Muitos perguntam o que penso a respeito das marchas que de tempos em tempos levam multidões para as ruas. Especificamente a “Marcha para Jesus” e a “Parada Gay”. Não sou adepto a generalizações. Acho que as intenções são diversas e as motivações também. De qualquer forma, penso que o contexto do Evangelho deste final de semana, Marcos 4.26-34, nos ajuda a pensar no assunto.
Ali, Jesus é o centro das atenções de duas “marchas”. A primeira, composta por uma multidão que o ama, conhece seu poder e experimentou seus milagres (Marcos 3.8). Pessoas que querem coroar Jesus como rei, pois viram nele a fonte de uma vida próspera e prazerosa. A outra, pelo contrário, o detesta. Quer vê-lo morto (Marcos 3.6). Para esses o ensino de Jesus é perigoso. Sua pregação é forte e questionadora, divide as pessoas. Por isso, Jesus deve ser desmoralizado e silenciado.
Interessante é que Jesus não apoia a marcha que quer fazê-lo rei. Mas foge dela (João 6.15)! E também não tenta negociar com aqueles que o detestam. Pelo contrário, denuncia firmemente suas más intenções e o seu compromisso com o mal.
Dizem que é perigoso ficar em cima do muro e que eu deveria assumir o maniqueísmo do mundo e me encaixar em um dos lados. O caso é que não posso. Pelo Batismo, Deus já me encaixou em um outro movimento. O qual Jesus chamou de “Reino de Deus”. Que não é deste mundo, embora esteja no mundo. Um Reino aparentemente inexpressivo, como um pequeno grão de mostarda. Mas que na realidade é um gigante que tem providenciado sombra a muita gente cansada. Pão a muitos famintos. Água Viva, para aqueles que já se deram conta que água deste mundo, embora aromatizada e vendida em belas garrafas, não mata a sede. Um Reino onde o pecado é sim denunciado. Mas onde a graça e o perdão trazem nova esperança ao abatido. E que nos dá a oportunidade de viver uma Vida muito mais interessante e plena do que este hedonismo barato que tantos defendem e promovem.
Fernando Ellwanger Garske
Pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil
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