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08 julho 2010

APONTAMENTOS HOMILÉTICOS


PENTECOSTES
Juarez Borcarte – Recife, PE
 1. "Ao cumprir-se o dia de Pentecostes" – Festa do AT, celebrada 50 dias depois da Páscoa, outra grande festa do AT – e do NT! No contexto, o "cumprir-se" denota um cumprimento DIVINO. Jesus envia o Espírito prometido aos seus seguidores, coforme promessa de Joel e do próprio Senhor Jesus. A hora foi de Deus – não a dos homens!
 
2. "Estavam todos reunidos no mesmo lugar" – Pois, quando da sua Ascensão, Jesus havia dito aos seus discípulos permanecerem em Jerusalém até serem revestidos de poder do alto – não terreno!, do Espírito Santo! Eles esperaram o cumprimento da hora de Jesus. Demonstraram confiança nas suas promessas – e não se decepcionaram! Podemos confiar nas promessas de Jesus! "Os que esperam no Senhor não serão confundidos!"
 
3. "E apareceram, distribuídas entre eles, linguas como de fogo..." – A chegada do Espírito Santo teve este sinal visível, além do som como de ventos impetuosos: línguas como de fogo! Não se tem notícias de que este mesmo fenômeno tenha se repitido nos "outros petecostes", como no caso do derramamento dos Espírito Santo sobre os gentios em Atos 10, na casa do centurião Cornélio. O Espírito Santo age como lhe apraz – não como nós, porventura, determinarmos!
 
4. "... e pousou uma sobre cada um deles" – O Espírito Santo não foi SELETIVO, nem ELITISTA. Todos que estavam reunidos na casa, receberam e ficaram cheios do Espírito Santo. O O Espírito Santo não escolheu os mais dignos – segudo o conceito pentecostal. No capíritulo 1 de At, vemos que estavam reunidos ali na casa (cenáculo?!) muito mais pessoas do que os 12 apóstolos (incluindo Matias, substituto de Judas). Havia ali mulheres... 120 pessoas que elegeram Matias...
 
5. "Todos ficaram cheios do Espírito Santo..." – Todos que estavam ali, no grupo! Não houve aquele que ficou "cheio" pela metade! O Senhor não faz acepção de pessoas! Tudo atesta o cmprimento da promessa de Jesus e do AT. O Espírito Santo foi DOADO por Deus, POMETIDO e, agora, ENVIADO! Tudo é DOM, é GRAÇA – não mérito humano!
 
6. "...e passaram a falar em ouras línguas (glossais), segundo o Espírito Santo lhes concedia que falassem" – Aqui não são línguas estranhas, mas dialetos/línguas que os judeus e prosélitos falavam nas suas terras, nos seus países onde moravam. Cada um pôde ouvir as grandezas de Deus no seu próprio idioma! Não havia nenhuma promessa de Jesus ou do AT dizendo que eles falariam em OUTRAS LÍNGUAS! Mas falaram porque o Espírito Santo lhes concedeu esse dom! Ele é SENHOR da situação e age como lhe apraz! Os discípulos são servos do SENHOR! Nem sempre o falar em línguas se evidencia quando o Espírito Santo é dado a grupos em Atos – pelo menos não se menciona este fato! Falar em outras línguas, portanto, não é condição indspesável de que se tenha recebido o batismo do Espírito Santo – segundo o conceito pentecostal! Quem decide é o Espírito Santo – não eu!
 
7. "Como os ouvimos falar em nossa própria língua (dialéktw) as grandezas de Deus?" – Assim perguntou, perplexa, a multidão! Não eram, portanto, líguas novas nem estranhas, mas dialetos que as pessoas falavam lá nas suas terras e países fora de Jerusalém e da Terra Santa! Não houve necessidade, portanto, de íntérpretes, como no caso dos dons carismáticos, das línguas estranhas, lá em Corinto, em 1 Co, capítulos 12 a 14! Cada pessoa ali reunida, os milhares deles, pôde ouvir as grandezas de Deus, as suas maravilhas no Jesus Cristo Salvador, na sua própria língua/dialeto! O Evangelho precisa ser entendido, e nada melhor do que o escutar na própria língua! O Espírito Santo o proporcionou no Petecostes, pelo menos neste Dia! Teve fins MISSIONÁRIOS este dom, portanto! Cada pessoa ali pode voltar para a sua casa e anunciar adiante o Evangelho! Houve ali também romanos. Talvez devido a isto é qe houve cristãos em Roma logo nos primórdios do cristianismo! A missão é de Deus! O Espírito Santo guia seus servos. Somos servos do Senhor Jesus eguiados pelo seu Espírito Santo – não seus senhores!
Aliás, é isso que vemos do começo ao fim no livro de Atos. O Evangelho é pregado, o Espírito Santo está presente, e a palavra do Senhor prevalece poderosamente,  contra as obras das trevas, contra a magia... As trevas ãomprevalecem contra a LUZ!
 
8. "Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!" – Literalmente: "De vinho novo cheio estãos!". Zombadores dos grandes feitos de Deus... sempre houve e haverá, naquela época, hoje e...
 
9. "Então se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nesses termos" – Pedro não havia negado Jesus três vezes, covardemente? Aqui vemos o cumprimento das palavras de Jesus em At 1.8: "Recebereis PODER ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém... até aos confins da terra"! O Espírito Santo nos fortalece para sermos testemunhas corajosas! O Senhor mesmo nos CAPACITA aos nos escolher suas testemunhas! Nisso podemos nos fiar! Em At 4, mesmo presos e ameaçados, Pedro e João disseram que "nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos"! Em At 16, Pulo e Silas louvam a Deus na cadeia em Filipos, com as costas dilaceradas pelos açoites sofridos. A nosso suficiência vem do Senhor! Ele nos ajuda e fortalece: "Não temos, eu te ajudo!"
 
10. "Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédo do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne... derramarei do meu Espírito, e profetizarão." Pedro diz claramente que é o cumprimento das palavras de Deus por itermédio de Joel que estão se cumprindo! Joel profetizou a cerca de 850 anos a. C. Joel profetizou, mas foi Deus que falou ATRAVÉS (dia) DELE! "Toda a carne" já dá o sentido de todas as gentes, gentios, servas, sermos, jovens, velhos... – conforme se pode atestar, pelo menos em parte, no livro de Atos! "Profetizarão" – significa, segundo J. Rotmann, anuciar a palavra de Deus, não (necessariamente) profetizar eventos futuros! Obs.: O que Joel chama de "derramarei do meu Espírito", Jesus fala em "sereis batizados com o Espírito Santo" (At 1.5), que revela que o uso da palavra "batizar" no NT tem clara conotação com "derramar" no contexto do  AT! – não (somente) SUMERGIR! Pode até ser que no mundo grego "batizar" signifique "mergulhar", "sumergir", mas no MUNDO BÍBLICO...! "Últimos dias", os tempos do fim, do NT, os nossos tempos, que correm para a Consumação!
"Derramarei do meu Espírito" – Revela a ação graciosa de Deus sobre todos! Ele é autor desta obra graciosa, salvadora e ativadora de boas obras na nossa vida de filhos seus!
11. "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" – Como invocarão se não há que pregue? A fé vem pela pregação da palavra de Cristo! (Rm 10.12-17). Obs.: "Senhor"  é "IAWÉ" em Joel, no AT, e parece que se refere ao próprio Senhor Jesus Cristo aqui em Atos! Em Atos, invocando o nome do SENHOR JESUS, se é salvo!
Em Hb, não poucos textos que cita do AT, onde se usa SENHOR/IAWÉ, são aplicados ao SENHOR Jesus (Ver JESUS CRISTO É O SENHOR, Concórdia Edit.). Jesus é IAWÉ!
 
Sugestão homilética: (porvisório , em forma embrionária ainda!)

TRIENAL

07 julho 2010

TIAGO, O AMBICIOSO

TIAGO, O AMBICIOSO
INTRODUÇÃO:
Muitos advogam que, se o fim é lícito e bom, os meios para alcançá-lo são justificados pela razão final. Com esse raciocínio, há os que torcem leis e normas, alegando que ter vontade de vencer é coisa boa e que tais meios são justificados pelos fins úteis e bons que são buscados.
Não há dúvida que a princípio este raciocínio parece lícito e válido e que, em conseqüência, não chega a incorrer em erro. É preciso muito cuidado nesta direção, porque a afirmativa de que os fins justificam os meios é maligna.
Vamos estudar, agora, a vida de Tiago, irmão de João, examinando o seu caráter e o modo como o Senhor falou com ele.

1.Vários Tiagos
Há vários servos de Deus que estiveram com Jesus e que acompanharam pessoalmente o Seu ministério, distinguindo-se pelas suas atitudes claras ao lado do Salvador. Três deles, com o nome de Tiago merecem ser mencionados.
O primeiro Tiago era um pescador, filho de Zebedeu e irmão de João. Jesus o chamou para ser apóstolo, ao lado de seu irmão: Mt 4.21. Uma observação interessante é poder-se afirmar que Jesus tinha uma preferência por ele, pois, no momento da transfiguração, quem estava presente? Pedro, Tiago e João! Os dois últimos receberam o apelido de Boanerges, que significa “filhos do trovão”. Um fato curioso é que ele e seu irmão João, sob a tutela da mãe, foram pedir a Jesus para que, no Reino, um se sentasse à Sua direita e o outro à Sua esquerda... (Mt20.2-21)
O segundo Tiago também era apóstolo. Era chamado de Tiago, o Menor, filho de Alfeu e de Maria. Ele é mencionado quatro vezes no Novo Testamento: Mt 10.3, Mc 3.18, Lc 6.15 e At 1.13. Alguns afirmam que ele era irmão de Mateus. Afirma-se que ele pertencia à tribo de Gade e que por ter pregado o Evangelho de Cristo foi apedrejado pelos judeus e sepultado em um santuário de Jerusalém.
O terceiro Tiago era irmão de Jesus, como José, Simão e Judas. Nota-se que eles não aceitavam a divindade de Cristo, nem aceitavam a sua autoridade. Possivelmente fosse essa uma das razões que levava Jesus a estar tão pouco com a sua família, exceto sua mãe. Todavia, depois da ressurreição, quando Jesus lhe apareceu e lhe falou, então esse terceiro Tiago tornou-se um grande líder e chegou a ser o pastor titular da Igreja em Jerusalém. Parece até que foi ele quem presidiu o primeiro concílio que foi convocado para resolver a questão da admissão de gentios incircuncisos nas igrejas. Esse terceiro Tiago é apontado como o autor da epístola que encontramos no Novo Testamento.
Entre os vários personagens com o nome de Tiago, citamos acima os três principais, mas o nosso propósito neste momento é estudar o primeiro Tiago aqui apresentado, filho de Zebedeu. E esse estudo irá focalizar o seu declarado desejo de projetar-se, de ser o principal, de estar à frente dos outros, como aliás acontece com quase todos nós.

2. TIAGO, O AMBICIOSO
Em Mt 20.20-28; e Mc 10.35-45, descreve-se o pedido de Tiago e João. No texto de Mateus, nos versículos 20 a 22 lemos:
“Então a mãe dos filhos de Zebedeu chegou com os seus filhos perto de Jesus, curvou-se e pediu a ele um favor. – O que é que você quer? – perguntou Jesus. Ela respondeu: – Prometa que, quando o Senhor se tornar Rei, estes meus dois filhos sentarão à sua direita e à sua esquerda. Jesus disse aos dois filhos dela: – Vocês não sabem o que estão pedindo...”
No evangelho de Marcos, o pedido aparece apresentando diretamente pelos dois filhos, mas, no Evangelho de Mateus, a petição tem o reforço da mãe presente. Com ou sem reforço o caso é que Tiago e João foram a Jesus pedir distinção e superioridade. Queriam estar acima dos outros dez... Como, neste momento nos propomos a estudar o caráter de Tiago, deixemos o caso de João e demais discípulos.

3. Ambição
Vamos condenar Tiago com seu irmão? Vamos estabelecer que Tiago errou e que não devia ter tal atitude?
Estas são boas perguntas... Onde é que a Bíblia condena a vontade de progredir ou de crescer? Há muita gente falando em igualdade e condenando os que lutam por subir de posição ou por conquistar mais recursos. Não há igualdade no céu. O Pai está no Seu trono assentado e reinando, Jesus falava com Ele mas reconhecia nEle uma soberania tal que a Jesus só cabia obedecer. Nas vésperas da crucificação, ele pedia dramaticamente no lugar chamado Getsêmani (Mt 26.39):
“ – Meu Pai: se é possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como Eu quero, e, sim, como Tu queres.” Orou três vezes e, vendo que o Pai não O atendia, encerrou seus pedidos com as palavras: “... se não é possível passar de Mim este cálice, sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade.” E Jesus morreu na cruz, cumprindo a vontade do Pai.
Nada está escrito que impeça você de pedir e ter vontade de progredir. No céu há hierarquia (galardão) com se vê, e depois da Segunda Vinda de Cristo, ela vai continuar.
Desde que a “ambição” não tenha o sentido de orgulho, cobiça ou egoísmo, a vontade de realizar, de progredir é perfeitamente natural e não pode ser impedida. Os pais devem estimular os filhos a querer progredir e a não contentar-se com a mesmice... Nisto se inclui especialmente o crescimento espiritual, procurai pois progredir no Reino de Deus. A “ambição” espiritual é boa, desde que não seja motivada pelo orgulho, pela cobiça ou egoísmo, como dissemos acima. Mas o desejo de crescer material e espiritualmente deve visar o crescimento do Reino de Deus também.
Vale a pena subir a escada, vale a pena enfrentar a estrada que vai às alturas, vale a pena vencer as batalhas da vida, pois doce é a vitória ao paladar.

4. CONCLUSÃO:
O pedido de Tiago, ao lado de João, à primeira vista pode parecer uma pretensão má e descabida, pois dá a idéia de querer supremacia e domínio sobre seus pares. Toda intenção de vencer a qualquer preço é má e não vem de Deus, mas o desejo de crescer e prosperar sob a orientação do céu é sintoma de quem não quer ficar estagnado no mesmo lugar, sem avançar para alvos que certamente estão adiante, como desafios a serem vencidos.
Alguém pode perguntar se a intenção de Tiago e João, ou da mãe deles, era mesmo boa, isto é, se ela tinha apenas o desejo de prosperar e galgar mais um degrau rumo ao Reino de Jesus ou se era orgulho, cobiça e vaidade. A Bíblia não entre neste assunto e, a partir disto, Jesus não censura o pedido e diz apenas que Tiago não sabia direito o que estava pedindo. Acrescenta que caberia ao Pai dar este direito ou estabelecer esta distinção no momento oportuno:
“... mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai.” (Mt 20.23).

Pelo que se vê, alguém estará nessas posições, mas não estava na hora de defini-las, nem era o momento próprio para o pleito. Vale a pena ter ideais. É importante olhar para frente, na estrada da vida, e, ainda que haja subidas íngremes, tentar vencê-las, ou se dirá melhor: vencê-las com o auxílio de quem realmente e somente pode ajudar; JESUS. Precisamos estabelecer alvos, metas para nossas vidas.
O cristão precisa buscar o reino de Deus e a sua justiça, para que assim todas outras coisas lhes sejam acrescentadas. Podemos e devemos objetivar o crescimento e o bem estar material, mas o essencial é querer progredir no Reino de Jesus, como Tiago e seu irmão quiseram.