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30 novembro 2011

ESCLARECIMENTOS DE PARAPSICOLOGIA

Esclarecimentos

a) Dentre todas as expressões existentes para designar a pessoa que tem faculdades paranormais, utilizaremos o termo sensitivo, por considerá-lo o mais adequado. Sensitivo significa tanto aquele que sente, como aquele que se faz sentir; desta forma, abrange tanto os fenômenos de percepção extra-sensorial como os de efeitos físicos.

b) No final , apresentamos um Glossário de termos pertinentes à Parapsicologia, contendo o número da Questão (ou Questões) onde tais termos são abordados

c) Em se tratando de um assunto tão complexo e controvertido, procuramos intencionalmente dar respostas simplificadas, mas sem prejuízo do seu conteúdo científico.

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1 - O que é a Parapsicologia?

É a disciplina que estuda a ocorrência de fenômenos psíquicos chamados paranormais e cujas causas ainda não são totalmente conhecidas.

2 - Quer dizer que todos os fenômenos paranormais são de origem psíquica?

Ainda não se conhece com absoluta exatidão todo o processo que desencadeia os fenômenos paranormais. Os parapsicólogos norte-americanos e europeus consideram a fenomenologia paranormal como sendo de natureza psíquica (mental), enquanto os cientistas russos preferem a hipótese fisiológica (material). No entanto, as mais recentes pesquisas demonstram que se trata de um processo interrelacionado, isto é psicofisiológico, mas que é disparado ou controlado pelo psiquismo.

3 - A Parapsicologia é considerada uma ciência?

Em um Congresso Internacional realizado em 1963, em Utrecht, na Holanda, a Parapsicologia foi reconhecida oficialmente como ciência. Apesar disso, o meio científico tradicional hesita ou mesmo recusa dar credibilidade ao assunto.

4 - Por que a Parapsicologia é desacreditada junto ao cientistas em geral?

A maior parte dos fenômenos paranormais pode ser fraudada. Por outro lado a paranormalidade se manifesta, na maioria das vezes, de forma inesperada e espontânea e quase sempre com poucas testemunhas dificultando qualquer controle, observação e reprodução de forma com seria possível num laboratório. Assim, ocorrência constante de fraudes e a dificudade de controle e reprodução dos fenômenos são os principais responsáveis pelo ceticismo do meio científico com relação à Parapsicologia.

5 - Quem pode ser parapsicólogo?

No Brasil, tal atividade não é oficialmente reconhecida, nem há cursos profissionalizantes a respeito. Assim, o conhecimento da matéria é obtido através de pesquisas pessoais, leituras, experiências e cursos informativos de curta duração. Desta maneira, os indivíduos que conseguem acumular um bom conhecimento do assunto, intitulam-se ou são conhecidos como parapsicólogos.

6 - Todo parapsicólogo possui "poderes" paranormais?

Não necessariamente. De um modo geral, o sensitivo não se interessa muito em estudar cientificamente a sua condição e, assim, é pouco provável que venha a se tornar um parapsicólogo. No entanto, há pessoas não sensitivas que estudam o assunto e tornam-se parapsicólogos, sem manifestarem nenhum dom paranormal. O que pode ocorrer é que tais pessoas, justamente devido ao seu estudo, venham a desenvolver faculdades latentes, tornando-se então, parapsicólogos-sensitivos ou vice-versa. Mas esta não é uma regra geral.

7 - Isto quer dizer que as faculdades paranormais podem ser adquiridas através do estudo ou do treinamento?

Sem dúvida, apesar de ser mais correto afirmar que as faculdades paranormais podem ser desenvolvidas, ao invés de adquiridas. Isto porque tais potencialidades existem em todos nós, embora de forma latente, a nível inconsciente. Algumas pessoas, no entanto, parecem trazer este "talento" já de berço, mais ou menos como ocorre, por analogia, com aquelas que já nascem com "vocação" ou tendência para música, pintura, etc.

8 - Qual a natureza do elemento causador dos fenômenos paranormais?

Os fenômenos exclusivamente psíquicos são atribuidos à utilização de uma faculdade chamada Percepção Extrasensorial P-E-S e os fenômenos de efeitos fisicos são atribuidos à liberação de uma energia. chamada Telergia, constituída por forças complexas do organismo humano, tais como ondas cerebrais, atividades elétricas, energias plásticas e motoras, ações musculares, nervosas, magnéticas e caloríficas liberadas por uma "psicorragia", analogia grosseira ao processo de hemorragia.

9 - É verdade que todo sensitivo tem problemas psíquicos?

Embora os casos de alteração da consciência possam provocar a ocorrência de fenômenos paranormais, não se pode nem se deve generalizar. Pessoas consideradas "normais" também podem produzir alguns fenômenos, desde que sob cenas condições que facilitem a liberação do inconsciente, tais como: relaxamento profundo, transe, tensão ou emoção excessivas, embriaguez, delírio, febre, excitação, etc.

l0 - É perigoso o desenvolvimento das faculdades paranormais?

Com orientação adequada, pode-se desenvolver sem perigo algumas das faculdades paranormais. No entanto, sem a referida orientação, o indivíduo pode afastar-se da abordagem científica e envolver-se em complexos processos místico-religiosos ou supersticiosos, levando-o à incapacidade de discernir a fantasia da realidade.

11 - O que é um "sensitivo" ou "médium"?

Médium é uma palavra utilizada pelos espíritas, para designar a pessoa que "recebe ou incorpora espíritos''. Estas expressões designam o indivíduo que manifesta faculdades paranormais produzindo fenômenos. A palavra "médium" é exclusiva da doutrina espírita e é utilizada para designar a pessoa que, segundo a crença, "recebe" ou incorpora o espírito de pessoas falecidas. Usa-se também: dotado, paranormal, vidente, percipiente, metagnomo, etc. Conforme esclarecimentos anteriores, aqui usaremos a expressão sensitivos.

12 - Quem criou a expressão "Parapsicologia"?

A primeira pessoa a usar este termo foi o francês Max Dessoir, em 1889. No entanto, a expressão só veio a se popularizar bem mais tarde, quando os americanos a adotaram.

13 - Desde quando os fenômenos paranormais são estudados cientificamente?

Desde 1882, com a fundação da "Societi for Psychical Research", em Londres, diversos cientistas, alguns dos quais detentores de Prêmio Nobel. Atualmente, no exterior, diversas Universidades possuem Iaboratórios e cátedras específicas de Parapsicologia, sendo as mais famosas as da Duke University, na Carolina do Norte, EUA (sob o comando do famoso J.B. Rhine) e a da Universidade de Leningrado, na Rússia.

14 - O estudo da Parapsicologia obedece a alguma classificação especial?

Costuma-se dividir o estudo da Parapsicologia em duas áreas fenomenológicas: PSI-GAMA e PSI-KAPPA. A primeira expressão (PSI-GAMA) refere-se aos fenômenos puramente mentais, de P-E-S- tais como Telepatia, Precognição e Clarividência. A expressão PSI-KAPPA engloba os fenômenos de efeitos físicos, tais como Telecinesia, Tiptologia, Levitação, etc. Alguns autores, e estudiosos usam também a expressão PSI-TETA para classificar os fenômenos de natureza tida como sobrenatural, relacionados a hipóteses de vida após a morte, reencarnação, comunicação com os mortos, etc.

15 - Como se pode ter certeza de que um determinar fato é de natureza paranormal?

Em primeiro lugar, certificando-se de que não é fraude - e isto já não é uma tarefa fácil, pois existem truques (eletrônicos, inclusive) tão perfeitos que se toma difícil desmascará-los. Depois, deve-se analisar aspecto probabilístico. Por exemplo: não é preciso nenhum poder paranormal para "prever" a morte de uma pessoa que está gravemente enferma: nem de outra que dirige constantemente embriagada, em alta velocidade, etc. É preciso analisar friamente o fato e verificar se não há explicações lógicas ou científicas o que muita gente esquece de fazer, principalmente quando o fato se reveste de componentes afetivo-emocionais. Finalmente, há que se dar um crédito ao acaso e à coincidência. Não se incluindo rigorosamente dentro das cautelas acima, o fato tem uma grande possibilidade de ser paranormal.

16 - Que é P.E.S.?

É a abreviatura de "Percepção Extra-Sensorial'', expressão criada por Rhine, em 1934, para designar a faculdade manifestada em alguns fenômenos, notadamente na área de PSI-GAMA, tais como Telepatia, Clarividência e Precognição.

17 - Fala-se muito do poder do inconsciente em Parapsicologia. O que há de verdade nisso?

Toda ocorrência paranormal é ilógica ou absurda, do ponto de vista do nosso raciocínio tradicional ou do nosso conhecimento acadêmico. Por exemplo: não há nenhuma lógica em se movimentar um copo com a força da mente, como também não há nenhuma lógica em ler o pensamento alheio, etc. Ora, a partir de uma premissa crítica dessa, bloqueamos automaticamente qualquer possibilidade de produzir este ou aquele fenômeno. Isto porque, a nível consciente, só nos motivamos para ações que julgamos possíveis. Assim, é através do "adormecimento" da consciência ou da alteração do seu estado (como, por exemplo, no transe, relaxamento profundo, sono, embriaguez, delírio, etc.), que uma energia inconsciente é liberada, produzindo a fenomenologia paranormal. Quando, a nível consciente, conseguirmos aceitar e controlar tal energia, teremos conseguido, também, controlar a ocorrência dos fenômenos. Não é sem razão que as crianças são excelentes sensitivos elas não têm ainda a visão lógica e racional do adulto.

18 - Os sensitivos possuem características externas especiais, tais como físico, idade, sexo, etc.?

Quanto ao físico, não. Os sensitivos se diferenciam das demais pessoas, por características psicológicas e não físicas. Quanto ao sexo e à idade, observa-se uma incidência maior de sensitivos entre as crianças e os adolescentes, sendo estes principalmente do sexo feminino.

19 - Pode-se mover um objeto só com a força da mente?

Sim, ainda que os movimentos obtidos não sejam regulares e controlados. Este fenônemo se chama Telecinesia e movimenta desde agulhas de bússolas até mesas. É provocado pela exteriorização da Telergia. (Nota CIPFANI * - Até certo ponto, é real a afirmação de que a Telecinesia não pode ser controlada. Mas, existem casos, em que o paranormal consegue com éxito administrar o seu "dom". A paranormal russa Nina Kulagina foi um exemplo de que é possivel controlar de modo consciente a Telecinesia, assim como outros atributos. Nina Kulagina é conhecida como uma das paranormais mais completa que já existiram.

20- Existem "casas mal-assombradas"?

A presença de pessoas (principalmente adolescentes) sob intensa pressão emocional ou com desajustes psicológicos tem sido constantemente observada nas chamadas "casas mal-assombradas". Isto quer dizer que a "assombração" na verdade é um fenômeno de Telecinesia, responsável pelas panelas que voam, copos que caem, quadros que balançam, móveis que se arrastam, etc. Tal ocorrência é conhecida como "Poltergeist", cuja tradução é "espírito perturbador", expressão que reforça a crença popular da "assombração".

21- Pode-se " ler" os pensamentos de outra pessoa?

Esta pergunta refere-se ao fenômeno da Telepatia, que consiste na capacidade de uma pessoa captar os pensamentos de outra. A ocorrência da Telepatia é mais freqüente em situações dramáticas, envolvendo pessoas ligadas afetivamente. Já se comprovou cientificamente, em laboratórios, a existência do fenômeno telepático, embora sua freqüência e intensidade quando sob controle científico - sejam bem menores que em situações espontâneas.

22 - A distância afeta a Telepatia?

Não. Há registros de comunicações telepáticas intercontinentais.

23 - Pode haver comunicação telepática durante o sono?

Como já foi dito anteriormente, todos os estados em que a consciência está "adormecida", favorecem os fenômenos, inclusive a Telepatia. O sono, ou mais especificamente os sonhos, têm sido um freqüente instrumento usado na captação telepática. Talvez já tenha ocorrido com o leitor sonhar com uma pessoa que não vê há tempos e, no dia seguinte, receber a visita, uma cana ou telefonema dela.

24 - Pode-se realmente prever o futuro?

Inúmeras ocorrências pesquisadas e confirmadas, demonstram que, sob cenas circunstâncias e em determinados momentos, o nosso conhecimento parece avançar no tempo, tomando conhecimento de fatos que ainda estão por acontecer. Em pessoas "normais", esta faculdade costuma se manifestar através de "palpites", intuições e sonhos - enquanto que os sensitivos, na maior pane das vezes, precisam de uma estimulação para acionar tal mecanismo: usam cartas de baralho, bolas de cristal, búzios, pó de café, etc. Tal faculdade é conhecida por Precognição ou Premonição.

25 - O que vem a ser a Clarividência?

Clarividência. é a faculdade de "ver" através de corpos opacos: móveis, paredes, obstáculos etc. Esta faculdade permite ao sensitivo "ver" o que há dentro de um envelope antes de abri-lo ou descrever o que está ocorrendo em outro lugar. Esta faculdade também permite ao sensitivo "ver" coisas invisíveis para a visão comum, como, por exemplo, a aura humana. Quando o fenômeno se refere à audição, chama-se Clariaudiência.

26 - Como se comprovou cientificamente a existência da Telepatia, Clarividência e Precognição?

Através de dados estatísticos, resultantes de milhares de experiências que tiveram confrontados os seus acertos probabilísticos (ocorridos por acaso) e acertos extraordinários (ocorridos sob circunstâncias excepcionais). Para tanto, o Dr. J. B. Rhine, da Duke University, usou as Cartas Zener, um baralho criado pelo seu assistente, Dr. Zener. Este baralho é constituído de 25 cartas, constando de 5 séries de 5 naipes diferentes. Cada naipe é identificado por unta figura geométrica: estrela, cruz, círculo, quadrado e linhas onduladas. Utilizam-se duas pessoas: uma deve olhar cada carta do baralho, enquanto a outra deve tentar captar a imagem da carta que está sendo olhada. Temos, portanto, um emissor e um receptor telepáticos. Ao simples acaso, o receptor poderá conseguir até 5 acertos e essa é a média de milhares de tentativas com pessoas não sensitivas. No entanto, há registro de sensitivos que tiveram, várias vezes, o índice de 70, 80 e até 100%de acertos.Comprovou-se assim, que algo mais, além do simples acaso, influiu nos resultados da transmissão de pensamento, isto é, da Telepatia. A Precognição evidenciou-se quando o receptor adivinhava não a cana que, no momento, o emissor olhava, mas sim aquela que viria logo a seguir. Por fim, observou-se a Clarividência quando um sensitivo, isoladamente, tentava acenar as cartas com as figuras voltadas para baixo. Obteve-se os mesmos excepcionais índices de acenos em todas as 3 experiências, repetidas milhares de vezes, até a exaustão, com centenas de pessoas e sob os mais rigorosos controles para evitar a ocorrência de fraudes e manipulações.

27 - Existe "mau-olhado"? Por que algumas pessoas "secam" plantas e animais?

Já vimos que através da Telecinesia, pode haver uma ação da mente sobre a matéria. Aqui, movido por sentimentos negativos tais como inveja, despeito, rivalidade, ressentimentos, etc., um sensitivo pode, até involuntariamente, "descarregar-se" sobre plantas, animais pequenos e organismos debilitados, prejudicando-os tocando-os ou simplesmente olhando-os. Nestes casos específicos (em que não há deslocamentos dos objetos), o fenómeno se chama Psicocinesia e, da mesma forma que a Telecinesia, é resultante da ação da Telergia.

28 - Tais efeitos podem ser obtidas sobre pessoas comum bom estado de saúde?

Não. O efeito do chamado "mau-olhado" só se faz sentir por plantas, animais pequenos e organismos fracos e debilitados (física e mentalmente). Quando uma pessoa comum bom estado de saúde (física e mental) é influenciada pelos fluxos telérgicos de outra, trata-se de um caso de sugestão ou auto-sugestão. Basta um pouco de bom senso para anular os efeitos do " mau-olhado".

29 - Uma pessoa pode fazer mal a outra por força de "poderes" paranormais ou através de "feitiços" e "despachos"?

Admite-se que possa haver uma "subjugação hipnótica" por Telepatia. Isto é: uma pessoa deseja mal a outra e nutre pensamentos destrutivos em relação a ela chegando, inclusive, a reforçar tais pensamentos com "despachos". A "vítima" capta telepaticamente as intenções do rival e, sendo psicologicamente fraca, deixa-se sugestionar e influenciar pelas idéias negativas captadas, entrando então num processo de autodestruição.

30 - Isto significa que uma pessoa sadia e psicologica mente forte, está livre de "feitiços" e "maus-olhados"?

Perfeitamente.

<P1- É possível alguém curar outro através do poder paranormal?

É possível, em decorrência da ação psicocinética. A energia telérgica pode ser usada tanto de forma nociva como útil, a depender do caráter e das intenções do sensitivo. Dessa forma, um organismo sadio (física e mentalmente) pode transmitir a um organismo fraco ou debilitado uma "carga" telérgica, revitalizando-o. Também através da Psicocinesia, pode-se efetuar um tipo de "massagem psíquica", proporcionando estimulação ou alívio em pequenas moléstias, tais como enxaqueca, náuseas, cólicas e dores em geral. Outra hipótese é a de mensagens telepáticas de estimulação e encorajamento, fazendo o doente utilizar o seu próprio psiquismo, através da auto-sugestão e força de vontade, para uma recuperação ou cura.

32 - É verdade que há pessoas que podem "ver" nosso corpo internamente e até diagnosticar doenças?

Sim. Há sensitivos que possuem esse tipo de Clarividência vendo o nosso ou o próprio organismo. Se o sensitivo possuir conhecimentos de Medicina, poderá até fazer diagnósticos.

33 - De que maneira uma cartomante consegue descrever uma pessoa que não conhece?

Quando você consulta uma cartomante ou qualquer outro sensitivo a respeito de um parente ou amigo, você, naquele instante, está pensando nele. Dessa forma, o sensitivo pode captar telepaticamente as imagens que se formam no seu pensamento, a respeito do parente ou amigo. Outra hipótese é a da Clarividência.

34 - Também há pessoas que descrevem outras, apenas pelo manuseio de um objeto ou peça de roupa destas. Como pode ser?

A primeira hipótese é a da Questão anterior, ou seja, Telepatia ou Clarividência e nesses casos o objeto ou peça de roupa funcionada como mero estimulante para o sensitivo. No entanto, há uma teoria que afirma que alguns sensitivos "leriam" s informações contidas na " memória'' das células que compõem todos os objetos. Tal fenômeno é conhecido como Psicometria.

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35 - Como algumas pessoas, usando um pêndulo ou uma vara, conseguem localizar coisas escondidas?

O poder é da pessoa e não do pêndulo ou vara. Estes funcionam apenas como instrumento. da manifestação externa da paranormalidade do sensitivo. É um fenômeno de Clarividência chamado, neste caso específico, de Radiestesia ou ainda Rabdomancia. Pode-se pensar também na hipótese de Telepatia quando a pessoa responsável pela ocultação do objeto está próxima ao sensitivo ou ainda Hiperestesia quando o objeto escondido emite algum tipo de estimulação sensorial (ruído, odor, luminosidade, etc.).

36 - Por que há pessoas que ouvem ou vêem coisas ninguém mais ouve ou vê?

Algumas pessoas têm seus sentidos excepcionalmente mais apurados que outras. Sabemos, por exemplo, que os cegos de nascença têm seu tato e audição bem mais aguçados que as demais pessoas. Alguns sensitivos têm assim desenvolvidos todos os seus cinco sentidos e esta altíssima sensibilidade é chamada de Hiperestesia, que não pode ser considerada exatamente um fenômeno paranormal. Existem, no entanto, os fenômenos da Clarividência e da Clariaudiência que apresentam as mesmas características.

37 - Como uma pessoa pode localizar um objeto escondido, apenas por segurar na mão de quem o escondeu?

Quando tal demonstração é feita freqüentemente, a qualquer momento, pode-se afastar a hipótese de Telepatia ou Clarividência. Aqui, trata-se de um mero truque chamado cumberlandismo: quando pensamos em algo, nosso corpo acompanha inconscientemente, por gestos mínimos e quase imperceptíveis, a linha do nosso raciocínio. Dessa forma, a pessoa que escondeu o objeto (ou que sabe onde ele está escondido), guia involuntariamente o "sensitivo", por íntimos movimentos da mão. Basta soltar as mãos ou deixá-las absolutamente "esquecidas" para acabar com o truque. Como brincadeira de salão é divertido, mas não é paranormalidade.

38 - É importante para o parapsicólogo conhecer truques e mágicas?

É desejável, mas não indispensável. O conhecimento das técnicas da magia e do ilusionismo, permite ao parapsicólogo diferenciar o fenômeno real do embuste com muito mais facilidade que as demais pessoas. No entanto, uma boa dose de lógica, espírito analítico e bom senso, fazem o mesmo efeito.

39 - Qual a diferença básica entre a Telepatia e a Clarividência?

A Telepatia capta atos psíquicos (pensamentos) de outras pessoas, enquanto a Clarividência capta atos físicos (ações).

40 - A hipnose é um fenômeno paranormal?

Não. A hipnose obedece a um processo fisiológico natural em que uma pessoa é induzida a um estado sonambúlico através da sugestão (própria ou de outrem). Nada tem, pois, de paranormal ou, como insinuam as histórias de ficção, de misterioso.

EM BUSCA DO SEXTO SENTIDO

Em busca do Sexto Sentido

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A mente humana possui poderes que vão além dos sentidos normais.
Como mostra Roy Stemman, a
percepção extra-sensorial é um fato, embora
mergulhada em mistério.

PSI-PESQUISA®

Aos catorze anos de idade, Stanley Krippner queria desesperadamente uma enciclopédia. Seus pais, cultivadores de maçãs, não puderam satisfazer seu desejo: naquele ano, a colheita fora pequena, o que os deixara com pouquissimo dinheiro. Inconformado, Stanley recolheu-se a seu quarto e chorou. Após algum tempo, começou a procurar uma forma de conseguir a quantia de que precisava. Seus pensamentos voltaram-se para o rico tio Max. Qual seria a melhor maneira de se aproximar dele e pedir o dinheiro? Num repente, o jovem sentou-se ereto na cama, movido por um terrivel pensamento: "Tio Max não pode me ajudar porque está morto". Muitos anos mais tarde, Krippner - então um dos mais importantes investigadores de fenômenos psi dos Estados Unidos - relembrava:
- Naquele momento, ouvi o telefone tocar. Minha mãe atendeu e começou a soluçar. Não tive mais dúvidas. Do outro lado da linha, meu primo informava que Max tinha adoecido inesperadamente e, levado às pressas ao hospital, não resistiu. Faleceu logo depois.

PES ou mediunidade?

São inúmeros os relatos de pessoas que passam por situações semelhantes: a informação de um acontecimento chega-lhes de alguma forma que ultrapassa os sentidos "normais". Conhecido como PES (percepção extrasensorial) ou ESP (do inglês extra-sensory perception), esse fenômeno tem sido estudado com intensidade em todo o mundo, por meio de inúmeras experiências científicas, na tentativa de se comprovar sua existência e compreender seu funcionamento.
As pesquisas realizadas desde 1930 e o estudo de casos espontâneos deixam claro que a PES não acontece isoladamente. No episódio de Stanley Krippner, por exemplo, hà três fenômenos psi envolvidos. Classificados como tipos de percepção extra-sensorial, poderiam ser os responsáveis pela descoberta paranormal da inesperada morte do tio:

Telepatia - A mente do jovem pode ter entrado em sintonia com a do primo e lido seus pensamentos exatamente no instante em que ele estava para telefonar, dando a má noticia.
Clarividência - É igualmente possivel que o jovem Krippner tivesse consciência da morte do tio (sentiu, viu com clareza o que havia acontecido) sem qualquer comunicação mente-mente.
Premonição - Outra hipótese relaciona a proveniência de seu conhecimento com o futuro e não com acontecimentos passados ou presentes. De alguma forma, Stanley saltou uma fração de tempo adiante e soube que informação sua mãe receberia pelo telefone.

Há uma quarta alternativa: depois de falecer, Max estabeleceu comunicação com o sobrinho. No caso, Stanley seria dotado de poderes paranormais de algum tipo que o capacitaram a se comunicar com o morto, recebendo sua mensagem. Esse fenômeno caracteriza, na doutrina espírita, a mediunidade e extrapola o âmbito da pesquisa científica da parapsicologia.

O estranho caso da sra. Luther. As pessoas que investigam a PES - os parapsicólogos - lidam com um assunto de grande complexidade, que exige rigoroso exame de todos os dados e explicações levantados, inclusive os de caráter científico convencional. Em certos casos, as características do evento mostram-se insuficientes para determinar quando se trata de darividência ou de telepatia. Os primeiros investigadores de manifestações de PES, no final do século XIX, coletaram e conferiram impressionante variedade de ocorrências. Esse trabalho resultou na publicação de inúmeros testemunhos de pessoas dignas de confiança - entre as quais juízes, médicos, advogados, engenheiros, que haviam passado por experiências incomuns.

Uma das vivências foi confirmada pelo professor F. S. Luther. Esse matemático inglês do Trinity College relatou um acontecimento paranormal que envolveu sua esposa, Um amigo perguntara a ela se possuía um livro sobre o filósofo e poeta Ralph Waldo Emerson. A sra. Luther disse que não, mas durante a noite ambos tiveram o mesmo sonho, em que ela entregava ao amigo o livro procurado. No dia seguinte, o professor viu sua esposa voltar-se para a estante de livros, impelida por estranha compulsão. Ela abaixou-se para pegar uma revista e abriu-a, sem refletir sobre o que fazia, num artigo chamado "As casas e os lugares freqüentados por Emerson".
Casos espontâneos como esse acontecem quando as pessoas menos esperam, o que impede - ou pelo menos dificulta - seu estudo objetivo. A ocorrência de uma manifestação de PES em laboratòrio é tão improvável quanto a queda de um raio em casa ou de um meteorito no jardim. Os céticos, por isso, descartaram esses primeiros casos, considerando-os mera coincidência. Algo teria de ser feito, portanto, para colocar o estudo da PES em bases científicas.

O dr. Rhine dá as cartas

O fato de algumas pessoas estarem, com certa freqüência, sujeitas a experiências PSI levou os pesquisadores a utilizá-las em testes controlados, tendo como objetivo principal verificar se a telepatia existe. O pioneiro nesse trabalho foi o dr. Joseph Banks Rhine, que, com sua esposa Louisa, dirigiu o primeiro grande projeto específico de pesquisa da PES. Isso ocorreu na universidade americana de Duke, sob o patrocínio do professor William McDougall, chefe do departamento de Psicologia. Os Rhine eram biólogos, até que, na metade da década de 20, o interesse por questões paranormais tornou-se sua atividade principal. Graças à iniciativa de McDougall, a partir de 1927 o casal de pesquisadores pôde dedicar-se em tempo integral a uma investigação sobre PES.

Desse trabalho nasceu a ciência da Parapsicologia. J. B. Rhine, criador da sigla ESP (PES), devotou mais de cinqüenta anos ao estudo desse assunto, até sua morte em 1980. O método de pesquisa do casal Rhine consistia em aplicar exercícios de adivinhação aos individuos observados na Universidade de Duke. Usava-se um baralho de 25 cartas, dividido em cinco conjuntos. Cada conjunto tinha um simbolo diferente: círculo, estrela, cruz, quadrado e linhas sinuosas. Essas cartas Zener (nome de um dos pesquisadores da universidade) eram embaralhadas e, a seguir, o agente ou emissor - a pessoa que remetia mentalmente a informação - as observava, uma de cada vez. Em outra parte da escola, o receptor (individuo sob análise) apontava para o simbolo que pensava estar sendo visto pelo agente.

De acordo com as leis da probabilidade, o receptor acertaria cinco das 25 (1:5), se os palpites fossem aleatórios. Às vezes, o acaso poderia levar a mais de uma coincidência em cinco cartas. Porém, em outras ocasiões, o receptor poderia ter um índice de acerto menor; assim, numa série extensa de testes, os resultados se equilibrariam em 1:5. Se, por outro lado, o individuo tivesse capacidade de PES, os resultados se situariam acima da média. E foi exatamente isso que Rhine constatou.
Um dos primeiros receptores sensiveis de Rhine era um homem chamado Linzmayer, que gostava de ter algum tipo de distração enquanto da-va seus palpites. Às vezes, a fim de satisfazê-lo, o pesquisador saia com ele pelo campo e parava o automóvel no caminho para testes improvisados. Numa dessas ocasiões, Linzmayer adivinhou,corretamente todas as quinze cartas observadas por Rhine. Sob melhores condições de controle, no laboratório, continuou a obter niveis de acerto acima da média, porém sua PES logo diminuiu, vindo depois a desaparecer.

Na experiência de adivinhar cartas, realizada no carro, Linzmayer talvez tenha lido a mente do pesquisador. No entanto, também se submeteu a testes em que lhe solicitavam descobrir a carta antes de ser virada. Como ninguém sabia qual a carta, ele precisaria usar a clarividência para fazer as adivinhações. Ainda nesse caso, seu nivel de acerto ficava significativamente acima da média. O mesmo ocorreu com outros receptores, que se mostraram tão capazes de ver "através" das cartas quanto ele.
O trabalho revelou que havia muito mais na PES do que simples telepatia. Em dez anos, Rhine já estava examinando a premonição, ou possibilidade de antever o futuro. Pedia às pessoas que dessem um palpite antecipado sobre a ordem em que as cartas Zener apareceriam, depois de embaralhadas. Os resultados foram tão surpreendentes quanto os demais, obtidos em pesquisas de PES no laboratório.

A luta pela verdade

À época de sua primeira publicação, em 1934, o trabalho do dr. Rhine despertou enorme interesse. Não faltaram, entre seus colegas cientistas, céticos empenhados na busca de falhas nas condições e nas técnicas de laboratório. O pesquisador neutralizou todas as críticas. Se não havia imperfeições no método, as análises estatisticas de Rhine deviam estar erradas, conjecturaram os antiparapsicólogos. Talvez os resultados acima da média não decorressem de

manifestação de PES, mas de algum deslize na compuiação dos acertos. Esse argumento esvaziou-se em 1937, quando o Instituto Americano de Matemática Estatistica emitiu uma declaração, baseada em sua própria pesquisa, que confirmou a validade dos métodos de computação usados nos testes de Rhine para avaliar os fenômenos de PES. Se aos receptores não era permitido trapacear, se as condições tornavam impossível transmitir-lhes as informações por meios "normais", e se os métodos estatísticos usados na análise dos resultados estavam corretos, não restaria aos céticos outra alternativa senão acreditar na existência da PES. Havia, porém, uma possibilidade a ser levada a sério: fraude do experimentador. Rhine teria "cozinhado" os registros. No jargão dos meios científicos, o "cozimento" indica ajustes propositais nos dados a fim de forçar uma experiência a fornecer os dados esperados. A hipótese foi apresentada em 1955 por um médico pesquisador, G. R. Price, em artigo para a revista Science, prestigiada publicação da American Association for the Advancement of Science (Associação Americana para o Progresso da Ciência). Argumentava Price que fraude do experimentador era a explicação ''mais simples e mais de acordo com a experiência cotidiana" para a alegada paranormalidade. A maior parte de suas críticas tinha como objetivo Rhine e também o dr. S. G. Soal, eminente parapsicólogo inglês.

Muitos consideravam que o ataque desfechado por Price deixava a parapsicologia exposta ao descrédito público, mas Rhine enfrentou-o com calma. Começou a se corresponder com o opositor, rebatendo suas várias alegações e discutindo em profundidade os procedimentos usados em seu trabalho. Disso resultou, anos mais tarde (em 1972), a publicação de outro artigo de Price na Science. Sintomaticamente, chamava-se "Desculpas a Rhine e Soal".
Rhine merecia uma retratação desse tipo há muito tempo. Quanto a Soal, descobriu-se mais tarde que as suspeitas de Price estavam corretas. O caso é estranho e parece uma advertência aos que se vêem tentados a confiar no conjunto das experiências sobre PES. Muitos pesquisadores interpretaram os resultados de Soal como a pedra fundamental da PES, e a evidência do engano exige que se reescreva a història da parapsicologia.

O matemático Soal começou a se interessar por pesquisa de fenômeno psi quando realizava uma série extensiva de testes com PES, esperando fomecer corroboração independente ao trabalho de Rhine. Testou 160 pessoas por um periodo de cinco anos e analisou um total de 128.350 palpites contra os alvos (os simbolos grafados nas cartas). Nada descobriu, além de acertos dentro das probabilidades normais. Em conseqüência, interrompeu sua pesquisa com PES, e passou a criticar Rhine pelo que considerava erros nos métodos empregados para produzir índices positivos. Esse poderia representar o final da história, não fosse a influência de outro pesquisador inglês, Whately Carrington. Em seus próprios testes com PES, usando desenhos como alvos, Carrington descobriu um estranho efeito de deslocamento. Às vezes, um participante errava o alvo que tentava adivinhar, mas indicava, em seu lugar, o alvo do dia anterior ou mesmo o que seria escolhido aleatoriamente no dia seguinte.
Estimulado pela descoberta, Carrington pressionou Soal a reexaminar as estatÍsticas em busca desse desvio. O matemático seguiu a insistente sugestão e, de fato, encontrou o efeito de deslocamento nos resultados apresentados por dois receptores - Basil Shackleton e Gloria Stewart.
Ambos apresentavam eventuais deslocamentos (positivos ou negativos). A partir dai, Soal continuou seu trabalho com PES usando Shackleton e Stewart como receptores.

Evidência real

Os resultados das experiências realizadas com Shackleton, entre 1941 e 1943, foram tão notáveis que muitos parapsicólogos os tomaram como prova da existência da PES. Vinte anos mais tarde, porém, Gretl Albert, que estivera envolvida nos testes como agente, comentou ter visto várias vezes Soal alterar os dados. Reexaminadas as estatisticas de Soal, comprovou-se a veracidade do depoimento da sra. Albert.
A fim de garantir que as cartas usadas nas experiências fossem escolhidas ao acaso, Soal usou a técnica-padrão de laboratório. Referia-se com freqüência ás tabelas logaritmicas de Chambers e às tabelas de números aleatórios de Tippett (embora não indicasse como as empregava). Verificou-se, porém, que as listas aleatórias utilizadas em suas experiências não correspondiam as listas,padrão publicadas. Um estudo realizado por Betty Markwick, publicado em 1978, revelou que certas seqüências extensas de números apareciam repetidas. Isso poderia significar apenas que Soal estava usando um conjunto pequenc de números aleatórios, o que não afetaria a validade da experiência. No entanto, Betty constatou que as seqüências repetidas não eram idênticas: às vezes, números adicionais as interrompiam. E tais números, onde ocorriam, apresentavam marcante correspondência com os "acertos" em PES registrados por Soal. Removendo-se os números, os acertos caiam para os níveis de probabilidade. Resumindo essas provas, Betty deciarou que se deveria desqualificar toda a série experimental de adivinhação realizada pelo pesquisador.

O caso Soal é um triste capítulo da acidentada história da parapsicologia. As provas em favor da PES, no entanto, não dependem de uma única série de experiências. Depois dos anos 30, as provas favoráveis à percepção extra-sensorial tornaram-se cada vez mais fortes. Embora os pesquisadores ainda não possam produzir telepatia, clarividência e premonição "sob encomenda", no laboratório, suas pesquisas mostram que a PES é um fenômeno real, negado apenas por pessoas dogmáticas. As investigações menos preconceituosas indicam a possibilidade de todos os seres humanos um dia dominarem e usarem seus poderes PSI à vontade, desde que tenham treinamento apropriado.

Fonte: INEXPLICADO - Editora Rio Gráfica.

CLARIVIDÊNCIA

CLARIVIDÊNCIA

O dom excepcional a que chamamos clarividência assume muitas formas, desde uma vaga consciência de um acontecimento distante a uma nítida revelação. Embora nem sempre seja confiável, a clarividência oferece surpreendentes e inesperadas pistas em casos criminais, como este capítulo revela.

CASO 1- O CASO CARL CARTER

Num dia do final de outubro de 1978, o menino Carl Carter, de sete anos, desapareceu de sua casa em Los Angeles. A polícia estava confusa: não sabia se ele fora raptado ou se simplesmente saíra para passear e se perdera.

Foi então que um policial aposentado sugeriu que se pedisse a ajuda de uma médium da cidade, conhecida apenas pelo nome de Joan. Horas depois, a investigação do desaparecimento de uma criança havia se transformado num caso de tríplice assassinato.

A paranormal contou à polícia que o garoto estava morto e descreveu o homem que cometera o crime. Um desenhista da polícia foi chamado para fazer um retrato mais preciso do suspeito, baseado na descrição de Joan. Quando o retrato-falado foi mostrado à família de Carl, o pai disse imediatamente: "Parece Butch".

Uma hora depois, Harold Ray "Butch" Memro foi preso e confessou ter estrangulado Carl e assassinado dois outros meninos dois anos antes.

Os paranormais freqüentemente oferecem seus serviços à polícia, e são inúmeros os casos de pessoas com poderes extra-sensoriais que tiveram um vislumbre de um crime. Mas também é freqüente que a veracidade de suas declarações só consiga ser comprovada depois que o criminoso é apanhado por meios convencionais. Em outras palavras, a percepção extra-sensorial muitas vezes conduz a polícia ao criminoso, como ocorreu no caso de Memro.

Mas é preciso lembrar que para cada caso espantoso publicado na imprensa existem provavelmente centenas de outros em que a ajuda de voluntários paranormais apenas leva a polícia a uma caçada infrutífera. Quando investigava o misterioso desaparecimento da estudante Genette Tate, em agosto de 1978, a polícia de Devon recebeu mais de duzentas chamadas de médiuns e outras pessoas que alegavam ter poderes paranormais e se diziam capazes de oferecer pistas do crime.

Clarividência é definida como "um conhecimento extra-sensorial sobre objetos ou acontecimentos materiais que não é captado pela mente de outra pessoa" – ou seja, não se trata de simples telepatia. A clarividência assume diferentes formas, desde a vaga consciência de um fato distante até uma visão em que as cenas se desenrolam nitidamente diante dos olhos do vidente.

Nas pessoas comuns, é mais provável que a clarividência ocorra em situações de tensão, ou quando pessoas ou lugares a elas ligados estão em perigo. Um perfeito exemplo disso foi o caso ocorrido no século XVI1I com o cientista e vidente sueco Emanuel Swedenborg, investigado e registrado pelo eminente filósofo alemão Immanuel Kant.

CASO 2 - O CASO EMANUEL SWEDENBORG

Às quatro da tarde de um sábado, Emanuel chegou a Gotemburgo proveniente da Inglaterra. Pouco depois, sentindo-se intranqüilo e perturbado, deixou os amigos e foi dar um passeio. Quando voltou, descreveu a visão que havia tido: um incêndio que irrompera a pouca distância de sua casa, a quatrocentos e oitenta quilômetros dali. As ferozes labaredas estavam se alastrando, ele disso, e continuou perturbado até as oito horas da noite, quando anunciou que o incêndio fora debelado. A notícia da clarividência se espalhou rapidamente pela cidade e Swedenborg foi chamado pelo prefeito de Gotemburgo para fazer um relato em primeira mão sobre o fato. Na segunda-feira seguinte, um mensageiro real chegou à cidade e confirmou a visão que Swedenborg havia tido.

CASO 3 - AS CARTAS

Nos anos 30, o dr. Rhine, o pioneiro da pesquisa parapsíquica, e seus colegas da Duke University decidiram investigar a clarividência. Anteriormente já haviam conduzido experiências bem-sucedidas de telepatia em que uma pessoa se concentrava em uma das cartas Zener enquanto o sujeito, em outra sala, tentava ler a sua mente. Foi então que os pesquisadores da Duke University resolveram ver o que aconteceria se, em vez de olhar para as cartas, o agente simplesmente as retirasse uma a uma de um monte previamente embaralhado, com a face voltada para baixo. O sujeito teria que usar a clarividência, em lugar da telepatia, para adivinhar a seqüência das cartas, que o agente revelaria, depois da experiência, desvirando as cartas uma a uma.

Numa outra série de testes, realizados por J. Pratt com Hubert Pearce como sujeito, Pearce acertou 558 de um total de 1 850 adivinhações. Pela lei das probabilidades, os resultados não teriam ultrapassado 370 respostas corretas. Nessa base, as chances de aposta contra Pearce foram calculadas em 1 para 22 milhões.

Mas nem todo mundo se impressionou com esses resultados. Uma crítica levantada contra a experiência apontava o fato de Pearce não ter sido vigiado enquanto fazia as adivinhações. O professor C. E. M. Hansel, que não acreditava na percepção extra-sensorial, argumentou que, naquelas circunstâncias, os resultados não podiam ser levados a sério. Afinal, Pearce poderia ter se esgueirado para fora do edifício e espiado pela janela da sala do dr. Pratt, para ver as cartas que ele virava. Poderia tê-las anotado, ou memorizado, e voltado à sua sala para construir uma seqüência com erros suficientes para parecer genuína.

Pouco depois, outro pesquisador parapsíqui-co, o professor Ian Stevenson, investigou essa hipótese e concluiu que Pearce não poderia ter trapaceado, já que as cartas não eram visíveis da janela.

Mas mesmo quando a metodologia do pesquisador está acima de qualquer suspeita, muitas pessoas não chegam a se impressionar com os resultados estatísticos dos testes de clarividência. Para elas, os casos individuais de espetacular clarividência são mais impressionantes do que testes e mais testes de adivinhação que produzem resultados acima da média.

CASO 4 - O CASO OSSOWIECKI

No início do século, a clarividência do engenheiro polonês Stephan Ossowiecki atraiu a atenção dos principais pesquisadores da paranormalidade. Apenas segurando um envelope lacrado ou uma folha de papel dobrada ele era capaz de descrever seu conteúdo ou dar o nome do signatário.

Durante a conferência internacional sobre paranormalidade realizada em Varsóvia em 1923, os poderes de Ossowiecki foram postos à prova. Um pesquisador inglês, o dr. Eric Dingwall, desenhou uma bandeira, com uma garrafa gravada no canto superior esquerdo, e, abaixo do desenho, escreveu a data, 22 de agosto de 1923. Colocou o desenho dentro de um envelope, que foi posto dentro de um outro, e ainda de um terceiro, e enviou o pacote ao barão Albert von Schrenk-Notzing, em Varsóvia.

O barão era um famoso patologista e também um conhecido pesquisador dos fenômenos paranormais. Nem ele nem os dois outros cientistas envolvidos na experiência sabiam o que estava dentro do envelope. Simplesmente entregaram-no a Ossowiecki, sem mais explicações, e pediram-lhe suas impressões.

O vidente polonês lhes disse que ali não havia nenhuma mensagem escrita, apenas vários envelopes esverdeados de papelão, e uma pequena garrafa. Então, pegou uma pena e, tomado de uma súbita agitação, esboçou uma réplica quase idêntica do desenho. Escreveu também "1923" e disse que havia algo escrito antes da data, mas que não conseguia dizer o que era. Essa prova eliminou por completo as dúvidas de Dingwall e de outros pesquisadores sobre os poderes paranormais de Ossowiecki.

A MEDIDA DA ALMA

A capacidade de captar impressões de objetos foi investigada desde 1949 por J. Rodhes Buchanan, um médico de Ohio, nos Estados Unidos. Testando algumas pessoas, ele descobriu que elas eram capazes de identificar medicamentos escondidos em envelopes fechados ou dar descrições precisas das pessoas que escreviam as cartas que lhes eram mostradas. Para descrever essa capacidade, o dr. Buchanan criou a palavra psicometria, que em grego significa "medida da alma".

Um dos mais detalhados estudos de clarividência e psicometria foi levado a efeito a partir de 1919 por um médico inglês, o dr. Gustav Pagenstecher, que exerceu a medicina no México durante quarenta anos. Um dia, procurado pela sra. Maria Reyes Zierold, que se queixava de insônia, o dr. Pagenstecher decidiu tratá-la por hipnose. Em transe, ela disse que podia ver a filha do médico ouvindo atrás da porta. Para sua surpresa, ao abrir a porta, o dr. Pagenstecher viu que a menina estava ali, exatamente Como a paciente dissera. Com a permissão da sra. Zierold, ele decidiu investigar sua visão paranormal e descobriu que, quando em transe, ela podia descrever com nitidez acontecimentos relacionados com o objeto que segurava nas mãos.

Uma vez, quando segurava uma corrente, ela começou a descrever uma batalha num dia frio e nublado, entre grupos de homens e contínuo tiroteio de rifles. "De repente", ela disse, "vejo cruzar o ar, movendo-se com enorme rapidez, uma grande bola de fogo... que vem cair justo no meio dos quinze homens, despedaçando-os". A corrente que a sra. Zierold segurava pertencera originalmente a placa de identificação de um soldado alemão, para quem a cena que ela relatou com surpreendente precisão tinha sido a "primeira forte impressão da guerra".

Na tentativa de descobrir se algum elemento de telepatia estava envolvido na experiência ou se a sra. Zierold era uma verdadeira vidente, a Associação Americana de Pesquisas Psíquicas designou seu representante oficial, Walter Prince, para conduzir alguns testes com ela. Numa de suas experiências, o dr. Prince utilizou dois pedaços idênticos de um cordão de seda, fechados em caixas perfeitamente iguais, que o pesquisador embaralhou de tal forma que nem ele sabia qual era qual. Segurando uma das caixas, a sra. Zierold descreveu uma igreja mexicana e índios dançando. A outra caixa lhe trouxe a visão de uma fábrica francesa. Ela estava absolutamente certa: um dos cordões viera direto do fabricante; o outro, do altar de uma igreja.

Com tantos casos extraordinários de clarividência documentados, não admira que os possuidores desse dom fossem consultados em casos criminais particularmente desconcertastes. O consolo dos criminosos é que poucos videntes são tão espetacularmente bem-sucedidos ou dignos de confiança quanto Ossowiecki ou a sra. Zierold.

OS ORÁCULOS

Na Antigüidade os clarividentes eram conhecidos pelo nome de oráculos, e suas visões provocavam muito mais investigações do que hoje. Há dois mil e quinhentos anos, Cresus, rei da Lídia, dono de uma fabulosa riqueza, realizou uma fascinante experiência para pôr à prova os poderes de sete oráculos, seis deles gregos e um egípcio. De acordo com o historiador Heródoto, o rei, cada vez mais preocupado com o poder dos persas, resolveu consultar um oráculo para decidir que ação empreender. Mas em que oráculo confiar? Decidiu submetê-los a uma prova.

Enviou sete mensageiros, um a cada oráculo, com instruções para que no centésimo dia depois da partida perguntassem ao seu oráculo: "O que o rei Cresus, filho de Alia-tes, está fazendo neste momento?" As respostas deveriam ser anotadas e trazidas ao rei. Só se tem registro de uma delas, a mais precisa: a do oráculo de Delfos. A pitonisa, como era chamada, induziu-se a um transe profético sentando-se sobre uma fenda vulcânica e inalando a fumaça que dela emanava, enquanto mascava folhas de amoreira. Quando o mensageiro lídio entrou em seu santuário, ela lhe respondeu, sem nem mesmo ter ouvido apergunta, e em versos:

"Posso contar os grãos de areia, posso medir o oceano; Posso ouvir o silêncio e saber o que o mudo está pensando. Oh! meus sentidos são despertados pelo cheiro de uma tartaruga, Que ferve agora numa fogueira, com a carne de um cordeiro, num caldeirão... De bronze é o recipiente; de bronze é aquilo que o cobre".

Depois que os mensageiros partiram, o rei ficou imaginando qual seria a coisa mais improvável que poderia fazer, algo em que ninguém pudesse pensar. No dia marcado, pegou um cordeiro e uma tartaruga, cortou os em pedaços com as próprias mãos e ferveu-os juntos num caldeirão de bronze, que tinha uma tampa também de bronze. Não admira que a clarividência da pitonisa de Delfos lhe tenha garantido o cargo de conselheira do rei.