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08 fevereiro 2011

MATEUS 5.21-37

1. Contexto
Esta é a última das três perícopes consecutivas extraídas do capítulo 5 do evangelho segundo São Mateus. É oportuno lembrar que o Sermão do Monte está sendo pregado aos discípulos de Jesus - um núcleo da congregação cristã, seleto e bem informado.
2. Texto
Na verdade, o centro desta perícope é o v. 20. O tema do sermão está na polarização entre a "vossa justiça" (v. 20) e "a justiça dos escribas e fariseus" (w. 21 ss.). Antes de tudo, é preciso sublinhar que o contraste que Jesus estabelece não é entre o Antigo Testamento e o Seu ensinamento. Jesus acabara de atestar a validade do Antigo Testamento (v.17). Ao contrário, a questão é entre a interpretação da tradição rabínica de um lado e a correta interpretação do Antigo Testamento por Jesus de outro lado. Toda vez que Jesus emprega a expressão "está escrito" (4.4,7,10) Ele refere-se ao Antigo Testamento; quando Ele utiliza a expressão "ouvistes o que foi dito" (vv. 21,27,31,33,38,43), Ele refere-se às tradições judaicas cuja interpretação adulterou o sentido original da Palavra de Deus no Antigo Testamento.
A lei exige perfeição; o evangelho presenteia a perfeição, ou seja, o evangelho credita a nós a justiça de Cristo. Fariseus e escribas entendem que podem, por eles mesmos, cumprir a lei de Deus e nesta tentativa criam leis subsidiárias que abrandam a ira divina e possibilitam a sua propiciação. Jesus, numa abordagem exegética, "resgata" o que diz o Antigo Testamento e demonstra que a lei de Deus, sintetizada no Decálogo, devido a suas exigências, impede o seu cumprimento por parte do ser humano.
No v. 20 a expressão "vossa justiça" (hymôn hê dikaiosine) é fundamental. O genitivo não é subjetivo, mas objetivo. A justiça não é própria dos discípulos, mas é uma justiça que lhes foi outorgada. E a iustitia aliena, que vem de Cristo que cumpriu - não anulou - toda a lei (v. 17). A justiça de Cristo, esta sim, excede a exigência da lei de Deus. E tal justiça, pela fé, Cristo dá aos seus discípulos, à sua igreja, a nós cristãos.
Os vv. 21-37 são, na realidade, ilustrações que Jesus emprega para demonstrar o caminho tortuoso pelo qual escribas e fariseus enveredam na tentativa de cumprir, por suas próprias forças, obras (opinio legis), a lei. A religião dos fariseus e escribas era uma religião (e uma justiça) externa, formal, longe de fideísta e cordial. Jesus, embora não sendo fariseu, conhecia perfeitamente esta religião-tradição (pré)talmúdica (e este fato enfurecia fariseus e escribas). Na parábola do fariseu e do publicano no templo, Jesus caracteriza bem o primeiro. O fariseu considerava-se superior a todos os homens, especialmente àquele publicano - e dava graças a Deus por isso. Gloriava-se: não era roubador, nem injusto ou adúltero (moichós) e nem como aquele publicano. Tais afirmações eram verdadeiras. Aqueles homens viviam esse tipo de justiça exterior. Não só. O Antigo Testamento, por exemplo, prescrevia apenas um jejum ao ano (Dia da Expiação); mas os fariseus, por sua própria determinação, jejuavam duas vezes por semana. Davam o dízimo de tudo quanto possuíam, inclusive de suas ervas: hortelã, endro, cominho. Tudo isto era verdadeiro sobre os fariseus. Eles não apenas diziam, eles praticavam.
"Não matarás"(ú foneuseis) é citado da LXX, de Êx 20.13. Há várias palavras em hebraico e grego para "matar". As empregadas aqui especifi-camente significam "assassinar". Fariseus e escribas julgam apenas o ato; Jesus mostra que o pecado é cometido já no coração - pelo simples pen-samento e palavras - antes mesmo de o ato ser consumado. Tal intenção pode levar não apenas a julgamento do sinédrio ou à morte física, mas até mesmo ao inferno (geena). O mesmo ocorre com o adultério (27-30) e o divórcio (31-32). Deus é testemunha da aliança matrimonial e ele "odeia o repúdio (divórcio)" tanto quanto a violência sangrenta (Ml 2.14-16). Para fugir aos engodos do adultério (fornicação) e divórcio, o discípulo de Cristo mantém sua mão e seu olho sob disciplina de ferro. Jesus não está aqui sugerindo automutilação - mesmo porque um cego também pode ter desejos lascivos. Na linguagem bíblica as diversas partes do corpo são instrumentos da vontade
humana e representam o homem todo (Pv 4.27). "Arrancar o olho" ou "cortar a mão" significam, pois, uma determinação repressiva aos desejos pecami-nosos, por mais dolorido que seja o esforço.
O judaísmo em geral interpretava a prescrição do Antigo Testamento quanto ao divórcio de forma bastante liberal. Um homem podia divorciar-se de sua mulher "por qualquer motivo" (19.3). Jesus assume a causa da mulher cuja honra ficava manchada portal procedimento. Contudo ela, assim como seu marido, não podia violar impunemente o matrimónio.
Nos vv. 33-37 Jesus fala dos juramentos (ou votos) a que os fariseus se submetiam mas que, no Antigo Testamento, não eram obrigatórios (Lv 19.12; Nm 30.2; Dt 23.21). O voto no Antigo Testamento era feito, obviamente, na presença do SENHOR. Os judeus no período do Novo Testamento tentaram esvaziar a seriedade e dignidade do voto estabelecendo distinções artificiais para a sua validade ou não. Jesus reafirma que visto ser dito na presença de Deus, o Sim ou o Não do Seu discípulo tem conotação e peso votivos.
Em cada exemplo Jesus mostra o vigor da lei cujo cumprimento precisa dar-se na esfera do pensamento, da palavra, bem antes da ação. Interpretada desta forma, quem pode cumprir as exigências da lei? Nenhuma justiça ou ação humanas. Por essa razão, apenas a "vossa justiça", que vem de fora, da parte de Deus, e que foi graciosamente outorgada por Ele através de Cristo, pode cumprir tais exigências e nos fará entrar no Reino dos Céus. Tornados perfeitos, santos e justos pelo sangue de Cristo não precisamos mais temer a exigência da lei de Deus. Como filhos de Deus desejamos, natural e alegremente, viver segundo a Sua vontade.
Sugestão de tema:
A Nossa Justiça vem de Deus.
Acir Raymann

04 fevereiro 2011

MATEUS 5.13-20

Se voce ainda não fez o seu sermão para domingo, então vai aí um comentário de IGREJA LUTERANA - NÚMERO 2 - 1995

1. Contexto
A perícope faz parte do Sermão do Monte (5.1-7.29), vindo após as bem-aventuranças. Lembramos que Mateus é o livro dos logoi ou ensinos de Jesus.
A partir do v. 11 parece que Jesus se dirige especificamente aos discípulos e neste contexto está colocada a perícope em estudo. As bem-aventuranças são objetivas, apenas a última (vv. 11-12) é subjetiva. Quando Jesus passa da nossa relação com Deus para a nossa relação com o mundo, suas palavrassão subjetivas. Esta transição para a segunda relação é feita na última bem-aventurança, a qual também recebe um tom subjetivo. Primeiro a bênção de Deus, agora através e por nós a bênção ao mundo.
Os outros evangelhos não mencionam esta perícope, exceto breve referên-cia aos discípulos como sal da terra (Mc 9.49,50 e Lc 14.34,35).
O texto é composto por duas diferentes partes:
- O sal da terra e a luz do mundo (w.13-16);
- O cumprimento da lei ou a nova lei (vv.17-20).
2. Texto
A responsabilidade dos crentes para com o mundo é estabelecida em três quadros, intimamente relacionados: sal, luz e uma cidade situada sobre um monte. O ministério não pertence opcionalmente, mas essencialmente ao povo de Cristo. Uma marca dos remidos é que são remidores.
As bem-aventuranças descrevem o caráter essencial dos discípulos de Jesus, especialmente a última; as metáforas usadas na perícope denotam a sua influência para o bem no mundo.
Ademais, a simples ideia de que os cristãos podem exercer uma influência sadia no mundo deveria nos causar um sobressalto. Que influência poderiam exercer as pessoas descritas nas bem-aventuranças, neste mundo violento e agressivo? Que bem duradouro poderiam proporcionar o humilde e o manso, os que choram e os misericordiosos, ou aqueles que tentam fazer paz e não guerra? Não seriam simplesmente tragados pela enchente do mal? O que poderiam realizar aqueles cuja única paixão é um apetite pela justiça, e cuja única arma é a pureza de coração?
Parece evidente que Jesus não participava desse ceticismo. O mundo, sem dúvida, perseguirá a igreja (vv. 10-12); apesar disso, a igreja é chamada a servira este mundo que a persegue (vv. 13-16). Jesus referiu-se aos discípu-los como sal da terra e luz do mundo por causa do alcance que sua influência teria.
A fim de definir a natureza dessa influência, Jesus recorreu a metáforas bem domésticas. A necessidade da luz é óbvia. O sal, por outro lado, tem uma variedade de usos. O sal era grandemente valorizado no tempo de Cristo. No clima da Palestina era indispensável para a conservação dos alimentos. Uma bolsa de sal era considerada tão preciosa como a vida humana.
O sal é considerado pela sua característica essencialmente distinta e diferente do meio em que é posto. Os discípulos deveriam ser facilmente identificáveis, expressando aquilo que professavam, da mesma forma como o sal apresenta a propriedade que esperamos dele. Outra função do sal é preservar, deter a decomposição. Os discípulos também são chamados a ser purificadores em um mundo onde os padrões morais são baixos ou inexistentes.

Ser sal da terra é ter qualidades preservativas e temperantes à sociedade; é ter o sabor agradável de uma vida pura e santa; é viver o Evangelho de Cristo, no meio de uma geração corrompida.
No v. 13 a afirmação é direta: "Vós sois o sal do mundo". Isto significa que, quando cada comunidade e cada cristão se revela tal como é, o mundo se deteriora como o peixe ou a carne estragada, enquanto que a Igreja pode retardar a sua deterioração.
A eficácia do sal, entretanto, é condicional: tem de conservar a sua salinidade. O sal é um produto químico muito estável, resistente a quase todos os ataques. Isto é, em termos precisos, o sal nunca pode perder a sua salinidade. Não obstante pode ser contaminado por impurezas, tornando-se inútil e até mesmo perigoso. O sal que perdeu a sua propriedade de salgar não serve nem mesmo para adubo, isto é, fertilizante.
A salinidade do cristão é o seu caráter conforme descrito nas bem-aven-turanças, é discipulado cristão verdadeiro, visível em atos e palavras. Para ter eficácia, o cristão precisa conservar a sua semelhança com Cristo, assim como o sal deve preservar a sua salinidade. Se os cristãos forem assimilados pelos não-cristãos, deixando-se contaminar pelas impurezas do mundo, perderão a sua capacidade de influenciar. A influência dos cristãos na sociedade e sobre a saciedade depende da sua diferença e não da identidade. Se os cristãos forem indistinguíveis dos não-cristãos serão inúteis.
Jesus apresentou a sua segunda metáfora com uma afirmação seme-lhante: "vós sois a luz do mundo". É verdade, mais tarde ele diria: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12; 9.5). Mas, por derivação, nós também o somos, pois brilhamos com a luz de Cristo no mundo.
Em todas as descrições dos discípulos, o Senhor pressupõe que seu espírito e sua retidão tomar-se-iam o princípio de suas vidas. Eles são a luz do mundo, recebendo e refletindo a luz, a verdadeira luz do mundo (Ef 3.9; Fp2.15).
A luz tem a função única de espancar as trevas e brilhar no meio delas. A luz, à semelhança do sal, deve ser útil. A luz deve brilhar livremente, sem qualquer empecilho. Muitas vezes, nas Escrituras, o mundo é associado às trevas, à ignorância, à esfera da escravidão. Jesus foi a luz entre os homens (Jo 1.5). Os crentes também são luzes que iluminam as trevas. Segundo os ensinos de Jesus, sem essa iluminação o mundo seria um lugar tenebroso.
Em sentido geral, Cristo é a luz do mundo. A antítese de luz é trevas (Ef 6.12; Is 9.2). Num segundo sentido os cristãos são a luz do mundo; Cristo indiretamente, eles diretamente; ele a original, eles a derivada; ele o sol, eles a lua refletindo a luz. Ver essas relações em Jo 8.12; 12.36; 1 Ts 5.5. Nós temos a mesma derivação da luz de Cristo na figura da lâmpada, que não tem luz própria.

Jesus esclarece que essa luz são as nossas "boas obras". Que os homens "vejam as vossas boas obras", disse, "e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus", pois é através dessas boas obras que a nossa luz tem de brilhar. "Boas obras" é uma expressão generalizada, que abrange tudo o que o cristão diz e faz porque é cristão, toda e qualquer manifestação externa e visível da fé cristã.
Assim como acontece com o sal, também a afirmação referente à luz foi seguida de uma condição: "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens". Se o sal pode perder a sua salinidade, a luz em nós pode transfor-mar-se em trevas (6.23). Mas nós temos de permitir que a luz de Cristo dentro de nós brilhe para fora, a fim de que as pessoas a vejam. Não podemos ser como uma cidade ou vila aninhada em um vale, cujas luzes ficam ocultas, mas sim como uma "cidade edificada sobre um monte", que não se pode esconder e cujas luzes são claramente visíveis a quilómetros de distância. E mais, devemos ser como uma lâmpada acesa colocada no velador, numa posição de destaque na casa a fim de iluminar "a todos que se encontram na casa" e não ficando escondida, onde não produz bem algum.
Isto é, na qualidade de discípulos de Jesus, não devemos esconder a verdade que conhecemos ou a verdade do que somos. Não devemos fingir que somos diferentes, mas devemos desejar que o nosso cristianismo seja visível a todos. Devemos ser cristãos autênticos, vivendo abertamente a vida descrita nas bem-aventuranças, sem nos envergonhar de Cristo. Então as pessoas nos verão, e verão as nossas boas obras e, assim, glorificarão a Deus, pois reconhecerão inevitavelmente que é pela graça de Deus que somos assim, que a nossa luz é a luz dele, e que as nossas obras são obras dele feitas em nós e através de nós. Desse modo, louvarão e glorificarão ao nosso Pai que está nos céus.
No v. 17 começa a segunda parte do sermão do monte: Jesus explica a sua relação para com a lei de Moisés, na qualidade de Messias, especial-mente conforme era interpretada em seu tempo. Até aqui Jesus falara sobre o caráter do cristão e sobre a influência que este teria no mundo, caso manifestasse tal caráter. Agora ele prossegue definindo melhor este caráter e estas obras em termos de justiça. Ele explica que a justiça, já duas vezes mencionada, e da qual os seus discípulos têm fome (v.6) e por cuja causa eles sofrem (v.10), é uma correspondência à lei moral de Deus e ultrapassa a justiça dos escribas e fariseus (v.20). Jesus começou o seu Sermão do Monte com as bem-aventuranças na terceira pessoa; continuou na segunda pessoa; e, agora, muda para a primeira pessoa, usando, pela primeira vez, sua fórmula característica e dogmática: "Porque ... (eu) vos digo" (w. 18 e 20).

Este parágrafo é de grande importância, não só por causa da definição que ele dá da justiça cristã, mas também por causa da luz que lança sobre a relação entre o Novo e o Velho Testamento, entre o evangelho e a lei. Divide-se em duas partes: primeiro, Cristo e a lei (vv. 17,18) e, segundo, o cristão e a lei (vv. 19,20).
Os versículos 17-20 aparecem apenas em Mateus. Jesus começa dizendo que não imaginem que ele veio para revogar a lei ou os profetas, isto é, todo o Antigo Testamento ou qualquer parte dele. O modo como Jesus enunciou esta declaração negativa dá a entender que alguns já pensavam exatamente isso que ele agora está contradizendo. Embora seu ministério público tivesse começado há tão pouco tempo, os seus contemporâneos estavam profunda-mente perturbados com a sua suposta atitude com relação ao Antigo Testa-mento. Portanto, era natural que as pessoas perguntassem que relação havia entre a "sua" autoridade e a autoridade da lei de Moisés. Eles sabiam que os escribas submetiam-se à lei, pois eram "mestres da lei". Dedicavam-se à sua interpretação e declaravam não haver qualquer outra autoridade além daquela que citavam. Mas Jesus falava com autoridade própria. Ele apresen-tava alguns dos seus mais impressionantes pronunciamentos com "Em verdade digo", falando em seu próprio nome e com sua própria autoridade. Jesus não veio para "revogar" a lei e os profetas, deixando-os de lado ou anulando-os, nem tampouco para endossá-los de maneira estéril e literal, mas para "cumpri-los". O verbo traduzido por "cumprir" (plerosaí) significa literal-mente "encher".
Após declarar que o seu propósito em vir era o cumprimento da lei, Jesus prossegue, apresentando a causa e a consequência disto. A causa é a permanência da lei até que seja cumprida (v.18); e a consequência é a obediência à lei, que os cidadãos do reino de Deus devem prestar (vv. 19,20).
Isto é o que Jesus tem a dizer sobre a lei que ele veio cumprir. "Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a terra passem, nem um i (yod, a menor das letras do alfabeto grego, quase tão pequena como uma vírgula) ou um til (keraia, um acento, sinal que distinguia algumas letras gregas de outras) passará da lei, até que tudo se cumpra.
No v. 19 a palavra "pois" introduz a dedução que Jesus agora apresenta a seus discípulos para a validade duradoura da lei e a sua própria atitude com relação a ela. Revela uma conexão vital entre a lei de Deus e o reino de Deus.
Jesus, pela sua morte de cruz, aboliu a lei, não como lei moral, mas como método ou meio de salvação do pecador e como sistema de penalidade. Os escribas e fariseus eram considerados como possuidores das chaves da ciência, mas a justiça de que Jesus trata é a justiça que é imputada pela fé em Cristo e que Cristo cumpriu perfeitamente. "A vossa justiça" de que Jesus fala é infinitamente superior a dos escribas e fariseus (os escribas tinham 248 mandamentos e 365 proibições), porquanto é de natureza completamente diferente: é a justiça que vem da fé, é a justiça do reino de Deus. Portanto,


Jesus está comparando a justiça própria dos homens com a justiça que vem de Deus. Jesus estava se referindo à justiça que o apóstolo Paulo prega e escreve (Rm 3.19-22; Gl 5).
3. Proposta homilética
Como COOPERADORES DE DEUS, este texto tem muito a nos ensinar sobre nossas responsabilidades cristãs no mundo, e três lições se destacam aqui:
1 - Há uma diferença fundamental entre os cristãos e não-cristãos, entre a igreja e o mundo;
2 - Somos chamados à responsabilidade de mostrar esta diferença: a) sendo sal da terra; b) sendo luz do mundo.
3 - A força e o poder para sermos cooperadores de Deus não estão em nós, mas na justiça que recebemos pela fé em Cristo. É esta justiça que nos capacita.
Joel Renato Schacht São Leopoldo, RS

03 fevereiro 2011

Liturgia para 5º Domingo de Epifania.

Saudação:

P: A paz de Cristo habite ricamente em vossos corações.

C: Cristo Deixou a sua Luz brilhar entre os povos e a sua paz reinar em nossos corações.

Acolhida:

P: Sejam bem-vindos ao culto divino.  A igreja cristã está vivendo a época da Epifania, que é a manifestação de Cristo como Salvador do mundo. A ênfase deste período é a renovação do espírito missionário da igreja de Cristo, que nasce da manifestação do amor de Cristo pela sua igreja. Que neste culto o Senhor se manifeste em nossos corações, renovando nossa alegria, pelo consolo do perdão obtido pelo sofrimento de Cristo na cruz.

Hino: 327 HL.

Invocação:

P: Em nome do Pai, que se manifestou como Criador e preservador de tudo e de todos!

C: "Digam a todos os povos o que ele tem feito e anunciem a sua grandeza" (Is 12.4)

P: Em nome de Jesus, que se manifestou como Filho de Deus, Rei dos reis e nosso Salvador!

C: "Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua glória" (Sl 97.6)

P: Em nome do Espírito Santo, que se manifestou como o Consolador, doador e consumador da fé.

C: "Ó Senhor Deus, eu te louvarei com todo o coração e contarei as coisas maravilhosas que tens feito" (Sl 9.1)

T: Santo és tu, Deus Triuno. Em teu nome iniciamos este culto. Amém.

4. Convite a confissão:

P: Diz o Senhor Deus: "Todos pecaram e carecem da glória de Deus", mas "se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". Por isso, confessemos os nossos pecados orando:

Confissão de pecados

Confissão de Pecados.

P: Ó Senhor nosso Pai, manifestaste ao mundo teu Filho Jesus Cristo, para nos salvar do pecado e do poder do diabo.  Infinito é teu amor por nós. Mas tu sabes que nós somos de natureza pecaminosa e que não conseguimos vencer o pecado e nem resistir as tentações do diabo. Nesta fraqueza confessamos que nem sempre respondemos ao teu amor como esperas de nós. Pelo mesmo motivo  também falhamos no amor para com o próximo. Fomos negligentes em testemunhar de ti.  Quando deveríamos falar de ti, muitas vezes permanecemos em silêncio.

C: Por estes e todos os nossos pecados somos merecemos da tua condenação. Confiamos, porem, na grandeza da tua misericórdia na qual pedimos que perdoes todos os nossos pecados. Em nome de Jesus. Amém

Anuncio do perdão.

P: O amor de Deus se manifesta a todos indistintamente. Mas somente aos que creem e confessam-se culpados dos seus pecados, Jesus garante o perdão e promete a vida eterna.  A você que confessou sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador, e está arrependido dos seus pecados alegre-se, pois Deus perdoou todos os teus pecados.

C.:       Louvado seja o nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém

5.            Intróito: Sl. 112: Este salmo está no centro de três salmos que começam com o termo "Aleluia". Também este salmo considera o temor de Deus como princípio da sabedoria,

6.            Glória Patri:

Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito, como era no principio, agora é e por todo Sempre há de Ser! Amém

7.            Kyrie:

Senhor tem piedade de nós. Cristo tem piedade de nós. Senhor tem piedade de nós.

8.            Oração do dia:

P: Ó Deus, pela direção de uma estrela tornaste conhecido o teu Filho unigênito àqueles que não faziam parte do teu povo. Dirige a nós, que o conhecemos pela fé, a desfrutar nos céus da plenitude da sua divina presença; através do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus agora e sempre. Amém

9.            Hino: 389 HL.

10.         Leituras Bíblicas:

At: Is 58.3-9a – Neste trecho Deus responde ao seu povo o verdadeiro propósito do jejum.

Ep. 1 Co 2.1-12. – Jesus Cristo, o Salvador crucificado, é o único assunto que não pode

ser esgotado na pregação do evangelho.

Ev. Mt 5.13-20 – Jesus mostra que seus discípulos são sal e luz do mundo.

Confissão de fé: Credo Apostólico.

11.         Hino: 295 HL.

12.         Mensagem.

13.         Ofertório:311 Hinário Luterano

T: Ó Jesus bendito, / quero te servir; / pelos teus caminhos / faze-me seguir.

Sem a tua graça / não podemos ter / força suficiente / para o mal vencer.

Ó divino Mestre,/ nosso Salvador,/ vem ao nosso encontro,/ mostra o teu favor.

Protetor bondoso, / vem nos conduzir; / tua paz celeste / faze em nós luzir.

14.         Oração Geral.

P: Bondoso Senhor, tu prometestes responder quando chamarmos, e quando clamarmos dir ias "Aqui estou". Sendo assim, queremos orar por nós mesmos, pela Igreja de Deus e por todos os que passam por necessidade. Por isso clamamos que em tua misericórdia Senhor.

C: ouve a nossa oração

P: Pai gracioso, confessamos que a nossa justiça não excede a dos escribas e fariseus. Perdoa-nos os nossos pecados e renova a todos nós em nossa fé batismal para que outros vejam as nossas boas obras e glorifiquem a ti no céu. Em tua misericórdia, Senhor.

C: Ouve a nossa oração.

P: Pai gracioso, concede que a tua Igreja, pela orientação do teu Espírito Santo, chame pastores que estejam determinados a fazer conhecido entre nós nada além de Jesus Cristo, e ele crucificado; homens que humildemente façam o seu trabalho com temor e tremor, para que a nossa fé possa estar ancorada não na sabedoria humana, mas em teu poder. Em tua misericórdia, Senhor,

C: ouve a nossa oração.

P: Pai Gracioso, por meio de Isaías tu nos conclamas a compartilhar o nosso pão com o faminto e trazer o pobre sem teto para dentro de nossas casas. Vem em auxílio daqueles

que não tem lar ou comida, e sustenta-lhes em suas necessidades. Orienta-os, e a nós também, a confiarmos em ti. Acaba com nossas inclinações egoístas e enche-nos com a tua compaixão e cuidado para que compartilhemos generosamente, assim como generosamente tu provês tudo o de que necessitamos. Em tua misericórdia, Senhor,

C: Ouve a nossa oração.

P: Pai Gracioso, traze à fé todos os que não conhecem os dons que tu preparaste para aqueles que te amam. Abre os seus ouvidos para que ouçam as tuas promessas e abre as nossas bocas para anunciarmos as boas novas da vida, morte e ressurreição de teu Filho por nós. Acaba com os nossos temores e concede-nos coragem quando tivermos a oportunidade para falar de nosso pecado e de tua graça. Em tua misericórdia, Senhor,

C: Ouve a nossa oração.

P: Pai gracioso, antes de perguntarmos, tu conheces as nossas necessidades e as necessidades de todas as pessoas. Imploramos-te que concedas a tua paz aos que lutam

contra as dificuldades da vida [incluindo a D. Rosides...]. Concede alívio, perseverança, orientação e o teu cuidado a cada um deles. Utiliza os desafios deste mundo para dar-lhes perseverança e crescimento na fé. Em tua misericórdia, Senhor,

C: Ouve a nossa oração.

P: Pai Gracioso, necessitamos de teu perdão e de tua força para vivermos como teus filhos neste mundo. Por isso, concede-nos arrependimento e fé ao nos aproximarmos da tua santa mesa. Alimenta-nos com o corpo e o sangue de teu Filho, para que nos agarremos a ti e glorifiquemos a ti com tudo o que dissermos e fizermos. Em tua misericórdia, Senhor,

C: Ouve a nossa oração.

P: Pai Gracioso, ouve as nossas orações e, como prometeste, responde-as da maneira que tu sabes ser a melhor. Tudo isso te suplicamos em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor, Amém

15.         Ofertas, 169 HL.

16.         Liturgia da Santa Ceia.

P: O amor de nosso Senhor que se manifestou ao mundo pela obra de Jesus Cristo, nos convida a celebrar a Santa Ceia, para que o amor de Deus se renove em nós e a alegria do Senhor vibre em nossos corações.   E, firmados no perdão possamos estar fortalecidos para o testemunho da nossa fé.

17. Prefácio:

P: O Senhor esteja com vocês.

C: Ele está no meio de nós.

P: Levantem os seus corações.

C: Nós os levantamos para o Senhor.

P: Demos graças ao Senhor, santo Deus.

C: É digno e justo louvarmos o seu santo nome.

P: É verdadeiramente digno, justo e do nosso dever, que em todos os tempos e em todos os lugares te demos graças, ó Senhor, santo Pai, onipotente, eterno Deus, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, em quem tornaste conhecido às nações o que estava escondido desde a fundação do mundo; e manifestaste a plenitude da tua glória naquele que assumiu a substância de nossa natureza mortal. Portanto com os anjos e arcanjos e com toda a companhia celeste louvamos e magnificamos o teu glorioso nome, exaltando-te sempre, Cantando:

Sanctus, Hino 146: Santo, Santo Santo.

C: Santo, Santo, Santo, Deus onipotente Cedo de manhã, cantaremos Teu louvor.

Santo, Santo, Santo, trino Deus clemente és um só Deus, excelso criador.

Santo, Santo, Santo, Clamam os remidos entoando salmos diante do Senhor.

Honra gloria e Benção, rendem reunidos ao Deus de enterno infindo e grande amor.

T: Pai Nosso.

Instituição:

P: Assim Senhor nos Revelaste:

C: Que nosso Senhor Jesus Cristo, na noite em que foi traído, tomou o pão, e tendo dado graças o partiu e o deu aos seus discípulos dizendo:

P: Tomai, comei, isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em memória minha.

C: E Semelhantemente, também depois da ceia, tomou o cálice e, tendo dado graças, o entregou dizendo:

P: Bebei todos deste.  Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós para remissão dos pecados.  Fazei isto quantas vezes o beberdes, em memória minha.

PaxDomini.

P: A paz do Senhor seja convosco para Sempre.

C: Amém.        

Agnus Dei: 205 Hl.

Digno és o Cordeiro de todo louvor, Graças nós rendemos por teu amor.

Tua Seja a glória e o domínio também, hoje e para sempre amem, amém.

Teu são os poderes e os tronos também, hoje e para sempre amém, amém.

Glória nas alturas na terra também, gloriam aleluia! Amém, amém.

21. Distribuição:

P: quem é Digno de receber este sacramento?

C: Verdadeiramente digna e bem preparada é a pessoa que crê nas palavras: "Dado e derramado em favor de vocês para remissão dos pecados." 

P: Todo Aquele que crê na salvação dada por Cristo e na sua presença neste sacramento, sedo devidamente instruído na fé Cristã, esta convidado a participar da ceia do Senhor.

(CD)

22. Ação de Graças

P: Oremos agradecendo esta dádiva recebida na Ceia do Senhor.

C: Graças te damos Senhor Jesus por, neste pão e vinho, recebermos o teu corpo e sangue. Que esta Ceia concedida por ti, continue a dar perdão dos nossos pecados, fortalecimento na fé, a fim de combatermos o bom combate. Aumenta em nós a fé e a capacidade de amar o próximo para que possamos demonstrar em nossos atosa tua grandeza. Amém.

17.         Benção.

P: Que o Senhor os abençoe e os guarde; que o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre vocês e tem misericórdia de vocês, que o senhor acompanhe os seus passos com amor e lhes dê a paz.

C: amém.

18.         Avisos.

19.         Hino Final: 167 HL.