Nosso Culto Racional
Rm 12.1-18
Epístola para o 15º domingo após Pentecostes
Notas de introdução
Misericórdia (12.1) é o que Deus mostrou na redenção através de Cristo. Nosso corpo é o instrumento pelo qual servimos a Deus. O culto racional é apresentado em lugar do sacrifício do corpo; é o ato de oferecimento, não o oferecido, isso constitui o culto. Também é racional porque não é meramente externo e mecânico. A renovação cristã não apenas dá o querer e o poder para fazer a vontade de Deus, mas também a inteligência para discernir esta vontade (v. 2). A vontade de Deus aqui é o que é bom num sentido moral. O tempo presente do verbo sugere uma renovação contínua pelo Espírito Santo. Embora existam diferentes graus de auto-estima em diferentes pessoas (v. 3), todas são reguladas pela humanidade, pois tudo o que temos só temos porque recebemos de Deus. Cada um de nós recebeu dom ou dons. Também não somos mais que membros do corpo todo (v. 4). Assim, somos mutuamente dependentes uns dos outros (v. 5). Devemos usar os dons que temos da melhor forma possível (vv. 6-8). O verso 9 nos estimula a usar nossos dons baseados no amor, nunca tolerando o mal mas promovendo o bem. O amor é para ser dirigido a toda a família de Deus (v. 10). Ele nos impulsiona ao desempenho zeloso de nossos deveres como culto ao Senhor (v. 11).
O pensamento central do texto é a misericórdia de Deus que nos leva a cultuar com osso corpo, mente e dons. A meta do sermão é que os ouvintes adorem a Deus com tudo o que são e têm. O problema é que considerações humanas ao invés de espirituais são freqüentemente usadas como motivadores e dirigentes de nosso culto. Os meios para o objetivo são a misericórdia de Deus em Cristo que impulsiona e autoriza o nosso culto.
Nos capítulos que precedem o texto, Paulo descreve as misericórdias de Deus tal como são demonstradas na obra redentora de Cristo. Ele nos recorda que não existe condenação para aqueles que estão em Cristo (8.1), e que nada no céu, na terra ou debaixo da terra pode nos separar do amor de Deus em Cristo (8.38-39). Tal misericórdia pede uma resposta. Porém, Paulo não diz eu ordeno. Ao contrário, ele diz: eu peço... por causa da grande misericórdia divina (12.1). Fazer o quê? Apresentar o Nosso Culto Racional.
Esboço de sermão
1. Nós apresentamos nosso corpo.
A. É um sacrifício vivo.
a. Não é como animais sacrificados ou devoções superficiais.
b. Nós o apresentamos como instrumento para comportamento racional, moral (v. 1; 1 Pe 2.5; Rm 6.13, 16, 19).
B. É aceitável a Deus.
a. A misericórdia de Deus motiva nosso comportamento.
b. A misericórdia de Deus cobre nossas negligências.
c. A misericórdia de Deus consagra nossos esforços.
Tal apresentar de nossos corpos é um culto racional (1 Co 6.20). Mas este culto envolve tanto mente como também o corpo.
2. Nós somos renovados em nossas mentes.
A. O espírito santo nos capacita a discernir a vontade de Deus (Rm 12.2).
a. Nós ficamos mais sensíveis ao que é bom.
b. Nós ficamos mais atentos para que o mundo não nos molde à sua maneira.
B. O espírito santo nos permite uma auto-avaliação honesta.
a. Nós não nos denegrimos nem pensa de nós mesmos mais do que devemos pensar (v. 3).
b. A consciência que tudo que nós temos é de Deus nos faz humildes (vv. 3, 6).
Ser assim renovados em nossas mentes é um culto racional. Nossos corpos e mentes são ativadas pela misericórdia.
3. Nós usamos nossos dons.
A. Nós usamos qualquer dom que temos da melhor forma que podemos (vv. 7-8).
a. Cada um de nós recebeu, de Deus, dons diferentes (v. 6).
b. Nós somos maiores (most ourselves) quando usamos nossos dons, tão bem quanto possível.
B. Nós nos esforçamos para usar nossos dons para o bem estar dos outros (v. 5).
a. Nós somos dependentes uns dos outros.
b. Cada um de nós contribuiu para o funcionando do corpo inteiro.
Que desafio é apresentar nossos corpos como sacrifícios vivos, sermos renovados em nossa mente, santidade e humildade e então, com corpo e mente, usar nossos dons da melhor forma possível! Mas este é o nosso culto racional diante das magníficas misericórdias de Deus.
(AHO, Gerhard, in Lectionary Preaching Resources – Series A, St Louis, CPH, 1985, p. 196-197.
Traduzido e adaptado por Éder C. Wehrholdt, Campo Largo, 2002)