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03 março 2011

ORAÇÃO DA SEMANA - TRANSFIGURAÇÃO DE NOSSO SENHOR

Transfiguração de Nosso Senhor
6 de Março de 2011
*[trad. e adp. Paulo Samuel Albrecht de: Prayer of the Church, da LCMS - PEM/2011]

P: Povo amado por Deus, vamos levar diante do trono da graça nossos louvores e petições, dizendo: Deus eterno,
C: grande é a tua glória!
P: Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, em teu Filho, a tua glória habitou em carne e sangue humanos para nos trazer vida eterna. Abre os olhos de todas as pessoas para que vejam a glória de Deus na face de Cristo. Deus eterno,
C: grande é a tua glória!
P: Ó Senhor, que amas a raça humana, Moisés e Elias apareceram com o salvador em glória para dar testemunho que toda a lei e os profetas falam dele. Concede a todos os pastores e servos da Igreja sabedoria para abrirem as Escrituras de tal forma que todos ouçam a voz do Salvador lhes chamando à vida. Deus eterno,
C: grande é a tua glória!
P: Rei das nações, tu estabeleceste toda a autoridade sobre a terra para ser uma bênção e não um fardo. Lembra-te daqueles que receberam a responsabilidade da autoridade civil aqui e em toda parte e capacita-os para servirem com sabedoria e integridade. Deus eterno,
C: grande é a tua glória!
P: Confortador dos entristecidos, somente tu podes trazer a paz que dá entendimento aos corações atribulados. Lembra-te de todos os que se encontram doentes, hospitalizados, abandonados, aflitos ou moribundos (especialmente.... e aqueles dos quais lembramos em nosso coração).  Que possam sentir a tua presença, experimentar da tua paz e receber cura e alívio de acordo com a tua graciosa vontade. Deus eterno,
C: grande é a tua glória!
P: Tu que preparas um banquete diante de nós para provarmos e vermos como o Senhor é bom, concede corações arrependidos e crentes a todos os que se achegam ao santo altar neste dia, para que este sacramento os fortaleça e os preserve na fé verdadeira para a vida eterna. Deus eterno,
C: grande é a tua glória!
P: Ó Senhor imortal, ressuscitaste o teu Filho dos mortos por meio do teu Espírito doador da vida para que ele fosse o primogênito de muitos que já compartilham de sua vida e glória sem fim. Recebe a nossa gratidão por Moisés, Elias, Pedro, Tiago, João e por todos os que adormeceram na fé e comunhão de nosso salvador. Leva-nos a ver, junto com eles, a plenitude da tua glória no mundo porvir. Deus eterno,
C: grande é a tua glória!
P: Todas estas coisas e tudo mais que sabes que precisamos, concede-nos, gloriosa trindade divina, pois tu és um Deus de bondade e que amas toda a tua criação. A ti rendemos toda a glória, honra e adoração: Pai, Filho e Espírito Santo, agora e para sempre e por toda a eternidade.
C: Amém. 
5º ESTUDO                                                                                                                               

Mt 5.27-32 – Do adultério                                                                                                                                  

Moisés era legislador do povo de Israel. Nem todos no povo eram tementes a Deus e não deram ouvidos à lei, pois havia entre eles hipócritas e incrédulos, mesmo sendo as leis rigorosas com punição até por apedrejamento, isto é, pena de morte a infratores da lei. Por isso, Moisés criou a carta de divórcio, para impor certa ordem àqueles que não temiam a Deus e não tinham fé. (Dt 24.1-4) O homem, que despedia sua esposa por qualquer motivo, tinha que dar à esposa repudiada uma carta de divórcio. Esta lei governamental, em tempos de decadência, foi interpretada da forma mais liberal possível. Um homem tinha o direito de mandar sua esposa embora por qualquer motivo. Jesus expõe isto a seus ouvintes e diz que não era assim desde o princípio. Quando Deus instituiu o matrimônio, ele não criou uma opção ou um espaço para o divórcio. Por isso Jesus sublinha: Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Em outras palavras, não existe razão para que filhos de Deus, um casal temente a Deus, possa vir a se separar. O divórcio não é o caminho para se resolver problemas matrimoniais. Se o matrimônio de uma família cristã entrar em crise, o amor e o relacionamento mútuo esfriarem, o problema está na fé cristã, que está morrendo. Os dois estão deixando de ouvir e falar com Deus. Este casal precisa voltar a ouvir a Deus e deixar guiar-se por Deus ao arrependimento e à fé, da qual brotará o amor de um para com o outro, para a restauração e renovação de sua vida matrimonial.
     Por isso Jesus afirma: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres. Esta dureza do coração não é outra coisa do que incredulidade. Um dos dois ou os dois caíram da fé. Portanto, não existe “um divórcio sem pecado”. Isto também fica muito claro nas palavras de Jesus no sermão do monte: Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de adultério, a expõe a tornar-se adultera; e aquele que casar com a repudiada, comete adultério. (Mt 5.31,32) Jesus não admite o divórcio para filhos de Deus, exceto em caso de sofrerem o divorcio, quando um dos cônjuges quebra a união pelo adultério. Ora, adultério não é um pecado de fraqueza. É um pecado proposital, que deveria ser castigado no Antigo Testamento por apedrejamento. (Dt 22.20-26) Não temos, no entanto, nenhum exemplo de que este lei tenha sido executada. O apóstolo Paulo reflete o mesmo espírito ao escrever: Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta, forma um só corpo com ela? Porque, como se diz: serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fugi da impureza! (1 Co 6.15-18) 
     Jesus ainda vai mais longe. Ele levanta a pergunta sobre um novo casamento do desquitado (pressuposto que são dois cristãos que não tem o direito de se separarem) e responde: Não! Pois, quem casar com a repudiada, comete adultério. Ele passa a viver com alguém, com quem não tem o direito de conviver. A separação temporária visa a reconciliação.

Princípios Bíblicos sobre Casamento e Divórcio:

a) Cristãos, enquanto na fé em Cristo, não cogitam da possibilidade de divórcio para solucionar seus problemas matrimoniais. Eles foram unidos por Deus e juraram fidelidade um ao outro.

b) Divórcio de cristãos. Em caso de um casal cristão se divorciar, isto sempre implica no fato de um ou os dois terem caído ou enfraquecido da fé, quer seja por causa de adultério ou um apartar-se maliciosamente. Neste caso, a parte inocente permanece membro da comunidade, a parte culpada precisa ser disciplinada.  (Na maioria dos casos, é difícil estabelecer que apenas um dos dois é culpado)

c) Soluções. Quando a união matrimonial foi quebrada por adultério de uma das partes ou por abandono malicioso, as soluções podem ser: 1) No caso de adultério, a parte culpada cai em si, se arrepende e pede perdão. A parte inocente pode perdoar e aceitar o cônjuge de volta, o que é recomendado. Isso, no entanto, dependerá da boa vontade da parte inocente. Ela poderá
também perdoar e não aceitar o cônjuge faltoso de volta, isto é, solicitar o divórcio, conforme a afirmação de Jesus, (Mt 19.9) por ser uma relação mui íntima. 2) Em caso de abandono malicioso, espera-se por um tempo (talvez um ano, depende das leis do país), a espera de uma possível reconciliação. Não havendo reconciliação, a parte que repudiou deve ser declarada incrédula, pois endureceu seu coração contra a palavra de Deus. E o cônjuge que sofreu o abandono, estará livre para um novo casamento.
d) Arrependimento. Quando, após um tempo, a parte culpada, cai em si e reconhece seu erro, se arrepende e volta à fé em Cisto, o que fazer? Importa que o manifeste à Comunidade e para a pessoa a qual abandonou, pedindo perdão. Estando o caminho para refazer o matrimônio fechado, isto é, a pessoa não aceita o adúltero de volta, ou porque a pessoa inocente já está em vias ou contraiu novo casamento, a parte culpada, arrependida, poderá contrair novo casamento.

Aplicação. O que dizem essas palavras, hoje, para nós? a) Cabe-nos instruir bem nossos jovens e nossa Comunidade sobre esse assunto. Será que eles sabem enfrentar crises matrimoniais? Que tipo de ajuda precisam? Basta correr simplesmente a psicólogo, ou precisam de auxílio espiritual? Pois mesmo que estes se chamem de cristãos, normalmente predominam neles as teorias psicológicas. Precisamos de estudos bíblicos à disposição para que nossos membros possam, pela leitura, conhecer o que a Bíblia diz sobre o assunto. E mostrar o que Deus uniu não o separe o                                                                                                                                                
homem, pois a união matrimonial é uma união vitalícia. Não é em vão que ao Jesus afirmar isso, até os discípulos estranharam e disseram: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar (Mt 19.10). b) Estar atento aos problemas e ter cuidado no trado e no aconselhamento a casais em crise e diante do divórcio, fazendo tudo para evitá-lo. E dizer à parte que causa o divórcio que realmente caiu da fé, e que quem casar com a repudiada, comete adultério. c) Instruir com mais profundidade pessoas divorciadas que vêm à Comunidade em busca da cerimônia religiosa.


Afirmações com aplicação prática sobre Divórcio e Novo Casamento
Rev. Jeffrey C. Kinery, Grace Ev. Luth. Church Brownwood, Texas - Tradução e adaptação: Horst R. Kuchenbecker

     Em todos os tempos a Igreja precisou reafirmar sua posição a esse respeito e isto não baseado nas idéias inconstantes de pessoas, nem conforme os ditames da sociedade e da cultura na qual vivemos, mas unicamente baseado na imutável e inerrante autoridade da Palavra de Deus: O conselho do Senhor dura para sempre, os desígnios do seu coração por todas as gerações. Sl 33.11

      As teses que seguem representam a posição da Escritura Sagrada sobre a questão do divórcio e do novo casamento. 
1. O matrimônio, como instituído por Deus, é uma união vitalícia, contraída por esponsais legítimos, entre um homem e uma mulher para uma só carne, até que a morte os separe. Mateus 19.3-6; Marcos 10.6-9; Romanos 7.1-3; 1 Coríntios 7.5.

2. O divórcio é justificado (endossado, aprovado, sancionado) aos olhos de Deus somente com base na Escritura. Sob a base da Escritura, no entanto, na maioria dos casos, o divórcio não é ordenado, nem encorajado. Divórcio sob outra base do que a Escritura, por exemplo, o pronunciamento legal da autoridade civil de que o matrimônio foi quebrado em base não bíblica, tem sido tolerada por Deus por causa da perversidade e obstinação humana.

3. A lei de Moisés no Antigo Testamento que permitia o divórcio por “qualquer motivo” de impureza (incluindo qualquer impropriedade), foi por causa da “dureza do coração” do povo de Israel. A lei de Moisés também permitia um novo casamento de ambos os cônjuges envolvidos num divórcio, mas proibia, após o segundo divórcio, retornar ao primeiro cônjuge. Dt 24.1-4; Mt 5.31; 19.7-8; Mc 10.2-5.

4. No Novo Testamento, Jesus mostrou que Deus não aprova o divórcio, exceto se alguém o sofre por causa da infidelidade, fornicação e adultério do seu cônjuge, ou qualquer relacionamento sexual imoral e contrário à lei matrimonial como por exemplo: homossexualismo, incesto, prostituição, bestialidade, etc. Nestes casos o divórcio pode ser requerido e um novo casamento é possível.     Mateus 5.32; 19.9.
                                                                                                                                                 
5. O apóstolo Paulo, por inspiração divina, enfoca uma outra pergunta no assunto divórcio, o abandono malicioso* por parte de um dos cônjuges.      1 Coríntios 7.12-15     * “Abandono Malicioso” não é, especificamente, uma causa para o divórcio, mas o próprio ato do divorcio – a dissolução do laço matrimonial. Deserção maliciosa consiste em um dos cônjuges se recusar persistentemente a viver como homem ou mulher com seu cônjuge. Mas precisamos ter certos cuidados, visto que separação temporária por causa de doença, prisão, trabalho, guerra,                                                                                                                         deportação, etc. não é deserção maliciosa. Persistente recusa, no entanto, de dar o direito conjugal ou não dar a devida benevolência por estúpida resistência não acidental ou por motivos de doença, representam uma deserção do voto matrimonial. Pois um dos principais propósitos do matrimônio é o intercurso sexual legítimo, negá-lo persistentemente é deserção maliciosa (1 Co 7.1-5). Persistente crueldade física e violência também tornam a convivência da coabitação marital impossível e isto constitui deserção maliciosa.

6. Todos os outros argumentos e/ou motivos para o divórcio fora da fornicação e abandono malicioso não são reconhecidos pela Igreja cristã, tais como: um não suporta mais ao outro, bebedeiras, diferença religiosa (de outra denominação) vagabundagem, grande negligência, crueldade mental, prisão, insanidade, doença contagiosa ou repugnante, doença incurável, condenação por crime, perda do amor, desapontamento das aspirações e esperanças matrimoniais, incompatibilidades. Tais motivos não são reconhecidos pela igreja cristã como válidos ou motivos bíblicos para o divórcio.

7. No caso de um dos cônjuges ter cometido infidelidade sexual (fornicação) ou abandono malicioso e persistir nisso sem arrependimento, não buscando perdão nem reconciliação, o cônjuge inocente pode (não que precisa faze-lo) buscar obter o divórcio legal para atestar que o cônjuge infiel dissolveu a união matrimonial por sua infidelidade. Mateus 1.19.
                                                                                                                                                             
8. Na maioria dos casos pastores cristãos insistem no perdão e na reconciliação se isto for possível. Pois, na maioria das vezes, ambos as partes têm certa culpa em grau maior ou menor, que levaram uma união ao divórcio. É muito raro uma das partes ser totalmente inocente num divórcio. 1 Coríntios 7.10,11.

9. Se ambos os cônjuges numa união são culpados de fornicação, eles perdem o direito de buscarem o divórcio. Se após a descoberta da infidelidade, do adultério o casal consente em voluntariamente coabitarem como homem e mulher, o matrimônio foi com isso novamente unificado e a parte inocente perde o direito de mais cedo ou mais tarde buscar obter o divórcio.1Co 6.15

10. A Igreja cristã não proíbe a parte inocente contrair novo matrimônio, nem ao cônjuge culpado que obteve o divórcio por causa de adultério ou deserção maliciosa.     Deuteronômio, Mateus 5.32; 19.9; 1 Coríntios 7.15,27,28.
                                                                                                                                                                
11. Se o divórcio ou separação foi obtido por uma razão não bíblica, nenhum dos cônjuges deve casar novamente, mas buscar a reconciliação e restauração de sua união matrimonial.               1 Coríntios 7.10-11.

12. Se um dos cônjuges separados por um motivo não bíblico, casar com outra pessoa, este ato dissolve a união legítima. E este cônjuge tornou-se culpado do pecado de adultério.* Quem casar com tal divorciado ou separado por um motivo não bíblico também comete adultério. A parte inocente, neste caso, está livre.     *Adultério é um pecado grosseiro da carne e merece a condenação eterna, se a pessoa disso não se arrepender. (Êx 20.14,17; Hb 13.4; 1Co 6.9-10; Gl 5.19; Ef 5.5; Ap 21.8; 22.15)

13. Se os cônjuges são membros de uma Congregação cristã, a parte culpada no divórcio deve ser tratada conforme os princípios evangélicos da disciplina cristã.      Mateus 18.15-18;           
1 Coríntios 5; 1 Timóteo 5.20; Gálatas 2.11-14.

14. A parte culpada num divórcio, se penitente, deve corrigir sua vida pelo pedir perdão ao seu ex-cônjuge e à congregação cristã. Se a parte culpada ainda não casou de novo, deve procurar a reunificação com seu ex-cônjuge. Se este (a parte inocente) ainda não casou novamente e está disposto a recebê-lo de volta e se reconciliar. Se a parte inocente da união original morreu, casou ou recusa a reunificação, então a parte penitente, está livre para cassar novamente sem o estigma de ser um adúltero.                                                                                                                                          

 Se a parte culpada no divórcio do matrimônio original vier a se arrepender após estar casado pela segunda vez, não há razão bíblica para rotular a segunda união como adultério. Ela também não precisa ser dissolvida, visto que a parte culpada, agora se arrependeu, mesmo estando casado com uma pessoa com a qual não tinha o direito de casar, pois estava divorciada por uma razão não bíblica. A segunda união dissolveu, permanentemente, a primeira aos olhos de Deus (Veja tese 12ª). Por outro, a Bíblia proíbe, especificamente, após um segundo casamento o retorno à primeira mulher (Tese 3ª)  Rm 7.1-3; 1 Co 7.10-11, 27
                                                                                                                                          
15. A parte culpada num divórcio, se sinceramente arrependida, que corrigiu sua vida, deve ser completamente perdoada e recebida de volta na Congregação cristã com todos os direitos e privilégios. João 8.11; 2 Samuel 12.13; 2 Coríntios 2.6-8.

16. O pastor cristão não oficiará na cerimônia de casamento de pessoas que evitaram todo tratamento cristão em relação ao casamento, que divorciaram de forma não cristã. A não ser que sejam penitentes e que seu primeiro cônjuge tenha falecida, cassou ou recusa permanecer com ele.     1 Timóteo 5.22; Ezequiel 3;17-20; Efésios 5.11.

17. A melhor maneira de se evitar a tragédia do divórcio é quando cônjuges cristãos tomarem a sério a admoestação bíblica de que marido e mulher devem amar um ao outro e reconhecer sua responsabilidade sexual própria dada por Deus na vida e no matrimônio.     Efésios 5.22-31; Tt 2,3-5; 1 Pedro 3.1-7; Colossenses 3.12-19.

TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS

Perícopes do último domingo após a Epifania – (A Transfiguração do Senhor ) 06/03/2011
1º Leitura: Salmos 2.6-12
1)  Títulos:
- O Rei escolhido por Deus – NTLH
- O reinado do Ungido de Deus – ARA
- O Ungido do Senhor – Lutero
2) Contextualização:
            Ao que tudo indica, este salmo tem sua origem na coroação do rei Davi, a qual teve forte repercussão e revolta entre os povos vizinhos de Israel. A Igreja do Novo Testamento sempre interpretou o mesmo como uma profecia de autoria do rei Davi na qual ele fala do reinado futuro do Messias. Esta verdade podemos conferir no discurso de Paulo em At. 4.25, onde ele diz: “Tu falaste por meio do Espírito Santo e do nosso antepassado Davi, teu servo, quando ele disse: “Por que as nações pagãs ficaram furiosas? Por que os povos fizeram planos tão tolos?”
3) Conteúdo do Texto:
            O texto se refere ao reino da graça de Jesus, ou, ao poder de sua pregação, visto ser de origem divina. A perícope omite os cinco versículos iniciais do salmo, nos quais o salmista fala da oposição, ou rejeição dos povos, ao reinado de Cristo. E apenas usa a parte que fala do Filho de Deus e da mensagem consoladora que ele trouxe da parte do Pai. Vejamos os seguintes destaques:
Vs.6 -  Ele diz: “Já coloquei o meu rei no trono lá em Sião, o meu monte santo.” Foi Deus quem colocou um salvador a disposição da humanidade. É uma decisão que veio do céu,  não da terra.
  Vs. 7 - O rei diz: “Anunciarei o que o Senhor afirmou. O Senhor me disse: ‘Você é meu filho; hoje eu me tornei seu pai. ” Jesus falou a mensagem que o Pai lhe ordenou anunciar aos homens, esta mensagem compreendia a proclamação do Evangelho, conforme Mateus 17.5b: “ ....— Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria. Escutem o que ele diz!”    O salmo dá sustentação à confissão do Credo Niceno, que diz, ser Jesus: “Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os mundos”
Vs. 8 – “Peça, e eu lhe darei todas as nações; o mundo inteiro será seu.”  Jesus é o rei de todos os povos. O seu evangelho está destinado para salvar a todo pecador.
Vs. 9 – “Com uma barra de ferro, você as quebrará e as fará em pedaços como se fossem potes de barro.’ ”  A barra de ferro é figura da Lei de Deus que quebra todo orgulho humano e torna a todos dependentes do amor e da misericórdia do Rei Jesus.
Vs. 10 – “Agora escutem, ó reis; prestem atenção, autoridades!” O Rei que Deus enviou ao mundo, traz uma mensagem inédita para todo ser humano, a saber. O Rei Jesus assumiu a culpa dos pecados, o inocente paga pelos culpados.    
Vs. 11 – “Adorem o Senhor com temor. Tremam e se ajoelhem diante dele;”  Deus não quer sacrifício de animais para expiar a culpa do pecado, Deus quer adoração, isto é: Aceitar a Jesus como o Rei que salva e que conduz seu povo para o céu. O apóstolo Paulo, quando diz em Fp 2.10, que virá o momento em que todo joelho se dobrará em homenagem a Jesus, parece estar fundamentado neste mesmo salmo.   
Vs.12 – “se não, ele ficará irado logo, e vocês morrerão. Felizes são aqueles que buscam a proteção de Deus!” Deus quer ser conhecido como protetor de seu povo e nunca como um inimigo que odeia e destrói suas criaturas. Esta é a grande mensagem de paz da parte de Deus, seu Pai.
4) Sugestão de Tema:
A Mensagem do Rei Jesus:
1 – Ele é Deus de Deus nascido, tem credenciais divinas!
2 – Ele prega a lei que mata e quebra todo orgulho humano!
3 – Ele prega o Evangelho que perdoa e conduz para o céu!

2º Leitura: Êxodo 24.8-18
1) Títulos:
- A aliança de Deus com o povo de Israel - Moisés no monte Sinai – NTLH
- A aliança de Deus com Israel - Moisés e os anciãos sobem novamente ao monte - ARA
- O livro e a oferta da aliança – Moisés sobe novamente ao monte – Lutero.
2) Contextualização:
O Povo de Israel encontra-se ao pé do monte Sinai. O Senhor Deus se manifestou no alto do monte por meio de fogo, raios, trovões e por meio de linguagem humana proclamou as suas leis. Moisés registrou todas estas leis que o Senhor falou a viva voz e consagrou as mesmas, borrifando com sangue o altar e o povo dizendo: “Este é o sangue que sela a aliança que o Senhor fez com vocês” Vs. 8. Em ato continuo o Senhor chama os lideres do povo, que acompanhados por Moisés, se apresentem a ele no monte, a fim de celebrar o compromisso solene entre ele e o povo.
3) Conteúdo do Texto:
            O texto relata detalhes sobre a celebração da aliança entre Deus e seu povo, por ocasião em que receberam as leis do Senhor. Deste relato destacamos:
 1º Dos versículos 8-11, o seguinte:
a- “O sangue que sela a aliança!” O perdão, a readmissão do povo como propriedade exclusiva do Senhor é selado com marcas de sangue.
b- “Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e setenta líderes do povo de Israel subiram o monte e viram o Deus de Israel.” Estes homens representam o povo todo. É uma oportunidade rara em que Deus se torna visível aos olhos humanos. Significa que ele tem uma proposta interessante para o povo, uma proposta de paz.  
“eles viram a Deus e depois comeram e beberam juntos.”
Aqui está o registro de uma refeição celebrada na presença de Deus e preparada por ele. Deus não os fulminou como pecadores na presença dele, mas celebrou uma refeição com eles, um sinal de vida, de salvação e de amizade.
2º A segunda parte do texto, VS 12-18, relata como Deus preparou a Moisés para liderar o povo. Vejamos os seguintes destaques:
a) “O Senhor Deus disse a Moisés: — Suba o monte onde eu estou e fique aqui, pois eu vou lhe dar as placas de pedra que têm as leis e os mandamentos que escrevi, a fim de que você os ensine ao povo.” Deus não deu apenas verbalmente as suas leis, ele as escreveu em placas de pedras. Simbolizando seu valor duradouro, irrevogável e a necessidade de alguém com boa capacitação para ensiná-las.
b) “Então Moisés disse aos líderes: — Esperem aqui até nós voltarmos...” Quem está em viagem, não gosta de parar e esperar! Deus está treinando o seu povo na arte de esperar, de esperar pelo tempo de Deus e a superar a ansiedade humana. A história conta que o povo pecou durante esta espera.
c) “A glória do Senhor desceu sobre o monte,...” Essa era a percepção de Moisés a respeito do cenário que o envolvia. Já o povo teve outra visão: “ para os israelitas a luz parecia um fogo que queimava lá no alto.” 
d) “A nuvem cobriu o monte durante seis dias, e no sétimo dia o Senhor, lá da nuvem, chamou Moisés.”  Deus está treinando o seu servo Moisés na arte de esperar pelo tempo do Senhor. Seis dias de espera, ao termino dos quais ele é recebido pelo Senhor. Esta espera faz pensar nos “porquês” dos homens que o Senhor Deus deixa para responder na eternidade.  
e) “Moisés entrou no meio da nuvem. E ficou ali no monte quarenta dias e quarenta noites.”
Não sabemos detalhes sobre este encontro entre Deus e Moisés. Sabemos que Moisés voltou deste encontro com o rosto brilhando como uma forte luz, isto significa que ele foi afetado pela santidade de Deus, que foi transformado numa pessoa de grande fé, confiante nas promessas do Senhor,apto para liderar o povo acolhido de Deus.
4) Sugestão de Tema:
Uma Celebração na Presença de Deus!
1 – Esta acontece pela proclamação das leis do Senhor.
2 – Esta acontece onde Deus santifica e equipa seus servos.

3º Leitura: 2 Pedro 1. 16-21
1) Títulos:
Testemunhas da glória de Cristo – NTLH.
A superioridade da palavra de Deus – ARA.
A transfiguração de Jesus e a palavra profética – Lutero.
 
2) Contextualização:
            Pedro escreve esta carta para pessoas que “receberam uma fé tão preciosa como a nossa.” O motivo deste escrito é advertir contra falsos mestres os quais questionavam a veracidade de doutrinas fundamentais da fé cristã, como a divindade de Cristo e a vinda do juízo final. O apóstolo registra o seu testemunho sobre a divindade de Jesus baseado na visão do monte da transfiguração e defende a inspiração do Antigo Testamento como escritos revelados pelo Espírito Santo.   
3) Conteúdo do Texto:
            Aqui o apóstolo está fazendo uma apologia da fé cristã; seu argumento é: A fé tem por fundamento revelações de Deus, as quais tiveram inicio com os profetas do Antigo Testamento e que culminaram com a presença de Cristo no mundo. Seus argumentos são os seguintes:
1º - Vs.16 - “Nós não estávamos contando coisas inventadas...” A fé cristã não foi inventada por seres humanos.
2º - Vs.16 – “quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo,...” Quem disse que Jesus voltará ao mundo para julgar os vivos e os mortos, foi Deus quem falou, nós apenas anunciamos esta verdade.
3º - Vs.16 – “pois com os nossos próprios olhos nós vimos a sua grandeza.” Jesus não foi apenas uma pessoa humana! Nós os apóstolos vimos a sua grandeza no monte da transfiguração.
4º Vs.17 – “Nós estávamos lá quando Deus, o Pai, lhe deu honra e glória...” Nós, isto é: Pedro, Tiago e João, presenciamos ali no monte da transfiguração, a cena que mostra Jesus em sua glória divina.
5º Vs.17 – “Ele ouviu a voz da Suprema Glória dizer: “Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!” Jesus e os três discípulos ouviram o próprio Senhor Deus, testemunhando da divindade de Cristo.
6º Vs.18 – “Nós mesmos ouvimos essa voz que veio do céu quando estávamos com o Senhor Jesus no monte sagrado.”  Nós somos testemunhas do depoimento que o Pai falou de viva voz.
7º Vs.19 – “Assim temos mais confiança ainda na mensagem anunciada pelos profetas...” As revelações do monte da transfiguração, vem confirmar o ensino dos profetas, e visam fortalecimento da fé.
8º Vs.19 – “Vocês fazem bem em prestar atenção nessa mensagem...” Portanto, a mensagem é de Deus, é digna de toda credibilidade, duvidar dela certamente trará conseqüências terríveis.
9º Vs.19 – “Pois ela é como uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia amanheça e a luz da estrela da manhã brilhe no coração de vocês.” Por natureza, todos vivemos na escuridão, só Deus pode ascender uma luz que mostra o caminho da vida. Esta luz é a sua Palavra.
10º Vs.20 – “Acima de tudo, porém, lembrem disto: ninguém pode explicar, por si mesmo, uma profecia das Escrituras Sagradas.  Só o Espírito Santo que é o autor das Sagradas Escrituras pode conceder sua correta interpretação.
11º Vs.21 – “Pois nenhuma mensagem profética veio da vontade humana, mas as pessoas eram guiadas pelo Espírito Santo quando anunciavam a mensagem que vinha de Deus.” Deus possui recursos perfeitos para ensinar aos homens a sua vontade. Portanto, não resta dúvida, Jesus veio uma primeira vez ao mundo como Salvador, porém virá uma segunda vez como juiz de vivos e de mortos.
4) Sugestão de Tema:
A fé cristã está edificada sobre um fundamento seguro!
1 – O fundamento é: Jesus Cristo, é o Filho de Deus, o Salvador do mundo.
2 – O fundamento é: A doutrina dos profetas que falaram inspirados pelo Espírito Santo.

4º Leitura: Mateus 17.1-9
1) Títulos:
- Jesus, Moisés e Elias – NTLH.
- A transfiguração – ARA.
- A transfiguração de Jesus – Lutero.
 2) Contextualização:
            O próprio evangelho aponta para o contexto, ao dizer: “Seis dias depois...” Estas palavras nos fazem indagar: “Depois de que?” Então olhando para o texto que precede a perícope, vamos encontrar a confissão de Pedro: “O Senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo!” E logo a seguir a declaração de Jesus: “Eu preciso ir para Jerusalém, e ali os lideres dos judeus farão com que eu sofra muito. Eu serei morto, e, no terceiro dia serei ressuscitado!” Estas duas afirmações trouxeram dúvidas aos corações dos discípulos. Se Jesus é o Filho do Deus vivo”, quem poderá matá-lo? Se ele é o Salvador do mundo, como poderá salvar alguém se estiver morto? Estas dúvidas estão sendo esclarecidas na visão relatada pelo texto.   
3) Conteúdo do Texto:
            O texto fala sobre a divindade de Jesus, e a vida daqueles que já estão na eternidade. Vamos olhar os detalhes:
Vs. 1- “Seis dias depois, Jesus foi para um monte alto, levando consigo somente Pedro e os irmãos Tiago e João.” O evangelho não identifica o monte, não havia necessidade para fazê-lo. Porém, é um retiro esclarecedor para estes três lideres da comunidade apostólica. Foi no monte Sinai que ele revela a essência do evangelho.     
Vs. 2- “Ali, eles viram a aparência de Jesus mudar: o seu rosto ficou brilhante como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz.” O rosto de Moisés ficou brilhante quando ele ficou quarenta dias e noites na presença de Deus, ao receber a lei – Êx 34.29. Era o reflexo da glória de Deus. Jesus porém tem brilho próprio, ele não reflete a luz de um outro, portanto ele é maior do que Moisés, até mesmo a sua roupa não consegue esconder o brilho celestial do seu corpo.    
Vs.3 – “E os três discípulos viram Moisés e Elias conversando com Jesus.” Moisés e
Elias passaram por este mundo há muito tempo no passado. Agora estão vivos na companhia de Jesus e de Deus Pai, Todo-Poderoso. Eles vieram falar com Jesus. Mateus não diz o assunto sobre o qual falaram. Porém, Lucas diz que: “Eles falavam com Jesus a respeito da morte que, de acordo com a vontade de Deus, ele ia sofrer em Jerusalém.” Lucas 9.31. Esta conversa, portanto, esclarece que a morte de Jesus fazia parte dos planos de Deus para salvar a humanidade pecadora.     
Vs.4 – “Então Pedro disse a Jesus: — Como é bom estarmos aqui, Senhor! Se o senhor quiser, eu armarei três barracas neste lugar: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias.”Pedro sentiu por alguns minutos como é bom estar no céu! E expressa o desejo de que este sentimento nunca mais acabe. Porém, a realidade era outra, a sua hora de entrar na glória celestial ainda não havia chegado, ele tinha uma missão para realizar no mundo.
Vs.5 – “Enquanto Pedro estava falando, uma nuvem brilhante os cobriu, e dela veio uma voz, que disse: — Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria. Escutem o que ele diz!” Aqui está o ponto máximo desta revelação. Não foi Moisés, nem Elias, mas o próprio Deus quem fez a revelação. E seu conteúdo é: 1º Jesus é o Filho do Deus Verdadeiro, 2º Tudo o que Jesus diz, é Palavra de Deus, e merece toda credibilidade por parte dos homens.
Vs.6 – “Quando os discípulos ouviram a voz, ficaram com tanto medo, que se ajoelharam e encostaram o rosto no chão.” Os discípulos ao perceberem a presença de Deus, acusados por sua consciência ficaram com medo e reverentes se prostraram diante dele. Este não foi um bom momento para os discípulos, porém uma prova de que eles ainda não estavam prontos para usufruir a beleza do céu.
Vs.7 – “Jesus veio, tocou neles e disse: — Levantem-se e não tenham medo!” A mensagem é: Para não ter medo da presença de Deus, precisamos de Jesus. Só Jesus pode nos purificar do pecado e tornar-nos agradáveis na presença do Senhor.
Vs. 8 – “Então eles olharam em volta e não viram ninguém, a não ser Jesus.”  A visão acabou, agora precisavam voltar para a realidade e contar ao mundo a mensagem que o Mestre lhes ensinou. Assim animados e orientados deveriam prosseguir na missão de pescar gente, visto ser grande a recompensa que os aguardava.
Vs.9 –“Quando estavam descendo do monte, ele lhes deu esta ordem: — Não contem para ninguém o que viram até que o Filho do Homem seja ressuscitado.” O que os três acabaram de ver e ouvir não deveriam contar para ninguém, só após sua ressurreição poderiam divulgar. Por que? Jesus não diz! Ela porém, foi sua vontade.

Obs. Lutero, ao pregar sobre este Evangelho usou os seguintes tópicos:
1º O ensino sobre a ressurreição dos mortos e a vida em glória dos filhos de Deus na vida futura!
2º A participação de Moisés e de Elias nesta visão prova a existência de uma vida ativa no reino do céu.
3º Os chamados mortos, na verdade não estão mortos, eles passaram pela morte para a vida verdadeira.
4º A morte é apenas uma viagem para um outro mundo, para um mundo da presença de Deus.
5º O pecado foi vencido, a morte derrotada, o pecado perdeu o seu poder de condenar.
6º Não há salvação em nenhum outro – At 4.12. Só Jesus Cristo salva, ele venceu a morte e concede aos que nele crêem a vitória.
4º - Sugestão de Tema:
Jesus Cristo, o Filho de Deus nos dá a vida verdadeira!
1 – Ele conta com o testemunho de Moisés e dos profetas!
2 – Ele conta com o testemunho do Pai e da Palavra que gera vida!
3 – Ele também conta o segredo do amor do Pai!


Sermão: 2 Pedro 1.16-21

            Em Cristo Jesus, o Senhor da glória, caros irmãos e irmãs na fé!
            Parece-nos, que nunca houve época em que a humanidade correu atrás de glória quanto na atualidade.
            A mulher bonita exibe o seu corpo mesmo nu, se for necessário para receber as glórias da sua beleza.
            Os blocos carnavalescos exibem força física, muito luxo, apesar de toda pobreza, para receber a glória de campeões. As pessoas ricas se empenham num verdadeiro campeonato para construir a casa mais bonita, possui o automóvel mais sofisticado e portanto desfrutar a glória de serem os mais sofisticados e portanto desfrutar a glória de serem os mais ricos de melhor gosto artístico.
            Muitas outras competições por glórias passageiras poderiam ser mencionadas. Bastam estas para ilustrar a loucura dos homens, e para convocar os filhos de Deus na busca de uma glória permanente. A posse da glória verdadeira, da glória que Deus reservou para os seus não é o fruto da imaginação humana. Dela fala o apóstolo em nosso texto, dizendo: “Nós não estávamos contando coisas inventadas quando anunciamos a vocês a vinda poderosa do nosso Senhor Jesus Cristo, pois com os nossos próprios olhos nós vimos a sua grandeza.” Vs. 16. Aqui nos diz o apóstolo, que o santo evangelho, o dom de Deus que transforma corações humanos, não pode ser identificado como invenção humana. Isto porque jamais a mente humana poderia imaginar uma salvação para a humanidade pecadora como esta que Deus nos oferece no evangelho. Nenhuma fábula, nenhum conto de fada poderia criar em sua imaginação mais fértil, aquilo que nosso Deus fez ao enviar seu Filho Jesus Cristo ao mundo colocando sobre ele toda nossa culpa de pecado e fazendo-o  morrer na cruz em pagamento por nossas transgressões. Assim manifestou Deus a glória de seu amor, gloria esta que ele deseja transmitir aos nossos corações, fazendo-os vibrar como o amor de Deus e movidos pelo amor direcioná-los aos nossos semelhantes.
            Pedro experimentou esta glória. Foi ele o discípulo que negou seu Mestre. Foi ele quem experimentou de perto a glória de seu Senhor, quando lhe perdoa todo pecado. Por isto, alinhando com os demais apóstolos declara: “com os nossos próprios olhos nós vimos a sua grandeza” João se associa a Pedro no testemunho da glória de seu Senhor, dizendo: “Nós vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” A glória de Jesus foi mostrada em muitas oportunidades aos discípulos, a fim de que os mesmos tivessem boa fundamentação para falar aos homens de uma glória perfeita e duradoura reservada por Deus no céu para todas as pessoas humanas.
Lembremos algumas ocasiões:
1º No batismo de Jesus, o céu de abriu e o Pai do céu anunciou: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”  
2º No monte da transfiguração Jesus mostrou-se em seu estado de Exaltação a Pedro, Tiago e João, estando com ele Moisés e Elias. Também nesta ocasião falou o Pai do céu identificando a Jesus como seu Filho, digno de ser ouvido.
3º Eles viram a glória de Jesus por ocasião de sua ressurreição dos mortos.
4º Viram a glória de Jesus quando glorioso subiu ao céu.
5º Eles viram a glória de Jesus na realização de muitos milagres.
Especialmente eles aprenderam que esta glória não era para envaidecer a Cristo, mas era para ser repartida com todas as criaturas humanas que habitam a face da terra. Por isto Pedro se apresenta como testemunha desta glória, ou como mensageiro de Deus para convocar a humanidade a que deixem de correr atrás daquilo que não é glória e encontrar em Cristo a fonte da glória verdadeira.
            Que esta glória do céu está ao alcance de todas as pessoas humanas é verdade sólida, amplamente confirmada pelo Senhor nosso Deus.  Da certeza de que as palavras de Deus são verdadeiras, fala o apóstolo quando diz: “Temos assim tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em entendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela Dalva nasça em vossos corações.” Cristo confirmou as palavras dos profetas. Os apóstolos viram e ouviram a voz do próprio Senhor Deus que lhes falou da glória que nos está reservada no céu. É bem verdade que enquanto estamos neste mundo de pecados;  perversidades. A fé que nos une a Cristo, a fé que nos assegura a participação na glória do céu parece a uma candeia, uma lâmpada fraca, pequena a brilhar em meio a muitas trevas. Mas ele brilha e virá o dia em que Jesus a estrala Dalva, surgirá e então brilharemos eternamente no reino do nosso Senhor.
Isto é a verdade. Porque nenhuma profecia da escritura provém de particular elucidação. Porque os homens santos, profetas e apóstolos, falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo. O Espírito Santo moveu, impeliu os homens santos do passado para pregar o evangelho, para crer e esperar a glória do céu. Isto é maravilhoso. Quando toda a glória deste mundo desaparecer, quando a beleza feminina desaparecer, quando todos tesouros desta vida ficarem inúteis, quando os prazeres sexuais não mais forem prazer, então nós os filhos de Deus, aqueles que pela fé em Jesus Cristo forem purificados de todo pecado, passarão a viver a glória de nosso Deus. Glória da qual Paulo diz, ser impossível referir em linguagem humana. Glória da qual Pedro soube dizer: Senhor bom é estarmos aqui. Que ninguém de nós troque a glória transitória desta vida pela glória excelsa de Deus. Amém!

Sermão de Mateus 17. 1-9  (Incompleto)

Em Cristo Jesus o Senhor de toda a glória, caros irmãos e irmãs na fé!
            Neste ultimo domingo de epifania, estamos refletindo sobre a maior das revelações do Senhor Jesus, como Salvador da humanidade. Pouco antes desta revelação, ou seja seis dias antes, Jesus falou pela primeira vez aos discípulos que segundo o plano de Deus, ele deveria agora ir para Jerusalém, onde sofreria a morte de Cruz, para salvar a humanidade de seus pecados. Pedro falou em particular com Jesus. Tentou convencê-lo de que esta não seria a melhor opção. Todo grupo dos discípulos se perturbou diante desta expectativa. Parece que até chegaram a duvidar da divindade do Mestre.
            Então Jesus escolheu três deles: Pedro, Tiago e João. Levou-os a alto monte e mostrou-lhes a glória divina. Não sabemos responder, porque Jesus só levou os três. Ele certamente teve suas razões. O que importa, é que ali no alto do monte, Jesus foi transfigurado na presença dos três. Isto é: Jesus se mostrou aos três em sua glória celestial. Ainda mais: apareceram Moisés e Elias, dois personagens da antiga aliança. Estes são a prova de que todos quantos partiram deste mundo, vivem com Deus na glória celeste. Ainda mais, o evangelista Lucas acrescenta que eles falaram com Jesus a respeito de sua missão, que ele iria cumprir em Jerusalém, ou seja: Falavam da necessidade de sua morte pelos pecados dos homens.
            A visão ainda se torna mais contundente quando uma nuvem os envolve e da nuvem fala o Deus eterno e lhes diz: “este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, a ele ouvi.” Estas palavras apresentam três verdades preciosas, verdades que querem abrir o entendimento dos discípulos, com respeito a missão de Jesus.
1º: Deus Pai afirma: - Jesus é seu Filho amado! Isto num sentido diferente do que nós somos filhos de Deus. Nós somos filhos de Deus por adoção. Jesus é filho de Deus, no sentido como confessamos no Credo Niceno, a saber que ele é: “Deus de Deus, luz de luz, verdadeiro 

Deus do verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma só substância com o Pai.

            2º Jesus é o Filho de Deus, no qual Deus tem prazer. Deus tem prazer, satisfação em Jesus porque ele veio ao mundo, “não para revogar a lei, mas para cumprir.” Jesus veio para viver aquela vida santa, perfeita, que cada um de nós deveria viver na presença de Deus.
            3º Jesus é o Verbo de Deus, a Palavra de Deus, a qual todos precisam ouvir. A Palavra de Jesus é a Palavra de Deus, é a verdade eterna que nunca muda. O problema dos discípulos estava exatamente aqui. Eles não acreditavam na Palavra de Jesus, não aceitavam a Palavra de Jesus como única e correta.
A visão vivida pelos discípulos era simplesmente deslumbrante. Os três sentiram por instantes a felicidade do céu. Todas as suas dúvidas estavam resolvidas.

Apontamentos para Conclusão do sermão:
1º “Como é bom estarmos aqui Senhor”. Os três discípulos por instantes sentiram a felicidade do céu. Esqueceram as angústias e os prazeres do mundo. Desejam perpetuar esta existência maravilhosa da glória de Deus.
2º “Levantem-se e não tenham medo”. Ainda não era hora de desfrutar a vida eterna. Era preciso chamar muitos irmãos e irmãs que ainda viviam na miséria do pecado. Logo ao descer do monte se deparam com um menino epilético havia muito para ser feito.
Conclusão: Só Jesus salva – seu nome precisa ser anunciado.