V.6
Os nomes significantes dados ao Senhor deveriam receber uma atenção primária. Eles estabelecem o ponto de vista pelo qual o domínio divino do Senhor é examinado. “Rei de Israel” descreve a relação de Deus para com o Seu povo, isso em sua majestade e em seu envolvimento amoroso. Um rei está atento para o bem estar de seus súditos. “Seu Redentor” descreve o relacionamento de amor com relação ao único ato necessário, o resgate da carga hostil e poderosa que era imposta aos Seus. “Senhor dos Exércitos” trás à mente do povo o Seu poder irresistível. “Eu sou o primeiro, e eu sou o último”, uma sentença bem familiar na Escritura, é uma sugestão vivida da eternidade do Senhor e de Sua exclusividade, que é novamente referida no versículo 6. Para yd;Þ['l.B;miW, veja 43.11.
V.7
O versículo 7 prova a incapacidade dos deuses ídolos pela sua inabilidade do predizerem o futuro (43.9ss; 42:9; 41:4, 22ss). O W no início do versículo 7 é mais do que uma conjunção coordenada; ela introduz o versículo 7 como a razão e fundamentos para as declarações do versículo 6. por isso, ela deve ser traduzida não por “e”, mas por “pois ou porque”. Só eu sou Deus, pois nenhum além de Mim pode predizer. Não é necessário adicionar a copula após mi nem o sinal de relativo atrás de yiqra’. A linha Maqqeph coloca mi e khamoni juntos. Qara’ tem o sentido grávido de “pregação ou predição”. A próxima cláusula é parentética, mas por meio do we ela também torna-se consecutiva – então deixe ele proclamar e exponha diante de mim. ~l'_A[-~[; ymiÞWFmi é uma clausula temporal modificando a clausula inicial: quem, como eu, proclama, prediz desde os tempos da minha criação..? ~l'_A[-~[; não é um povo eterno, como Ewald e Naegelsbach entenderam, nem se refere à fundação de Israel, mas é, como Delitzsch diz, o povo original, a origem da raça humana. A razão para essa interpretação não é para ser encontrada nas passagens paralelas citadas por Delitzsch, pelo manos 40:7 e 42:5, mas estão nas próprias palavras e no contexto. ymiÞWFmi claramente aponta para o passado: quem, como o Senhor, tem profetizado desde o tempo passado? A idéia de um futuro perpétuo da existência de Israel não encaixa-se dentro dessa descrição. A referencia pode apenas voltar para a fundação de Israel através de Abraão, Jacó e Moisés. Mas mesmo Israel não é um não é um ~l'_A[-~[; do passado, mas Israel é de uma origem mais recente, dessa forma ~l'_A[-~[; deve referir-se à raça humana original. A profecia do Senhor inicia com o começo da família humana, e a questão que o Senhor põe como prova de Seu domínio divino exclusivo volta ao passado o mais longe possível. A referencia a 63:11 também não é relevante. Nessa passagem, a referencia é clara para a origem de Israel em contraste ao Israel presente, embora aqui a referencia é para um povo original, ou o povo original, que Israel, obviamente, não é. Lutero está substancialmente correto com : “Der ich von der welt her die Volker setze” - tAY°tiaow> um Qal particípio plural feminino de hta “vir” (41:23; 45:11), são coisas que estão no futuro. A palavra não significa sinais, como Lutero os tem. O we introduz o apodosis e pertence ao verbo WdyGIïy: , que deve ser entendido como um jussivo: “então deixe-os proclamar”. tAY°tiaow> é o futuro como tal, embora hn"aboßT' rv<ïa]w: (como o verbo hn;yn.aboßT', Qal imperfeito, 3 feminino plural) mais provável aponta par o futuro imediato, para o tAnævoarIh' , 41:22. Aml'( , para si mesmo, é um dativo commodi, como %l'-yli[] em 40:9 (Gr. p. 381). A LXX tem lanu, para nós. Tão distante como a raça humana tem existido, nenhum ídolo há, como o Senhor, que igualmente tenha predito o futuro. Se eles são hábeis para profetizar, como o Senhor o faz, então deixe-os fazer agora, Aml'( , para sua própria vantagem.
V. 8
A forma Whêr>Ti como exposta em nosso texto pode apenas ser um Qal Imperfeito, 2 masculino plural de hhr. Já que o verbo não ocorre em nenhuma outra parte, a forma tem se tornado objeto de muita conjetura e muitas tentativas de explicação. A LXX tem planaste, tornar-se confuso, perecer no caminho de alguém. O paralelismo com Wdx]p.Ti requer que Whêr>Ti tenha um significado similar, ou intensificado ou debilitado. Isso deve satisfazer os escolásticos. O que vai além disso é mero amostra. O objeto do temor de Israel, que assim é pressuposto, são, como em Jeremias 10:5ss, as deidades pagãs, e não como Delitzsch supõem, a grande catástrofe vinda sobre as nações, da qual Ciro foi o instrumento. Se isso foi a causa do temor de Israel, qual é o propósito do escárnio prolongado dessas deidades nos versículos 9-20? E qual deveria ser a relevância dessa passagem sobre domínio divino exclusivo do Senhor? Isaías 40:18 e passagens que seguem mostram, igualmente, que a confiança de Israel não estava totalmente convicta que as deidades pagãs não eram nada, estavam infectados com o temor deles [das deidades], e 40:27 mostra também que sua fé na exclusiva soberania divina do Senhor e em Sua ajuda estavam sendo extremamente perturbadas. Por essa razão essa primeira seção inteira enfatiza fortemente a exclusiva soberania divina do Senhor e a incapacidade dos ídolos; e onde quer que hrTi-la; ocorre nesta conexão seu propósito é para a liberdade de Israel do temor das deidades pagãs, poder a quem os gentios, e especialmente a Babilônia, atribuíam sua ascensão. É também verdade que o temor de Israel estava direcionado à coisas especificas. Temiam que seu poder perecesse como um povo em terras gentis sob a influencia de deuses pagãos. Somado a isso estava o temor de que, por causa da falta do Espírito de Deus entre eles (versículos 21-28), poderia não haver restauração de sua pátria, da cidade, do templo, nos quais, de acordo com a antiga tradição, a esperança do povo de Deus repousava. Em outras palavras, eles temeram que não haveria cumprimento das promessas de sua sobrevivência como um povo, promessas que haviam sido dadas à eles pelos profetas do Senhor. Eles temiam que o reino Davídico teria seu fim, que não haveria continuidade da grandeza do poder de Israel, e particularmente desde a catástrofe do cativeiro Babilônico eles temiam que as promessas que estavam sendo agora dadas de libertação, regeneração, e reabilitação de seus próprios lares, e da restauração de Israel para glória, não se manteriam. Esses temores estavam parcialmente arraigados na dúvida de Israel que YHWH era o único Deus, e parcialmente no temor do poder das deidades que haviam feito os povos gentios tão fortes, que também tinham seus astrólogos, seus portents, e seus mágicos, versículo 25. Esse temor de Israel foi o solo no qual a semente da promessa confortadora de Isaías II foi semeada.
za'²me é para ser tomado em seu absoluto sentido de “do antigo”, mais do que em contraste com o tempo presente, como “mais novo, diante desse”. O objeto real de ^yTiî[.m;v.hi e yTid>G:ßhiw> não é nesse ponto o envio de Ciro, mas, de acordo com o contexto imediato, a exclusiva soberania divina de YHWH e a incapacidade das deidades gentis. Deus havia anunciado isso para Seu povo, não apenas desde ontem ou anteontem, mas desde o o tempo imemorial, desde o início de Israel. Disso eles haviam sido testemunhas desde os dias da libertação do Egito e do recebimento da Lei no Sinai. A seguinte questão retórica : “Há Deus além de Mim?” e as afirmações: “não há Rocha; eu não conheço nenhuma”, são uma declaração altamente poética e também confirmação do que apenas havia sido dito. H;Al’a/, ocorrendo apenas nesse único exemplo em Isaías, é um termo genérico expressando majestade, embora o Livro de Jó, onde a palavra é usada com grande freqüência, sempre é um nome próprio. Esse termo abstrato é emparelhado na próxima clausula com rWcß, uma pedra. O que quer-se dizer com o termo “pedra” é mostrado em 17:10, Pedra de força; em 26:4, força durável; nos Salmos 31:4(3); 62:8(7), e outras passagens. Nossa passagem provavelmente repousa em Deuteronômio 32:31 e Salmo 18:3(2), 32(31), (2 Sm. 22:32). Ajuda, Força, e Refugio são os significados. Isso é o que Deus quer dizer para aqueles que confiam nele. Aparte de YHWM não há tal Deus. O próprio Senhor onisciente não conhece nenhum. Com isso, o fato da confiança de Israel é selada bem como isso do culto pagão – para Israel, libertação e salvação; para os gentios, destruição. – Os acréscimos do texto propostos pelos escolásticos modernos não são justificáveis, e elas arruínam a beleza poética da conclusão.
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