1º Advento 99 – Leitura Texto: Marcos 13.33-37
Tema: “Deus deseja e opera a vigilância espiritual”
Em Cristo Jesus, o dono da casa, amigos e irmãos.
Hoje iniciamos um novo Ano Eclesiástico – ano da igreja. Entramos no primeiro período, chamado ADVENTO, o qual anuncia a vinda do Salvador. Meditamos, especialmente, sobre a preparação de Deus para o envio de seu Filho ao mundo, a fim de salvar a humanidade de seus pecados.
Deus se preocupa muito conosco. Sabedor de nossos pecados, angústias, fraquezas e necessidades humanas, Deus deseja e opera a vigilância espiritual em nossos corações.
À medida que avançamos para o fim deste milênio, dia a dia surgem novas opiniões, doutrinas e previsões a respeito da volta de Cristo. Falsos profetas anunciam dia e hora da volta de Jesus, atribulando, assustando e fanatizando milhares com suas pregações perniciosas e antibíblicas! Mais do que nunca, precisamos ouvir o que Deus tem a nos dizer em sua santa palavra.
I – DEUS DESEJA NOSSA VIGILÂNCIA
Deus deseja que estejamos alerta espiritualmente, vigilantes. A razão para essa preocupação divina é evidente: a volta de Jesus, em poder e glória, será repentina e inesperada! Por isso: VIGIAI, porque não sabeis quando virá o DONO DA CASA; se à tarde, se à meia-noite; se ao cantar do galo, se pela manhã!” (35).
Preocupados com o iminente retorno de Cristo, Pedro e João alertam: “Virá como LADÃO o dia do Senhor”! (2Pe 3.10)... “Eis que o Senhor vem como vem o ladrão”! (Ap 3.3;16.15).
Todos sabemos que o ladrão, quando quer assaltar uma casa, não manda aviso, mas invade exatamente quando o dono não sabe nem espera. Se perceber que o seu plano foi descoberto, não assaltará, mas deixará o assalto ou o roubo para outro dia.
“Como ladrão” virá o dia do juízo Final. A vinda do Senhor Jesus para julgar os vivos e os mortos pode ocorrer a qualquer momento: hoje, agora, amanhã, depois! Realmente, não sabemos QUANDO. Mas, certamente acontecerá, pois Deus não é mentiroso. Ele é fiel em todas as suas promessas. Também na promessa do juízo Final. “Não nos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou para sua exclusiva autoridade” (At 1.7). Pois “a
respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai” (Mc 13.32).
Por outro lado, há muitos que ignoram e desprezam a volta de Cristo para o juízo. Esquecem-se de que, com a morte física, já inicia o JUÍZO e, por que não terem se preocupado com a vigilância espiritual, mas dedicado toda sua vida ao “deus ventre” e “às coisas terrenas”, o destino deles é a perdição” (Fp 3.19).
E nós? Quantas vezes vivemos despreocupadamente, negligenciando o cuidado com a nossa fé? A palavra de Deus, a santa Ceia e o culto têm sido prioritários em nosso vigiar cristão?
Há grandes e terríveis inimigos investindo contra a nossa vigilância espiritual. Nosso velho homem, a nossa natureza carnal, é uma verdadeira “fábrica de pecados”! Precisamos reconhecer nossa pecaminosidade a exemplo de Isaías: “Te iraste, porque pecamos; por muito tempo temos pecado... todos nós somos como o IMUNDO, e todas as nossas JUSTIÇAS como trapo da imundícia... já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte e te detenha...” (Is 64.6,7).
Outro problema grave que representa uma séria ameaça à nossa vigilância é o pouco conhecimento da palavra de Deus. O apóstolo Paulo lembra aos Efésios que é preciso “crescer em tudo naquele que é o cabeça, Cristo, seguindo a verdade em amor, até que todos cheguemos ao pleno conhecimento do Filho de Deus... para que não sejamos mais como meninos, agitados e um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4.13,14). Precisamos estar bem preparados para responder a todos aqueles que pedem a razão da nossa esperança em Cristo Jesus (1Pe 3.15).
Além desses perigos, o maior de todos é resultado da mentira, da astúcia sagacidade do diabo, o pai do engano, o homicida desde o princípio. Com suas ciladas e enganos, procura, de todas as maneiras, esfriar ou, se possível, destruir a fé em Jesus. Para ilustrar a artimanha de Satanás, ouçamos a seguinte (ilustração): “Conta uma lenda que, certa vez, o diabo convocou uma Assembléia Geral, a fim de ouvir relatórios de seus missionários, anjos do mal, a fim de darem conta de suas tarefas. Um disse: “u soltei as feras do deserto e elas se lançaram famintas sobre uma caravana de cristãos e agora, deles, nada mais resta senão os ossos brancos espalhados nas dunas”.
O diabo objetou, descontente: “Que adiantou isso? Suas almas estão todas salvas”.
Outro disse: “Eu soltei vento furioso sobre o mar e um navio cheio de peregrinos cristãos naufragou, morrendo todos no meio do desespero indescritível”.
O diabo objetou, descontente: “Que adiantou isso? Suas almas estão todas salvas”.
Então um terceiro se levantou e disse: “Levei dez longos anos, tentando um cristão ativo para que caísse no sono da indiferença e inatividade na igreja e, finalmente consegui. Agora ele não freqüenta aos cultos, não contribui, e ainda critica e ataca os outros que trabalham para a glória de Deus e felicidade dos outros”.
Ao ouvir isso, o diabo exultou de contentamento e toda a Assembléia se ergueu para aplaudir demoradamente o herói de tamanho feito diabólico: conseguir fazer um cristão adormecer!
Diante dos ataques e ciladas do maligno, precisamos nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder revestindo-nos de toda a armadura de Deus, para podermos ficar firmes no dia mau, e, depois de termos vencido tudo , permanecer inabaláveis.
Tomemos também o capacete da salvação e a espada do Espírito , que é a Palavra de Deus, com roda a oração e súplica” (Ef 6). E quando tentados pelo inimigo, rechacemos suas investidas, assim como Jesus fez: ESTÁ ESCRITO’ Mt 4.1..
Para uma verdadeira vigilância espiritual, um bom começo, sem dúvida, é reconhecermos nosso pecado e indignidade, confessando todos os dias: “Eu, pobre e miserável pecador, pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos! (Sl 51.4). “Desventurado homem que sou!”Rm 7.25. E, então, confiar de coração na graça perdoadora e salvadora de Deus em Cristo Jesus.
II – DEUS OPERA NOSSA VIGILÂNCIA
Além de desejar a vigilância espiritual, é Deus quem a OPERA em nossas vidas. Pois, “Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2.13).
Assim como necessitamos de alimento para o sustento e saúde física, também necessitamos de alimento espiritual para sustento da fé e saúde espiritual. O “pão da vida” e a “água da vida” que somente Jesus pode oferecer, recebidos através do batismo, da palavra e da Santa Ceia, são indispensáveis para uma vigilância espiritual. Sem o perdão de Deus, enfraquecemos, adoecemos e morremos espiritualmente. Desprezar, ignorar ou rejeitar o alimento para a alma é suicídio espiritual, que nos colocará diante do julgamento condenatório, por ocasião do retorno de Cristo.
Na epístola do dia (1Co 1.3-9), Paulo afirma que, no aguardarmos a revelação ou volta de Cristo, não nos falte nenhum dom. O DOM indispensável, que não pode faltar em hipótese alguma, é o DOM da fé em Jesus. É este dom que nos capacita a sermos vigilantes. Não é qualquer fé que garante salvação. A única fé que nos torna cuidadosos e vigilantes é a fé criada e preservada por Deus Espírito Santo através do santo evangelho.
Irmãos, VIGIAI! – Eis a ordem e recomendação do dono da casa, o Senhor Jesus. O objetivo está claro: para que, vindo o dono da casa inesperadamente, não vos ache dormindo! Pois, “o que vos digo, digo a todos VIGIAI”.
Sabedores do desejo do dono da casa, que quer vigilância permanente, vamos aproveitar mais e melhor as oportunidades de culto e adoração, estudo, meditação e participação ativa na Santa Ceia. Acordemos logo, enquanto é tempo; coloquemos a casa em ordem, enquanto o dono da casa não tiver chegado. Não sabemos quando ele virá! Mas ele é pontual e não falha. Ele mesmo afirma: “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa! Aquele que perseverar até o fim, este será salvo” Ap 3.11. “Andemos com prudência, não como néscios e, sim como sábios, remindo o tempo”( Ef 5.15).
Aguardamos a volta do Filho do homem, Jesus Cristo, em prontidão e vigilância espiritual. Deus cumpriu com absoluta precisão, as promessas da primeira vinda de Jesus, para “buscar e salvar o perdido”. Deus certamente cumprirá todas as promessas com respeito à Segunda vinda de Jesus, para julgar os vivos e os mortos”! O Senhor garante: “Certamente venho sem demora. Amém” (Ap 22.20). E nós, que o aguardamos preparados e vigilantes, oramos: “Vem, Senhor Jesus”. A graça do Senhor Jesus seja com todos”. Amém.
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