Pesquisar este blog

19 janeiro 2024

ORAÇÃO 2 DOMINGO APÓS EPIFANIA, TRIENAL B

Santíssimo Deus e Senhor, trazemos a ti nosso louvor e agradecimento por podermos celebrar a manifestação do teu Filho Jesus, como nosso Senhor e Salvador.

Obrigado por tuas incontáveis bênçãos em nossa vida. Como sabes tudo a nosso respeito, estamos certos de que também conheces todas as nossas preocupações. Que elas estejam sob a tua proteção e cuidados.

Senhor Jesus, obrigado porque vieste ao mundo e aqui enxergaste a nossa situação de pecadores e perdidos. Para nos salvar, tomaste sobre os teus ombros o peso da cruz, que teve o peso dos nossos pecados. Desde o Batismo estamos unidos contigo. Por tua graça mantenha-nos unidos a ti e dá-nos coragem e alegria para testemunhar do teu amor para o mundo. E neste tempo da Epifania em que lembramos tua manifestação para o mundo, manifeste o teu poder e a tua bondade, sobre nossos pastores que atuam fora do Brasil. Dá-lhes sabedoria e coragem e usa os dons deles para levar o teu amor para os povos de outras línguas.

Ó Santo Espírito, continue chamando e enviando profetas para tornar conhecida a salvação por meio de Jesus Cristo. Mova muitos corações para aceitar o convite de vir e ver o Messias prometido. Que pela fé, possam um dia vê-lo face a face, no Reino que não terá fim. Afasta-nos de todo o mal e santifique a nossa vida, para que o nosso corpo seja sempre um templo teu.

Olha com bondade, Senhor, para aqueles que enfrentam dores e sofrimentos e para aqueles que sentem culpas e remorsos.  Envia-lhes compaixão e graça, a orientação e o consolo da tua Palavra. Aos que estão internados nos hospitais envia-lhes a cura e a restauração. E aos que não tem mais esperança de cura, conforta-os com a esperança da ressurreição para a Vida Eterna.

Oramos por aqueles que estão começando uma nova etapa na vida, seja no trabalho ou nos estudos. Abençoe o esforço deles e que possam, no futuro, colher os frutos.

Oramos em nome de teu Filho e nosso Salvador. Amém.

David Karnopp

MATEUS 22.34-40

 

Mateus 22.34-40

  O mandamento mais importante

A Lei era o fundamento da religiosidade para os fariseus. "A liberdade que Jesus se permitiu diante da lei já a muito tempo lhes causava escândalo. Suas palavras sobre o sábado, sobre as leis de purificação e suas práticas, levaram a um inquérito formal a respeito do ensino e prática de Jesus."[1]

Os fariseus tinham 248 prescrições e 365 proibições.[2] Eles faziam especificações e atualizações da lei de Moisés. Este número grande de leis os deixava embaraçados. Eles não conseguiam achar um consenso sobre os critérios para estabelecer quais destes mandamentos seriam os mais importantes. Embora fossem leis criadas por eles mesmos, eles os consideravam leis divinas.[3] O principal ponto era que saduceus rejeitavam todas as leis dos fariseus que não estejam registrados no Pentateuco.[4]

Eles questionam Jesus sobre o assunto. O objetivo não é achar uma solução para a questão. O texto é claro que o objetivo é testar a Jesus: "A questão colocava a Jesus por um destes fariseus era um teste porque, ao que parece, eles esperavam que Jesus, em sua resposta, dissesse alguma coisa não ortodoxa e chocante, que o exporia à acusação de blasfêmia."[5]

Jesus responde citando o trecho inicial do "xema". "Xema" era aa profissão de fé judaica combinado com ações de graças. Era um dos elementos mais antigos do culto na sinagoga. No dia-a-dia todo israelita adulto deveria recitá-lo duas vezes ao dia, de manhã e a noite.[6] A origem do nome vem de Dt 6.4 que diz "ouve Israel". Ele era similar aos Credos dos cristãos, uma confissão de fé.

O texto citado é Dt 6.5 que "estabelece que Deus deve ser amado sem reservas e com toda a capacidade do ser."[7] A palavra repetida três vezes é "todo". "Todo coração" que significa toda a nossa personalidade. "Toda alma" quer dizer todo interior, os sentimentos, toda a vida. "Toda a mente" é todo o pensar, ideias, convicções.[8] Em outras palavras, Deus nos quer integralmente. Ele  quer a pessoa toda.

       Deus ama assim ao ser humano. A presença de Jesus é exatamente a prova deste. Seu amor incondicional. Ele ama apesar de todos os pecados que a pessoa pratica. Se a pessoa analisa o que Deus quer a pessoa integralmente ela percebe que não aquilo que Deus requer. O amor integral é somente o amor de seu Filho. Jesus mesmo afirma: "⁴ Eu te glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer" (João 17:4 NAA). Jesus amou a Deus assim como os seres humanos o deveriam amar.

"Este é o grande e primeiro mandamento" – Este é o mandamento mais iportante. Ao lado deste está o amor próximo: ³⁹ E o segundo, semelhante a este, é: "Ame o seu próximo como você ama a si mesmo." (Mateus 22:39 NAA). Em qualidade é "semelhante" ao que diz respeito a Deus. Novamente temos o "amor", e toda  a extensão deste que inclui todo contato com o próximo. O verbo aqui usado é "agapáo", palavra usada para revelar o amor de Deus.  Este amor pela sua própria qualidade supera a todos os outros mandamentos que possam ser acrescentados.[9]

O que Jesus deixa claro que o ser humano não pode amar a Deus num sentido real sem amar seu próximo, feito a imagem de Deus.[10] "Este mandamento não pode ser separado do amor a Deus".[11] Não importa quem seja este próximo. Ele talvez seja uma pessoa com qual se tenha amizade. Ele pode ser um desconhecido que ele nunca tenha visto em sua vida(Lc 10.37). Mesmo que seja um inimigo, ele deve receber este amor (Mt 5.44).[12]

"Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mateus 22:40).Toda e qualquer revelação que Deus fez na Escritura de uma ou de outra forma está vinculado nestes princípios fundamentais.[13] A necessidade da vinda do Messias está vinculado a estes dois mandamentos.

A Pergunta sobre o Messias

Mateus 22.41-46

Agora é Jesus quem provoca a última discussão com os fariseus. Parece que ele quer alertar que as questões levantadas pelos seus inimigos são insignificantes diante de uma questão maior e crucial: "O que pensam e acreditam sobre o Messias?" Eles não apenas tinham pensamentos erroneos sobre os mandamentos, mas esperavam os messias que fosse um grande guerreiro humano em vez de Salvador divino.[14]

Jesus inicia este assunto com a pergunta: "O que vocês pensam do Cristo? De quem é filho?" (Mateus 22:42). A resposta veio logo: "De Davi". "Eles estavam procurando um filho de Davi que herdaria o brio militar do seu progenitor real".[15]

Jesus continua seu diálogo com outra pergunta:

  "Então, como é que Davi, pelo Espírito, chama o Cristo de Senhor, dizendo:

"Disse o Senhor ao meu Senhor: 'Sente-se à minha direita, até que eu ponha os seus inimigos debaixo dos seus pés'"? Portanto, se Davi o chama de Senhor, como ele pode ser filho de Davi?" (Mateus 22:43-45). "O próprio Davi diz o contrário, pois ele chama o Messias meu Senhor. E isso encerra a discussão".[16]  

Esta discussão sobre o Messias está ligado a afirmação que "toda a Lei de Moisés e os profetas" se baseiam no mandamento nesses dois mandamentos (Mtaeus 22.40).

 Emer Teodoro Jagnow

 

 

[1] RUIJS, Raul, in A Mesa da Palavra ano A. Id. idem., p. 508

[2]  LENSKI, R.C.H. Op. cit., p. 878

[3] RUIJS, Raul, in A Mesa da Palavra ano A. Op. cit., p. 508

[4] LENSKI, R.C.H. Op. cit., p. 879

[5] TASKER R.V.G. Mateus. Op. cit., p. 168

[6] Dicionário Enciclopédico da Bíblia. Petrópolis, Vozes, 1977, 2ª edição, p.  1573

[7] TASKER R.V.G. Mateus. Op. cit., p. 168

[8] LENSKI, R.C.H. Op. cit., p. 880

[9] LENSKI, R.C.H. Id. idem., p. 882

[10] TASKER R.V.G. Mateus. Op. cit., p. 168

[11]  Bíblia de Estudo NTLH. Barueri, SP, SBB, 2005, p. 964

[12] LENSKI, R.C.H. Id. idem., p. 882

[13] TASKER R.V.G. Mateus. Op. cit., p. 168

 

[14]  TASKER R.V.G. Mateus. Id. idem., p. 169

[15] TASKER R.V.G. Mateus. Id. idem.., p. 169

[16] Bíblia de Estudo NTLH. Barueri, SP, SBB, 2005, p. 965

A PARÁBOLA DAS DEZ MOÇAS

A PARÁBOLA DAS DEZ MOÇAS

Mateus 25.1-13

Contexto Literário:

Este texto faz parte do Sermão Escatológico. Neste sermão temos as profecias dos fins dos tempos. Jesus revela a certeza e carater súbito de sua segunda vinda e necessidade das pessoas estarem preparados para não serem surpreendidos.  Ele anuncia a destruição de Jerusalém como primeiro sinal da sua segunda vinda. Cita muitos outros sinais que estão se cumprindo ao longo da história antes de sua segunda vinda. Então conta a parábola do Servo fiel, e ela enfatiza a conduta das pessoas (MT 24.4-51).. Existem pessoas fieis ao senhor e existem os infieis. A parábola das dez virgens complementa a parábola anterior

Texto:

Jesus conta mais uma parábola. Nela ele enfatiza o estar preparado, quando acontecer a sua segunda vinda. Novamente o banquete é usado para se referir à eternidade. Esta comparação já havia sido usada no Antigo Testamento. No Salmo 23 Davi se refere à salvação desta forma: "Preparas um banquete para mim, onde os meus inimigos me podem ver. Tu me recebes como convidado de honra e enches o meu copo até derramar" (Sl 23.5). A Bíblia frequentemente descreve a eternidade como o participar de uma festa. Festa pressupõe um momento de alegria. Ela mostra que estar no céu significa estar feliz. Jesus em seu ensino usa com frequência a comparação com a participação dum banquete

Na parábola das bodas Jesus já usou a festa do filho do rei para dizer que Deus está convidando os seres humanos para participar de seu grande banquete no céu ( Mt 22.1-14). Nesta parábola novamente descreve a entrada do Reino dos céus com o participar de uma festa de casamento. O noivo é o personagem central da parábola. Ela mostra importância de estar preparados para a vinda inesperada do noivo para participar da festa. Não se sabe a hora da chagada do noivo e a pessoa deve estar em condições de entrar para festejar a qualquer hora. Não existe tempo para corrigir a postura

A Demora do Noivo

Versículos 1-5: A demora do noivo era fácil de entender, porque ele ia casa da noiva para busca-la. Às vezes faltavam detalhes de acerto com a família da noiva, porque o noivo precisava oferecer garantias. Só depois disto o noivo e seus amigos partiam para a casa do noivo e ali se realizavam a festa.

A Necessidade da vela Acessa

Versículos 6-9: Havia necessidade de se apresentar ao noivo que autorizava se a pessoa convidada para entrar. Naquele tempo já havia penetras. Quando a festa iniciava a noite, cada pessoa precisava se apresentar com a vela acessa para que pudesse ser identificada para ser autorizada para entrar. Foi muito importante o fato das cinco moças prudentes terem levado o azeite reserva para ter acesso à festa de casamento.

Perder a festa

Versículos 10-12: As moças que não levaram azeite de reserva não tiveram acesso porque depois que os convidados entravam e a porta era fechada. Nenhum convidado podia entrar depois se ser fechada a porta. A festa propriamente dita começa naquele momento e noivo não atendia qualquer pessoa que se atrasava. Precisava estar ali no momento da chegada do noivo.

Necessidade da Vigilância

Versículo 13: "Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora" – Temos aqui um imperativo que é uma ordem. As pessoas foram convidadas para participar da festa com noivo Jesus, mas elas precisam estar atentas. Não podem facilitar. Se forem surpreendidos em falta de fé. Deus demonstra seu amor nos convidando para participar da festa com ele no céu. Jesus teve que renunciar ao conforto do céu para vir ao mundo para possibilitar o acesso a esta festa junto ao Pai. O acesso à festa do céu para nós passa pela cruz para tornar viável. Jesus pagou um alto preço. Isto precisa ser valorizado e fazer que estejamos atentos para não perder esta festa.

Cabe uma observação importante: Jesus diz claramente que "não sabeis o dia e hora". Ninguém sabe quando será segunda vinda de Jesus. Seguidamente existem anúncios de datas do fim do mundo e consequentemente a segunda vinda de Jesus. Ninguém que conhece o ensino da Bíblia sobre a segunda vinda dá qualquer importância sobre estes anúncios. Ele sabe que é alarme falso.

 

Questões homiléticas:

É bom lembrar que a Bíblia descreve a eternidade com um lugar de felicidade. Uma festa de casamento é usada para descrever a felicidade daqueles entram no Reino de Deus.

Esta parábola mostra a importância do cristão estar vigilante. Estamos vigilantes se estudamos e refletimos regularmente sobre a Palavra de Deus e participarmos da Santa Ceia. Quem alimenta sua fé em Jesus regularmente não corre risco de perder a festa com Cristo no céu. É importante preserva a fé, porque no céu não tem penetras.

O texto também combate a ideia de Deus é bonzinho e por causa disto todos serão salvos. Deus é amor e através de Cristo dá oportunidade a todos para serem salvos: "Ele quer que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade." ( 1 Tm 2.4 ntlh). Porém aqueles que se negam aceitar a oferta misericordiosa de Deus não entrarão no Reino dos céus. As moças sem sua luz acessa, apesar do convite do noivo, não puderam participar das bodas.

                                                                   Autor: Elmer Jagnow