13º DOM. APÓS PENTECOSTES
Hb 12.1-8
Contexto
Como interpretamos nossa vida de fé, devoção e adoração? Está tudo em ordem? Não existe nenhum problema? Alcançamos os objetivos espirituais em nossa vida? Ou existe preocupação? Inquietação? Percebemos perigos? Enfrentamos dificuldades? Necessitamos corrigir nossa vida pecaminosa? Vivemos o arrependimento? Procuramos viver a nova vida? A igreja cristã necessita lutar. Combater o bom combate. Em toda sua história enfrentou as mais diversas dificuldades e desafios. Sempre que parou, a igreja estagnou. Faltou envolvimento e, conseqüentemente, desenvolvimento. Uma igreja parada não progride. Não consegue seguir os passos de seu Senhor. No passado, a igreja travou muitas lutas. Aprendeu a usar as armas espirituais para combater todo e qualquer perigo. Em todas as lutas a igreja cresceu. Seus membros saíram fortalecidos. Aprenderam a confiar no Senhor da Igreja e nas suas promessas.
Antigamente, as fronteiras da luta eram conhecidas. Os cristãos sabiam de onde vinha o perigo. Em nossos dias, a situação parece ser diferente. A igreja de hoje se preocupa, realmente, com as forças da época que ameaçam sua existência? Assumimos nossas responsabilidades no discernimento do tempo? Conhecemos as trincheiras e arapucas que impedem o crescimento espiritual em nosso meio? Nossa atenção se concentra em que direção? Admitimos o enfraquecimento de nossa fé? Buscamos, em tudo, a vontade do Senhor? Não é somente interessante, mas muito mais importante ler e estudar com atenção o nosso texto. A voz do apóstolo solicita o reexame de nossa posição como igreja e como membro na igreja. Da experiência do passado, nasce a coragem e o compromisso para enfrentar os perigos que ameaçam a igreja cristã de nossos dias.
Texto
"Portanto, também nós" (v, 1). Isto é um apelo. Faz lembrar o passado (cf. Cap. 11) e viver o presente. Um apelo que envolve. Não deixa escapar ninguém. Faz lembrar que o povo do Senhor vem atravessando a história, enfrentando situações peculiares. Recorda as lutas passadas e encoraja para enfrentar os perigos presentes. Recebeu-se uma herança. Temos a obrigação de guardá-la fielmente e entregá-la às mãos da próxima geração.
" . . . visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas" (v. 1). Consolo para uma igreja que luta e sofre c o saber de ser acompanhado pelas fiéis testemunhas. A igreja militante vive na expectativa de um dia participar na igreja triunfante. Para alcançar este objetivo não pode haver vacilação. Todos os membros da igreja vivem sob a solicitação constante de concentrar suas forças no prosseguimento da caminhada em direção à eternidade. Tudo o que poderia impedir ou obstruir o "seguir a Jesus" deve ser evitado. A cristandade vive na arena do mundo. Há muitos expectadores que observam o procedimento
do povo de Deus. Nesta jornada ninguém está só. O testemunho dos fiéis no passado fortalece o testemunho no presente.
Vivemos rodeado de irmãos que passam pelas mesmas dificuldades. Importa repartir a carga e compartilhar as dádivas espirituais que o Senhor oferece para o fortalecimento da fé. A comunhão no Senhor é indispensável.
" . . . desembaraçando-nos de todo peso" (v. 1). Olhando somente para si, o homem acumula cargas insuportáveis. É a carne, o espírito do mundo, que prende o cristão. As cousas do mundo desviam a fé. Fazem o homem usar todas as suas forças intelectuais e corporais, concentrando-as em objetivos imanentes. Perde-se a visão do transcendente. Facilmente perde-se o costume da vida autêntica espiritual de fitar os olhos em Cristo, o autor e consumador da fé. É o "pecado que tenazmente nos assedia". O pecado impede a luta a favor da fé em Cristo.
" . . . corramos com perseverança" (v. 1). Tudo o que desfavorece o viver a fé deveria estar em segundo lugar (cf. Fp 4,8,9). Vida cristã necessita treinamento permanente. 0 cristão necessita aprender a viver em auto-disciplina. Necessita concentrar toda sua força para "correr no estádio" (cf. 1 Co 9.24-27).
Seguir a Jesus Cristo não é mero passeio. O Senhor do mundo exige o empenho máximo em favor de sua obra. Todo cristão deveria concentrar sua atenção no objetivo espiritual de sua vida.
Deveria esquecer-se de tudo o que poderia impedi-lo de alcançar este objetivo. Motivado pelo espírito voluntário (cf. o lema da igreja) e repleto de um espírito de disposição, o cristão deveria desconhecer fenômenos como comodidade, indiferença, demorar no tempo etc. O cristão é solicitado a correr com santa inquietação, pois ele não sabe quanto tempo lhe resta na jornada terrena. Faz parte desta "corrida" a renúncia em muitos sentidos.
Cada cristão enfrenta dificuldades e tentações pessoais. Existem tantos problemas que muitas vezes sufocam a vida do cristão. As necessidades surgem, as dúvidas abalam e a falta de segurança na vida espiritual ameaça o crescimento espiritual das pessoas. Para a congregação cristã, os perigos vêm de todos os
lados (cf. Jo 15.20; 1 Pe 4.12-13 etc). Em toda e qualquer tribulação se faz necessária a perseverança (cf. Rm 5.1-5).
" . . . olhando firmemente" (v. 2). Envolver-se na luta significa conhecer as regras. As regras para a luta encontramos em 2 Co 10.4; Ef 6.10ss; 2 Tm 2.5ss. A regra maior, porém, é o olhar para o próprio Cristo. "Olhando firmemente" a ele significa dar menos importância para as cousas materiais que nos cercam. Os "frutos da carne" (cf. Gl 5) desviam a atenção. Entregar-se às preocupações (cf. Mt 6.25ss), o amor ao dinheiro (cf. 1 Tm 6,6-10;) e o envolvimento total para viver somente o bem-estar fisico, alienam a vida de fé. É necessário viver uma vida de fé desprendida dos valores terrenos e confiante nos valores eternos. Existe uma regra que diz: tudo o que fixamos com atenção, toma poder sobre nós.
Olhar firmemente para Cristo significa contar com a realidade de Deus que se manifestou e manifestará por intermédio dele. Em, Cristo está presente o invisível (cf. Cl 1.15ss;). Deus está presente sempre quando seus filhos se reúnem em nome de Jesus Cristo. Isto acontece quando lemos a Escritura, oramos
com e em favor do próximo e quando ouvimos a proclamação da palavra divina. A congregação cristã vive da força que provêm do Cristo presente no meio daqueles que o seguem. Com o espírito de Cristo é possível enfrentar a resistência do mundo e da própria carne. Caminhando com ele e sob sua proteção evitaremos qualquer cansaço na vida espiritual. Tendo uma boa disciplina cristã e sabendo lutar com destemor contra os perigos a igreja cristã, terá sempre um bom motivo para obedecer a palavra do Senhor e se submeterá a qualquer medida disciplinária que vem daquele que ama o seu povo escolhido. O resultado será o fortalecimento da fé e uma maior dedicação de cada membro querendo servir ao Senhor com alegria.
Disposição
CORREMOS COM CRISTO A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA
I — Enfrentando todas as dificuldades;
II — Olhando firmemente para o futuro;
III — Aceitando a disciplina divina.
Hans Horsch
Igreja Luterana N.° 01 JAN — JUN/89
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