Dependemos demais da agilidade. De automóveis velozes, de estradas rápidas, de transporte público eficaz, de aviões e aeroportos modernos. Porque a vida está acelerada. Quanto mais rápido chegar, melhor. Ganha-se mais tempo, ganha-se mais dinheiro. Mais tempo e mais dinheiro? Para quê? Para chegar mais cedo e ganhar mais tempo e mais dinheiro. Uma bola de neve. Bom seria se pudéssemos ser teletransportados, olhar o lugar e chegar lá como no google earth, ou algo parecido com a espaçonave Enterprise, no filme Jornada nas Estrelas. Isto, no entanto, só no mundo virtual e na ficção científica.
Esse vício por rapidez provoca, por tabela, a sensação de que o tempo passa mais depressa, do "já é Natal e fim de ano". E assim estamos presos num círculo vicioso. Queremos pular fora, viver mais tranquilos e sossegados. Queremos aproveitar o fim de semana, as férias. Mas não conseguimos porque os pensamentos também estão acelerados. Ainda bem que é Advento, hora de colocar o pé no freio para aproveitar o Natal. João Batista é o protagonista bíblico desse tempo litúrgico da Igreja, digamos, o guarda de trânsito. "Preparem o caminho para o Senhor passar! Abram estradas retas para ele!", disse o profeta sobre Jesus. Esse caminho reto é o coração arrependido e crédulo.
Desconfio que nossa ânsia por pressa e consequente impaciência, é porque estamos fora de rota, longe do caminho certo. Queremos voltar, mas não sabemos como fazer o retorno. E a distância aumenta cada vez mais. E quando as luzes natalinas sinalizam, de forma insistente, o acesso, parece que o tempo voa ainda mais ligeiro. É a pressa de Deus, o tempo que corre também no céu. Porque "hoje é o dia ser salvo" (2 Coríntios 6.2). Pensando bem, nada adianta a nossa correria se no final perdermos as oportunidades de redenção (Efésios 5.16). Por isto, é bom tirar o pé do acelerador e ficar atento aos sinais do trânsito!
Marcos Schmidt,
pastor luterano
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