UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL - ULBRA
Disciplina: Sistemática II
Prof: Paulo W. Buss
Alunos: Marlus Seling e Mateus L. Lange
Trabalho: Analise do livro “Christology” de David P. Scaer, cap. 2.
“Controvérsias Cristológicas do Passado e Presente”
INTRODUÇÃO
Como o titulo já expõe este capítulo trata das controvérsias que houve quanto à Cristologia. O autor faz um aparato e nos mostra o que é Cristologia, em seguida expõe alguns dos problemas que a igreja enfrentou durante todos estes anos.
De forma coesa o autor fala da controvérsia que houve com relação às naturezas de Cristo, humana/divina, fala da historicidade de Cristo, bem como dos principais grupos heréticos que surgiram ao longo do cristianismo.
DESENVOLVIMENTO
Cristologia é o “Estudo de Cristo”: Sua história, natureza, seu legado à humanidade. O termo “Cristo” é utilizado no NT a fim de mostrar que este é um título derivado do AT, não sendo o Seu Nome mencionado estritamente. “Jesus” é o nome do homem histórico de Nazaré, filho de Maria e José. “Cristo”, todavia, é o termo empregado que vem do AT, e designa o cumprimento da promessa do Messias, o Deus prometido que libertaria Israel.
Quanto ao Jesus histórico, a especulação gira em torno de sua existência real ou não. Todavia, provas a favor de sua existência – e não ficção – são muito fortes e contundentes. Quanto ao seu legado à posteridade, as opiniões soam um tanto unânimes em apontar um Jesus como “modelo” a ser seguido e, cuja mensagem marcou e alterou o rumo da civilização humana para sempre. Todavia, quanto a sua natureza (humana e/ou Divina), há muitas divergências.
Para o docetismo, Cristo não possuía natureza humana, e estes negavam que uma encarnação atual aconteceu. Já o Ebionismo negou a deidade de Cristo e o considerou um profeta, que foi simplesmente o filho de Maria e José. O Docetismo acreditava que Jesus apenas parecia que era real, mas na verdade não era. Em nota, Francis Pieper faz o seguinte comentário a respeito dos docetistas: “Os docetistas, bem como os gnósticos em geral, acreditam que a humanidade de Cristo era meramente um fantasma”.
Orígenes ensinava que Jesus e o Espírito Santo tinham cada um deles uma natureza divina, mas entendia que esta natureza divina do Filho e do Espírito Santo eram inferiores a divindade do Pai.
No quarto século, Arius propôs uma forma radical de controvérsia cristológica na igreja antiga ao formular a tese que o Filho não tinha nascido por necessidade, mas unicamente por vontade do Pai e negava que Jesus tivesse uma alma humana.
O Credo de Nicéia, entretanto, era uma resposta cuidadosa a tais heresias. O concílio de Nicéia rejeitou a asserção Ariana que o filho tinha sido criado quando diz que Cristo foi procriado, e não feito.
Logo em seguida, Eutyches ensinava que a união da natureza divina e humana de Cristo era resultado unicamente de uma natureza – isto é, a Divina, os monofisistas asseguraram que as duas naturezas de Cristo tinham se tornado tão unidas, que embora Cristo fosse humano e divino, as duas naturezas dele tinham se tornado unidas em virtude de uma só.
Mais tarde, durante a reforma, estas antigas heresias cristológicas voltam a entrar em cena em debates entre luteranos e reformadores. De um lado, os luteranos que afirmavam que a natureza divina e humana encontrava-se unidas em uma só pessoa, o Deus homem, Jesus Cristo. Do outro, os reformadores afirmando que havia a natureza divina e humana, porém, em duas pessoas diferentes. A primeira diferença entre Luteranos e reformadores aconteceu primeiramente entre o debate de Lutero e Zwinglio. Com este debate e outros a idéia de que Lutero e Melanchton eram desinteressados na Cristologia é falsa provando que eles se interessaram com esta questão e bateram de frente contra os reformadores e estudiosos.
Quanto à questão da historicidade de Cristo, pode se dizer que ela não corresponde basicamente a Cristologia, assim como não é uma questão que diz respeito somente à teologia, porém não significa que ela pode ser ignorada ou negada.
A respeito da historicidade de Cristo Schweizer diz “Ele veio como um desconhecido, sem um nome”. Com isso só é possível acreditar que Cristo realmente existiu se crermos no que a bíblia nos diz, especialmente o NT. Por isso é que temos que crer que ele foi uma figura histórica encarnada no filho de José e Maria, que viveu entre nós, morreu e ressuscitou, pois assim como diz o apostolo Paulo “Se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé” (1 Co 15. 12-19).
O problema apontado pelo autor é que muitos críticos negam a historicidade de Cristo, alegando que a única fonte de conhecimento que obtemos dele é a testemunha que o NT faz.
Os críticos consideram que é difícil confiar no que o NT traz sobre Jesus. Uma vez que são escritos feitos primeiramente por 9 ou 10 pessoas que depois foram reunidos estes materiais e que em seguida foram acoplados a Bíblia.
Mas como bem ressalta o autor, apesar do NT ser a principal testemunha sobre a historicidade de Jesus não é a única. Existem outros textos reconhecidos pela igreja com origens dos apóstolos. Sabemos, entretanto que é incomparável em comparação a textos que comprovam a historicidade de alguns faraós, de Alexandre o Grande e Julio César, como cita o autor.
No entanto pelo que se conhece sobre o NT pode ser comprovada a historicidade de Cristo. Até o judaísmo reconhece que Jesus foi uma figura histórica.
Segundo o autor as primeiras igrejas cristãs lutavam para defender sua teologia, contra os ataques da relação entre a natureza humana e divina de Cristo. As Igrejas de hoje lutam para defender sua teologia contra aqueles que querem roubar sua confiança na historicidade de Jesus Cristo.
No final do capitulo ele cita as palavras de Pierre Benoit, na qual ele fala que nossa razão tem o direito de examinar as testemunhas e os valores da história e através disto podermos compreender o que Jesus fez realmente e disse.
CONCLUSÃO
Neste texto ficou claro algumas coisas referentes à Cristologia, de uma maneira meio que rápida foi visto como ela se desenvolveu durante estes anos, bem como do que ela estuda e trata.
Nós gostamos da explanação do autor sobre o assunto. Sua objetividade e coerência foram muito bem distribuídas ao longo do texto, o que possibilitou uma melhor compreensão sobre o assunto.
Como visto acima, o autor nos passou algumas das situações difíceis que a igreja passou e que continua passando. Sendo a principal a dúvida que existe, com relação a Cristo se ele realmente existiu, e se foi verdadeiro Deus quanto homem, entre outras controvérsias.
Sem duvida este assunto é bem complexo, e muitas vezes é difícil provar algo no que diz respeito á historicidade. Não há duvidas que a melhor forma de se acreditar num Cristo que é um só em duas pessoas Homem/Deus, é através da revelação do Espírito Santo, que nos é dada através da palavra, sacramentos e fé.