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30 novembro 2011

TÉCNICAS PARA SAIR DO CORPO EXERCÍCIOS PRELIMINARES

TÉCNICAS PARA SAIR DO CORPO EXERCÍCIOS PRELIMINARES

Um fato óbvio: a única maneira possível de um indivíduo analisar a verdade do segundo corpo e a existência dentro dele é pela experiência própria.

Logicamente, se isso fosse incumbência fácil, seria hoje lugar-comum. Desconfio que somente uma curiosidade inata permitirá às pessoas vencerem os obstáculos no caminho dessa conquista. Conquanto existam muitos casos de existência sofridos à parte do corpo físico, eles têm sido, em sua maioria, pelo menos no mundo ocidental, de natureza espontânea e antiga, ocorrendo nos momentos de tensão ou incapacidade física.

Estamos falando de coisa inteiramente diferente, que pode ser investigada objetivamente. O experimentador desejará proceder de maneira a produzir resultados consistentes; talvez não o tempo todo, mas com freqüência bastante para comprovar os indícios, para sua própria satisfação. Acredito que todo mundo pode sentir a existência num segundo corpo, se o desejo for grande ó bastante. Se todo mundo deveria fazê-lo está além da essência do meu julgamento.

As provas me têm levado a crer que a maior parte, senão todos, dos seres humanos abandona seus corpos físicos, de várias formas, durante o sono. Leitura subsequente confirma que essa concepção tem milhares de anos de idade na história do homem. Se ela é uma premissa válida, então o estado em si não é antinatural. Por outro lado, parece que a prática consciente, voluntária, da separação do físico é contrária do padrão, em face dos limitados dados disponíveis.

Efeitos físicos maléficos derivados de tal atividade são indefinidos. Não verifiquei (nem médico nenhum) quaisquer mudanças fisiológicas, boas ou ruins, que possam ser atribuídas diretamente à experiência fora-do-corpo.

Houve, sim, diversas transformações psicológicas que confirmo, e provavelmente muitas mais de que não fiquei a par. No entanto, mesmo meus amigos da profissão psiquiátrica não afirmaram que elas têm sido prejudiciais. Minha revisão gradativa dos conceitos e crenças básicos é visível, em certas atitudes, no decorrer desta obra. Se tais mudanças psicológicas e de personalidade são realmente nocivas, atualmente não há muito que se possa fazer a respeito.

Recomenda-se cautela àqueles interessados em experimentar pois, uma vez aberta, a porta para essa experiência não pode ser fechada. Ou mais exatamente: é o caso típico de "você não pode viver com isso, e você não pode viver sem isso". A atividade e resultante conscientização mostram-se bastante incompatíveis com a ciência, religião e outros aspectos da sociedade em que vivemos. A História está semeada de mártires cujo crime único foi o não conformismo. Quando seus objetivo,' e pesquisa.'. se tornam conhecidos por todos, você corre o risco de ser rotulado de louco, charlatão ou pior, e de cair no ostracismo. A 'despeito disso, alguma coisa extremamente vital estaria faltando se não se continuasse a explorar e investigar. Nos incontáveis períodos de "baixa", quando não consegue produzir os fenômenos, não importa quão cuidadosamente tente, você percebe isso profundamente. Tem forte sensação de estar sendo deixado por fora das coisas, do encerramento de uma fonte de grande significado para a vida.

Eis a melhor descrição escrita que posso oferecer da técnica da elaboração da experiência não física.

A BARREIRA DO MEDO

Existe um imenso obstáculo à investigação do segundo corpo e do meio-ambiente no qual ele opera. Talvez seja o único obstáculo significativo. Está presente em todas as pessoas, sem exceção. Pode estar escondido por camadas de inibição e condicionamento, mas quando elas são arrancadas, o obstáculo permanece. a barreira do medo cego, irracional. Ao receber simplesmente pequenos ímpetos, transforma-se em pânico, e depois em terror. Se você ultrapassa conscientemente a barreira do medo, terá vencido um marco importante na sua investigação.

Estou razoavelmente seguro de que essa barreira é ultrapassada inconscientemente por muitos de nós toda noite. Quando essa parte de nós além da consciência tem o domínio das coisas, ela não é inibida pelo medo, embora pareça sofrer influência do pensamento e ação da mente consciente. Parece estar acostumada a operar além da barreira do temor, e compreende melhor as normas de existência desse outro mundo. Quando a mente consciente se aquieta para dormir, essa supermente ama?) assume o controle.

O processo investigador relativo ao segundo corpo e seu meio-ambiente parece ser fusão ou mistura do consciente com essa supermente. Se isso é verdade, a barreira do medo é superada.

Tal barreira é multifacetada. O mais temerário dentre n6s acredita que ela não existe até, muito para nossa surpresa, a encontrarmos dentro de nós mesmos. Primeiro e principalmente há medo da morte. Devido à separação do corpo físico ser muito parecida com o que se encara como morte, são automáticas as reações imediatas à experiência. Você pensa: "volte pro físico, depressa! Você está morrendo! A vida é lá no físico! Volte rápido!"

Tais reações aparecem, a despeito de qualquer treinamento intelectual ou emocional. Somente ap6s repetir o processo dezoito ou vinte vezes é que finalmente reuni coragem suficiente (e curiosidade) para permanecer fora mais que alguns segundos, para observar objetivamente. O medo da morte foi limitado, ou amenizado, por me ser familiar. Outros que têm praticado essa técnica interrompem tudo após a primeira ou segunda experiência, incapazes de suprimir o primeiro aspecto da barreira.

O segundo aspecto dela também é ligado ao medo da morte: será que conseguirei retornar ao físico ou voltar para "dentro dele Sem diretrizes ou instruções específicas isso persistiu como meu primeiro medo durante vários anos, até que descobri uma resposta simples que fez a coisa funcionar toda vez. O meu caso foi uma questão de racionalização. Eu estivera "fora" várias centenas de vezes, e os indícios mostravam que eu conseguia regressar com segurança, de um modo ou de outro. Portanto a probabilidade era a de que eu retorna ileso também na próxima vez.

O terceiro medo básico era o do desconhecido, As regras e perigos do nosso ambiente físico podem ser numerados em grau razoável. Passamos a vida inteira elaborando reflexos que os combatam. Agora, subitamente, surge mais outro conjunto de normas completamente diverso; outro mundo de possibilidades inteiramente diferentes, habitado por seres que parecem conhecê-las todas. Não se tem um regulamento, nem mapa de estradas, nem livro de etiqueta, nem cursos apropriados de física e química, nem autoridade incontestável a quem se possa apelar para conselhos e respostas. Muitos missionários foram mortos em regiões remotas, sob tais condições!

Devo confessar que esse terceiro medo ainda aflora, e com razão O desconhecido continua assim em grande parte. Penetração como eu fiz levantou lamentavelmente poucos critérios inalteráveis e consistentes. Só posso dizer que até hoje sobrevivi a essas expedições. Há muita coisa que não entendo, porque está além da minha capacidade de compreensão.

Outro medo são os efeitos conseqüentes no corpo físico, bem como na mente consciente, da participação e experimentação dessa forma de atividade. Isso também é muito real, já que nossa história, pelo menos que eu saiba, parece não conter registros precisos sobra essa área. Temos estudos de paran6ia, esquizofrenia, fobias, epilepsia, alcoolismo, doença do sono, acne, doenças virulentas etc., mas nenhum conjunto de dados objetivos sobre a patologia do segundo corpo.

Não sei como enganar a barreira do medo, a não ser por cautelosos passos iniciais que criem conhecimento íntimo, pouco a pouco, à medida que você avança. Espero que esta obra, no seu todo, vá fornecer um "passo" psico16gico para transpor a barreira. Talvez ajude no reconhecimento de estados e padr5es que são familiares a pelo menos uma pessoa que teve experiências semelhantes e sobreviveu.

A seguir, a necessária progressão do procedimento:

1. RELAXAÇAO A capacidade de descontrair-se é o requisito preliminar, talvez mesmo a própria fase primeira. 8 deliberadamente gerada e é tanto física quanto mental. Incluído no estado de relaxação deverá estar o alívio de qualquer senso de premência de tempo. Você não pode estar com hora marcada. Nenhum compromisso ou telefonema marcado, senão a atenção porá seus pensamentos em desordem. Impaciência d qualquer gênero poderá efetivamente refrear suas perspectivas de sucesso.

Há muitas técnicas disponíveis para a obtenção desse tipo de descontração, e certo número de bons livros abordam o assunto. 'Simplesmente selecione o método que funciona melhor para você. Existem três métodos gerais que parecem dar certo, dois dos quais inseridos nestes exercícios:

Auto-hipnose. A maior parte dos livros sobre auto-estudo oferece esse método em versões diferentes. Novamente é assunto mais eficaz para você individualmente. O meio mais veloz e eficiente é aprender auto-hipnose por meio de treinamento com hipnotizador experiente. Ele saberá impor a sugestão pós-hipnótica que trará resultados imediatos. Contudo, selecione um professor com cuidado. São raros os praticantes de responsabilidade, mas numerosos os neófitos. Formas de meditação podem ser convertidas em relaxação eficaz.

Estado de sono fronteiriço. Esse é talvez o método mais fácil e natural, e geralmente assegura descontração simultânea do corpo e da mente. A dificuldade está na preservação daquela delicada "fronteira" entre o sono e a vigília total. Com muita freqüência a pessoa simplesmente cai no sono e isso encerra o experimento, por enquanto.

Com a prática, a conscientização pode ser transportada para esse" estado fronteiriço, penetrar nele, e atravessá-lo, chegando, após, à sua destinação. Que eu saiba não existe outra maneira de alcançar isso a não ser pela prática. A técnica é a seguinte: deite-se, de preferência ' cansa e sonolento. Quando se descontrair e começar a cair no sono, mantenha a atenção em alguma coisa, qualquer coisa, com os olhos fechados. Uma vez conseguindo manter indefinidamente o estado fronteiriço sem cair no sono, é sinal que passou pelo primeiro estágio. Entretanto é padrão normal cair no sono muitas vezes durante esse processo de aprofundamento da consciência. Você não poderá ajudar a si mesmo, porém não deixe que isso o desanime. Não se aprende o processo da noite para o dia. Você perceberá que teve êxito quando sentir monotonia e desejar que aconteça mais alguma coisa!

Se as tentativas de permanecer no estado fronteiriço o tornarem nervoso, essa também é uma reação normal. A mente consciente parece não gostar de partilhar a autoridade de que dispõe quando em vigília. Se tal ocorrer, interrompa a relaxação, levante-se e caminhe um pouco, faça exercícios, e deite-se de novo. Se isso não aliviar o nervosismo, vá dormir e tente em outra ocasião. Você simplesmente ~ não está disposto.

Quando seu "fixativo", isto é, a imagem pensada na qual vinha se apoiando, fugir e você se vir pensando em alguma outra coisa, é porque está na iminência de completar o Estado A.

Uma vez lá chegando, a capacidade para manter-se calmamente no estado Fronteiriço indefinidamente, com a mente num pensamento exclusivo, você estará pronto para a fase seguinte. O Estado B é análogo, mas elimina-se a concentração. Não pense em coisa alguma, e I permaneça equilibrado entre vigília e sono. Apenas olhe através dos olhos fechados para a escuridão à sua frente. Não faça mais nada. Após certo número de exercícios você poderá: "inventar imagens mentais" ou padrões luminosos. Tais efeitos não têm grande e significado, e podem meramente formas de descarga nervosa. Lembro-me, por exemplo, de quanto tentei alcançar esse estado após assistir a um jogo de futebol na TV durante horas. Tudo que eu via eram imagens '~ mentais de jogadores de futebol americano se agarrando, correndo, I' passando a bola etc. Levou pelo menos meia hora para o padrão desvanecer-se. Essas imagens mentais são aparentemente relacionadas i sua concentração visual nas oito ou dez horas precedentes. Quanto, mais intensa a concentração, maior parece ser a demora para eliminar ' as impressões.

Você terá conquistado o Estado B quando conseguir ficar deitado indefinidamente após õ desaparecimento das impressões, sem nervosismo, e vendo tão-somente a escuridão.

O Estado C é o aprofundamento sistemático da consciência enquanto no Estado B. Isso é atingido quando se libera cuidadosamente a firme preservação da fase fronteiriça do sono e se aprofunda pouco a pouco durante cada exercício. Você aprenderá a estabelecer os graus desse aprofundamento da consciência "descendo" até determinado nível, e regressando voluntariamente. E reconhecerá tais graus pelo fechamento de várias entradas do mecanismo sensorial. O sentido . do tato aparentemente some primeiro. Você tem a impressão de não sentir nada em qualquer parte do corpo. Olfato e paladar vêm em seguida. Os sinais de audição somem, em seqüência, e o ultimo a desaparecer é a visão (às vezes os dois últimos são invertidos. Desconfio que o motivo pelo qual a visão vai por último é que o exercício requer o uso da rede visual, mesmo na escuridão).

O Estado D é a consecução do C quando se está inteiramente descansado e revigorado, ao invés de cansado e sonolento, no princípio do exercício. Isso é muito importante, e nem de perto tão fácil de atingir como de escrever a respeito. Entrar no estado de relaxação cheio de energia e consciência é forte garantia para manter controle consciente. A melhor abordagem nas primeiras tentativas dos exercícios no Estado D é começar imediatamente após acordar de uma soneca ou uma noite completa de sono. Principie o exercício antes de mexer-se fisicamente na cama, enquanto seu corpo ainda se acha entorpecido pelo sono, e a mente em alerta total. Não tome muitos líquidos antes de dormir para não sentir necessidade imediata de esvaziar a bexiga assim que acordar.

Indução por drogas. Nenhum dos remédios que produzem relaxação e que são prontamente acessíveis parece ajudar. Os barbitúricos forçam a perda do controle consciente e somente provocam estado de confusão quando em consciência profunda. O mesmo ocorre em grau menor com tranqüilizantes. Atinge-se a relaxação, sim, mas a custo da percepção. O álcool sob qualquer aspecto provoca efeitos análogos. Compostos mais exóticos, tais como alcalóides e alucinógenos, podem ser mais produtivos. Não tenho tido bastante experiência ou contato com os últimos a ponto de poder fornecer uma opinião, ou mesmo adivinhação, com base em conhecimento. Parece-me que uma pesquisa a longo prazo é indicada para esse caso.

Já utilizei os três métodos e rejeitei a relaxação por meio de drogas bem no início, pois resultou tanto em muita perda do controle consciente quanto na deturpação da percepção. Na primeira técnica, fitas para indução hipnótica foram especialmente preparadas para o experimento. Mostraram-se bastante úteis e eficazes. As técnicas do estado de sono fronteiriço têm sido empregadas com muita freqüência. A despeito do procedimento aparentemente complicado, para mim é o método mais natural.

2. ESTADO DE VIBRAÇAO A produção desse efeito é a mais crítica de todas. A impressão sensorial subjetiva que ela cria vem descrita em outro ponto da obra. Uma vez alcançado, sem dúvida não lhe precisarão dizer que teve êxito, e então terá passado por outro grande obstáculo.

Tudo o que se pode fornecer são pistas. Ao nível atual de conhecimento, não se sabe por que essas coisas funcionam. É muito parecido com o ato de ligar-se um interruptor para obter luz sem noção alguma de como o interruptor opera, de onde vem a eletricidade, ou por que e como ele atua numa lâmpada protegendo filamentos e tungstênio.

Todo o material aqui contido foi constituído tão empiricamente como possível. A parte o principal laboratório humano, este escritor, várias outros indivíduos tentaram. Basta dizer que obtiveram resultados positivos.

Complementos para o estado vibratório. Deite-se em qualquer posição mais propícia ao seu estado de relaxação. Afrouxe qualquer roupa que estiver usando. Mantenha-se coberto para sentir-se ligeiramente mais aquecido do que geralmente o confortável para você. Afaste qualquer jóia ou objeto de metal perto ou tocando a sua pele. Certifique-se de que seus braços, pernas e pescoço se descontrairão numa posição que não impedirá a circulação sangüínea. Escureça o aposento o bastante para assegurar-se de que nenhuma luz possa ser percebida através de suas pálpebras. Não utilize um aposento totalmente escuro, pois assim não terá ponto visual de referência.

Requisitos absolutos. Certifique-se de que não será interrompido de maneira alguma, seja por intervenção física direta, por telefone tocando, ou outros ruídos interruptores. Não estabeleça limite de tempo ou de prazo. O tempo que despender no experimento não será mais valiosamente empregado em outra coisa, e você não deverá' ter assunto pendente, o que poderia tornar breve a sua atividade.

Atinja o estado de relaxação. Faça isso por qualquer método que tenha achado operável para o seu caso individual. Trabalhe até o Estado D, ou seu equivalente, e mantenha-se no mais profundo estado de relaxação possível, sem enfraquecer a consciência. Assim que houver gasto tanto tempo quanto necessário para alcançar isso, repita mentalmente: "eu reconhecerei e me lembrarei de tudo o que encontrar durante esse período de relaxação. Vou recordar em detalhes, quando estiver completamente acordado, somente aqueles assuntos que serão benéficos às minhas condições mental e física". Diga isso mentalmente cinco vezes. Depois comece a respirar pela boca semi-aberta.

Organize as ondas vibratórias. Enquanto continua respirando pela boca semi-aberta, concentre-se na escuridão diante dos seus olhos fechados. Primeiro olhe para um ponto na escuridão a trinta centímetros da sua fronte. Agora desloque seu ponto de concentração para um metro de distância, e depois dois metros. Mantenha-o assim até se tornar firme. Daí vire o ponto para cima, numa linha paralela ao eixo do corpo e acima da cabeça. Alcance as vibrações naquele ;,' ponto. Quando as encontrar, puxe-as mentalmente de volta à sua :,,~ cabeça.

Essa descrição simples deve provocar muitas perguntas: alcançar o quê? Puxar o quê de volta à cabeça? Tentemos outro sistema de': explanação. Inicie uma concentração mental, como se duas linhas se estendessem dos lados externos de seus olhos fechados. Pense nelas convergindo para um ponto a trinta centímetros de sua fronte. Visualize uma resistência, ou pressão, quando as duas linhas se encontrarem como se dois fios elétricos se unissem, ou os pólos de um ímã fossem forçados a se tocar. Agora estenda essa junção até cerca de um metro ~,~ afora, ou a extensão de seu braço esticado. Devido à diferença angular, o padrão de pressão será alterado. Uma compressão do espaço (forças?) entre as linhas convergentes deverá ser o resultado, e a, pressão deverá, por conseguinte, aumentar para manter a convergência. Depois que a extensão de um metro foi efetuada e preservada, estenda o ponto de interseção para metro de distância da sua cabeça, ou 30º (para que você possa visualizar devidamente o ângulo exato que 30º representam : talvez ajude estabelecer um ângulo de 30º no papel, com um transferidor, e decorar seu desenho).

Uma vez tendo aprendido a realizar e manter o ângulo de 30º para fora (ou mais ou menos a uns dois metros de distância), curve o ponto de interseção 90º (ou faça um "L") para cima, na direção de sua cabeça, mas paralelo ao eixo do corpo. Você faz o "estiramento" com esse ponto de interseção. Esticar ou estirar mais com. esse ponto até obter uma reação. Novamente, você saberá quando consegui-la. É como se uma onda sibilante, ritmicamente pulsante, cheia de faíscas, viesse rugindo para dentro da sua cabeça. E daí ela parece ir varrendo o resto do corpo, tornando-o rígido e imóvel.

Depois que você aprender o processo ou o conceito, não mais seria necessário efetuar todas as operações rotineiras. Precisará apenas pensar nas vibrações, enquanto no estado de relaxação, e elas começarão a formar-se. Instituiu-se um reflexo condicionado, ou uma trilha nas neurônios, que pode ser seguida sempre e sempre. Ainda uma vez, não é técnica passível de realizar-se na primeira tentativa. A probabilidade de êxito aumenta a cada esforço sucessivo. Quanto maior a freqüência com que o tentar, maiores as possibilidades de obter resultados positivos. No entanto, uma vez alcançado o sucesso, nem sempre o ato se repete voluntariamente. Existem ainda muitos desvios que interferem, e que ainda não foram isolados e identifica-los. Porém, a coisa "funciona" com freqüência bastante para ser objeto de contínuo estudo.

3.CONTROLE DAS VIBRAÇOES Quando você conquistar o estado vibratório, haverá diretrizes definidas para seguir. A utilização desse estado sob controle consciente é o objetivo que você almeja. Para realizar isso terá de observar medidas cautelosas. Elas deverão, lógico, ser mantidas em seqüência e na ordem apresentada.

Não há vestígios indicando que esse estado vibratório tem efeito nocivo sobre a mente ou o corpo físico. Vejamos, então, alguns esquemas que se podem adaptar sistematicamente. Eles são o resumo de literalmente centenas de experimentos pelo método das tentativas.

Aclimatação e adaptação. Essa é uma forma de dizer que você deve deixar-se acostumar com a sensação desse estado invulgar. Qualquer medo ou pânico deve ser eliminado quando sentir ondas iguais a um choque elétrico sem dor, invadindo seu corpo. O melhor método parece ser o de não fazer nada quando elas surgirem. Fique deitado quieto, e analise-as objetivamente até sumirem de modo espontâneo. Isso costuma acontecer no espaço de cinco minutos. Após diversas experiências do gênero você perceberá não estar sendo eletrocutado. Tente evitar entrar em pânico, lutando para romper a sensação de paralisia. Você pode interrompê-la sentando-se com grande força de vontade, mas ficará decepcionado consigo mesmo por tê-lo feito. Afinal, era isso que estava querendo realizar.

Manipulação e modulação. Uma vez tendo eliminado as reações de medo, você está pronto para as fases de controle. Primeiro "dirija' mentalmente as vibrações para um anel ou force-as todas para dentro da sua cabeça. Depois mentalmente empurre-as pelo seu corpo abaixo, até os dedos dos pés, devolvendo-as à cabeça. Em seguida comece a impulsioná-las em onda, acima do corpo, e ritmadamente, da cabeça, aos pés, e depois voltando novamente. Após ter efetuado o mov1-mento de onda, deixe-o agir espontaneamente até desvanecer-se. Isso deverá levar uns dez segundos, cinco para baixo, cinco na volta, até que a onda complete o circuito desde a cabeça até os pés, e volte. Pratique isso até a onda vibratória começar instantaneamente após a ordem mental, e deslocar-se firmemente até desaparecer.

A essa altura você terá notado a "rudeza" das vibrações, como se seu corpo estivesse sendo sacudido severamente até o nível molecular, ou atômico. Isso pode ser um tanto desagradável, e você vai sentir vontade de "amaciá-las". Pode fazê-lo, obrigando-as a "pulsar" ' mentalmente a fim de aumentar-1hes a freqüência. Seu padrão vibratório original parece ser da ordem de uns vinte e sete ciclos por segundo (esse é o padrão da própria vibração, não da freqüência cabeça-aos-pés). O padrão reage a essa ordem de pulsação muito sutilmente, e lentamente, no princípio. Sua primeira indicação de êxito vem quando as vibrações não mais parecem grosseiras e trêmulas. Você está na iminência de controlá-las quando produzirem efeito firme e sólido.

É essencial que aprenda e pratique esse processo de aceleração. O efeito de vibração acelerada é a forma que permite a dissociação do físico. Uma vez tendo determinado o momento da aceleração, ela parece acontecer automaticamente. Eventualmente você poderá"'; sentir as vibrações apenas quando se iniciam. Elas elevarão sua freqüência, como um motor sendo acelerado, até ficar tão alta que você não consegue distingui-la. Nessa fase o efeito sensorial é de calor no corpo, e de formigamento, mas sem excessos.

A conquista consistente desse estágio é sinal de que você se acha. pronto para os experimentos de dissociação física iniciais. Outro conselho aqui: além desse ponto acredito que você não consiga recuar. Como conseqüência você se envolverá com a realidade dessa outra existência. Como isso afetará sua personalidade, sua vida diária, seu futuro e suas filosofias dependem inteiramente de você, como indivíduo. Depois que você for "aberto" a essa outra realidade, não poderá evitá-la, por mais que se esforce. A pressão dos problemas materiais poderá sublimá-la durante certo período, porém ela regressará. Você não poderá ficar sempre de guarda contra sua reabertura. Quando começar a dormir, ou em vigília; quando meramente descansar, onda de vibrações poderá surgir sem ser chamada. Claro que você poderá detê-la, mas eventualmente estará cansado demais para dar ao trabalho, e lá vai você em outra excursão. Sentirá que estará lutando contra si mesmo. E quem deseja lutar contra si próprio ao preço de uma boa noite de sono!?

O PROCESSO DE SEPARAÇÃO

Após ter atingido o estado vibratório e certo controle do seu estágio de relaxação, um fator adicional deve ser levado em consideração. É provável que você já o tenha dominado, tratando-se normalmente de um produto dos exercícios prévios. Contudo, deve ser enfatizado.

Esse fator é o controle do pensamento. No estado de vibração você fica aparentemente sujeito a qualquer pensamento, tanto voluntário quanto involuntário, que passe pela sua mente. Assim, você deve colocar-se o mais pr6ximo possível dos estados de "nenhum pensamento", ou "pensamento único" (concentração). Se alguma idéia dispersa passa pela sua mente, você reage instantaneamente, e às vezes de maneira indesejável. Desconfio que jamais se esteja livre dessa orientação errônea. Pelo menos tem sido assim comigo, o que talvez explique as muitas inexplicáveis viagens a lugares e pessoas que não conheço. Parece que elas são produzidas por pensamentos ou idéias que eu não sabia que me ocorriam, e abaixo do nível consciente. A melhor abordagem é fazer o melhor que você puder.

Tendo isso em mente, as primeiras experiências na dissociação do segundo corpo físico deveriam limitar-se a tempo e ação. O que se segue é elaborado basicamente como técnica de familiarização e orientação, que deverá permitir uma abordagem à dissociação, sem medo nem preocupação.

Liberação das extremidades. Isso serve para familiarizar você com as sensações do segundo corpo, sem entrega total. Procure relaxar-se, e após a criação do estado vibratório, trabalhe com braço e mão direitos, ou esquerdos, um de cada vez. Isso é tão importante como o será sua primeira confirmação da verdade do segundo corpo. Com uma das mãos tente tocar um objeto qualquer: chão, parede, porta, ou outros, que você se lembre como estando longe do seu braço físico. Tente atingir o objeto. Realize o processo de estiramento, mas não para cima ou para baixo, mas na direção em que seu braço estiver' apontando. Faça isso como se estivesse esticando o braço, sem levantá-lo ou abaixá-lo. Uma variação consiste simplesmente em esticar mão e braço da mesma maneira, sem objeto especifico em mente. Esse método é freqüentemente melhor, pois na hora você não tem idéia preconcebida do que "tocará".

Quando se "alcança" desse modo e nada se sente, recomenda-se,' adiantar a mão um pouco mais e continuar suavemente, como se estivesse estendendo o braço, até a mão encontrar algum objeto material. Se o padrão de vibração estiver fazendo efeito, ela funcionará, e sua mão finalmente sentirá ou tocará em qualquer coisa. Assim que fizer, examine, com seu sentido de tato, os detalhes físicos do objeto. Procure quaisquer rachaduras, entalhes ou detalhes incomuns que, mais tarde poderá identificar. A essa altura nada parecerá invulgar. Seus mecanismos sensoriais lhe dirão que está tocando no objeto com ' a mão física.

Eis, então, seu primeiro teste. Depois de familiarizar-se com o objeto por meio da mão esticada, endireite-a e pressione o objeto com as pontas dos dedos. No início encontrará resistência. Empurre um pouco mais, e suavemente vença a resistência que estiver sentindo. A essa altura sua mão parecerá atravessar direto o objeto. Continue fazendo pressão até sua mão atravessá-lo completamente e achar algum outro objeto físico. Identifique o segundo objeto pelo toque. Depois retire cuidadosamente sua mão, recue através do primeiro, objeto, e recue lentamente até o normal para que ela se sinta no lugar • ao qual "pertence".

Depois disso diminua as vibrações. A melhor maneira de fazer isso é tentar vagarosamente mexer o corpo físico. Pense nele e abra os olhos físicos. Traga de volta seus sentidos físicos deliberadamente.

Depois de as vibrações se esvaírem completamente, fique deitado, quieto durante alguns minutos até o retorno integral. A seguir levante-se e faça anotações a respeito do objeto que "sentiu", localizando-o de acordo com a posição de sua mão e braço quando estava deitado. Anote os detalhes tanto do primeiro quanto do segundo objeto que sentiu. Tendo feito isso, compare sua descrição com o primeiro objeto real. Faça registro especial dos pequenos detalhes que não poderia ter enxergado de longe. Sinta o objeto pelo tato a fim de compará-lo com o que sentiu sob influência das vibrações.

Examine o segundo objeto da mesma forma. Talvez você não tenha reconhecido conscientemente sua presença ou posição anterior à experiência. Isso também é muito importante. Teste a linha de direção desde o ponto onde ficou sua mão física; quando atravessou os primeiro objeto, e até o segundo. Será uma linha reta?

Verifique os resultados. Esteve o primeiro objeto que tocou fisicamente localizado numa distância na qual teria sido absolutamente impossível alcançá-lo sem movimento físico? Os detalhes do objeto, especialmente os detalhes mínimos, coincidem com as anotações feitas por você? Faça a mesma comparação com o segundo objeto.

Se suas respostas forem afirmativas é porque alcançou seu primeiro êxito. Se os fatos não conferirem, tente de novo outro dia. Se você produziu o estado vibratório, pode efetuar esse exercício quase sem restrições.

Poderá igualmente realizar o seguinte com muita facilidade: após produzir o estado vibrat6riò, deitado de costas, com os braços ou nos lados, ou em cima do peito, erga-os 1evemente sem olhar para eles, e una os dedos. Faça isso distraidamente, e recorde-se dos resultados sensoriais. Depois de ter cruzado as mãos sobre o peito, olhe-as primeiro com os olhos fechados. Se você se moveu com relativa facilidade, verá tanto os braços físicos quanto os não físicos. Os físicos estarão descansando do seu lado ou em cima do peito. As impressões sensoriais estarão com os braços e mãos não físicos acima do seu corpo físico. Você deverá testar esse fenômeno quantas vezes desejar, e como quer que deseje.

Prove para si mesmo que não está deslocando seus braços físicos, mas outra coisa. Faça-o pelos meios que forem necessários para 1he garantir inteiramente essa verdade.

É sempre importante devolver seus braços não físicos à conexão plena, com suas contrapartes físicas, antes de "desligar" o estado vibratório. Conquanto possa não haver efeitos posteriores graves, caso isso não seja feito, acho melhor não tentar isso nos primeiros estágios.

Técnica de dissociação. O método mais simples de usar quando na separação do físico é o processo de "decolagem". O alvo, neste caso, não é viajar para lugares muito distantes, mas sim familiarizar-se com as sensações no seu pr6prio quarto, em ambiente já conhecido. A razão disso é que a primeira experiência de verdade será, então examinada e explorada com pontos de referência identificáveis.

Com o fito de reforçar essa orientação é melhor que esses primeiros exercícios de completa dissociação sejam conduzidos à luz do dia. Teste suas pr6prias necessidades quanto à quantidade de luz no quarto. Evite luz elétrica, se possível.

Para alcançar as condições, atinja o estado vibratório e mantenha o completo controle dos seus processos de pensar. Você vai permanecer apenas nos limites do seu quarto, o qual lhe é familiar. Pense que está ficando mais leve; que está flutuando e subindo, e como seria gostoso flutuar em direção ao alto. Certifique-se de pensar em como seria gostoso, já que o pensamento associado subjetivo é muito importante. Você deseja fazê-lo porque é uma coisa à qual reagirá emocionalmente, reagirá mesmo antes do ato, por antecipação. Se persistir apenas nesses pensamentos acabará dissociando, e flutuará suavemente para cima, saindo do físico. Talvez não o consiga na primeira i:~ oportunidade, nem na segunda. Mas, sem dúvida alguma, se conseguiu superar as etapas anteriores de exercícios, conseguirá.

Um segundo sistema é a técnica de "rotação", mencionada em, algum ponto do livro. Sob as mesmas condições já descritas, procure virar-se lentamente, como se procurasse uma posição mais cômoda na cama. Não tente ajudar-se a virar com braços ou pernas. Comece torcendo a parte superior do corpo, cabeça e ombros em primeiro lugar. A todo custo mexa-se vagarosamente, exercencendo

A PARAPSICOLOGIA

A Parapsicologia

Fenômenos psíquicos que parecem escapar às leis conhecidas da natureza e do comportamento humano, estudados até
época recente apenas por correntes religiosas, metafísicas ou ocultistas, tornaram-se, nos tempos modernos, objeto
de um sistema teórico estruturado.
Parapsicologia é a disciplina que se propõe estudar fenômenos alheios à normalidade conhecida, ou paranormais. Como seu objeto não pode ser submetido aos métodos científicos, a parapsicologia é ou tende a se constituir como um ramo da psicologia. Sua primeira tarefa consiste em demonstrar a existência de seu objeto e em delimitá-lo rigorosamente. Faz a crítica dos falsos fenômenos e comprova a autenticidade de outros que, apesar de apresentarem características perturbadoras, excepcionais ou aberrantes, são explicáveis por uma função psicológica conhecida. Esses fenômenos são, assim, incorporados ao âmbito da psicologia geral, como há muito sucedeu com a hipnose. Outros fenômenos há que se consideram suscetíveis de vir a ser integrados na psicologia clássica, enquanto relacionados com uma função psicológica nova ou ainda não conhecida.
Num segundo momento, cabe à parapsicologia destacar as funções psíquicas ligadas a esses fenômenos e
estudá-las experimentalmente, com o objetivo de integrá-las ao sistema da psicologia científica. Tende, assim, a unir-se
à psicologia numa síntese que seria a futura psicologia completa.

De acordo com a divisão e simbologia consagradas no I Colóquio Internacional de Parapsicologia, os fenômenos que
constituem objeto da parapsicologia, são: (1)fenômenos que correspondem à percepção extrasensorial, PES, ou em inglês,
extra-sensory perception, (ESP) ; e (2) fenômenos que correspondem à psicocinese,ou função PK. A primeira dessas novas
funções psicológicas, a percepção extrasensorial, abrange fenômenos de telepatia, de coincidência entre comportamentos ou estados psicológicos de dois indivíduos, inexplicável pelo acaso por uma percepção sensorial ou por um raciocínio consciente ou inconsciente; e de clarividência, coincidência entre o estado psicofisio16gico de um indivíduo ou seu comportamento e um acontecimento objetivo, inexplicável pelo acaso, por uma percepção sensorial ou por um raciocínio consciente ou inconsciente. A segunda função, a da influência paranormal do psiquismo sobre a matéria, refere-se sobretudo à psicocinese, coincidência entre o desejo e o pensamento de um indivíduo e um acontecimento objetivo, inexplicável pelo acaso ou por uma ação mecânica. Essa segunda função, muito menos estudada que a primeira, é rejeitada por muitos parapsicólogos.
Métodos. No estudo dos fatos paranormais, a seleção de relatos, documentos e testemunhos relativos a estes é submetida a
rigorosa crítica. Quanto à experimentação parapsicológica, feita segundo as regras do método experimental comum a todas as
ciências, não pôde ainda ir além da observação destinada a comprovar uma hipótese. Não foi possível a experimentação
entendida como produção artificial e voluntária do fenômeno, o que, segundo alguns, é suficiente para que a parapsicologia não possa ser considerada como ciência.

Os métodos usados na evidenciação dos fenômenos paranomais têm sido o qualitativo e o quantitativo. O primeiro tem base no critério de unidade e especificidade, e pode ser sintetizando na concepção de Henri Bergson, segundo a qual a comprovação de um só caso de informação extra-sensorial seria bastante para demonstrar a existência desse tipo de conhecimento, fosse qual fosse o número de ilusões e fraudes verificadas desde as origens da humanidade; o segundo método, quantitativo, estatístico, marca o advento da parapsicologia moderna.
Existem várias categorias de testes parapsicólogos. Os testes de Rhine, utilizados na investigação da percepção extra-sensorial, constam principalmente de maços de 25 cartas com cinco séries de cinco símbolos: cruz, estrela, quadrado, ondas, círculo (baralho de Zener). Foram depois propostas as cartas-relógio (clock-curds), que representam um mostrador e um ponteiro que indica a hora. Esses testes podem ainda ser adaptados ao estudo da precognição e às experiências de psicocinese, ou ação do espírito sobre a matéria.
História. O interesse pelos fenômenos paranormais é muito antigo, embora seu estudo, que só foi sistematizado nos tempos
modernos, tenha enfrentado o ceticismo dos meios científicos. Francis Bacon defendia o recurso à pesquisa experimental na análise dos fenômenos parapsíquicos. No século XVIII, o racionalismo iluminista relegou ao domínio do ocultismo e da superstição todo interesse por esses fatos inexplicáveis. Por essa época, Emanuel Swedenborg, que se pretendia dotado de clarividência, e Franz Anton Mesmer, médico vienense que formulou a teoria do magnetismo animal devido a um "fluido" universal e à existência de um sentido "interior", despertaram importantes movimentos de adesão. Filósofos como Schelling e Schopenhauer manifestaram sua crença na existência de "faculdades mágicas". No século XIX, o desenvolvimento das ciências físicas lançou mais uma vez o descrédito sobre esse tipo de fenômenos invulgares mas, por outro lado, impôs a pesquisa aprofundada nesse campo.

No decorrer do século XIX e no século XX surgiram várias sociedades de pesquisa psíquica. Em 1882 foi fundada em Londres a Sociedade de Pesquisa Psíquica. Em 1919 surgiu na França o Instituto Metapsíquico Internacional, impulsionado principalmente por Charles Robert Richet, que estudou um caso célebre nos anais da parapsicologia, a médium Evsapia Paladino. Nos Países Baixos, realizaram-se em 1920 experiências de telepatia no Instituto de Psicologia da Universidade de Groningen. A partir da década de 1930 tiveram início na Duke University, nos Estados Unidos, os trabalhos do laboratório de parapsicologia de Joseph Banks Rhine. Surgiram outros importantes centros de pesquisa parapsicológica, como o instituto fundado em 1954 em Friburgo, Alemanha, e a Associação de Parapsicologia de Nova York.
As teorias interpretativas formuladas para tentar explicar os Fenômenos parapsíquicos não puderam ainda ser demonstradas. A clarividência, a precognição e outros fenômenos parapsicológicos, embora comprovados com fatos, continuam a ser
totalmente inexplicáveis, sem que se torne possível incluí-los no quadro geral de uma teoria científica. Não se exclui a hipótese,
entretanto, de que esses fenômenos invulgares venham a ser incorporados ao âmbito do normal e do natural, desde que
para eles se elabore uma teoria explicativa satisfatória. É inegável no entanto, qualquer que seja a causa dos fatos paranormais, que eles fazem parte da experiência direta ou indireta de grande número de pessoas.

FEITICEIRA DE EN-DOR

SAUL E A VIDENTE DE EM-DOR

Confira em 1Samuel 28.1-25.

 

Vamos começar com a definição de alguns termos:

Médiuns - tAbaoh' – cujo significado primário era de vaso de barro para guardar água, vinho e outros líquidos. Mas não é este o seu significado aqui. O escritor do livro de Samuel refere-se a pessoas que eram tidas como capazes de invocar e evocar os mortos, ou seus espíritos para dizerem os acontecimentos futuros ou acontecimentos incertos. A prática era por meio de encantamentos e canções mágicas (cf Is 8.19; 29.4; Dt 18.11; 2Rs 21.6; 2Cr 33.6.

 

De modo particular este termo também denota

 

·         Necromante – uma pessoa que consulta os que estão no mundo dos mortos, visto que muitos povos antigos, inclusive os hebreus, acreditavam que quando as pessoas morrem elas vão para o Sheol ou Hades (que não é o inferno), o lugar para onde vão todos os que morrem;

·         uma piton (a grande cobra) ou um demônio profetizador. Acreditava-se que algumas pessoas se deixavam dominar por um destes seres que lhes permitiria revelar as profecias (cf Lv 19.31; 20.6; 1Sm 28.3,9; 1Sm 28.2);

·         a própria pessoa falecida que se levanta dos mortos (Is 29.4)

·         A LXX comumente traduz o termo por Eggastrimuqoi, ou seja ventríloquo, pois era muito comum que pessoas que tinham essa habilidade muito aprimorada a usassem para emular a fala de espíritos (estes espíritos se manifestariam nos vasos de barro, para dentro dos quais os ventríloquos projetariam suas vozes.

 

Adivinhos ­- ~ynI[oD>YIh;– da mesma raiz de [dy (conhecer) “um que tem conhecimento” por meio de divinização, um profeta, um mágico, um falso profeta; semelhantemente ao termo anterior, refer-se a alguém que é possuído por um espírito de adivinhação, de uma piton (simbolizando um demônio) com os quais o adivinho está em comunicação.

 

A pessoa que o Rei Saul foi consultar era uma bAa- o primeiro termo descrito acima. Saul havia antes tentado saber pelos meios permitidos por Deus para ter os conselhos sobre como agir diante de situações difíceis, mas Deus havia se calado para Saul, como dissera que faria.

 

Fazer subir - hl,[]a; - lembrando justamente a idéia de que o espírito (ou a pessoa) que seria evocada do mundo dos mortos (de debaixo da terra).

Quando a mulher começou seu ritual de consulta, diz o texto, “ela viu Samuel” e gritou em alta voz “Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul.

 

Então a feiticeira passa a falar, como que incorporada pelo espírito de Samuel, que passa a falar por meio dela.

Segundo a literalidade do texto, é mesmo Samuel quem fala a Saul. Ele sabe de detalhes e dos termos da aliança e do rompimento desta aliança entre o Senhor e Saul.

 

Por meio desta feiticeira (ou pitonisa) mais uma vez Deus falou a Saul e lhe declarou os seus desígnios. E assim como a mulher (ou Samuel) falou, aconteceu.

 

A questão que não quer calar é: É realmente possível falar com os mortos? Ou os cristãos têm uma necessidade de negar esta possibilidade para negar a crença e a prática espírita de comunicação com os mortos? É possível ter como “possível” a comunicação com os mortos e ainda ser cristão? Como sustentar uma dos princípios básicos da hermenêutica que é o de que a primeira interpretação deve ser a “literal”? Há no texto alguma indicação de que o texto deva ser interpretado simbolicamente?

 

Quando o texto por si mesmo não é suficientemente claro a este respeito, devemos apelar para o outro grande princípio de interpretação: “A Bíblia é sua própria intérprete” (“Scriptura sui ipsius interpres”).

 

Em algum outro lugar da Bíblia temos alguma declaração expressa de que é impossível falar

com os mortos? Não que me lembre, não! Mas em vários lugares há afirmações que, no mínimo, dizem que havia gente fazendo isso, ou afirmando que seriam capazes disso.

 

Em Dt 18.9-14 Deus proíbe que uma série de práticas sejam adotadas por seu povo, entre elas a necromancia, divinização, a consulta a mortos – o que não é prova de que isso seja possível, senão apenas que estas coisas eram praticadas.

 

Na parábola do Rico e do Lázaro (Lc 16.19-31), Jesus está dando um ensinamento sobre o tempo da graça e não quer fazer uma afirmação categórica de que seja possível falar com mortos. Diante da solicitação do rico para retornar para avisar seus irmãos ou enviar alguém para que faça isso, Jesus afirma que eles têm os vivos para que façam isso, e que não há a necessidade de que os que estão no outro mundo o façam. No entanto, Jesus deixa muito claro que os que morreram estão vivos.

 

Em outro texto,  Jesus faz essa afirmação de forma categórica: “Ele não é um Deus de mortos, e sim de vivos” (Mt 22.32), referindo-se a Abraão, Isaque,e Jacó.

 

E, finalmente, podemos lembrar do texto da transfiguração, quando Pedro presenciou Jesus em uma espécie de conferência com Elias e Moisés (Mt 17.1-9). Pedro mesmo não falou com nenhum deles. Jesus falava com eles.

 

Todos estes relatos não afirmam que seja possível falar com mortos, mas também não dizem abertamente que não seja possível. E diante disso podemos afirmar algumas coisas:

·         Os que morreram estão vivos;

·         Deus não quer que a humanidade queira saber de coisas por meio de adivinhos ou profetas que não sejam por ele chamados;

·         Deus sempre falou por meio de seus profetas, diretamente; ou por meio de seus mensageiros (que nunca são humanos que passarem deste mundo para o outro);

·         Mas tudo isso não quer dizer que não seja possível invocar os mortos ou que não seja possível com eles comunicar-se;

·         Deus quer que as pessoas o busquem em sua palavra (Moisés e os Profetas) e suas testemunhas de hoje (que proclamam esta palavra).

 

Fiquem com Deus e que Deus os abençoe!

Pr. Rui Gilberto Staats <copyright 30/11/2011.