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28 maio 2013

GÁLATAS 1.1-10

14 de junho de 1998
Gálatas 1.1-10


Introdução
A Epístola aos Gálatas é considerada pelo reformador Martinho Lutero uma apologia vigorosa da doutrina da justificação pela fé. Igualmente o Reformador encontrou nesta carta uma defesa da liberdade cristá garantida no Evangelho contra a escravidão da Lei. Em última análise, em Gálatas temos uma fortaleza inexpugnável contra todo e qualquer ataque à essência própria do Evangelho - o senhorio amoroso de Jesus Cristo.
Texto
A Saudação 1.1-5
Diante de conceitos e preceitos judaizantes que estavam invadindo as igrejas da Galácia, o Apóstolo reafirma em primeiro lugar a origem de seu ministério apostólico. Estes judeus, para fazer valer sua "verdade", haviam colocado em xeque a origem divina do ministério de Paulo. Ele o faz de uma maneira singular: "Paulo, apóstolo, não da parte ..., nem por parte do homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus o Pai, que o ressuscitou dentre os mortos " (v. 1).
Paulo chama a si mesmo "apóstolo de Jesus Cristo" e "por vontade de Deus", certamente para indicar seu ofício como chamado direto de Deus para ser seu embaixador. Só pode ser Apóstolo alguém que é chamado e comissionado diretamente por Deus. Os judaizantes haviam atacado o apostolado de Paulo, negando sua origem direta de Cristo.
Provavelmente o apóstolo, ao escrever as negativas "apóstolo, não da e nem por homens" (v.]), cita o que os próprios judaizantes estavam apregoando, entre os Gálatas, quanto a origem de seu ofício. O que pretendiam os judaizantes, em última análise, ao negarem a origem divina de seu apostolado? Sua pérfida intenção era fazer ver com quem estava a verdade. Só podia ser com eles, pois o apostolado de Paulo, sendo de origem humana, carecia de legitimidade. Enquanto sua "doutrina", com aparência de verdade, baseava-se no que o próprio Deus, por intermédio de seu servo Moisés, legara ao seu povo na lei. Agora podemos entender um pouco melhor o uso das negativas "não e nem por homem algum". Não eram os homens que o haviam comissionado para o apostolado. Ele não representava nenhum poder humano. A autoridade que dava respaldo a sua mensagem não era humana. O apóstolo coloca Jesus Cristo, ao lado de Deus Pai, como verdadeiro Deus. "Graça ... e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo ..." (v.3). O que já fizera no primeiro versículo, ele o reforça defendendo a legitimidade de sua missão. E ao defender a legitimidade divina de seu ministério apostólico, conseqüentemente a pregação, o ensino, a instrugáo, o conteúdo de que era portador era verdadeiro. É o que o apóstolo, de forma resumida mas sublime, coloca na saudaçáo. Aqui temos tudo o que Deus fez para resgatar os homens "da maldiçio da lei" (G1 3.13).

Vejamos, por partes: A quem cultuam os cristáos? A Jesus Cristo, o seu Senhor. O motivo para este culto é Jesus Cristo ser verdadeiro Deus que, na plenitude dos tempos, assume a natureza humana. A mensagem principal deste culto é o Senhor que vive. A centralidade de nossa fé cultual é: "..por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos" (v.1). Sem a ressurreigão de Jesus Cristo, não teríamos nada para crer, estaríamos sem esperança no mundo, vivendo sob a maldiçáo da lei. Sem a ressurreição de Jesus Cristo, nosso evangelho seria huinano, portanto falso e falho como os homens, não haveria Igreja ou coinunháo de santos, pois permaneceríamos malditos em nossos delitos e pecados, não haveriam sacerdotes reais e nem santos ministros. Mas de fato Jesus Cristo ressuscitou para ratificar nosso resgate e reunir sob o Evangelho vivo um povo redimido. Mas para alguém ressuscitar é preciso que antes morra. A morte de cruz era a mais humilhante. Pois Cristo assumiu o que náo era dele: os pecados de todos. "Jesus Cristo ... se entregou a si mesmo pelos nossos pecados" (v.4). E em sua forma de Servo Sofredor, se humilhou, aceitando a morte de um crucificado (G1 3.1). Em tudo ele nos substitui, foi o homem perfeito e santo, único que cumpriu a lei em todas as suas formas e até suas últimas conseqüências. Ele é a encarnaçáo da graça salvadora de Deus o Pai, que traz nos braços de sua redenção muitos dons, entre os quais o melhor: a única e verdadeira paz, paz com Deus, paz com o próximo. Esta ordein não pode ser alterada, graga é o "favor Dei", ela é fundamental, e a paz é o maravilhoso resultado do amor de Jesus Cristo (v.3).
Toda esta ação salvífica em nosso favor tem um propósito. Deus em seu Evangelho o revela. Jesus Cristo tira, remove, livra dos pecados, que nos amarram a este tempo do mundo e nos condenam à morte eterna. Livres dos nossos pecados e, em conseqüência, libertos do mundo mau, pela graça de Deus ein Cristo, toda nossa vida será um culto, onde o tema permaniente é: "Glória seja dada pelos séculos dos séculos a Deus Pai, Filho e Espírito Santo" (v.5). Como povo de Deus, este é o nosso canto, ao qual diariamente acresceiitamos amim, sim, isto é certamente verdade.
A admoestação 1.6-10
A reprovaçao é conforme a clara informação que o apóstolo recebera do que estava acontecendo nas igrejas daquela região. Infidelidade para com aquele que em grande amor os chamou por sua graça da perdição para a salvação. E este não é outro a não ser Cristo, que é, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A centralidade do verdadeiro Evangelho é Cristo e sua açáo graciosa na salvaçao da humanidade. E é este Cristo que havia chamado os gálatas para sua santa vocação. Por isso, a admiraçáo e a urgente advertência do pastor preocupado com a grave infidelidade de seu povo para com o Evangelho que lhes anunciara. Este engano, que ocorreu entre os Gálatas, se repete também em nossos dias. Um evangelho diferente por vezes é oferecido, quando na realidade não há outro.
Neste caso apenas se retém o nome evangelho, sendo que Cristo com sua graça em sua morte expiatória é substituído pela lei, na forma de suas exigências. Assim, as obras da lei aparecem como meios de salvação. O povo aceita e aplaude, e como os gálatas, é enganado tão rápida e facilmente. Os judaizantes, também, tinham muito a dizer a respeito de Cristo quando o transformaram em outro Moisés. Assim, perverteram o próprio Evangelho, desacreditando a Cristo, para que os gálatas não o cressem mais como Senhor que os chamou a verdadeira liberdade (vv. 6 e 7).
Como apóstolo e representante de Cristo e de Deus, o Pai, Paulo pronuncia o veredito sobre os falsos pregadores: "seja anátema" ou "que seja maldito" ou ainda "seja amaldiçoado". Paulo repete o veredito que Jesus pronunciara contra os fariseus (Mt 23.13-39). E no texto de Mateus se observa este veredito especialmente nos vv. 15 e 33. Qualquer que promulgar um evangelho diferente e contrário é maldito, não porque nós o designamos como tal, mas porque Cristo o declara, e nós apenas repetimos o seu juízo. Os judaizantes conheciam o verdadeiro Evangelho. Conhecendo o Evangelho, determinaram em sua perversa açáo destruir este verdadeiro Evangelho. E o fizeram não se opondo ou perseguindo frontalmente este Evangelho. Mas usaram a maneira mais sórdida, que é própria de Satanás, falsificaram o Evangelho, pregando seus preceitos com aparência de "verdade".
O pregador, para preservar seu povo de falsos ensinamentos, deve sempre apontar para a essência do Evangelho verdadeiro, Cristo e sua obra redentora. O ensino que não tem em Cristo o seu começo, meio e fim, é falso. A palavra de qualquer criatura, mesmo que seja "um anjo vindo do céu", continua sendo palavra falível de criaturas. O verdadeiro Evangelho Palavra do Criador, portanto, a única capaz de, em meio a morte, criar Vida. Este Evangelho é a fonte da fé, norma de vida e autoridade decisiva na Igreja. Sua falsificaçáo é duplamente condenada, não só porque condena seus falsificadores, mas porque tanto estes, como os que Ihes derem crédito, estarão condenados ao inferno (vv. 8 e 9).
Poderíamos resumir a doxologia desta perícope, dizendo tão-somente que aquele que prega o autêntico Evangelho com certeza nem sempre vai agradar seus ouvintes. Partindo desta diretriz, o pastor deve estar ciente, ao anunciar a Palavra de Deus, que a reação nos ouvintes será de "cheiro de morte para morte" ... ou .... "aroma de vida para a vida" ... (2 Co 2.16).
Foi este pastor que os galatas encontraram em Paulo. Sua postura não mudara, era um homem sem medo, sem favoritismos, sem bajulaçóes. Esta postura do apóstolo foi uma prova contra a destruidora calúnia dos judaizantes. Em Paulo, encontraram no passado e podem perceber hoje, um homem com os olhos fitos somente em Deus e em Cristo. Assim, a doxologia termina como foi introduzida: "Paulo, apóstolo, náo da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai ..." ( v.1 ). A postura daquele que é servo de Cristo, com sua mensagem, seu trabalho não procurará o favor dos homens, como também jamais poderá alcançar o favor de Deus. O favor de Deus está no presente da salvaçáo, envolvido na graça de Cristo, revelada no Evangelho (v. 1 O).
Textos da Perícope
Lucas 7. 1- 10: No relato da cura do servo deste centuriáo, destacamos a admiraçáo positiva de Jesus, quanto a fé deste gentio (v. 9). Basta "uma palavra" ... tua Senhor ... "e o meu rapaz será curado" (v. 7). O contrário do que aconteceu com os gentios da galacia, que estavam num perigoso processo de abandono de seu primeiro amor, a graça de Cristo, revelada em sua Palavra que cura da terminalidade pecadora para a eternidade salvadora. Por isso justifica-se a admiraçáo negativa do apóstolo. O fato a ressaltar sempre é Cristo como essência e poder da sua Palavra transformadora.

Salmo 117: Nos lembra o motivo para nosso diário louvor, a misericórdia e a fidelidade do Senhor que é permamente. Israel era o portador desta mensagem aos gentios e a todos os povos do seu tempo.
1 Reis 8.(22-23,27-30) 41-43: Repete a universalidade da graça de Deus, que não se restringe a uma nação. "Ao estrangeiro ... que vier ... por amor de teu nome" (v. 41), ouve, ... para que todos te conheçam, temam e saibam onde teu nome é anunciado, na casa (igreja), que é chamada pelo teu nome" (v.43 ). Que grandioso significado tem esta verdade para o nosso Culto.
Nele Deus se faz presente em sua Palavra e sacramentos. Nosso culto é significativo não por vontade humana, mas pela presença amorosa de Deus Pai, Filho e Espírito Santo nos seus santos sacramentos.
Proposta homilética
Um só Evangelho
I. Centrado em Cristo
11. Kealizado por Cristo
111. Oferecido por Cristo.

Orlando N. Ott

Igreja Luterana, Volume 57, junho 1998, Volume 01

LUCAS 7.1-10

SEGUNDO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
Lucas 7.1-10
17 de junho de 2001


CONTEXTO
A narrativa deste milagre segue imediatamente depois do Sermão do Monte. Isto segundo Lucas. Mateus, que é o outro evangelista que relata o milagre, insere ainda entre o Sermão do Monte e a cura do servo do centurião um outro milagre: a cura de um leproso. É um detalhe pouco relevante.
TEXTO
V. 1 – O evangelista relata que o Sermão do Monte fora uma mensagem plena, um ensinamento completo. Tudo o que Jesus queria dizer e ensinar, foi feito. Isto feito, foi para Cafarnaum. Cafarnaum era a cidade ministerial de Jesus. Diríamos: a sede da paróquia. Desta cidade suas saídas para suas atividades era a melhor opção.
V. 2 – O contato de Jesus será com um gentio. Era um centurião, um romano a serviço do exército romano. Como o império romano governava também na Palestina, competia ao imperador zelar pela ordem e cumprimento das leis. Centurião era um que cuidava (normalmente) ou tinha sob suas ordens uma centúria de soldados, ou seja, cem soldados. O mal que inquietava sua alma era a doença que acometia a um dos seus servos, no original, um escravo. Esgotadas todas as possibilidades de ajuda, o servo continua muito doente e, pelo que tudo indicava, iria morrer. Sua inquietação talvez se devesse a um misto de dor e sentimento de perda, por se tratar de um servo de quem o centurião gostava muito.
V. 3 – O centurião já ouvira falar de Jesus, ou seja, ele já conhecia a Jesus. Talvez pelos milagres dos quais ouvira, ou pelo que o povo falava de Jesus. Se à primeira vista pensamos que conhecia Jesus apenas como “um que fazia milagres”, esse conceito a respeito do centurião mudamos quando vemos como Jesus avalia sua fé. O centurião tinha realmente a fé salvadora, pois se não, Jesus não diria dele o que disse. Por outro, este centurião nos lembra um outro, colega seu, que é Cornélio, o centurião do qual nos fala o mesmo Lucas em Atos 10 e que também era crente em Jesus. Um fato curioso, mas perfeitamente normal, é que o centurião de nosso texto se dava com os líderes dos judeus e que até construíra uma sinagoga (casa de culto) para os habitantes de Cafarnaum. Não
é de admirar, pois, que o centurião pede que os anciãos contactem com Jesus em seu lugar, pedindo ajuda. Quando o pecado expõe a natureza humana à morte, surge a vez do poder de Deus, do Evangelho de Cristo e do próprio Senhor Jesus. Ainda hoje é assim. Aproveitemos as portas que Deus abre.
Vv. 4 e 5 – Em si ninguém é digno de receber a ajuda, o socorro, um milagre ou salvação de Jesus. O argumento usado pelos enviados do centurião era um argumento muito humano e até compreensível do ponto de vista humano. Eles queriam convencer a Jesus que fosse com eles para ajudar o servo doente do centurião.
Vv. 6 e 7 – Uma frase linda a primeira desse versículo: “Então Jesus foi com eles”. Jesus sempre vai com os que o buscam em espírito e de verdade. Ele mesmo disse: “Vinde a mim e eu vos aliviarei” ( Mt 11.28). O segundo destaque é a atitude do centurião. Mostra que o fundamento de sua fé é Jesus e a característica da fé verdadeira é a humildade. Ele confiava em Jesus de “olhos fechados”. Nem precisava vê-lo. Mas, sabia que Jesus podia ajudá-lo. E ao mesmo tempo, não se julgava digno de receber a Jesus sob o teto de sua casa. Foi exatamente isto que fez a Jesus dizer que o centurião tinha uma fé como não achara em Israel, sua gente.
O terceiro destaque é a afirmação do centurião: “... manda com uma palavra...”. Atrás da palavra de Jesus estava o próprio Deus porque Jesus é Deus.
V. 8 – É um exemplo que o centurião cita de como ele confia. V. 9 – Temos aqui a avaliação de Jesus da fé do centurião. O povo que estava com Jesus era certamente parte do povo que ouvira o Sermão do Monte. Jesus chama a fé do centurião de “pístis”, isto é, a fé verdadeira, a fé salvadora, a fé operada pelo Espírito Santo através dos meios da graça.
Uma observação quanto à tradução de Almeida: com respeito à fé do centurião, Jesus diz: “tosautéen pístin” ou seja: “fé tão grande” e não somente “fé como esta”, como diz Almeida. Seja como for, Jesus admirou-se da fé no coração do centurião.
V. 10 – O desfecho do milagre de Jesus: o servo estava curado pelo poder de Jesus. Uma recomendação para quem pregar sobre este texto é quanto à discussão dos milagres de Jesus: não deixe de ler o livrete “Curas e milagres” do Dr. Otto Goerl, para uma correta postura teológica frente ao entendimento que devemos ter sobre os milagres de Jesus.
APLICAÇÕES HOMILÉTICAS
a) Temos, a partir da doença, um respingo do pecado;
b) somos todos pecadores, doentes no corpo e, especialmente, na alma;
c) o clamor da alma por ajuda, somos necessitados como o centurião;
d) mas a grande notícia é Jesus e o acesso que temos a Ele;
e) todos precisam dele: ajuda para o corpo e, principalmente, a cura
do pecado pelo seu sangue;
f) somos felizes por termos Jesus.
SUGESTÕES DE TEMAS E PARTES
a) A GRANDE FÉ
1 – tem a Jesus por fundamento
2 – tem a humildade por característica
b) DIZE SOMENTE UMA PALAVRA
1 – é a poderosa Palavra de Jesus
2 – ela tem poder para salvar e curar
c) ENTÃO JESUS FOI COM ELES
1 – Ele busca e salva os perdidos
2 – os salvos o seguem.

Benjamim Jandt

Volume 60 - Junho 2001 - Número 1

LUCAS 7.1-10

SEGUNDO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
21 de Junho de 1992 Lucas 7.1-10


1) As Leituras do Dia
Salmo 117 — Salmo mundial, de alcance universal, contra- balançando a oração individual do SI 116. A benignidade e a verdade do Senhor são para sempre e para todas as nações.
1 Rs 8.22-23, 27-30, 41-13 — Trata-se de uma oração de Salomão por todas as pessoas, pelo estrangeiro e pelo israelita, em todos os tempos.
Gl 1.1-10 — Deus chama a todos os seres humanos pela sua graça — "na graça de Cristo" — e não pelas obras ou obser- vâncias cerimoniais c/ou litúrgicas. Esse evangelho não pode ser pervertido, sob nenhuma hipótese, mesmo que através de "um anjo vindo do céu".
2) O Contexto
O ministério de Jesus na Galiléia alcançava seu ponto alto, inclusive aumentava sua popularidade. Certa noite, Jesus reti- rou-se para um, monte a fim de orar e "passou a noite inteira orando a Deus" (Lc 6.12). Quando amanheceu, escolheu os 12 apóstolos entre seus discípulos. Na seqüência, Jesus proferiu uma importante e bela mensagem, também conhecida como o Sermão da Montanha. Após o sermão, Jesus retornou a Cafar- naum.
3) O Texto
Em Cafarnaum, Lucas descreve em detalhes a cura do servo de um, centurião. Trata-se, sem dúvida, de um, dos mais impressionantes e maravilhosos milagres de Jesus. Sem ver o paciente, sem tocá-lo, o Mestre restitui a saúde ao moribundo por meio unicamente da sua palavra. Lucas assim quer mostrar que o Senhor Jesus veio como Salvador em sentido universal, para as pessoas de todos os níveis, condições, etnias e de todos os tempos: Judeus, Samaritanos, pagãos, romanos, etc. Desse milagre pode-se aprender, entre outras coisas, que a fé verda- deira prova seu poder e sua vida através de boas obras, na dia- conia e no amor ao próximo.
vv 1-5: O centurião pertencia ao exército romano e, por- tanto, era gentio. Era provavelmente a pessoa do governo mais importante e poderosa em Cafarnaum. Durante sua estadia na Palestina, ele havia conquistado a simpatia do povo judeu, conforme testemunham alguns anciãos enviados a Jesus que disse- ram: "Ele... é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga". Ele afeiçoara-se, de coração, ao Deus de Israel e, portanto, antes de entrar pessoalmente em contato com, Jesus, já era um fiel israelita, reconhecendo neste Jesus o Messias pro- metido. Diz Lutero: "Percebe-se claramente à fé verdadeira des- se centurião no fato de que ele, mesmo não sendo judeu, envia mensageiros a Jesus na plena confiança de que não seria desprezado, porém, seria atendido do jeito e na hora que o Mestre de- terminasse. A fé apega-se sempre ao poder e à graça de Jesus".
Vv 6-8: Além da fé colocada em ação pelo oficial romano, como nos mostra sua dedicação e amor para com seu servo, a humanidade do centurião também é algo a ser destacado: "Se- nhor,... não sou digno de que entres em minha casa". Ele se considerava como pobre gentio, que não podia subsistir na pre- sença do Senhor. Porém, inclui em sua súplica: "Manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado". Quem possui uma fé viva e verdadeira, reconhece sua indignidade e imperfeição, porém, mesmo assim, não vacila e não duvida de que o grande Deus lhe é favorável c lhe fará sempre bem. Provavelmente, o centurião pensou: se eu que sou humano, dou uma ordem, e mi- nha palavra é obedecida, quanto mais será poderosa uma ordem proferida por uma palavra de Cristo. Realmente, uma palavra de Jesus é suficiente para a fé.
Vv 9-10: A fé do oficial romano trouxe agradável admi- ração para Jesus: "Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta". Inclui também, um certo desapontamento pela incredulidade do seu povo escolhido.
A fé apega-se a palavra do Senhor e recebe seus benefícios. "E voltando para casa os que foram enviados, encontraram cura- do o servo".
4) Alguns temas como sugestão: a) A graça do Senhor é para sempre e para todos;
b) Humildade não significa dúvida, pelo contrário;
c) A fé verdadeira prova seu poder e sua vida na diaco- nia, no amor ao próximo;
d) A fé viva apega-se a palavra do Senhor e recebe seus benefícios.

Norberto E. Heine Porto Alegre, RS

Igreja Luterana, VOLUME 51 JUNHO 1992 NÚMERO 1