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05 junho 2012

O ESPÍRITO SANTO E SEUS DONS

O ESPÍRITO SANTO E SEUS DONS – Prof. Gérson Linden

18-20/10/2010, Santa Izabel, Domingos Martins-ES

Anotações feitas pelo Rev. Gustavo Dettmann Schrock e observações feitas pelo Prof. Rev. Gérson Linden

Introdução ao estudo da pneumatologia

Pg. 1

O estudo do E.S. ou pneumatologia (conforme apostila: “O Espírito Santo e seus dons”).

Onde falar sobre a doutrina do E.S. no Seminário? Na parte de soteriologia e na parte de eclesiologia.

A igreja ortodoxa critica as igrejas ocidentais por focarem a obra de Cristo (cristomonismo) e esquecerem a obra do Espírito Santo. Isso é uma crítica ou elogio?

Teósis – deificação. É um ensino importante para a igreja oriental, falando sobre o processo pelo qual o cristão iria se tornando mais parecido com o Pai (2 Pe 1.4). O problema é que o ser humano continuará pecador até o fim da vida.

Pneumatologia do processo – tem sua raiz em Heráclito de Éfeso (não se entra duas vezes no mesmo rio).

Pneumatologia da libertação – o E.S. se manifesta na leitura bíblica, nas ações do povo (greve de um sindicato, por exemplo), etc.

Há 3 maneiras de encarar a ação de Deus entre os povos: a exclusivista (só Cristo salva), a pluralista (todos caminhos levam a Deus) e a inclusivista cristocêntrica (Cristo salva mesmo sem a pessoa conhecê-lo).

A cabana (com uma teologia inclusivista – obs. Do Rev. Walace da Uhylig da Silva).

Tipos de Espiritualidades

Pg.3

► Fatalista – se aconteceu algo ruim, Deus está no controle de tudo e algo de bom irá acontecer;

► Nova era – somos divinos;

►secularização – o E.S. age no mundo e na história (sem a Palavra);

Providência ou contingência – ou Deus providenciou ou eu causei. Não podemos dizer apenas que Deus causa tudo e nem podemos dizer que a pessoa causa tudo (os discípulos perguntaram se o cego pecou) - At 27.21ss. Muitas coisas são difíceis de explicar: o sofrimento de Jó. Os amigos de Jó tentaram explicar o porquê de seu sofrimento, mas Deus ao final os puniu. E Deus mesmo não explicou ao final o porquê de seu sofrimento. Nosso trabalho é consolar as pessoas, não explicar o porquê das coisas. Quando as pessoas questionam os fatos com sua ansiedade, revolta e tristeza elas estão precisando realmente de consolo, de conforto e de um gesto de amizade e amor. O E.S. não é chamado de “o explicador” e sim “o Consolador”.

A emoção como ação do E.S. Nem sempre as pessoas se emocionam por que é o E.S. quem os está tocando. Emoções são humanas e podem ser provocadas tanto por um pregador, por um humorista ou apresentador. O E.S. pode estar agindo, ou não, quando a pessoa se emociona. Mas também é verdade que o E.S. age em nós através da razão, quando entendemos a Palavra pregada, e através de nossas ações, quando nos leva a fazer a vontade de Deus.

Vários autores luteranos insistem que é primordial termos uma pneumatologia trinitária – não isolar a doutrina do E.S. do resto da trindade.

A doutrina do Espírito Santo

Pg. 4

1. O E.S. e o Deus Triúno

Trindade imanente – é quando se olha para a trindade pela forma como as três Pessoas se relacionam. O Pai gerou o Filho, o Filho foi gerado pelo Pai; o Filho fez proceder o Espírito Santo, o Espírito Santo procede do Filho; o Pai fez proceder o Espírito Santo, o Espírito Santo procede do Pai. Quem é Deus? A Trindade. A essência divina.

Risco: usa linguagem filosófica.

Vantagem: preserva a unidade de Deus como algo inegociável.

Trindade econômica – é quando se olha para a trindade pela forma como suas pessoas se relacionam com a criação. Deus Pai Criador, Deus Filho Salvador... Quem é Deus? O Pai. Paulo usa essa linguagem muitas vezes. Essa linguagem não nega a Trindade, é apenas uma questão de nomenclatura.

Risco: diminuir uma das pessoas em detrimento das outras. Há hierarquia em Deus? 1 Co 15.28. Não há uma subordinação ontológica – um não é maior que o outro. Mas há uma ordem, uma subordinação no plano da salvação: o Pai enviou o Filho, o Pai e o Filho enviam o E.S.

Em Deus há uma ordem que não pode ser invertida. Não foi o Filho que enviou o Pai, é um erro. Mas nenhum é maior que o outro. Assim também é a ordem que Deus criou: homem – mulher. A mulher deve ser subordinada ao homem, como Jesus se subordinou ao Pai, mas não é menos Deus que o Pai, assim também a mulher se subordina ao homem, mas não é menor do que ele.

Vantagem: há uma ordem. É uma linguagem bíblica.

O problema destas explicações é que elas são humanas, com linguagem filosófica (que é limitada).

Didasco – ensinar. Esse verbo no NT não é simplesmente ensinar de um modo geral, mas ensinar o Evangelho de modo organizado para um grupo de pessoas (na função de pastor, pregador). O pastor é o episcopos, o que supervisiona. A professora de escola bíblica “ensina” na escola bíblica sob supervisão do pastor.

Arianismo – Ario chegou a afirmar que “houve um tempo em que o Filho não era”. Inicialmente Ario queria combater o politeísmo, mas finalmente chegou a negar a trindade.

Pg. 5:

1. A controvérsia do Filioque

Filioque – foi acrescentado no credo para dizer que Jesus era tão Deus quanto o Pai. Era uma afirmação doutrinária contra o arianismo ou neo-arianismo. Mas qual a diferença que isso faz na prática?

Ocidente: Pai gerou o Filho e ambos geraram o E.S.

Oriente: Pai gerou o Filho na eternidade e gerou o E.S. na eternidade.

A diferença é que, se o Filho e o E.S. derivam do Pai igualmente na eternidade, não se pode enfatizar Jesus mais do que o E.S. Os pentecostais seguem um pouco a idéia ortodoxa do oriente, e dizem que Lutero fez a primeira Reforma, trouxe de volta o Filho, mas o pentecostalismo é a segunda reforma quando enfatizam a ação do E.S. Crer em Jesus salva, mas um crente mesmo precisa do batismo no E.S. para ter o E.S. como seu Senhor.

Quando entendemos o E.S. como procedendo do Pai e do Filho, sendo a ação do E.S. seguimento da obra de Jesus, não há como entender o E.S. sem o Evangelho de Cristo.

Vendo o E.S. como procedendo apenas do Pai, não do Filho, o E.S. poderia agir fora do Evangelho de Jesus. Isto abre brechas para a ação do E.S. em qualquer lugar, mesmo onde não crêem em Jesus.

2. A pessoalidade do E.S.

Se o E.S. não é um indivíduo, uma pessoa, Jesus também não o seria, pois a pessoalidade de ambos tem a mesma base bíblica (exceto no fato da encarnação de Jesus).

O E.S. fala – nos textos não fica claro o modo como o E.S. fala, se eles estavam meditando na Palavra ou não, se foi em sonho ou de outro modo. O E.S. fala dentro do ambiente de uso da Palavra. Na descida do E.S. eles estavam reunidos (ouvindo a Palavra, orando,... ?).

Mt 28.19 – “... em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Em nome não quer dizer “no lugar de”, não quer dizer “em nomes”, mas sim para dentro do nome. E se dissermos: “em nome do Pai, em nome do Filho e em nome do E.S.” seria errado? Se é errado ou não, mas é diferente de dizer: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Sugestão: usar a invocação com as Palavras de Mt. 28.19.

Prof. Linden: Não inventa e nem acrescenta aquilo que Deus já deixou claro! Exemplo: substituir “isto é o meu corpo” por “este é...”.

Outra frase: “vamos invocar a presença de Deus” – somos nós que convidamos Deus para o culto?

Prof. Linden: Dizem que os luteranos negam a ação do E.S. Porém quem nega a ação do E.S. são aqueles que não batizam crianças, pois não acreditam que o E.S. age se a pessoa não permitir ou ser conivente. Deus não tem poder? Não pode agir se nós não dermos o aval?

At 15.28 – como a igreja pode afirmar que pareceu bem ao Espírito Santo? Ele cita Amós, base bíblica, e eles estão se baseando na doutrina da justificação pela fé, doutrina principal da Escritura.

Obs.: não se vota doutrina. Se, numa convenção, há dúvidas sobre um parecer da CTRE, deve-se estudar mais o assunto. Mas não estão votando a doutrina na Convenção, vota-se a oficialização da doutrina na IELB.

O E.S. e a Palavra escrita de Deus

Pg. 6

Qual a diferença entre revelação e inspiração?

Revelação: tornar revelado o que uma pessoa não pode conhecer por si só. A criação do mundo é revelação, pois ninguém estava lá para testemunhar se Deus não revelar. O Evangelho também é revelação, pois ninguém saberia da salvação em Jesus se não fosse pela ação de Deus.

Inspiração: quando Deus guiou ou conduziu os autores a escreverem a Palavra. Eles escreveram, mas Deus conduziu.

Uma revelação só é revelação divina se estiver debaixo da inspiração divina: a Escritura.

Tive uma experiência maravilhosa. Como vc me explica isso? Pode ser mentira, pode ser algo normal que eu estou interpretando como sobrenatural, pode ser algo provocado por meu inconsciente, pode ser uma ação do diabo ou pode ser uma ação de Deus que eu não sei explicar.

Nm 11.25,29 (profetismo temporário) profetismo de Moisés era falar da vontade de Deus para a vida do povo. O profetismo sempre era temporário, quando Deus queria dizer algo para seu povo num dado momento. Os profetas sempre tinham mensagens por um determinado tempo. O ministério pastoral era exercido no AT pelo sacerdote.

Se Deus quiser, e Ele pode, usar outro caminho, além da Palavra, para falar e agir. Nós não podemos negar que o E.S. o faça, mas acreditar em algo fora da Escritura e afirmar que existem caminhos alternativos nós não podemos. O problema normalmente é que a ação anunciada como “do E.S.” gira em torno da pessoa que anuncia, e não em torno de Deus e sua Palavra. Demonstra-se uma motivação egocêntrica nestes casos.

O E.S. e Jesus

Na atividade do E.S. na concepção milagrosa de Jesus

O E.S. na encarnação – Mt 1.16 – Mateus vem falando “Abraão gerou Isaque, Isaque gerou...”, mas no v.16, para falar de Jesus, ele pula fala de “José, marido de Maria, da qual Jesus foi gerado”. No v.18 ele explica: Jesus foi concebido pelo Espírito Santo.

O Espírito Santo no batismo – Mc 1.10: o E.S. desceu eis auton – “para dentro dele”. Não que Jesus se deu conta de que era Deus, nem que Jesus recebeu a porção divina, mas que ele foi instalado no seu ofício. Os discípulos também foram “ordenados” quando ocorre o pentecostes, quando eles iniciam oficialmente o trabalho da Igreja.

Quando Jesus entra na fila dos pecadores para ser batizado, Ele está assumindo o nosso pecado, está se colocando no nosso lugar.

Os pais da igreja diziam que as últimas coisas serão como as primeiras. O E.S. de Deus pairava sobre a face das águas (Gn 1), pairava no sentido de uma ave pairando sobre sua ninhada. No dilúvio, novo começo, uma pomba sobrevoou sobre as águas do dilúvio. Quando Jesus foi batizado, um novo começo da história da humanidade, a pomba do E.S. desce sobre as águas do rio Jordão. Em Cristo se inicia uma nova criação. Por isso, no batismo somos nova criatura.

O E.S. na tentação – Jesus, impulsionado pelo E.S., foi levado para o deserto a fim de ser tentado (Mt). Em Lc diz que Jesus foi guiado, cheio do E.S., e foi tentado.

Nos milagres de Jesus

Mt 12.18 – Jesus expulsa demônios e cura no Espírito de Deus.

Na morte e ressurreição – Na morte de Jesus o E.S. estava com Ele (Hb 9.14). 1 Pe 3.18 – morto na carne e vivificado (ressuscitado – fazer viver: foi feito vivo) no Espírito. Morto na carne – na esfera da carne; no Espírito – na realidade do Espírito. Combina com 1 Co 15. Assim, Jesus desceu ao inferno no Espírito, ou seja, com o corpo espiritual, ressuscitado. No credo: “morto e sepultado, desceu ao inferno, no 3° dia ressuscitou dos mortos”. Como resolver? No credo não se refere ao momento em que Jesus foi ressuscitado, mas ao momento em que Ele se mostra ressuscitado. Inclusive os evangelhos não mostram como Jesus ressuscitou, mas como ele apareceu ressuscitado.

Vários “profetas” da história afirmam que vivemos (ou eles viviam) na época do Espírito. Parece que o E.S. só começou a agir com o trabalho da Igreja, ou no pentecostalismo. O E.S. participou na criação, na palavra dos profetas, na encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus, no início da Igreja e até hoje. Isto também se aplica ao Pai: criou e mantém sua criação, ressuscitou Jesus, continua mantendo a vida hoje.

O E.S. e o povo de Deus no AT

Pg. 6 e 7

Seria interessante fazer um estudo bíblico mostrando a ação do E.S. no AT para desmistificar a idéia recorrente de que o E.S. está atuando hoje, na época do E.S., quando a Bíblia mostra sua atuação desde a criação.

Espírito em maiúsculo ou minúsculo – Ex 28.3 – não está falando de pessoas que tem habilidade (NTLH), mas que tem sabedoria no coração (RA), foram enchidos com o espírito de sabedoria. A palavra espírito de sabedoria coloca espírito em minúsculo – no AT não dá para dizer onde deve-se colocar o maiúsculo. Linden defende que deveria ser Espírito maiúsculo. Principalmente em relação à Ex 31.2,3 e 35.30,31. Interessante que essas pessoas receberam o Espírito de Deus e habilidade para fazer roupas, usar trabalho artístico e manual,... Não receberam o Espírito para prever futuro, fazer milagres, etc Nem sempre o Espírito faz coisas milagrosas e extraordinárias, muitas vezes ele age no dia-a-dia e nós não percebemos. E o texto diz que Deus encheu eles do Espírito para fazer trabalhos manuais.

Dons – listar dons como sendo necessários ou imprescindíveis é um erro. Dons extraordinários são desejados pelas pessoas, mas dons habilidosos são dados por Deus e Ele espera que os pratiquemos.

Milagres no culto – o pastor poder perdoar os pecados da congregação, recebermos o corpo e sangue de Cristo na Santa Ceia, ter uma pessoa batizada. Enquanto os pentecostais fazem festa com curas e fala em línguas, coisas que acontecem também em religiões não cristãs, nós consideramos corriqueiro e passamos batido pelos milagres que ocorrem em todo culto: você podem morrer agora que estão perdoados! Uma criança morta espiritualmente ganha vida nas águas do batismo! Recebemos o sagrado corpo e sangue de Cristo na Ceia!

PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Mt 12.30-32 – o que é o pecado contra o E.S.? Rejeitar depois de conhecer? Ficar resistindo sem antes conhecer?

1 Jo 5.16 – pecado que traz a morte? Se manter incrédulo, não crer em Jesus.

At 7.51 – têm rejeitado o E.S. Seria pecado contra o E.S.? Ou seria resistir em aceitar o Evangelho pela primeira vez.

Hb 6.4-6 – Hb é complicado gramaticalmente. Os verbos traduzidos como perfeito são originalmente: estando convencidos, tendo participado (no particípio), e abandonando, não tem volta. O pecado contra o E.S. seria, então, estar em resistência à ação de Deus, não ao próprio Deus, mas depois de ter conhecido.

O autor de Hebreus está falando de um problema da congregação que havia e prega lei e evangelho (em Fp 2 Paulo diz para as pessoas serem humildes e fala sobre o exemplo de Jesus – doutrina). Ele não tenta resolver o problema com regras de como o povo deveria agir.

O ensino na igreja

A profissão de fé não é um curso de doutrina, é uma proclamação de lei e evangelho. Cada dia da instrução é um sermão sobre a mensagem bíblica.

Lei e Evangelho – Walther. Será que eu pequei contra o E.S.? Se vc se pergunta assim, isso mostra que o E.S. o faz se preocupar com sua situação espiritual. Um não-cristão não se preocupa com isso, nem acredita nestas coisas.

Teologia é para proclamação – Gehard Forde (em inglês).

“A igreja é hospital e não ginásio”. No hospital vc sai depois de receber o remédio e volta para sua vida normal para viver, no ginásio vc é treinado e depois enviado, agora vá e faça. Muitas vezes transmitimos conhecimento descrevendo, e não proclamando. É uma falta nossa como IELB.

7. O Espírito e a Igreja do NT

Pg. 7

Dissociar o E.S. da obra da igreja leva a dois problemas: o universalismo e ênfase indevida para alguns dons.

Universalismo: salvação e ação do E.S. fora da Igreja. Daí entra o diálogo inter-religioso: você deve ouvi-lo, entender que o Espírito Santo age na religião dele e falar do Jesus em que você crê, para conhecimento dele. Daí vocês serão bons amigos pelo poder do Espírito Santo.

Ênfase indevida para alguns dons: Não reconhecer que os dons estão relacionados à obra salvadora de Jesus leva as pessoas a dar valor a dons sem levar em conta o objetivo da Igreja de proclamar Jesus e sua salvação.

8. A doutrina do E.S. na História da Igreja

Pg. 7

Ameaças à doutrina do E.S.=

Arminianismo: Jesus é teu salvador pessoal (quando você aceita Jesus).

Misticismo: a experiência pessoal com Deus (fora da Palavra).

Racionalismo: só comprovado pela razão – nunca vi um morto ressuscitar, por isso não acredito.

Pietismo: quando é radical e põe a emoção como critério para mostrar a fé.

Perfeccionismo: a fé conduz a pessoa a uma vida de perfeição gradativamente (teologia da escadinha).

Subjetivismo: ênfase na experiência pessoal mais do que na Palavra.

Muitos desses tópicos são reflexos do movimento pendular da história. Numa dada época o pensamento humano enfatiza a razão, em outro a emoção, etc. Se a Igreja se deixa levar pela onda do momento, na próxima geração ela cai, ou tem de se adaptar, e amargar a acusação de ter afirmado e se firmado em bobagens sem sentido. Hoje, numa época pós-moderna, muitos argumentos e idéias da modernidade não fazem mais sentido e não são aceitos.

OS DONS DO ESPÍRITO

Pg. 8

1. O dom

Ef 2.8,9 – graça - caris - xáris(f); salvos – seswsmenoi - seswmenoi(m) e fé – pistis - pistis(f). Isto é um dom de Deus: isto – touto touto (neutro). Como não se refere a nenhum acima, se refere a todos juntos.

At 2.38 – dorea (doreá) dom do E.S.: do – genitivo [se for genitivo subjetivo é possessivo: ele é o dono do dom (a fé talvez); no caso do genitivo objetivo o dom é o próprio Espírito Santo].

2. Os dons – 1 Co 12-14

1 Co 12.1: A respeito dos espirituais (peri ton pneumatikwn) (peri ton pneumatikon). Não diz dons espirituais ou pessoas espirituais, a palavra dons foi subentendida.

Alguns erros: carisma (xarisma) – não é carisma – a graça de Deus não é ação cativante de alguém que é carismático, tem carisma. A carisma (xarisma) é uma ação/operação da graça de Deus, e não algo que está dentro de mim; dnamis (dínamis) não pode ser relacionado com dinamite – está errado. Evangelho não explode; o obreiro deve ser didaktikon (didaktikon) – um pastor não é obrigado a estudar didática [ainda que isto pode ser muito proveitoso], não é isso que o texto diz.

1 Co 12.4-6: há muitos carismata (xarismatas) (manifestações da graça de Deus – ato gracioso de Deus de levar a pessoa a fazer algo), há muitos diakonia (diaconia)(serviços) e há muitos energhma (energema) (obras). Todos estão colocados no mesmo patamar.

A fé salvadora não tem tamanho. A fé no campo da santificação pode ser forte ou fraca.

Fé – confiar no que Jesus fez; esperança – olhar para o que Ele fará ; amor – olhar para o irmão ao lado.

1 Co 12.7: os dons são para um fim proveitoso – para um bem comum. Interessante que Paulo não fala dos dons para o crescimento da igreja, mas para a manutenção da unidade da igreja. Quando dons dividem a igreja, alguma coisa está errada.

1 Co 12.9dons de curas: não é um dom só, e não é uma só cura. São dons de curas. Vários dons para diferentes tipos de curas. Detalhe: os apóstolos da Bíblia não diziam que as pessoas não foram curadas pois não tiveram fé. Eles curavam. Obs.: Paulo, aquele que até ressuscitou um morto, tinha um espinho na carne e cita em suas cartas vários cristãos doentes.

E por que acontecem pessoas hoje dizendo que curam em nome de Deus? Dt 13.1-3 – Deus nos prova.

Há 4 grandes listas de dons no NT, e poucos nomes se repetem nestas listas (pg 9 da apostila). Os dons são dados por Deus quando Ele quer. Mas chama a atenção que o único que se repete é o dom de falar da Palavra (profecia, falar a palavra).

Andamos por fé e não pelo que vemos. Vivemos pela fé e não pelo vemos. (versículo: 1 Co 4??)

1 Co 12.10 – discernimento de espíritos – não seres espirituais, mas proclamações espirituais, se são certas ou não.

Dons de línguas – Paulo põe no fim da lista, já que os coríntios o colocavam no começo da lista. Paulo não chega a dizer para não usar, mas isso causava problemas na congregação, tanto que Paulo está tratando desse tema aqui.

Línguas estranhas ou estrangeiras? Os argumentos permitem as duas interpretações. As palavras são as mesmas de Atos 2. Os pais da igreja interpretavam como línguas estrangeiras, exceto Tertuliano. Prof. Linden defende que há mais argumentos para línguas estrangeiras. 1 Co 13 = se falar em língua de anjos. Ele não está dizendo que se falava, assim como possivelmente não havia alguém dando o corpo para ser queimado.

Agostinho – falaram em línguas e fizeram milagres naquele tempo, pois era necessário. Agostinho era crítico com respeito a milagres e sinais. Ele acreditava que esses dons não se repetiriam.

Interpretação de línguas – tradução, não interpretação.

1 Co 12.12-27: A igreja como corpo de Cristo – “todos nós fomos batizados em um corpo, e a todos nós foi dado beber do mesmo Espírito” (v.13). Todos fomos batizados no mesmo Espírito – Paulo escreve isso para a congregação de Corinto, a mesma congregação que tinha dúvidas sobre a ressurreição, sobre casamento, que se embebedavam na Santa Ceia e cheia de problemas e pessoas problemáticas.

1 Co 12.31 + 1 Co 14.1: não pode pular o capítulo 13. O amor é o dom supremo (título da RA) não está escrito no texto. Mas Paulo está falando do caminho para trabalhar os dons. Se um dom não manifesta amor ao irmão, está sendo mal utilizado. Não se impressione com dons grandiosos. Em Corinto faltava esse amor, por isso Paulo enfatiza.

1 Co 14.1: lalew (lalew) – nos evangelhos significa pregar, ensinar.

1 Co 14.12: procurem dons que fazem a igreja crescer.

Dons não eliminam a ordem (pg. 8 – no final): certas pessoas não se enquadram, não gostam de seguir as regras da congregação, querem fazer as coisas do seu jeito. Como agir? Liberar geral? Deixa correr? Por no regimento o que pode ou não pode? Em 1 Co 14 Paulo diz: não impeçam, mas deve haver ordem. V.26: não diz para que as pessoas não façam, mas para que haja ordem. Paulo não liberou geral e nem podou os diferentes.

Servimos a Deus na igreja e em nossa vocação em casa e na sociedade, principalmente. É mais fácil servir na igreja e não ser cristão no dia-a-dia, que é o primordial.

4. O que são dons

Pg. 9

carisma (xárisma): é algo que Deus dá, quando Ele quer, e pode ser uma vez só. Uma pessoa pode ter o dom de ofertar generosamente em uma ocasião em sua vida. Normalmente nós consideramos isso ação humana, mas foi Deus quem trabalhou neste coração.

Como conquistar um dom? Simão quis comprar, pagar pelo dom e levou uma “chinelada” (Elimas – At 8.18,19). Não se conquista dons, Deus os dá.

Toda ação de Deus em nós, para o bem da Igreja e do próximo é xárisma.

Trabalho em conjunto: “Devo reconhecer que o outro colega também é meu pastor” – Rev. Eduvino Krause

“A igreja luterana é como o corpo de bombeiros, que tem a função de ir até as pessoas para salvá-las, ou como um clube, que tem a função de atender as necessidades dos sócios?” – Carlos Cracke

Dom – essa nomenclatura já está viciada. Ou se usa outro termo, ou ensine às pessoas a noção correta deste termo na Palavra de Deus.

Vocação – não é algo interior que a pessoa tem e a conduz para algo – isso é aspiração (1 Tm 3.1). Lutero usava essa palavra no alemão: chamado. Ninguém chama a si mesmo, mas é chamado por alguém.

Pode ser feita a distinção entre habilidades e dons espirituais? Dons espirituais e naturais?

Possessões demoníacas ocorrem? Linden: o diabo está amarrado após a obra de Cristo (Ap). Na época de Cristo pessoas ficavam endemoniados contra a obra de Jesus.

Períodos da história onde Deus agiu de maneira fantástica (inclusive endemoniados): Êxodo; Elias; Daniel; Jesus; Apóstolos (com menor intensidade).

Não há fatos fantásticos em número significativo: Isaías (época); Davi; época das epístolas (não há relatos); época dos pais da Igreja.

Em Apocalipse Deus mostra como o diabo age: o monstro feio e o parecido com cordeiro, mas com voz de dragão (Ap 13) – ele usa a força, perseguição (monstro) e falsos profetas (cordeiro com voz de dragão).

Vida espiritual e vida material?

Na igreja nós somos servidos por Deus, primeiramente, apesar de o servirmos também no culto. Nós servimos a Deus primariamente na família e na sociedade, é lá que praticamos a fé cristã.

BATISMO NO/ DO/ COM O ESPÍRITO SANTO

Pg. 12

Batismo no E.S. na Bíblia – usada três vezes no NT – Jesus usa para falar em relação ao batismo de João.

Atos como exemplo de igreja

Em muitos momentos dizem: como seria bom se vivêssemos hoje como a igreja de Atos! Você queria ter Ananias e Safira em sua congregação? Queria ter um movimento judaizante dentro da congregação, que levou até a realização de um concílio para resolver? Gostaria de ter um pastor divergindo com outro por causa de um medroso (Marcos)? Atos é um relato do que aconteceu naquela época. Eventos bíblicos não devem ser usados como padrão para nós. Ou teríamos que levar tudo ao pé da letra. Aqueles que se baseiam em Mc para dizer que os verdadeiros cristãos farão milagres, certamente não iriam entrar numa banheira de serpentes ou tomar veneno para provar.

Atos 2 – quem falou em línguas foram os apóstolos, não toda a igreja.

Em Atos o termo testemunhas é empregado tecnicamente para os apóstolos (At 10.39 RA).

Em Atos 8.14-17: aqui eles foram batizados, mas não haviam recebido ainda (não era o normal) o E.S. Em Atos 2.37-42 Paulo fala de se arrepender e ser batizado para ser perdoado e vocês (todos) receberão o E.S.

Paulo falou em línguas? Não – At 9.1-20. O personagem mais importante do livro de Atos, Paulo, não foi batizado no E.S., não falou em línguas? Lucas saberia se isso houvesse acontecido.

E os gentios na casa de Cornélio falaram em línguas (At 10.44-47) antes de serem batizados? Mas receberam o dom do E.S. na pregação da Palavra, não jejuando ou fazendo outras coisas.

At 8.26-29: 29 – o E.S. manda Filipe, 36 – o Eunuco pede para ser batizado, 39 – saindo da água Filipe já não estava mais lá, e ele continuou com júbilo, alegria (não falou em línguas – mas o dom do E.S. foi a alegria).

At 19 – o batismo de João.

Resumo: Em Atos há eventos fantásticos quando um novo evento é iniciado: Em Jerusalém (At 2); Samaria (At 8); confins da terra (At 10 e 19).

Há um só batismo – não há um batismo nas águas e outro batismo, no E.S. E também não pode haver rebatismo pois ele é de Deus, não propriedade da igreja (denominação ou congregação).

Curso Regional de Aperfeiçoamento de Pastores da IELB

18-20/10/2010, Santa Izabel, Domingos Martins-ES

Próximo encontro – 11-13 de setembro de 2011

EZEQUIEL 37.1-14

Ezequiel 37.1-14

1 – Títulos:

-O vale dos ossos secos – NTLH

- A visão dum Vale de ossos secos – ARA

- A revitalização de Israel – Lutero

2 – Contextualização:

Nos primeiros trinta e dois capítulos de seu livro, o profeta Ezequiel anunciou mensagens de juízo, de pregação da lei, castigando os pecados de Israel. A partir do capitulo trinta e três ele começa a falar sobre arrependimento e promessas de restauração do povo. Assim lemos em 33.10: “Os nossos pecados e maldades são um peso para nós. Estamos nos acabando. Como podemos viver?” Com a visão do vale dos ossos secos revitalizados, começam as mensagens de esperança, de promessa de libertação do povo e de seu retorno a terra de Israel. A visão é uma profecia referente à restauração de Israel como povo escolhido de Deus. A pergunta, que para muitos fica sem resposta é: Esta profecia foi apenas a respeito do retorno do cativeiro babilônico, ou inclui uma profecia que ainda hoje espera por cumprimento?

3 – Conteúdo do texto:

O texto relata uma visão que Deus concedeu ao profeta e a explicação da respectiva mensagem.

Vs.1-3 – “Eu senti a presença poderosa do Senhor, e o seu Espírito me levou e me pôs no meio de um vale onde a terra estava coberta de ossos. Ele me levou para dar uma volta por todos os lugares do vale, e eu pude ver que havia muitos ossos, muitos mesmo, e estavam completamente secos. Então o Senhor me disse: – Homem mortal, será que esses ossos podem ter vida de novo? Eu respondi: – Senhor, meu Deus, só tu sabes se podem ou não.” Deus é o autor da história. Só ele pode alterar o curso da história. Deus está preparando o seu profeta com uma mensagem de vida e de esperança. O profeta não diz quando nem onde teve a visão, isso é secundário. O importante foi a questão que Deus lhe apresenta para refletir, a saber: Ossos secos, de pessoas falecidas há muito tempo, ainda tem chance para tornar a viver? O profeta afirma: Se Deus quer que tal aconteça é possível.

Vs.4-8 – “Ele disse: – Profetize para esses ossos. Diga a esses ossos secos que dêem atenção à mensagem do Senhor. Diga que eu, o Senhor Deus, estou lhes dizendo isto: “Eu porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo. Eu lhes darei tendões e músculos e os cobrirei de pele. Porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo. Aí vocês ficarão sabendo que eu sou o Senhor.” Então profetizei conforme a ordem que eu havia recebido. Enquanto eu falava, ouvi um barulho. Eram os ossos se ajuntando uns com os outros, cada um no seu próprio lugar. Enquanto eu olhava, os ossos se cobriram de tendões e músculos e depois de pele. Porém não havia respiração nos corpos. Profetizar para ossos secos, foi o desafio de Deus para seu profeta. Algo parecido que ele já estava fazendo, a saber: pregar a um povo que estava morto para Deus. A lição que Deus estava ensinando era: Não são as palavras do profeta que geram vida, mas sim a Palavra de Deus. O profeta prega, a sua profecia só se cumpre em parte. Os ossos recebem corpos, mas corpos sem vida.

Vs.9-10 – “Então o Senhor me disse: – Homem mortal, profetize para o vento. Diga que o Senhor Deus está mandando que ele venha de todas as direções para soprar sobre esses corpos mortos a fim de que vivam de novo. Então profetizei conforme a ordem que eu havia recebido. A respiração entrou nos corpos, e eles viveram de novo e ficaram de pé. Havia tanta gente, que dava para formar um enorme exército.” Deus repete a ordem de profetizar, tudo indica que tal fato aponta para a perseverança na pregação. A dificuldade na interpretação deste texto está na ordem; “Profetiza para o vento” outras traduções: “Profetiza para o espírito”, e ainda: “profetiza para o fôlego da vida!” As três opções são possíveis, porque a palavra “Ruach” no hebraico é usada para qualquer uma das três opções. Não faz diferença alguma qualquer que for a opção da tradução. Pois se trata de uma palavra usada por Deus para revitalizar os corpos sem vida. O profeta obedece a Deus e a promessa se cumpre ao pé da letra.

Vs.11– “O Senhor me disse: – Homem mortal, o povo de Israel é como esses ossos. Dizem que estão secos, sem esperança e sem futuro.” Agora o Senhor Deus começa a explicar o sentido da visão. O objetivo do Senhor é: visualizar que ainda resta uma esperança de vida, um futuro promissor para o povo de Israel. Deus faz ao profeta recordar de que para ele nada é impossível, nem mesmo de conceder vida a ossos secos.

Vs.12 - “Por isso, profetize para o meu povo de Israel e diga-lhes que eu, o Senhor Deus, abrirei as sepulturas deles, e os tirarei para fora, e os levarei de volta para a terra de Israel.”

Abrir as sepulturas tirá-los é uma linguagem figurada, baseada na visão dos ossos secos e que tornaram a viver. O significado destas palavras é: Deus vai libertar o seu povo da escravidão da Babilônia e levá-los de volta para a terra de Israel.

Vs.13 - Eu vou abrir as sepulturas onde o meu povo está enterrado e vou tirá-los para fora; aí ficarão sabendo que eu sou o Senhor.” O povo de Israel relutou contra a idéia de que Deus estava escrevendo a história deles, e especialmente de que Deus iria reverter o quadro negativo em positivo, assim como muitos pessimistas ainda hoje procedem. Por isto, o profeta de Deus precisa pregar incansavelmente a Lei e o Evangelho.

Vs.14 - “Porei a minha respiração neles, e os farei viver novamente, e os deixarei morar na sua própria terra. Aí ficarão sabendo que eu sou o Senhor. Prometi que faria isso e farei. Eu, o Senhor, falei.” Aqui está a palavra final. O Espírito Santo vai: ressuscitar, conceder a fé e consolar de novo a Israel, assim como fez no dia de Pentecostes com os apóstolos e com cada um de nós no dia de nosso batismo.

4 – Sugestão de tema:

Deus desperta seu povo pela ação do Espírito Santo!

1 – Assim despertou Israel!

2 – Assim despertou aos apóstolos!

3 – Assim desperta a Igreja de todos os tempos!

AS MÃOS DE CRISTO E AS MINHAS MÃOS

Hino:

AS MÃOS DE CRISTO E AS MINHAS MÃOS

01.Neste tempo de quaresma em que estamos, ouve-se falar de tantas coisas como: sofrimento, angustia, tristeza, dor e claro não poderíamos esquecer-nos da morte. A quaresma é um tempo de preparo, tempo de pensar de uma forma mais profunda no que o Filho de Deus fez por todas as pessoas.

02.Este filho ofereceu a sua vida, para salvara outras vidas este filho ofereceu a suas mãos para salvar outras vidas. Assim queremos meditar, pensar refletir no que as mãos que Deus nos deu são capazes de fazer. Você já olhou hoje para suas mãos?

03.Quando olhamos para as mãos, ficamos pensando: como são diferentes as mãos que Deus nos deu. Mãos que sabem acariciar, mas que também sabem bater.

01.Mãos que podem levantar, mas que também podem derrubar.

02.Mãos de médicos que procuram salvar vidas. Mãos de assassinos querendo destruir a vida.

03.Mãos, instrumentos dados por Deus, mas que nem sempre fazem a vontade dele.

01.Mãos que pintam, mãos que bordam, mãos que dirigem, mãos que tiram sons de instrumentos musicais.

02.Mãos de operários, de agricultores, e tantas outras.

03.Como são importantes as nossas mãos. Que coisas interessantes elas revelam.

01.Nossas mãos são instrumentos para expressarmos nossos sentimentos.

02.Mãos do povo da época de Cristo, que no Domingo de Ramos estenderam tapetes, jogaram flores e ramos, bateram palmas quando o Senhor Jesus entrou em Jerusalém. “Bendito aquele que vem em nome do Senhor”

03.Mãos que na Sexta-feira Santa se agitaram ao som de crucifica-o! Crucifica-o!

01.Quão diferentes são nossas mãos! Elas são instrumentos para expressarmos nossos sentimentos.

02.Mãos de Judas que seguraram bem firme as trinta moedas de prata - preço pago para trair o mestre!

03.Mãos de Judas que num ato de desespero e falta de arrependimento fizeram o nó na corda, para o enforcamento.

01.Mãos que Pedro usou para tirar a espada da bainha ferindo um soldado, quando Jesus foi preso.

02.MÃOS! Mãos de Pilatos que foram lavadas, demonstrando covardia e falta de autoridade. Será que a consciência de Pilatos o deixou descansar, por ter lavado as mãos e tornar-se culpado de sangue inocente?

03.SENHOR DEUS quão diferentes são as nossas mãos.

01.Ah! Se nossas mãos pudessem e se elas procurassem imitar o exemplo das mãos do Teu Filho Amado:

02.Mãos que abençoaram crianças.

03.Mãos que restauraram visão aos cegos.

01.Mãos que curaram leprosos, paralíticos, doentes.

02.Mãos que ergueram mortos das sepulturas.

03.Mãos que abriram os ouvidos dos surdos.

01.Mãos que multiplicaram pães e peixes, alimentando numerosa multidão.

02.Mãos que tantas e tantas vezes se juntaram em oração.

03.Mãos que lavaram os pés dos discípulos, inclusive os de Judas na quinta-feira santa, antes de partir o pão e passar o cálice de vinho na Santa Ceia.

01.Mãos que foram amarradas, que carregaram a cruz.

02.Mãos que foram pregadas numa cruz no lugar das minhas mãos das tuas mãos.

03.Mãos que foram traspassadas por amor. Amor de Deus - o PAI, que não poupou o seu Filho Único. Um Deus que não tinha motivo nenhum para amar e se interessar pelos seres humanos.

01.Amor de Deus Filho - Jesus Cristo, que foi obediente até o fim, para que as profecias se cumprissem. Para que a humanidade tivesse perdão. Para que as mãos dos seres humanos não estivessem mais presas às algemas do pecado, do diabo e da morte eterna.

02.Ó Deus! Quão diferentes são as mãos.

03.Obrigado porque graças ao sacrifício do teu Filho, do sangue vertido de suas mãos na cruz, temos liberdade da escravidão da morte eterna.

01.Obrigado Senhor porque tu estendes as tuas mãos, nos dando o pão nosso de cada dia.

02.Observe tuas mãos.

03.Elas vieram vazias ao mundo.

01.Elas deixarão este mundo vazias.

02.O que elas fazem e o que seguram? No que você tem usado as tuas mãos?

03.Nossas mãos nos foram dadas para servirmos a nós mesmos, para servirmos ao nosso semelhante e para servirmos a Deus.

01.Nossas mãos foram dadas para que cumprimentássemos as outras pessoas.

02.Nossas mãos foram dadas para serem colocadas nos ombros dos que sofrem, para consolá-los.

03.Nossas mãos foram dadas para erguer quem caiu ajudar os doentes e necessitados para trabalharmos e apontarmos ao mundo todo o caminho dos céus.

01.Nossas mãos foram dadas para que pudéssemos abrir e folhear a Escritura Sagrada para que pudéssemos juntá-las em oração.

02.Mas será que nós cristãos, estamos deixando Cristo usar nossas mãos?

Algumas coisas bem que conseguimos fazer sozinhos com as nossas próprias mãos.

03.Mas para outras tarefas, precisamos unir nossas mãos com as mãos de outros cristãos.

01.Mãos cristãs fazem o trabalho de Cristo.

02. Mãos cristãs seguem o exemplo daquele que abençoou crianças, ajudou doentes, deu pão para quem tinha fome, consolo para quem sofria.

03.Mãos cristãs carregam sua cruz confiando na ajuda daquele que com seu sangue derramado na cruz trouxe perdão, vida e salvação eterna àqueles que crêem e vivem sua fé.

01.. Que nossas mãos sejam usadas para fazer a obra de Jesus. Pois nossas mãos não precisam mais serem perfuradas em uma cruz.

02.Na quaresma lembramo-nos de tudo o que Jesus fez por cada um de nós.

03.Mas que nossas mãos possam estra a disposição deste Jesus, para que elas sejam um instrumento nas mãos do próprio Jesus.

Todos: Amém.

Hino:

Oração

Gracioso Deus e Pai, obrigado por mais uma vez conversarmos contigo em oração. Obrigado também por nos teres guardados até o dia de hoje em segurança, pois nos prometestes que iria estar conosco todos os dias de nossa vida e assim tens cumprido tua promessa, pois vimos tuas bênçãos todos os dias de nossa vida.

Pai, obrigado por mais este tempo de quaresma, onde podemos relembrar tudo o que teu Filho fez em nosso lugar e em nosso favor. Permita que os cravos que Jesus suportou em suas mãos possam nos levar em espírito a reconhecermos os nossos pecados e deles nos arrependermos.

Também te louvamos por nos permitires nos encontramos neste dia, como irmãos para ouvir tua palavra, conversar contigo e podermos estar unidos com outros irmãos na mesma fé em Jesus. Abençoa assim este encontro com a tua presença entre nós a fim de podermos ser e fazermos parte de teu corpo que é a igreja cristã.

Gracioso Deus, temos ainda muitos outros pedidos e agradecimentos a te fazer por tudo o que tu nos deste e fizeste até o dia de hoje, fica assim com cada um de nós, e se for de tua vontade, continues a derramar tuas bênçãos sobre nós todos os dias de nossa vida. Em nome de Jesus, o qual usou também suas mãos para nos salvar. Amém.