidos a erros de seus antepassados não são castigos de Deus. São antes conseqüências de atos impensados que fazemos quando queremos satisfazer o nosso ego ou os prazeres da nossa carne. Deus não castiga ninguém pelas maldades de seus antepassados. Ao invés de castigar, Deus se mostra misericordioso, quando promete que os reflexos da maldade dos antepassados, não permaneceram para sempre, antes irão até a terceira ou quarta geração.
Para os que procuram viver os ensinamentos de Deus com zelo, e permanecerem na fé em Cristo como salvador, Deus promete abençoar as gerações futuras até mil vezes.
Diante disso podemos concluir, que Deus não castiga as gerações futuras por causa do pecado do antepassados, mas ele abençoa as gerações futuras quando os antepassados permanecem fieis a fé em Cristo. Pois Deus Sabe que aquele que é fiel a Cristo, transfere para seus filhos o conhecimento necessário para desfrutar da salvação conquistada por Cristo Jesus. Estes conhecimentos, são úteis para em qualquer tempo, viver uma vida digna diante de Deus e dos homens, sendo bom Pai, boa mãe, bom administrador, bom filho e principalmente bom Cristão.
Que geração queremos para o futuro? Uma geração que sofrera as conseqüências dos nossos erros e precisara da intervenção da misericórdia divina para livrá-los de catástrofes sociais e espirituais? Ou uma geração que seja abençoada pelo amor divino, por viver os ensinamentos deixados por Deus que nos tivemos o cuidado de transferir a eles?
Vamos criar uma geração que não terá que assumir as responsabilidades dos erros e omissões que nos cometemos. Vamos criar uma geração que valorize em primeiro lugar o caminho de Deus para nossa vida, uma geração que tenha apego a palavra de Deus, que tenha zelo pela doutrina que aponta a Cristo na cruz como realizador da nossa salvação. Amém.
Lucimar Velmer
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