"Quem gosta muito de dinheiro deveria ser afastado da política", reclamou José Mujica. Completaria a frase do ex-presidente uruguaio, dizendo: “Quem gosta muito de dinheiro deveria ser afastado da política e do sacerdócio religioso”. Está bem marcado na minha memória o conselho do meu pai: “Filho, fico muito feliz com a tua decisão de fazer Teologia, mas não esqueça que pastor não ganha muito dinheiro”. Tem gente que pensa diferente. É o caso de um representante comercial que propôs abrirmos uma igreja, ele com o seu tino comercial e eu com a minha experiência religiosa: “Podemos ficar ricos”, argumentou. Não sei por onde ele anda, se abriu uma igreja ou entrou na política, mas ele deveria ouvir o Mujica.
O apóstolo Paulo não deixou de aconselhar o jovem pastor Timóteo: “Os que querem ficar ricos caem em pecado ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e na destruição” (1 Timóteo 6.9). Mais adiante lembra que “algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a vida de sofrimentos”. É bom observar também que não é pecado ser rico e que voto de pobreza não faz ninguém melhor que os outros. O problema é o amor ao dinheiro, tanto no coração de um político e religioso (que fazem o povo sofrer) como no coração de qualquer pessoa que traz desventuras para si mesma.
"Se misturamos a vontade de ter dinheiro com a política estamos fritos”, completou Mujica. Jesus disse algo parecido, conforme o Evangelho desse Quarto Domingo de Páscoa: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Um empregado trabalha somente por dinheiro; ele não é pastor, e as ovelhas não são dele. Por isso, quando vê um lobo chegando, ele abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas. O empregado foge porque trabalha somente por dinheiro e não se importa com as ovelhas” (João 10.11-13).
Pastor Marcos Schmidt
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