08 julho 2010
07 julho 2010
TIAGO, O AMBICIOSO
TIAGO, O AMBICIOSO
INTRODUÇÃO:
Muitos advogam que, se o fim é lícito e bom, os meios para alcançá-lo são justificados pela razão final. Com esse raciocínio, há os que torcem leis e normas, alegando que ter vontade de vencer é coisa boa e que tais meios são justificados pelos fins úteis e bons que são buscados.
Não há dúvida que a princípio este raciocínio parece lícito e válido e que, em conseqüência, não chega a incorrer em erro. É preciso muito cuidado nesta direção, porque a afirmativa de que os fins justificam os meios é maligna.
Vamos estudar, agora, a vida de Tiago, irmão de João, examinando o seu caráter e o modo como o Senhor falou com ele.
1.Vários Tiagos
Há vários servos de Deus que estiveram com Jesus e que acompanharam pessoalmente o Seu ministério, distinguindo-se pelas suas atitudes claras ao lado do Salvador. Três deles, com o nome de Tiago merecem ser mencionados.
O primeiro Tiago era um pescador, filho de Zebedeu e irmão de João. Jesus o chamou para ser apóstolo, ao lado de seu irmão: Mt 4.21. Uma observação interessante é poder-se afirmar que Jesus tinha uma preferência por ele, pois, no momento da transfiguração, quem estava presente? Pedro, Tiago e João! Os dois últimos receberam o apelido de Boanerges, que significa “filhos do trovão”. Um fato curioso é que ele e seu irmão João, sob a tutela da mãe, foram pedir a Jesus para que, no Reino, um se sentasse à Sua direita e o outro à Sua esquerda... (Mt20.2-21)
O segundo Tiago também era apóstolo. Era chamado de Tiago, o Menor, filho de Alfeu e de Maria. Ele é mencionado quatro vezes no Novo Testamento: Mt 10.3, Mc 3.18, Lc 6.15 e At 1.13. Alguns afirmam que ele era irmão de Mateus. Afirma-se que ele pertencia à tribo de Gade e que por ter pregado o Evangelho de Cristo foi apedrejado pelos judeus e sepultado em um santuário de Jerusalém.
O terceiro Tiago era irmão de Jesus, como José, Simão e Judas. Nota-se que eles não aceitavam a divindade de Cristo, nem aceitavam a sua autoridade. Possivelmente fosse essa uma das razões que levava Jesus a estar tão pouco com a sua família, exceto sua mãe. Todavia, depois da ressurreição, quando Jesus lhe apareceu e lhe falou, então esse terceiro Tiago tornou-se um grande líder e chegou a ser o pastor titular da Igreja em Jerusalém. Parece até que foi ele quem presidiu o primeiro concílio que foi convocado para resolver a questão da admissão de gentios incircuncisos nas igrejas. Esse terceiro Tiago é apontado como o autor da epístola que encontramos no Novo Testamento.
Entre os vários personagens com o nome de Tiago, citamos acima os três principais, mas o nosso propósito neste momento é estudar o primeiro Tiago aqui apresentado, filho de Zebedeu. E esse estudo irá focalizar o seu declarado desejo de projetar-se, de ser o principal, de estar à frente dos outros, como aliás acontece com quase todos nós.
2. TIAGO, O AMBICIOSO
Em Mt 20.20-28; e Mc 10.35-45, descreve-se o pedido de Tiago e João. No texto de Mateus, nos versículos 20 a 22 lemos:
“Então a mãe dos filhos de Zebedeu chegou com os seus filhos perto de Jesus, curvou-se e pediu a ele um favor. – O que é que você quer? – perguntou Jesus. Ela respondeu: – Prometa que, quando o Senhor se tornar Rei, estes meus dois filhos sentarão à sua direita e à sua esquerda. Jesus disse aos dois filhos dela: – Vocês não sabem o que estão pedindo...”
No evangelho de Marcos, o pedido aparece apresentando diretamente pelos dois filhos, mas, no Evangelho de Mateus, a petição tem o reforço da mãe presente. Com ou sem reforço o caso é que Tiago e João foram a Jesus pedir distinção e superioridade. Queriam estar acima dos outros dez... Como, neste momento nos propomos a estudar o caráter de Tiago, deixemos o caso de João e demais discípulos.
3. Ambição
Vamos condenar Tiago com seu irmão? Vamos estabelecer que Tiago errou e que não devia ter tal atitude?
Estas são boas perguntas... Onde é que a Bíblia condena a vontade de progredir ou de crescer? Há muita gente falando em igualdade e condenando os que lutam por subir de posição ou por conquistar mais recursos. Não há igualdade no céu. O Pai está no Seu trono assentado e reinando, Jesus falava com Ele mas reconhecia nEle uma soberania tal que a Jesus só cabia obedecer. Nas vésperas da crucificação, ele pedia dramaticamente no lugar chamado Getsêmani (Mt 26.39):
“ – Meu Pai: se é possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como Eu quero, e, sim, como Tu queres.” Orou três vezes e, vendo que o Pai não O atendia, encerrou seus pedidos com as palavras: “... se não é possível passar de Mim este cálice, sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade.” E Jesus morreu na cruz, cumprindo a vontade do Pai.
Nada está escrito que impeça você de pedir e ter vontade de progredir. No céu há hierarquia (galardão) com se vê, e depois da Segunda Vinda de Cristo, ela vai continuar.
Desde que a “ambição” não tenha o sentido de orgulho, cobiça ou egoísmo, a vontade de realizar, de progredir é perfeitamente natural e não pode ser impedida. Os pais devem estimular os filhos a querer progredir e a não contentar-se com a mesmice... Nisto se inclui especialmente o crescimento espiritual, procurai pois progredir no Reino de Deus. A “ambição” espiritual é boa, desde que não seja motivada pelo orgulho, pela cobiça ou egoísmo, como dissemos acima. Mas o desejo de crescer material e espiritualmente deve visar o crescimento do Reino de Deus também.
Vale a pena subir a escada, vale a pena enfrentar a estrada que vai às alturas, vale a pena vencer as batalhas da vida, pois doce é a vitória ao paladar.
4. CONCLUSÃO:
O pedido de Tiago, ao lado de João, à primeira vista pode parecer uma pretensão má e descabida, pois dá a idéia de querer supremacia e domínio sobre seus pares. Toda intenção de vencer a qualquer preço é má e não vem de Deus, mas o desejo de crescer e prosperar sob a orientação do céu é sintoma de quem não quer ficar estagnado no mesmo lugar, sem avançar para alvos que certamente estão adiante, como desafios a serem vencidos.
Alguém pode perguntar se a intenção de Tiago e João, ou da mãe deles, era mesmo boa, isto é, se ela tinha apenas o desejo de prosperar e galgar mais um degrau rumo ao Reino de Jesus ou se era orgulho, cobiça e vaidade. A Bíblia não entre neste assunto e, a partir disto, Jesus não censura o pedido e diz apenas que Tiago não sabia direito o que estava pedindo. Acrescenta que caberia ao Pai dar este direito ou estabelecer esta distinção no momento oportuno:
“... mas o assentar-se à minha direita e à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai.” (Mt 20.23).
Pelo que se vê, alguém estará nessas posições, mas não estava na hora de defini-las, nem era o momento próprio para o pleito. Vale a pena ter ideais. É importante olhar para frente, na estrada da vida, e, ainda que haja subidas íngremes, tentar vencê-las, ou se dirá melhor: vencê-las com o auxílio de quem realmente e somente pode ajudar; JESUS. Precisamos estabelecer alvos, metas para nossas vidas.
O cristão precisa buscar o reino de Deus e a sua justiça, para que assim todas outras coisas lhes sejam acrescentadas. Podemos e devemos objetivar o crescimento e o bem estar material, mas o essencial é querer progredir no Reino de Jesus, como Tiago e seu irmão quiseram.
JUDAS, O TADEU
Judas (Tadeu)
Após a ascensão de Jesus, Judas foi um dos primeiros Apóstolos a deixar Jerusalém para um país estrangeiro. De fato, acredita-se que Judas foi um dos primeiros Apóstolos a testemunhar diretamente a um rei estrangeiro, um Gentio.
Acredita-se que Judas evangelizou a área da Armênia associada à cidade de Edessa, em companhia, talvez, do Apóstolo Bartolomeu e, durante um breve tempo, do Apóstolo Tomás.
Também é dito que Judas passou seus anos de evangelização na Síria e norte da Pérsia. É provável que tenha sido martirizado lá e enterrado em Kara Kalisa, perto do Mar Cáspio, aproximadamente 40 milhas de Tabriz, atualmente o Irã.
Tradição sobre a Autenticidade e a Canonicidade da Epístola
A Epístola de Judas é uma das denominadas de antilegomena (escritos bíblicos que em certo momento foram questionados); mas embora sua canonicidade fosse questionada em várias Igrejas, sua autenticidade nunca foi negada. A brevidade da Epístola, as coincidências entre ela e 2Pedro e a suposta cotação de livros apócrifos, criou um preconceito contra ele que foi gradualmente superado. A história de sua aceitação pela Igreja é abreviada a seguir:
A referência positiva mais antiga para a Epístola acontece no Fragmento de Muratorian, “Epistola Judæ et superscriptæ Joannis duae in catholica [scil. Ecclesia] habentur”. A Epístola foi reconhecida como canônica e Apostólica (porque é Judas, o Apóstolo, que é mencionado aqui) na Igreja romana a aproximadamente 170. Ao término do segundo século foi aceito também como canônico e Apostólico pela Igreja de Alexandria, e pela Igreja africana de Cartago (Tertulião). No começo do terceiro século a Epístola foi universalmente aceita exceto na primitiva Igreja Síria Oriental, onde nenhuma das Epístolas foi reconhecida, nem mesmo o Apocalipse.
Na Igreja Oriental, Eusébio da Cesaréia (260-340) colocou Judas nas cinqüenta cópias da Bíblia que, por ordem de Constantino, ele escreveu para a Igreja de Constantinopla. Atanásio (387) e Epifânio (403) colocaram Judas entre as escritas canônicas e Apostólicas. Junilius e Paulo de Nisibis, na Constantinopla (513), mantiveram isto como média autoridade; porém, no sexto século a Igreja grega considerou Judas em todos lugares como canônico.
O teor de versículo 17, o qual alguns críticos tomam como evidente que a Epístola foi escrita no segundo século, não implica que os recipientes da Epístola tiveram recebido, em um período posterior, instruções orais de todos os Apóstolos; nem implica que Judas, ele mesmo, não fosse um Apóstolo. O texto apostólico implica somente que alguns dos Apóstolos tinham predito aos leitores que tais “chacoteiros” como é descrito pelo escritor, assaltariam a Fé; não há nenhuma separação temporal, mas local, que levam Judas a se referir aos Apóstolos como um corpo. Nem ele se exclui deste corpo, somente declara que não era nenhum daqueles Apóstolos que profetizavam. O autor de 2Pedro, que freqüentemente se ordena entre os Apóstolos, usa uma expressão apostólica semelhante (2Pe 3:2), e certamente não implica que ele não era um Apóstolo.
O uso feito das escritas apócrifas, mesmo se provado, não é um argumento contra a Apostolicidade da Epístola; no máximo poderia invalidar somente sua canonicidade e inspiração. O versículo 9, que contém a referência relativa ao corpo de Moises, era suposto por Didymus, Clemente de Alexandria, e Origen, ter sido tomado da “Suposição de Moises” que é inquestionavelmente anterior à Epístola de Judas. Judas pode ter aprendido a história possivelmente da tradição judia, mas, de qualquer modo, é evidente que Judas não cita a “Suposição” como uma autoridade escrita, e ainda menos como um livro canônico.
Com respeito à profecia do versículo 14, muitos estudiosos católicos admitem esta ser uma citação solta e abreviada do apócrifo Livro de Enoque 1:1-9, que existia a um século antes de Judas escrever. Mas aqui novamente Judas não cita Enoque como um livro canônico. Não há nada estranho, como Plumptre observa, em Judas fazer uso de livros não incluídos nos Cânones, em Hebreus, no Antigo Testamento, “como fornecendo ilustrações que deram força aos seus conselhos. Os falsos professores, contra quem ele escreveu, eram caracterizados em grande parte pelo carinho por fábulas judias e referências alusivas a livros com os quais eles estavam familiarizados, agindo, desta forma, com argumentos já conhecidos. Ele combateu com suas próprias armas. Ele meramente pretendia recordar aos seus leitores o que já sabiam. Ele não afirmava ou ensinava a origem literária do livro apócrifo, como não era sua intenção. Ele fez uso do conhecimento geral, conveniente, como uma menção da disputa entre o arcanjo Miguel e o Diabo é uma alusão ao que é assumido como já sendo conhecido dos leitores. Por nenhum meio, desta forma, qualquer uma das passagens oferece qualquer dificuldade contra a canonicidade da Epístola, ou contra a doutrina católica da inspiração”.
A data de lembrança do Apóstolo Judas Tadeu, na igreja católica, é 28 de outubro.
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