DOMINGO DE RAMOS / DOMINGO DA PAIXÃO
Data: 13/04/25
Dia Litúrgico: Domingo de Ramos / Domingo da Paixão C
Leituras: Salmos 118.19-29 Deuteronômio 32.36-39 - Filipenses 2.5-11 - Lucas 19.28-40
Texto da Mensagem: Lucas 19.28-40
Caros irmãos e irmãs em Cristo Jesus!
Pedras falam? Você já viu uma pedra falar? Respondendo rapidamente, diríamos que é impossível uma pedra falar. No entanto, quando perguntamos para a ciência, incluindo cientistas cristãos, obteremos uma resposta diferente, e eles dirão que pedras podem falar, e falam, assim como qualquer criatura, criada por Deus, pode falar e dar testemunho. É claro que o modo de falar é diferente, as vezes não sai nenhum som, assim como com nossos gestos, que falam silenciosamente e cujo “som” se ouve no mais profundo da alma.
Considerando estas palavras, escolhemos como tema, as palavras de Jesus, ditas aos fariseus, da seguinte maneira: “Se as pessoas calarem, as pedras falarão!” Se as pessoas calarem, as pedras falarão! Porque é chegada a hora Iniciamos a Semana Santa. Hoje é o Domingo de Ramos, até aqui a Igreja viveu a Quaresma, tempo de preparo, tempo de reflexão acerca dos nossos pecados, tempo de silêncio e reclusão, tempo para avaliarmos a nossa vida, tempo para nos arrependermos dos nossos maus caminhos, nossos maus pensamentos e nossas más ações, tempo de louvar a Deus pelo que ele tão maravilhosamente preparou para cada uma de suas criaturas.
O caminhar de nosso Senhor Jesus Cristo, durante toda a Quaresma, sempre foi marcado por passos firmes e conscientes, muito diferente daquilo que as vezes ouvimos e vemos nos programas de televisão, onde Jesus é apresentado como alguém que não sabia muito bem o que tinha de fazer. Todo o seu ministério foi marcado por ações concretas e por objetivos bem traçados. Ele não veio para restaurar o orgulho nacionalista de Israel e Judá. Ele não veio constituir um reino humano e mundano, ele veio para anunciar o Evangelho e dar sentido a Lei como ele mesmo diz em Mateus 5.17,18 “ Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos Profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: enquanto o céu e a terra durarem, nada será tirado da Lei – nem a menor letra, nem qualquer acento. E assim será até o fim de todas as coisas. ” Cumprir e dar sentido são coisas que se completam. Jesus não aboliu a Lei e os profetas, ele e só ele dá sentido completo. Não sei de onde tiraram a ideia de que Jesus, ao cumprir a Lei e os profetas, os aboliu. Se isto é verdade, cada vez que entregarmos a declaração de Imposto de Renda, estamos abolindo o imposto, e cada vez que obedecermos às leis de transito, por exemplo: parando no sinal vermelho, estamos abolindo a lei do sinal vermelho? Claro que não! O
mesmo se aplica para o que Jesus fez.
Assim como Jesus não veio abolir a lei e os profetas, sabemos que, a respeito do plano da salvação estava determinado, e que era preciso acontecer como aconteceu. O Antigo Testamento tem mais de 200 profecias diretas ou indiretas, relacionadas a vinda de Jesus. Deus Pai não guardou segredo, mas fez os seus profetas anunciarem abertamente a sua Palavra, escolheu em Israel seu povo, para através dele, promover a salvação de todas as pessoas, trazer de volta todos os povos, sem nenhuma distinção.
A entrada de Jesus em Jerusalém é parte destas profecias, pois em Jesus, os três grandes ofícios de Israel encontram cumprimento verdadeiro e absoluto – Jesus é Rei, por ser descendente de Davi; é Profeta por anunciar sem descanso a vinda do Reino de Deus em sua pessoa, pois Ele é o Filho do Homem; é Sacerdote, porque ele oferecerá a si mesmo como sacrifício pelos pecados do povo. Nestes três ofícios Jesus está dando sentido, em outras palavras, ele está cumprindo a vontade do Pai.
Se as pessoas calarem, as pedras falarão! Porque é chegada a hora. Obviamente Jesus sempre disse claramente o que ele veio fazer e por isso os fariseus e saduceus, não queriam nada com Ele. Hoje não é diferente, muitos pensam que ele foi apenas um homem santo, alguém iluminado. Jesus não só sabia o que deveria acontecer, todas as coisas aconteceram conforme a sua vontade, Jesus não era apenas consciente dos fatos futuros, mas tinha o controle dos fatos, que só aconteceram no momento certo. Por isso, é correto afirmar que Jesus deixou-se prender na quinta-feira santa, e não que foi preso. Tudo está sob controle do Senhor, e o que o povo faz em nosso texto é perfeitamente aceitável, pois eles estão louvando a Deus pelo que está acontecendo. Jesus é recebido pelos seus discípulos como verdadeiro Rei que é.
Esta é a hora de ser aclamado o Salvador, e mesmo que as pessoas ficassem todas mudas, ou que se pudesse de alguma maneira impedir que falassem, as pedras dariam louvor e testemunhariam este momento. Pode parecer absurdo, om que falou nosso Salvador, mas era exatamente isto que deveria acontecer, na falta de bocas humanas, as criaturas animadas e inanimadas (pedra) dariam louvor e aclamariam o Senhor Jesus, Senhor que restaurou a vida.
Quantos são forçados a se calar, por testemunharem o amor e a graça de Deus? Quantos países e religiões seguem perseguindo os cristãos, torturando uns e matando outros? Mas quantos são que não sofrem nenhuma perseguição, nem estão em risco de morte por causa da fé cristã, e que não abrem a sua boca? Não ajudam o necessitado, não confortam o abatido, não visitam o encarcerado, não matam a fome e a sede do próximo? Quantos são cristãos apenas dentro da igreja? Quantos pensam que viver a fé em Cristo se resume a sentar no banco da igreja, cantar no coral, participar de alguns estudos bíblicos, frequentar reuniões de servas, leigos, jovens e escola dominical?
Jesus precisa de nosso testemunho, quer por palavras, quer por ações, que mesmo parecendo pequenas ou até insignificantes aos nossos olhos, são coisa preciosa aos olhos de quem recebe. Podemos dizer ao Senhor Jesus, que ele não precisa que as pedras falem, nós falaremos, assim como disseram os santos profetas quando foram chamados por Deus: “Aqui estou, envia-me...”
Queridos irmãos e irmãs em Cristo Jesus!
Nós temos o costume de dizer que Jesus é nosso SENHOR. Confessar isto é muito importante e é a mais pura verdade que podemos proclamar, pois em Jesus nos foi revelado o amor do Pai, e em Jesus, temos acesso ao Pai, de tal modo, que podemos nos achegar dele de maneira confiada, como o próprio Jesus fez quando ensinou os seus discípulos o “Pai Nosso”, mostrando que eles podiam ter uma relação franca e aberta com o Deus Pai.
Mas confessar que ele é o nosso Senhor, vai muito além dos “muros da igreja”. Dentro dos muros da igreja, no batismo, inicia a nossa jornada de fé, mas ela precisa sair destes muros, e encarar o mundo no qual ela foi colocada. Também hoje, domingo de ramos muitas pessoas seguem para suas igrejas com ramos de árvores, uns pensando que depois do culto ou da missa estes ramos terão poderes que afastarão, maus olhados ou trarão sorte e prosperidade. Com toda a certeza estes que assim agem não receberão o que estão esperando. Por outro, de nada adianta trazer ramos ou até roupas (capas) e depositá-las no corredor da igreja, ou em outro lugar, se isto significa apenas cumprir um ritual, fazer porque é bonito, algo puramente externo, sem comprometer a vida. Se vamos aclamar o Senhor Jesus, e se vamos louvar a Deus, então façamos isto da maneira certa, de corpo e alma, por inteiro, pois cada um de nós foi comprado com o precioso sangue de Jesus, para servirmos a ele e ao nosso próximo. Amém
Rev. Valdir Klemann
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