QUINTO DOMINGO APÓS EPIFANIA
7 de fevereiro de 1993
1 Coríntios 2.1-5
1) As leituras do dia
SI 119.17-24 - Os caminhos da vida são difíceis. Mesmo aqueles que são servos do Senhor, encontrarão dificuldades, perseguições e perigos. O salmista pede auxílio, esperando de modo especial que lhe sejam iluminados, desvendados os assuntos referentes à vontade do Senhor, através da Palavra (IMRA).
Is 58.5-9a - Pelos frutos, pelos resultados, pela vida é que se percebe quem está no verdadeiro caminho; a este o Senhor responde: 'Eis-me aqui".
Mt 5.13-20 - Entre outras coisas, Jesus afirma a importância fundamental dada por ele às Escrituras (do AT), bem como, da necessidade de viver os ensinamentos a partir de uma nova vida, transformada, e não somente vivê-los externa e superficialmente.
2) O contexto
Nos primeiros quatro capítulos, o apóstolo Paulo enfrenta o assunto da divisão na igreja de Corinto. O apóstolo não escreve para algum grupo especial, mas à toda congregação. No presente texto parece que Paulo quer referir-se em especial aos gnósti- cos, que davam grande ênfase ao conhecimento esotérico, ou sabedoria, e que, através do seu orgulho, criavam muitos conflitos na igreja.
3) O texto
Aqui Paulo fala a respeito e discute o tema: meu apostolado e a sabedoria. Lembra a seus ouvintes que a sua pregação realmente adequara-se ao que ele dissera sobre a “loucura” do evangelho. Nada havia de atraente em torno dela. Por essa pregação descolorida, simples e despretensiosa, mostrava-se convincentemente o poder de Deus.
v.1: Paulo pregou em Corinto sem ostentação de linguagem ou de sabedoria, ou seja, a forma de apresentar os fatos ou a maneira que sua mente organizou as declarações não buscavam mostrar superioridade, sofisticação, astúcia ou esperteza. Simplesmente anunciou-lhes o testemunho de Deus: testemunhou, foi arauto daquilo que Deus fez pela salvação do ser humano. v.2: O apóstolo só não abria mão de uma verdade central na sua pregação: "Jesus Cristo é este crucificado". Esse é o coração do evangelho. v.3: Sem dúvida, essas palavras são melhor entendidas à luz de 1.25. Diante da difícil tarefa de arauto, diante das coisas santas, diante da grandiosidade de sua missão, Paulo tem toda consciência de sua pequenez e que "sua suficiência" terá sempre que vir "do Senhor". vv.4, 5: Persuasiva, palavra rara, só encontrada aqui. Paulo, com isso, quer declarar que desiste dos métodos da sabedoria humana para convencer, levar à fé. Claramente declara que sua pregação fora uma demonstração do poder do Espírito Santo. Ou seja: não há palavras humanas de sabedoria ou da retórica que levem os seres humanos à fé. Portanto, Deus é o que faz e opera, Deus é que é poderoso. Portanto, a verdadeira fé, a fé que salva, "não se apoia em sabedoria humana, e sim, no poder de Deus".
3. Alguns temas, como sugestão
a) O Evangelho da cruz é poder de Deus.
b) Argumentos da sabedoria, nem sempre convencem, por mais lógicos. O poder do Espírito Santo, sim.
c) A fé cristã "não se apoia em sabedoria humana, e, sim, no poder de Deus".
Norberto E. Heine
Revista Igreja Luterana, Ano 1992, Vol 2, Pag 131