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APOCALIPSE 22.12-17;20

INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO

ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA

ESTUDO ISAGÓGICO DE APOCALIPSE

Apocalipse 22.12-17, 20

Monografia apresentada ao Prof. Dr. David Coles Ward, da disciplina “Isagoge do Novo Testamento I”

EZEQUIEL BLUM

Aluno do 3º Teológico

São Paulo

1º Trimestre de 1999

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................03

2. ESTUDO ISAGÓGICO DO LIVRO DE APOCALIPSE....................................................04

2.1 Nome ou Título.......................................................................................................04

2.2 Autoria.....................................................................................................................04

2.3 Data, Local e Circunstâncias...................................................................................05

2.4 Destinatários............................................................................................................05

2.5 Características do Livro..........................................................................................06

2.6 Conteúdo e Mensagem............................................................................................06

2.7 Propósito..................................................................................................................07

2.8 Esboço.....................................................................................................................07

2.9 Canonicidade...........................................................................................................08

2.10 As Interpretações...................................................................................................08

3. COMO O ESTUDO ISAGÓGICO AJUDA A COMPREENDER E PREGAR

MELHOR DETERMINADA PASSAGEM BÍBLICA?......................................................10

3.1 Apocalipse 22.12-17, 20 (7º Domingo da Ressurreição – Trienal C).....................10

4. CONCLUSÃO......................................................................................................................11

5. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................12

1. INTRODUÇÃO

O estudo isagógico é essencial para que possamos compreender melhor assuntos que envolvem os textos bíblicos, através dos quais Deus sempre tem algo de importante para nos falar. A mensagem de Deus é melhor compreendida quando fazemos uso de estudos mais aprofundados, sempre tendo em mente que a Bíblia é a palavra de Deus, o fundamento e a base da fé verdadeiramente cristã.

É com este objetivo, de termos um melhor esclarecimento da palavra de Deus, que fazemos esta pesquisa. Desta maneira, primeiramente estaremos apresentando um “Estudo Isagógico do Livro de Apocalipse”. Em seguida, estaremos respondendo a seguinte questão: “Como o Estudo Isagógico Ajuda a Compreender e Pregar Melhor Determinada Passagem Bíblia?”. Tal questão será respondida em relação ao texto de Apocalipse 22.12-17, 20 (7º Domingo da Ressurreição – Trienal C). Continuando, então, apresentaremos uma “Conclusão” da pesquisa. Por fim, vamos expor a “Bibliografia” utilizada para a realização desta pesquisa isagógica.

Que este trabalho nos sirva de auxílio e reforço no estudo da palavra de Deus e também como fortalecimento da nossa fé, ajudando-nos na compreensão do curioso estudo isagógico que o livro de Apocalipse possui. Esperamos, ainda, que este estudo realmente abra nossas mentes para que possamos compreender melhor a passagem de Ap 22.12-17, 20. Que Deus abençoe este estudo.

2. ESTUDO ISAGÓGICO DO LIVRO DE APOCALIPSE

2.1 Nome ou Título

O nome do livro de Apocalipse é uma transcrição da palavra grega apokálypsis (VApoka,luyij). Apokálypsis é composta e derivada da preposição apó e do verbo kalypto, que quer dizer revelar, desvendar, tirar o véu, descobrir. Devido ao significado do nome de Apocalipse, este livro também é chamado de “A Revelação de Deus a João”. Para que possamos compreender melhor, basta lermos Ap 1.1, onde diz: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviado por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João”.

2.2 Autoria

O autor de Apocalipse é claramente chamado de João. João era uma pessoa bem conhecida entre as igrejas da Ásia. João estava classificado como “profeta” (Ap 22.9). João não se designa apóstolo, mas “servo” de Cristo (Ap 1.1). Já em meados do século II a autoria do livro de Apocalipse foi atribuída a João, um dos apóstolos de Cristo. Justino Mártir e Irineu citam passagens do livro de Apocalipse e colocam como seu autor João, o apóstolo de Cristo. Alguns estudiosos pensam que o livro de Apocalipse não foi escrito pela mesma pessoa que escreveu o evangelho de João, isso devido a grande diferença de linguagem que há entre os dois livros. Mas a posição mais conservadora atribui a autoria de Apocalipse a João, filho de Zebedeu. João, o apóstolo, realmente é reconhecido como autor de Apocalipse pela antiga tradição.

2.3 Data, Local e Circunstâncias

João diz que escreveu o livro por uma ordem direta do Senhor (Ap 1.10-13). Certamente, por trás da ordem do Senhor, havia as necessidades das igrejas em dias de perseguição.

O livro de Apocalipse foi escrito em uma época que os cristão estavam sendo perseguidos pelas autoridades romanas pelo fato de não adorarem ao imperador romano. Nesta época, cristãos haviam sido mortos e outros presos por causa de sua fé. O Apocalipse foi escrito por volta de 95 ou 96 A.D.

João escreveu o Apocalipse enquanto estava preso, exilado na ilha de Patmos por causa da sua fé, por ter anunciado o santo evangelho (Ap 1.9 “Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.”). Alguns pais da igreja falam que se trata do apóstolo João, estando exilado na ilha de Patmos por ordem do imperador Domiciano, sendo que seu reinado foi entre 81 a 96 d.C. Patmos é uma ilha rochosa e escarpada com mais ou menos 10 km de largura por 15 de comprimento, situada no Mar Egeu a mais ou menos 65 km a sudoeste de Éfeso.

2.4 Destinatários

João escreve o Apocalipse para as sete igrejas existentes no período apostólico, que são as sete igrejas da província romana da Ásia (Ap 1.4, 11 “João, às sete igrejas que se encontram na Ásia... escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.”), que ficava em uma região que hoje faz parte da Turquia. Tais igrejas servem de tipos das igrejas de todos os tempos. Certamente o Apocalipse também destinava-se às outras igrejas vizinhas e a toda igreja de um modo geral.

2.5 Características do Livro

O livro de Apocalipse é o único livro do Novo Testamento inteiramente dedicado a profecia e o único de toda a Bíblia que promete uma bênção tão especial aos que o lêem e o ouvem. Para entendermos melhor o livro de Apocalipse, é importante lembrar que toda revelação tem suas raízes no Antigo Testamento e também é importante que as visões de João sejam sempre relatadas dentro do seu contexto histórico. Praticamente todo o simbolismo do Apocalipse está relacionado com imagens e símbolos que ocorrem nos livros proféticos do Antigo Testamento.

Os acontecimentos apocalípticos relatados no livro de Apocalipse são revestidos e escritos em linguagem figurativa. O livro de Apocalipse possui um estilo poético e relativo a visões. As revelações de Deus a João são expressadas por meio de figuras, imagens, símbolos e números. Por isso, formar imagens literais dessa linguagem é perder totalmente o significado da revelação.

Apocalipse é um livro de símbolos e figuras. É um livro de guerras que sempre terminam em paz. É um livro de trovões e terremotos, mas são seguidos por liturgias e salmos. É um livro de recompensas, presentes aos justos. É um livro, então, de muito otimismo, pois Deus vence o mal (Satanás) e o Cordeiro (Jesus Cristo) triunfa.[1]

2.6 Conteúdo e Mensagem

A mensagem deste livro é que, mesmo que as evidências sejam contrárias, Jesus Cristo é o Senhor da história. Deus está no controle. Jesus tem a chave do futuro e virá novamente para praticar justiça. Há um futuro glorioso para aqueles que colocaram sua confiança nEle. Seu amor e cuidado por Seu povo são infalíveis.[2]

A grande lição do livro é o que vemos em Ap 11.15, onde diz: “...O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.”

O tema central de Apocalipse é a pessoa de Cristo ao revelar o futuro e isto vemos logo no primeiro versículo do livro (Ap 1.1 “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as cousas que em breve devem acontecer...”).

2.7 Propósito

João escreve este livro com o propósito de encorajar os cristãos que estavam sendo perseguidos, para que confiassem que Deus cuidaria deles e continuassem sempre fiéis a Jesus Cristo, pois os fiéis receberão um grande presente que é a vida eterna, a salvação. O livro de Apocalipse não tem o propósito de satisfazer curiosidades e sim um propósito salvador.

A chave deste livro se encontra no versículo inicial: “Revelação de Jesus Cristo”. O propósito principal é revelar a pessoa do Senhor Jesus Cristo como o Redentor do mundo e conquistador do mal, e apresentar, de forma simbólica, o programa mediante o qual Ele dará prosseguimento à Sua obra.[3]

O propósito de Apocalipse é declarado pelo Espírito Santo como vemos em Ap 1.1: “...mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer...”.

2.8 Esboço

O livro de Apocalipse possui um esboço bastante diversificado. Preferimos um esboço mais simples e de fácil compreensão, sendo este:

Introdução – 1.1-8

A primeira visão – 1.9-20

As cartas às sete igrejas – caps. 2-3

A visão do rolo selado com sete selos – 4.1-8.1

A visão das sete trombetas – 8.2-11.19

A visão da mulher e do dragão e a visão dos dois monstros – caps. 12-13

Outras visões – caps. 14-15

A visão das taças da ira de Deus – cap. 16

A destruição de Babilônia e a derrota do monstro, do falso profeta e de Satanás –

17.1-20.10

O julgamento final – 20.11-15

O novo céu, a nova terra e a nova Jerusalém – 21.1-22.5

Final – 22.6-21[4]

2.9 Canonicidade

No que diz respeito a canonicidade do livro de Apocalipse, podemos falar rapidamente sobre a sua aceitação da seguinte forma: “A Igreja Ocidental aceitou-o prontamente como livro canônico: mas a Igreja Oriental não o recebeu senão por volta do ano 500 d.C.”[5]

2.10 As Interpretações

Há diversos tipos de interpretação do livro de Apocalipse. Os principais tipos de interpretação são os seguintes: Preteristas, Futuristas, Escola Histórica ou Contínua, Espiritualistas.

Os Preteristas pensam que o simbolismo de Apocalipse se relaciona apenas com os acontecimentos da época em que foi escrito. Fazem com que todas as profecias e visões de João refiram-se à história dos judeus até a queda de Jerusalém e à Roma pagã. Esta é a opinião da maioria dos comentadores liberais.

Os Futuristas interpretam os acontecimentos de Apocalipse de forma literal, sendo assim consideram os acontecimentos como totalmente futuros e pensam que todos os eventos relatados no livro acontecerão logo antes ou logo depois da segunda vinda de Cristo.

A Escola Histórica ou Contínua diz que o Apocalipse relata, de forma simbólica, todo o curso da história da igreja, desde o pentecostes ao advento de Cristo. Pensa, então, que um pouco de tudo já foi cumprido, um pouco está sendo e um pouco será cumprido no futuro. A maioria dos reformadores, a maioria dos comentários mais antigos e muitos pregadores evangélicos modernos são desta opinião.

Os Espiritualistas rejeitam as três classes de intérpretes já citadas porque eles dão importância demais ao elemento tempo. Eles colocam ênfase sobre o elemento moral e espiritual do livro de Apocalipse e vêem este livro mais como uma representação de idéias do que de eventos.

Temos ainda, as teorias Milenistas, sendo elas: Posmilenistas, Amilenistas e Premilenistas.

Os Posmilenistas pensam que antes de Jesus voltar para julgar o mundo, a igreja irá experimentar mil aos de prosperidade.

Os Amilenistas pensam que o milênio não deve ser visto como um período literal. Dizem que Jesus pode voltar a qualquer momento para julgar a todos e levar os justos para o novo céu e a nova terra.

Os Premilenistas pensam que Jesus voltará para estabelecer seu reino aqui na terra e reinar durante mil anos e que quando terminar estes mil anos, ele julgará o mundo.

3. COMO O ESTUDO ISAGÓGICO AJUDA A COMPREENDER E PREGAR

MELHOR DETERMINADA PASSAGEM BÍBLICA?

3.1 Apocalipse 22.12-17, 20 (7º Domingo da Ressurreição – Trienal C)

Para entendermos melhor determinada passagem bíblica, é necessário também compreender melhor seu contexto. Sabendo características do livro, seu estilo de linguagem... conseguimos melhor entender e interpretar determinada passagem bíblica.

Certo é que, sem um estudo isagógico do livro de Apocalipse, a passagem em questão (Ap 22.12-17, 20) teria suas dificuldades, ou melhor, teríamos maior dificuldade de compreender a mesma.

Sabendo sobre as circunstâncias em que foi escrito o livro de Apocalipse, seus destinatários, as características do mesmo, entre outros, melhor sabemos a respeito do objetivo da mensagem da perícope (Ap 22.12-17, 20) que estamos tratando e também de outras passagens do livro.

Assim, além de melhor compreensão da passagem bíblica, teremos também, melhor fundamento e argumentos mais fortes e convincentes para falar sobre tal passagem. Com toda certeza, isto é muito importante para um pregador. Compreender bem a passagem é necessário para que o pregador não saia fora do assunto do qual a perícope está tratando e melhores argumentos são necessários para que a mensagem do pregador chegue aos ouvintes com maior eficiência e estes realmente acreditem no que ele está falando.

É extremamente importante lembrar que, mesmo fazendo uma profunda pesquisa isagógica a respeito do livro de onde pegamos determinada perícope bíblica, este estudo não deve comandar nossa interpretação da passagem, pois devemos deixar a Bíblia interpretar a si mesma. A Bíblia é nossa única fonte e norma de doutrina cristã.

Enfim, sabemos que a palavra de Deus tem poder, mas não é por isso que vamos anunciar esta palavra de qualquer jeito e sem preparo. Somos instrumentos de Deus e podemos anunciar sua bela palavra com grande eficiência. Para tanto, o estudo isagógico nos ajuda grandemente.

4. CONCLUSÃO

Vimos que o livro de Apocalipse é um lindo testemunho de fé que dá esperança e conforto aos cristãos, até mesmo nos momentos de perseguição. Com certeza é um livro que nos traz muita esperança e conforto, pois nos mostra que Deus e o Cordeiro vencerão o mal. Isto é muito confortador, pois assim, temos a certeza de que no dia que Jesus voltar, nós cristão, seremos recompensados, seremos levados ao novo céu e nova terra, seremos salvos.

Concluímos, pois, que o livro de Apocalipse não nos traz apenas mensagens terríveis e desesperadoras, mas nos traz uma mensagem linda que mostra a imensa bondade de Deus e o quanto ele nos ama.

Por tudo isto, agradecendo a Deus pelo seu grande amor, podemos dizer que a oração final do livro de Apocalipse (Ap 22.20) deveria expressar a vontade de todos os cristãos: “...Amém. Vem, Senhor Jesus.”

5. BIBLIOGRAFIA

A BÍBLIA SAGRADA – Letra Gigante (RA). 2ª ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil,

1995. p. 11.

A BÍBLIA SAGRADA – Tradução na Linguagem de Hoje. São Paulo: Sociedade Bíblia do

Brasil, 1988. p. 319.

BÍBLIA VIDA NOVA. São Paulo: Vida Nova e Sociedade Bíblica do Brasil, 1995. p. 326-

327.

CARSON, D. A. & MOO, Douglas J. & MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento.

São Paulo: Vida Nova, 1997. p. 517-540.

FLOR, Paulo Frederico. Isagoge do Novo Testamento (Apostila). p. 33-38.

NERBAS, Paulo. Introdução ao Novo Testamento (Apostila). p. 48-49.

ROBERTO (Bispo). Como Ler o Novo Testamento. Rio de Janeiro: Ministérios de Nova

Vida, 1979. p. 77-80.

ROTTMANN, Johannes H. Vem, Senhor Jesus – Apocalipse de S. João. Porto Alegre:

Concórdia, 1993. p. 11-30.

SPITZ, Lewis W. Nossa Igreja e Outras. Porto Alegre: Concórdia, 1969. p. 114.

TENNEY, Merril C. O Novo Testamento – Sua Origem e Análise. Lisboa: Vida Nova,

1960. p. 369-382.

TIDWELL, J. B. Visão Panorâmica da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1985. p. 224-228.


[1] TIDWELL, J. B. Visão Panorâmica da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1985. p. 224.

[2] ROBERTO (Bispo). Como Ler o Novo Testamento. Rio de Janeiro: Ministérios de Nova Vida, 1979. p. 77.

[3] BÍBLIA VIDA NOVA. São Paulo: Vida Nova e Sociedade Bíblica do Brasil, 1995. p. 327.

[4] A BÍBLIA SAGRADA – Tradução na Linguagem de Hoje. São Paulo: Sociedade Bíblia do Brasil, 1988. p.

319.

[5] BÍBLIA VIDA NOVA. São Paulo: Vida Nova e Sociedade Bíblica do Brasil, 1995. p. 327.

A MISSÃO COMO OBRA DE DEUS

INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO
Escola Superior de Teologia
Disciplina: Missiologia I
Professor: Ari Lange
Aluno: Ezequiel Blum – 3º Teológico                                                                  2º Trimestre de 1999

RECENSÃO


VICEDOM, Georg F. A missão como obra de Deus: introdução a uma teologia da missão. Trad.
     Ilson Kayser. São Leopoldo: Sinodal, 1996.

            A obra apresenta, nas páginas 7 e 8, muitos fatos marcantes a respeito de Georg Friedrich Vicedom. Vamos expor alguns destes fatos. Vicedom (1903-1974) foi um missiólogo muito especial. Nasceu na Baviera (Alemanha) em uma região rural há séculos ligada à Igreja Evangélica Luterana. Entrou no Seminário para Missão e Diáspora de Neuendettelsau (Baviera), em 1922, tornando-se aluno de outro missionário, Christian Keysser. Em 1929, após estudos complementares na Universidade de Hamburgo, Vicedom foi enviado pela Obra Missionária de Neuendettelsau para a Nova Guiné. Conviveu por dez anos com tribos no planalto central daquela ilha. Durante este trabalho pioneiro, Vicedom viveu longe da esposa e dos filhos por quatro anos. De 1946 em diante foi professor no seu Seminário. Depois, foi o primeiro catedrático de Missiologia na Escola Superior de Teologia do mesmo local e também tornou-se livre-docente na Universidade de Erlangen (Baviera). Foi um período que lecionou e publicou muitas obras teológicas, cooperou em inúmeros grupos de trabalho, congressos, sínodos e assembléias, em nível regional, nacional e internacional, no campo de ação da família universal evangélica luterana e também do Conselho Mundial de Igrejas. Desta forma, chegou a visitar todos os continentes, vindo ao Brasil em 1967. Acompanhado pelo pastor Norberto Schwantes, visitou também duas áreas indígenas, o Parque Nacional do Xingu e uma aldeia Xavante no Mato Grosso. São estes os fatos que achamos importante destacar da vida e obra de Vicedom.
            Como o próprio título do livro indica, com esta obra Vicedom pretende demonstrar a maneira como deve ser vista a missão, sendo nós instrumentos de Deus e não donos da obra missionária. Por isso é digno o título dado ao livro: “A missão como obra de Deus”. Vemos, ainda, que o autor toma como base a Bíblia, isto percebemos devido ao grande número de referências bíblicas (o que é muito bom) que são apresentadas na obra. O autor também escreve, na página 125 desta obra, o seguinte: “Meu objetivo era o de salientar como a missão e o senhorio de Cristo têm sua fundamentação e possibilidade na ação salvífica de Cristo. Esta ação salvífica, porém, somente pode ser entendida a partir da escatologia”. Parece-nos claro o objetivo de Vicedom com a obra em questão.
            O livro trata da Missio Dei e nos dá uma definição para esta expressão: a missão é obra de Deus, quem atua é sempre o próprio Deus. A Igreja, os cristãos, são instrumentos nas mãos de Deus.
            O motivo da missão é porque Deus quer salvar as pessoas. Deus criou o mundo e o ser humano. Com a queda em pecado foi perturbada a relação entre Deus e o ser humano, mas mesmo assim Deus não abandonou o pecador e sim, procura reconquistar o mesmo.  O diabo é inimigo de Deus e de sua missão. Deus quer nos tirar do reino do diabo para o seu reino através da sua missão.
Jesus é o conteúdo do reino. Cristo conduz o reino e lhe dá o conteúdo. A proclamação do evangelho é a mensagem do reino. Quem anuncia a Jesus, anuncia o reino. Por meio da proclamação o reino se torna presente. Jesus quer salvar o ser humano do reino do mundo e então, envolve os seus na luta através da proclamação.
            O reino de Deus não é exclusivo de um grupo. Deus quer salvar a todos. Jesus, então, quis e quer a missão entre todas as pessoas.  Jesus tornou-se o rei do reino e quer que a mensagem do reino seja proclamada às pessoas, para que sejam preparadas para sua volta e salvas por meio da pregação. No serviço da Igreja realiza-se a missão de Deus.
            A missão é obra de Deus através da qual manda oferecer, por meio de seus enviados, aos seres humanos tudo que tem em mente para sua salvação. Deus se revela efetuando ele mesmo o envio. Deus executa o envio agindo com o povo.
            Com Cristo inicia a missão de Deus especial, pois nele Deus é ao mesmo tempo o enviador e o enviado, o que se revela e a revelação. Por meio de seu Filho, o próprio Deus se torna o conteúdo do envio.
            Missão é a atividade imediata de Deus, por meio da qual Deus se revela como aquele que age com os seres humanos e os salva. As pessoas chamadas especialmente pelo Senhor e enviadas com determinada missão são denominadas, no Novo Testamento, apóstolos, são escolhidas pelo próprio Senhor e equipadas com sua autoridade. Os apóstolos são testemunhas oculares de eventos históricos: da vida, morte e ressurreição do Senhor.
            O Senhor transmite o envio à Igreja e faz dela a mensageira para o mundo, a Igreja é o instrumento da bondade de Deus. Através de seus mensageiros Deus chama os que preparou para a salvação. O próprio Deus está em atividade ainda hoje.
            O objetivo da missão é fazer discípulos. Todo discípulo é testemunha de seu Senhor, com o qual está comprometido inteiramente. A designação “discípulos” também é aplicada aos cristãos que foram levados à fé pela palavra dos apóstolos. O Senhor equipa estes discípulos com o dom do Espírito Santo para levarem a mensagem da salvação para as pessoas. Por meio do Espírito Santo os discípulos se tornam testemunhas e colaboradores do Senhor, levando as pessoas ao Senhor.
            Se Deus não tivesse enviado seu Filho e se não tivesse agido entre os povos pelo dom do Espírito Santo, não existiriam Igreja, nem comunidade de Deus, nem apostolado, nem missão. Na missão da Igreja, Deus continua sendo aquele que envia, orienta, determina.
            A Igreja é instrumento de Deus. O serviço da Igreja é dar testemunho de Cristo, anunciar a mensagem da redenção ao mundo perdido e chamar as pessoas à fé em Cristo. O objetivo ou alvo da missão é a conquista de todos os seres humanos e sua congregação na comunidade de Jesus Cristo. O evangelho se destina a todas as pessoas. Mas temos que lembrar que a Escritura deixa claro que apenas parte das pessoas aceitará a mensagem. E ainda temos que lembrar que mesmo a pessoa que não pertence à comunidade de Deus, permanece sendo criatura de Deus e objeto de seu amor.
            Para que um missionário consiga levar a mensagem de Deus de forma mais eficiente, este deve fazer como Jesus, que veio ao mundo como homem e viveu sob as mesmas condições sob as quais o povo tinha de viver.
            A missão tem a tarefa de testemunhar o evangelho. É importante que a mensagem se torne realidade através do envio. Deus realiza sua obra sempre na medida em que seu mensageiro se tornou instrumento. O mensageiro deve subordinar-se ao agir de Deus. Para levar as pessoas à fé, os mensageiros têm que cumprir sua missão. A palavra é o meio da missão.
            A comunidade cristã participa da vida do povo, influencia-o através da proclamação e de sua vida. O Senhor congrega seus crentes em sua comunidade e nela os preserva em seu serviço por meio da palavra e sacramento. Assim a comunidade se torna portadora da revelação no mundo. Os dons de Deus nos sacramentos têm o seguinte aspecto: servem à salvação do ser humano e, ao mesmo tempo, são o conteúdo do testemunho dos salvos. Por isso, os sacramentos são de grande importância para a missão entre os povos.
            Testemunhamos o que nos é dado na fé. Os cristãos são autênticas testemunhas da verdade, para as quais aquilo que, segundo a Escritura, aconteceu por meio de Cristo se tornou uma certeza. No testemunho da verdade se evidencia que, em última análise, é Deus que promove sua missão e usa a comunidade para o serviço da salvação.
Os cristãos devem saber e anunciar ao mundo que o Senhor não vem somente a fim de realizar sua comunidade e assumir seu senhorio (autoridade) sobre toda a criação, mas também para julgar o mundo. Assim a cristandade poderá reconhecer sua própria culpa, chamar as pessoas ao arrependimento, procurar e despertar o anseio por perdão. Isto é dado pela mensagem plena da lei e do evangelho. Precisamos tentar fundamentar a missão a partir da justificação.
            A missão é obra divina e condução divina. Deus mesmo assume o envio. Torna seu Filho missionário e, na plenitude do tempo, o envia ao mundo como revelador de seu amor. Sua compaixão excede todos os limites humanos. O trabalho missionário é obra do próprio Deus, pela qual hoje leva sua comunidade ao trabalho, a fim de exercer sua misericórdia para com os perdidos. Através de seu enviado, seu Filho, Deus põe em ordem seu relacionamento com as pessoas, a fim de livrá-las do juízo. O amor de Deus transforma o enviado em Salvador.
            A missão como obra da misericórdia divina, que Deus iniciou através do envio de seu Filho, é continuada por ele agora ao incumbir sua comunidade, por meio do seu enviado, da propagação de sua palavra e da proclamação de sua vontade salvadora. Este serviço da Igreja somente é possível porque ela mesma experimentou compaixão através da ação redentora do Filho de Deus. Mas este serviço continua sendo obra de Deus. Através do Espírito Santo Deus leva sua comunidade ao serviço missionário. Sem fé na justificação a missão está sem pressuposto, sem a misericórdia de Deus está sem objetivo. A missão não pode ser realizada pela comunidade se a mesma não se entende sempre como instrumento e tem a consciência de estar a serviço do Senhor. Os dons da justificação e a preparação para o serviço se tornam eficazes através da oração.
Todas as pessoas estão sob o pecado e perdidas. Visto que Deus quer salvar a todas através de seu Filho, por meio da justificação, na missão elas são confrontadas com a mensagem desse amor. Deus quer reunir seu povo através de seu evangelho, do serviço da comunidade, que consiste na proclamação da justificação. A fim de reunir tal comunidade dentro do mundo, Deus usa, através do Espírito Santo, sua Igreja e faz proclamar sua salvação entre as pessoas perdidas. Os meios de missão para levar a redenção à humanidade perdida são o Espírito, o batismo e a santa ceia. O serviço da missão apenas estará concluído quando Deus concluir a redenção das pessoas através do retorno de seu Filho.
            O objetivo da missão é a redenção das pessoas da condenação eterna. Esta também é a missão da Igreja. A pregação da justificação sempre tem como objetivo a consumação. Na justificação final será revelado tudo o que Deus já nos ofereceu na justificação por meio da palavra e do sacramento.
Podemos destacar, ainda, que o autor conclui afirmando, na página 127, que justificação é “o fundamento e motor para o esplêndido serviço de levar a salvação às pessoas perdidas e edificar a comunidade do Senhor, na qual ele consumará tudo o que ela pôde, na fé, aceitar de sua mão.”
            Esta obra de Vicedom não parece ser muito objetiva se tratando da abordagem dos fatos apresentados e ainda, a linguagem utilizada pelo autor é um tanto difícil, mas isto não prejudicou o conteúdo desta obra. O autor nos traz muitos detalhes, aprofunda bastante o assunto sobre a missão. Vicedom apresenta a missão de uma forma bastante concreta e significativa.
            O autor utiliza algumas expressões de outras línguas no decorrer da obra, o que dificulta um pouco a compreensão. Por outro lado, Vicedom é repetitivo em alguns casos, destacando assim os assuntos mais importantes que são tratados na obra. Esta repetição em torno de alguns assuntos que merecem destaque não tornou a leitura enjoativa, pelo contrário, facilitou a compreensão.
            Ainda podemos destacar o grande número de citações expostas no livro.  Tais citações que o autor faz foram proveitosas, pois ilustraram muito bem o assunto e facilitaram a compreensão do significado de termos e expressões contidas no texto.
            Estamos convictos de que Vicedom atingiu seu objetivo com esta obra. Sem dúvida, “A missão como obra de Deus” é um livro muito valioso para pastores, teólogos e estudantes de teologia. Recomendamos esta obra, especialmente, para pessoas que cursam ou que concluíram o terceiro grau (devido a difícil linguagem que o livro utiliza) e que são interessadas na área de missiologia. Certamente, tais pessoas poderão se beneficiar com esta obra de Vicedom.

A CRISE E A RENOVAÇÃO DA IGREJA NO PERÍODO DA REFORMA

INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO
Escola Superior de Teologia
Disciplina: História da Reforma
Professor: Dr. Paulo Buss
Aluno: Ezequiel Blum                                                                                          3o Trimestre de 1999

RECENSÃO


DREHER, Martin N. A Crise e a Renovação da Igreja no Período da Reforma. São Leopoldo:
      Sinodal, 1996. v. 3

            Encontramos alguns dados importantes no livro a respeito do autor. Martin N. Dreher é natural de Montenegro (RS), onde nasceu a 10 de novembro de 1945. Seu estudos teológicos foram feitos em São Leopoldo (RS) e em Munique (Alemanha), onde se doutorou em Teologia. Pastor e professor de História, atuou em paróquias da IECLB e na Escola Superior de Teologia de São Leopoldo. Atualmente é professor no Programa de Pós-Graduação em História da Unisinos e pastor em São Leopoldo.
            Vemos que o autor possui um objetivo com este volume: Este volume restringe-se praticamente ao século XVI, investigando a crise e a renovação da Igreja no período da Reforma. Historiadores têm caracterizado o século XVI como o século da Reforma e da Contra-Reforma. Os acontecimentos do século XVI ocorridos na Europa, gestaram o tipo de cristianismo que veio transplantado para a América Latina.
            O autor ainda continua apresentando seu objetivo: A preocupação está em apresentar os segmentos populares, os processos econômicos, as mudanças sociais e mentais (perspectiva a partir da qual o autor pretende fazer a exposição). O autor não buscou apresentar a crise e a renovação da Igreja no período da Reforma apenas a partir de uma perspectiva teológica, mas quis trazer tantos enfoques quantos lhe fossem possíveis. Deve, porém, confessar que sua perspectiva foi a do Evangelho de Jesus Cristo, por cuja redescoberta se lutou no século XVI.
            Estaremos, agora, apresentando alguns fatos, apresentados pelo livro, que consideramos mais importantes.
            No início do século XVI, havia se formado na Europa ocidental uma série de grandes Estados nacionais. A Reforma da Igreja e os acontecimentos políticos estão intimamente relacionados. A Reforma deve sua expansão em grande parte às guerras que foram travadas na Europa. A constelação política favoreceu o protestantismo.  Especialmente na Alemanha que explodiu o movimento reformatório.
            A Reforma também deve ser vista como uma parte da História da Cultura. Praticamente todas as tendências da Reforma têm traços humanistas.
            A mensagem da Reforma não pode ser deduzida do processo histórico, mesmo este tendo sido importante no auxílio à redescoberta da mensagem evengélica.
            A Reforma, porém, beneficiou-se do processo histórico, mas também sofreu conseqüências deste mesmo processo.
            Se quisermos dizer que a Reforma colocou o Evangelho novamente em seu devido lugar só podemos fazer isto caso entendermos a Reforma não como um acontecimento encerrado, mas como algo que tem que acontecer sempre, diz o autor. Em razão dos acontecimentos políticos e de seus aspectos culturais é possível fazer a afirmação de que a Reforma conseguiu seu espaço e seus objetivos.
            A Reforma não pode ser explicada a partir de um único acontecimento ou ação de uma única pessoa. Muito antes de Lutero haviam se criado situações, haviam sido difundidas idéias, despertado sentimentos que provocaram e possibilitaram o conflito com a Igreja de então. Podemos dizer que tais sentimentos estavam a exigir o que acabou acontecendo no século XVI. Devemos ver a Reforma do século XVI como resposta revolucionária ao fracasso das reformas dos séculos XIV e XV. Ao não observar as maiores necessidades religiosas das pessoas, ao não verificar a emancipação dos crentes em questões de fé e ao não substituir as estruturas entrementes arcaicas da Idade Média, a Igreja criou as condições e os pressupostos para o clamor por uma Reforma.
            As origens da Reforma e suas raízes mas restritas devem ser procuradas no papado renascentista, nos descalabros existentes no clero e nos abusos em relação ao povo, nas incertezas dogmáticas e na vida religiosa.
            O período anterior à Reforma foi de grande incerteza teológica. As principais controvérsias teológicas pendentes são geralmente resumidas à temáticas da justificação por graça e fé. Contudo, as diferenças e questões indefinidas concentraram-se na temática de eclesiologia. Havia os que defendiam um eclesiologia papalista. O segundo tipo de eclesiologia do final da Idade Média é o conciliarismo. Também havia a eclesiologia espiritualista. No início do século XVI predominou o tipo papalista de eclesiologia.
            Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben. Durante seus estudos, recebeu uma exposição do pensamento de Aristóteles a partir da perspectiva de Gilherme de Ockham. Em 17 de julho de 1505 ingressou no convento dos agostinianos eremitas observantes. Nos dias 18 e 19 de outubro de 1512 tornou-se Doutor em Teologia. De suas inúmeras obras, podemos citar as 95 teses de 1517 a respeito do valor das indulgências, alguns hinos que até hoje determinam a piedade luterana, o Catecismo Maior e o Catecismo Menor. A sua mais importante obra, porém, foi a tradução do Novo Testamento para a língua do povo. Podemos destacar, ainda, a experiência de Lutero da descoberta da justificação por graça e fé a partir de Rm 1.17. Em meio a muitas discussões que surgiram na época por causa de suas obras e pensamentos, Lutero se casou, em 13 de junho de 1525, com Katharina von Bora.
            Melanchthon, confrontado com uma lista elaborada por João Eck que continha 404 afirmações heréticas dos “luteranos”, viu-se forçado a reunir os Artigos de Schwabach de 1529 e os Artigos de Torgau em um único documento, do qual surgiu a Confissão de Augsburgo. Os Artigos de Esmalcalda só passaram a fazer parte do corpo de escritos confessionais da Igreja Luterna em 1580. Na codificação pública de sua fé, a Igreja Luterana é mais “melanchthoniana” do que “luterana”.
            Lutero quase não vai usar a palavra Reform, fala de “melhoramento”.
            A temática do Deus que justifica seres humanos esteve presente em Lutero até o final de sua vida. Foi com essa certeza que ele morreu em 18 de fevereiro de 1546.
            No centro da teologia de Lutero está o primeiro mandamento do Decálogo. A este Lutero deu a seguinte explicação no Catecismo Menor, de 1529: “Devemos temer e amar a Deus e confiar nele sobre todas as coisas”. Todas as descobertas que Lutero fez e tudo o que ele escreveu vêm desse referencial.
            Justiça de Deus passou a ser justiça com a qual Deus se compadece do ser humano pecador e o presenteia com sua justiça. Os pecadores se apropriaram dessa justiça pela fé, não por intermédio de boas obras.
            A chave hermenêutica para essa compreensão da justificação do ser humano perante Deus, do correto relacionamento entre fé e obra, está dada, segundo Lutero, na correta distinção entre Lei e Evangelho. A correta teologia depende desta correta distinção, pois o ser humano sempre corre o risco de misturar e confundir Lei e Evangelho, embaralhando assim a palavra de Deus.
            Assim como a doutrina da justificação e a hermenêutica de Lei e Evangelho ajudaram Lutero a redescobrir que Deus é Deus, também foram fundamentais quando levaram o reformador a articular seu falar a respeito de Deus. No Debate de Heidelberg, em 1518, Lutero apôs à Teologia da Glória a Teologia da Cruz. Segundo Lutero, a Teologia da Glória procura perceber e entender Deus a partir das boas obras da natureza, não reconhecendo o ser divino que se volta para a natureza. O ser visível de Deus, voltado para a natureza, é o oposto de seu ser invisível: é a humanidade de Deus, sua fraqueza, sua loucura na cruz de Cristo. A cruz de Cristo, porém, não se pode deduzir das obras da natureza. Ela é o lugar onde Deus quer ser encontrado. A cruz é o que Deus revelou a seu respeito aos seres humanos. Lutero afirmou que pouco utilidade tem a aplicação da lógica e da metafísica de Aristóteles na teologia. A razão nada consegue nas questões relativas à salvação, pois a palavra proferida por Deus na cruz vai contra a razão. Claramente é fundamental o uso da Bíblia na teologia de Lutero. Para Lutero, a Bíblia é a única autoridade da Igreja.
            O Evangelho é palavra viva, dirigida ao ser humano, e quer provocar fé. Para Lutero, o conteúdo da Escritura se resume na palavra Jesus Cristo, que é o centro da Escritura e é onde encontramos a unidade da mesma. Desse conceito de palavra de Deus, com sendo o Cristo para o qual aponta a Escritura, também depende a eclesiologia de Lutero. A Igreja está fundamentada na palavra de Deus, que alimenta, mantém e fortalece a Igreja. A palavra de Deus não pode subsistir sem o povo de deus, que, por sua vez, não pode subsistir sem a palavra de Deus.
            Dessa ligação com a Bíblia brotou toda a crítica de Lutero à prática sacramental da Igreja de seus dias. Sua maior crítica, porém, dirige-se à interpretação escolástica, que vê o sacramento como boa obra e bom sacrifício. Lutero, porém, deixa claro que sacramento não é algo que o ser humano dá a Deus, mas algo que Deus dá ao ser humano.
            De todos estes fatores a respeito de teologia de Lutero emerge sua ética. Lutero se entendia como um instrumento usado por Deus para a salvação da cristandade ante o iminente juízo final. Para Lutero, reforma só pode ser feita por Deus, sem o concurso humano.
            Lutero lutou por boas obras, não como mérito diante de Deus, mas como serviço necessário ao mundo e a suas instituições.
            As sugestões de Lutero não foram propostas de reforma, mas de “melhoramento”, pois Lutero não se compreendeu como reformador. A reforma será obra de Deus.
            O autor do livro diz que, ante de Lutero, o alvo da ética cristã era o céu. Lutero transfere-o para a terra. Boas obras produzem “salvação”, a salvação da sobrevivência em um mundo em perigo.
            Na primavera de 1522 aconteceu, em Wittenberg, o início de uma das maiores catástrofes na história da humanidade. O conselho da cidade determinara a retirada das imagens das igrejas. Onde os iconoclastas passaram, os templos ficaram completamente destruídos. Uma paixão brutal destruiu o que para gerações de cristãos fora objeto de veneração religiosa. Os motivos que levaram ao inconoclasmo são os precursores dos poderes católicos que dominaram a modernidade.
            O mentor intelectual do iconoclasmo em Wittenberg foi Andreas Bodenstein, de Karlstadt.
            O biblicismo é importante para entender a onda iconoclasta, pois possibilitou que, usando a Bíblia, se fizessem críticas severas às imagens. O século XVI é o século da vitória da palavra sobre a imagem e sobre o gesto.
            Os reformadores, porém, protestaram contra a violência usada contra as imagens.
            Lutero tinha dificuldades com as imagens e afirmava que seria melhor se não existissem, mas quando Karlstadt deu início à onda iconoclasta, nela nada mais viu do que vandalismo, que estava prestes a destruir a liberdade evangélica e a reintroduzir a lei. Por isso, Lutero passou pouco depois a afirmar que imagens são memoriais e testemunhos e como tais devem ser toleradas.
            O mundo de Zwínglio era diferente do de Lutero no aspecto político, social e filosófico. Num setor de influência do humanismo erasmiano devemos situar Zwínglio (1484-1531). Zwínglio leu todos os escritos de Lutero, mas jamais se considerou seu discípulo. A Reforma de Lutero, segundo ele, era incompleta. Ela deveria ser total. A reforma da igreja de Zurique foi lenta. Zwínglio não se podia dar ao luxo de ser visto como um aliado de Lutero. Assim como Lutero, Zwínglio quis orientar sua Reforma pela Bíblia. Este lhe serviu de critério para a reforma da missa. Zwínglio eliminou tudo o que lhe parecia ser idolatria católica.
            Mesmo tendo Zwínglio uma posição diferente da de Lutero em relação ao Estado, muitos de seu companheiros julgavam que ele era inconseqüente em termos bíblicos, ao não separar Igreja e Estado. Os descontentes foram designados de “entusiastas” ou de “anabatistas”, que procuraram alternativas para uma Igreja carente de mudanças.
            Foram chamados de “anabatistas” ou “batistas” por causa da crítica feita por eles à prática usual do batismo de infantes e a adoção de um batismo de pessoa adulta, antecedido por confissão de fé.
            Lutero rejeitou a concepção da missa como um sacrifício e a doutrina da transubstanciação, mas preservou o caráter sacramental da Eucaristia, acentuando a presença real de Cristo nos elementos, para evitar que o mistério pudesse ser eliminado por meio de argumentos racionais. Enquanto Lutero defendia o caráter sacramental da Eucaristia, Zwínglio advogava seu caráter simbólico.
            Zwínglio morreu em 11 de outubro de 1531. Com sua morte a Reforma estagnou na Suíça. Contudo, sua obra teve continuidade no assim chamado protestantismo reformado, que continua na obra de João Calvino.
            No contexto da história da reforma religiosa do século XVI, Thomas Müntzer é um dos personagens mais controvertidos. Müntzer atraiu alguns e recebeu o desprezo de outros. Ele era revolucionário e teólogo, que procurou fundamentar teologicamente a revolução.
            É impossível falar de Müntzer sem falar de Lutero e vice-versa. Ambos se preocupam com Deus e sua Palavra, com seu Espírito, com sua revelação e com a vinda do Reino de Deus.
            Müntzer nasceu por volta de 1490, em Stolberg. De 1517 a 1520, ele ficou adepto da causa luterana. Assim como Lutero, passou por profundas dúvidas, mas há diferenças nessas dúvidas.
            Ao que tudo indica, Müntzer se sentiu chamado a fundar a Nova Igreja Apostólica. Para compreender esta visão de Müntzer, é bom comparar seu conceito eclesiológico com o de Lutero. A Igreja, segundo Lutero, não surge nem é mantida a partir dos indivíduos, mas a partir de algo objetivo, que está fora deles e sobre eles: a Palavra. Igreja é, para Müntzer, um ideal social, onde inexistem Estado, classes, propriedade privada. Se compreendermos essa caracterização de Igreja, encontrada em Müntzer, podemos ver por que ele não pôde aceitar a conceituação luterana. Mesmo assim, pode-se constatar que, em muitos sentidos, Müntzer continuou a assumir posicionamentos luteranos.
            Para Müntzer, o texto de Daniel 2 é um resumo de sua teologia.
            Pela pregação de Müntzer fica claro que ele queria a revolução e não a evolução pregada por Lutero. Na questão de resistência à autoridade, o conflito entre Lutero e Müntzer se agudiza. Nos últimos cinco meses de sua vida, Müntzer foi uma pessoa amargurada, cheia de ódio. Lutero rompera com ele em 1522, os príncipes da Saxônia não lhe deram ouvidos, outros dele se afastaram.
            Müntzer liderou os camponeses na batalha de Frankenhausen. Foi aprisionado, torturado e decapitado em 27 de maio de 1525. Pouco antes de ser decapitado, teria pedido que os príncipes fossem benevolentes em relação aos camponeses.
            Sabendo-se ensinado por Deus, Müntzer viu que a estrutura social e de domínio de sua época carecia de mudanças radicais. Müntzer era anticlerical e também contra o Estado existente. Igreja e Estado estavam impedindo a verdadeira Reforma.
            O esquema de Müntzer é: conversão interna leva à conversão externa. Na prática, esse esquema não vingou. Houve muitos fatores não teológicos que levaram seu pensamento ao fracasso.
            João Calvino nasceu em 10 de julho de 1509 em Noyon. Sua obra principal foi a Institutas da Religião Cristã (obra de teologia sistemática, destinada a leigos). Seu pensamento teológico concentrava-se na temática do domínio e da glória de Deus. Curiosamente, o criador da dogmática das igrejas reformadas jamais estudou Teologia. Podemos notar em Calvino a firme disposição para reconduzir a Igreja à sua pureza original, para a glória de Deus. Nenhum teólogo influenciou tão profundamente o protestantismo pós-Lutero quanto Calvino.
            Calvino faleceu em 27 de maio de 1564.
            O centro do pensamento de Calvino está determinado pela teologia de Lutero: a radical pecaminosidade humana, o cristocentrismo, a plena eficiência da graça, a justificação somente pela fé, a centralidade da palavra pregada. Esses elementos, tomados de Lutero, receberam caracteres indeléveis da personalidade de Calvino bem como de sua formação humanista e jurídica, aliada a seu labor exegético.
            Para Calvino, Jesus instituiu quatro ministérios para governar a comunidade local: pastores, mestres, presbíteros (anciãos) e diáconos. Ele desenvolve isto a partir da sua visão da palavra de Deus, que é infalível.
            Em Calvino, a santificação é apresentada antes da justificação. Ele negou a presença real do corpo e sangue de Cristo na ceia. De acordo com sua eclesiologia, a Igreja é a comunhão dos eleitos em Cristo.
            Para não estendermos demais o assunto, gostaria apenas de falar que o penúltimo capítulo do livro nos dá detalhes sobre a expansão da Reforma protestante e, ainda, o último capítulo fala sobre a Reforma católica, sendo que suas origens encontram-se na Espanha e são anteriores à Reforma de Lutero. Também podemos dizer que neste último capítulo são apresentados fatos importantes como o Concílio de Trento, a Contra-Reforma e o livro conclui falando sobre novos impulsos na Teologia, afirmando parecer ter vindo os maiores impulsos para a Teologia católico-romana de Roberto Belarmino.
            Bibliografia muito rica e numerosa.

A ERA DOS MÁRTIRES

INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO
Escola Superior de Teologia
Disciplina: História da Igreja Antiga
Professor: Dr. Paulo W. Buss                                                                    Aluno: Ezequiel Blum
1º Trimestre de 1999                                                                                                 3º Teológico

RECENSÃO


GONZÁLEZ, Justo L.  Uma História Ilustrada do Cristianismo – A Era dos Mártires. 
      Vários trad.  São Paulo: Vida Nova, 1989.  v. 1.


            A obra em questão nos traz alguns dados biográficos do autor em sua contracapa:

Justo L. Gonzáles, graduado com altas honras no Seminário Unido de Matanzas, Cuba, obteve seu doutorado em teologia na Universidade de Yale.  Foi professor do Seminário Unido de Porto Rico durante vários anos, e depois uniu-se à Faculdade de Teologia Candler, de Atlanta, Geórgia, E.U.A.  Atualmente dedica-se ao trabalho literário, tendo escrito muito, em quantidade e em qualidade.  Basta mencionar sua História del pensamiento cristiano em três volumes, escrita em espanhol e traduzida por ele mesmo para o inglês.  A presente obra é outra contribuição monumental à literatura cristã latino-americana.

            Deste modo, podemos observar a enorme experiência que González possui e assim, temos a certeza de que sua obra é de grande valor e qualidade.
            Gonzáles nos diz que sua obra não é apenas um relato histórico, mas uma autobiografia.  Afirma isto dizendo que sem esses séculos passados (narrados no livro), seu nascimento e sua vida pareceriam algo sem sentido.  Assim, vemos que González pretende não somente relatar a história dos mártires, mas também demonstrar como e porque esta história está relacionada com sua vida.  Com este objetivo, o autor apresenta a obra.  Gonzalez diz: “Do ponto de vista da fé, a história da igreja ou do cristianismo é muito mais que a história de uma instituição ou de um movimento qualquer.  A história do cristianismo é a história dos atos do Espírito entre os homens e as mulheres que nos precederam na fé.” (p.13)  Desta forma, porém, vemos que esta história não é apenas uma autobiografia do autor, mas também está relacionada com a vida de todos os cristãos.  Esta é “nossa” história...
Os primeiros cristãos eram judeus do século primeiro e foi como judeus do século primeiro que escutaram e receberam o evangelho.  Depois a nova fé foi se espalhando.  A Palestina é a região onde o cristianismo deu seus primeiros passos.
            Em sua dispersão por todo o mundo romano, em sua tradução da Bíblia (a Septuaginta) e ainda, em suas tentativas de dialogar com a cultura helenista, o judaísmo havia preparado o caminho para o advento e a propagação da fé cristã.
            Em meio a história, muitos cristãos foram perseguidos.  Mas foi o culto ao imperador o ponto forte onde se destacou a perseguição.  Não são poucos os casos em que fica claro que, ao mesmo tempo que um mártir morria por sua fé, quem condenava o fazia levado por sentimentos de lealdade política.
            As perseguições também ajudaram na expansão do cristianismo, pois os cristãos fugiam para outros lugares e assim, a mensagem cristã era levada para estes lugares onde os cristãos buscavam refúgio.  Em At 12, encontramos um exemplo de forte perseguição contra os apóstolos.  O Novo Testamento não nos diz o que foi feto da maioria dos apóstolos, mas desde datas muito antigas começaram a aparecer tradições que afirmavam que alguns apóstolos sofreram o martírio.  Estevão foi apedrejado depois de dar seu testemunho diante do conselho judeu.  O apóstolo Tiago foi morto por ordem de Herodes algum tempo depois.  A partir daí, sempre existiram pessoas colocadas em situações nas quais tiveram de selar o testemunho com seu sangue.  Vemos, em boa parte do Novo Testamento, os judeus perseguindo os cristãos.
            O primeiro dos imperadores a perseguir o cristianismo, fazendo isto com grande crueldade, foi Nero.  No século segundo, muitos cristãos eram forçados a negar Cristo e adorar os deuses e o imperador.  Negar adorar ao imperador e seus deuses seria como que diminuir a autoridade dos tribunais ou ter uma atitude que se interpretava com rebelião contra a autoridade imperial.  Então usavam da força e castigavam os cristãos, mostrando assim, sua autoridade e poder.  O livro relata a história de vários mártires.  Temos como exemplo de mártires: Inácio de Antioquia, Policarpo, Justino, entre outros.  Com o passar dos anos, as perseguições continuaram, mesmo que algumas vezes menos e outras mais.
            A fé cristã sofreu muitos ataques, sendo colocada em questão diversas vezes.  Com isso, os apologistas realizaram a tarefa de defender a fé cristã e assim, são produzidas algumas das maiores obras teológicas do século segundo.  Possivelmente, uma das mais antigas apologias que chegaram a nossos dias, é o “Discurso a Diogneto”.  E o mais famoso dos apologistas foi Justino, o Mártir.  Certo é que tais obras (as apologias) foram e são muito válidas para a defesa da fé cristã.
A igreja precisou enfrentar muitos desafios.  A igreja enfrentou, por exemplo, os gnósticos e Márciom com suas doutrinas.  As maneiras pelas quais a igreja se defendeu ou respondeu, foi através do cânon (já nos fins do século segundo a maior parte do Novo Testamento tinha vindo formar parte das escrituras de todas as igrejas cristãs), do Credo (a origem de nosso Credo se acha nas lutas contra as heresias de meados do século segundo) e da sucessão apostólica (diante dos hereges que diziam ter uma doutrina secreta que só eles conheciam, a igreja apontava sua doutrina, abertamente ensinada por todos desde a época dos apóstolos e, diante das pretensões dos hereges no sentido de que seus ensinos se baseavam sobre os segredos de tal ou qual apóstolo, a igreja apelava à doutrina universal de “todos” os apóstolos).  Assim a igreja respondeu contra as heresias.
Durante a segunda metade do século segundo, diante dos desafios dos gnósticos e de Márciom, foi necessário que alguns cristãos tratassem sobre a totalidade da fé cristã.  Pode-se dizer que os gnósticos foram os primeiros teólogos que trataram de sistematizar toda a doutrina cristã.  Nessa tentativa de sistematização, rodearam essa doutrina de tal modo que os demais cristãos a viram ameaçada e se dedicaram a combater as especulações dos hereges.  Devido ao imenso alcance dessas especulações, as obras que os cristãos escreveram contra elas, tiveram que ter o mesmo alcance e assim, surgiram os primeiros escritos que nos dão uma idéia da totalidade da teologia cristã nos primeiros séculos.  Estes escritos são obras de Irineu de Leão, Clemente de Alexandria, Tertuliano de Cartago e Orígenes de Alexandria.
Até fins do século segundo a igreja teve um período de relativa paz.  No século terceiro a situação mudou.  Através de todo o século continuou em vigor a legislação de Trajano (cristãos deviam ser castigados se fossem denunciados e se negassem oferecer sacrifício aos deuses) e portanto, de vez em quando, houve martírios.  Mas, além disso, houve duas políticas novas, uma promulgada por Sétimo Severo (política religiosa de caráter sincretista; seu propósito era unir a todos os seus sínodos sob o culto ao “Sol invicto”, no qual se fundiriam todas as religiões da época, assim como os ensinos de diversos filósofos; mas esta política conflitava com a persistência dos judeus e dos cristãos, que se negavam a dobrar-se diante do sincretismo; por isso, Sétimo Severo propôs-se deter o avanço destas duas religiões e com esse propósito proibiu, sob pena de morte, toda conversão ao judaísmo ou ao cristianismo; ao mesmo tempo, a antiga legislação seguia em vigor, de modo que os cristãos que fossem acusados e que se negassem a oferecer sacrifício aos deuses, seriam condenados também; o resultado de tudo isto foi um aumento da perseguição no estilo do século anterior e ao mesmo tempo uma perseguição mais intensa dirigida contra os novos convertidos e seus mestres) e outra por Décio (se tratava de uma campanha religiosa que buscava a restauração dos velhos cultos; o que estava em jogo era a sobrevivência da velha Roma dos Césares, com suas glórias e seus deuses; tudo o que se opunha isto era falta de patriotismo e alta traição), que afetaram profundamente a vida da igreja.
A igreja cristã antiga estava formada, em sua maioria, por pessoas humildes para quem o fato de haverem sido adotadas como herdeiras do Reino dos céus era motivo de grande alegria.  Isto pode ser visto em seu culto, em sua arte e em muitas outras manifestações.  A vida cotidiana destes cristãos desenvolvia-se na penumbra rotineira em que vivem os pobres de todas as sociedades.  Mas aqueles cristãos viviam na esperança de uma nova luz que viria a derrubar a luz injusta e idólatra da sociedade em que viviam.
Nos fins do século terceiro houve a última e a mais terrível das perseguições.  Reinava na época Diocleciano, que havia organizado o Império em uma tetrarquia.  Dois imperadores compartilhavam o título de “augusto”: Diocleciano no Oriente e Maximiano no Ocidente.  Sob cada um deles havia outro imperador com o título de “césar”: Galério sob Diocleciano e Constâncio Cloro sob Maximiano.  Este sistema funcionou só enquanto Diocleciano o administrou, mas depois houve alguns problemas.
A paz da igreja parecia estar certa.  Mas alguns conflitos parecem ter começado no exército.  A razão pela qual alguns cristãos se opunham ao serviço militar não era tanto o pacifismo cristão, mas o fato de que algumas das cerimônias militares eram de caráter religioso e portanto, tornava-se difícil ao soldado cristão ter que participar da idolatria.
Em meio a diversos acontecimentos, Galério planejava o modo de fazer-se dono único do Império, até que ambos augustos abdicaram ao mesmo tempo.  Assim se desatou a mais cruenta de todas as perseguições que sofreu a igreja antiga.
Quando os cristãos começaram a desesperar, a angústia acalmou.  Galério estava doente, quase morrendo e então, promulgou seu edito de tolerância.  Tal foi o edito que pôs fim à mais cruenta e praticamente a última das perseguições que a igreja teve que sofrer nas mãos do Império Romano.  Galério morreu cinco dias depois.  Depois de muitos acontecimentos, Constantino acabou ficando como único imperador e a igreja teve paz em todo império.
Com todo este relato apresentado, vemos que o livro possui um conteúdo bastante amplo, sendo difícil conseguir resumi-lo em poucas palavras.  O autor apresenta o conteúdo de uma forma não muito objetiva, pois González nos apresenta diversos detalhes, mas que, sem dúvida, são importantíssimos e não poderiam faltar no livro.  Tais detalhes ajudam muito na compreensão do conteúdo.
González utiliza alguns recursos que facilitam a leitura da obra, sendo estes: tabela em seqüência cronológica contendo datas, personagens, escritos, documentos e acontecimentos; diversas ilustrações.  Estes recursos ajudam na compreensão do conteúdo.
O livro não possui um linguagem muito simplificada, sendo que seu nível é um tanto elevado.  Acreditamos que este livro seja melhor recomendado para pessoas que estejam cursando faculdade.  Esta obra é de imenso valor para estudantes de teologia devido a sua emocionante história, pois está totalmente relacionada com a vida dos cristãos.
Sem dúvida, González nos deixou uma grande obra, nos trazendo maior conhecimento sobre esta época em que os cristãos passaram por diversas dificuldades.  É emocionante ver a fé firme dos mártires apresentados no livro e, ao mesmo tempo, é espantoso saber o sofrimento que passaram para defender sua fé.  Com toda certeza, esta é uma obra que toca o coração de todos nós, cristãos.

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1 CO 1.18-25 1 CO 12.2 1 CO 15.20-28 1 CO 15.50-58 1 CO 2.1-5 1 CO 6.12-20 1 CO2.6-13 1 CORÍNTIOS 1 CR 28.20 1 JO 1 JO 1.1-10 1 JO 4.7-10 1 PE 1.13-21 1 PE 1.17-25 1 PE 1.3-9 1 PE 2.1-10 1 PE 2.18-25 1 PE 2.19-25 1 PE 2.4-10 1 PE 3.13-22 1 PE 3.15-22 1 PE 3.18-20 1 PE 4.12-17 1 PE 5.6-11 1 PEDRO 1 RS 19.4-8 1 RS 8.22-23 1 SM 1 1 SM 2 1 SM 28.1-25 1 SM 3 1 SM 3.1-10 1 TIMÓTEO 1 TM 1.12-17 1 Tm 2.1-15 1 TM 3.1-7 1 TS 1.5B-10 10 PENTECOSTES 13-25 13° APÓS PENTECOSTES 14° DOMINGO APÓS PENTECOSTES 15 ANOS 16-18 17 17º 17º PENTECOSTES 1CO 11.23 1CO 16 1º ARTIGO 1º MANDAMENTO 1PE 1PE 3 1RS 17.17-24 1RS 19.9B-21 2 CO 12.7-10 2 CO 5.1-10 2 CO 5.14-20 2 CORINTIOS 2 PE 1.16-21 2 PE 3.8-14 2 PENTECOSTES 2 TM 1.1-14 2 TM 1.3-14 2 TM 2.8-13 2 TM 3.1-5 2 TM 3.14-4.5 2 TM 4.6-8 2 TS 3.6-13 2° EPIFANIA 2° QUARESMA 20º PENTECOSTES 24º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 25º DOMINGO PENTECOSTES 27-30 2CO 8 2º ADVENTO 2º ARTIGO 2º DOMINGO DE PÁSCOA 2TM 1 2TM 3 3 3 PENTECOSTES 3º ARTIGO 3º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 3º DOMINGO DE PÁSCOA 3º DOMINGO NO ADVENTO 4 PENTECOSTES 41-43 4º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 4º DOMINGO DE PENTECOSTES 4º FEIRA DE CINZAS 5 MINUTOS COM JESUS 5° APÓS EPIFANIA 500 ANOS 5MINUTOS 5º DOMINGO DE PENTECOSTES 5º EPIFANIA 5º PENTECOSTES 6º MANDAMENTO 7 ESTRELAS Abiel ABORTO ABSOLVIÇÃO ACAMPAMENTO AÇÃO DE GRAÇA ACIDENTE ACIR RAYMANN ACONSELHAMENTO ACONSELHAMENTO PASTORAL ACRÓSTICO ADALMIR WACHHOLz ADELAR BORTH ADELAR MUNIEWEG ADEMAR VORPAGEL ADMINISTRAÇÃO ADORAÇÃO ADULTÉRIO ADULTOS ADVENTISTA ADVENTO ADVERSIDADES AGENDA AIDS AILTON J. MULLER AIRTON SCHUNKE AJUDAR ALBERTO DE MATTOS ALCEU PENNING ALCOOLISMO ALEGRIA ALEMÃO ÁLISTER PIEPER ALTAR ALTO ALEGRE AM 8.4-14 AMASIADO AMBIÇÃO AMIGO AMIZADE AMOR André ANDRÉ DOS S. DREHER ANDRÉ L. KLEIN ANIVERSARIANTES ANIVERSÁRIO ANJOS ANO NOVO ANSELMO E. GRAFF ANTHONY HOEKEMA ANTIGO TESTAMENTO ANTINOMISTAS AP 1 AP 2 AP 22 AP 22.12-17 AP 3 APOCALIPSE APOLOGIA APONTAMENTOS APOSTILA ARNILDO MÜNCHOW ARNILDO SCHNEIDER ARNO ELICKER ARNO SCHNEUMANN ARREBATAMENTO ARREPENDIMENTO ARTHUR D. BENEVENUTI ARTIGO ASAS ASCENSÃO ASCLÉPIO ASSEMBLEIA ASTOMIRO ROMAIS AT AT 1 AT 1-10 AT 1.12-26 AT 10.34-43 AT 17.16-34 AT 2.1-21 AT 2.14a 36-47 AT 2.22-32 AT 2.36-41 AT 2.42-47 AT 4.32-37 AT 6.1-9 AT 7.51-60 ATANASIANO ATOS AUDIO AUGSBURGO AUGUSTO KIRCHHEIN AULA AUTO ESTIMA AUTO EXCLUSÃO AUTORIDADE SECULAR AVANÇANDO COM GRATIDÃO AVISOS AZUL E BRANCO BAIXO BATISMO BATISMO INFANTIL BELÉM BEM AVENTURADOS BENÇÃO BENJAMIM JANDT BIBLIA ILUSTRADA BÍBLIA SAGRADA BÍBLICO BINGOS BOAS NOVAS BOAS OBRAS BODAS BONIFÁCIO BOSCO BRASIL BRINCADEIRAS BRUNO A. K. SERVES BRUNO R. VOSS C.A. C.A. AUGSBURGO C.F.W. WALTHER CADASTRO CAIPIRA CALENDÁRIO CAMINHADA CAMPONESES CANÇÃO INFANTIL CANCIONEIRO CANTARES CANTICOS CÂNTICOS CANTICOS DOS CANTICOS CAPELÃO CARGAS CÁRIN FESTER CARLOS CHAPIEWSKI CARLOS W. WINTERLE CARRO CASA PASTORAL CASAL CASAMENTO CASTELO FORTE CATECISMO CATECISMO MENOR CATÓLICO CEIA PASCAL CÉLIO R. DE SOUZA CELSO WOTRICH CÉLULAS TRONCO CENSO CERIMONIAIS CÉU CHÁ CHAMADO CHARADAS CHARLES S. MULLER CHAVE BÍBLICA CHRISTIAN HOFFMANN CHURRASCO CHUVA CIDADANIA CIDADE CIFRA CIFRAS CINZAS CIRCUNCISÃO CL 1.13-20 CL 3.1-11 CLAIRTON DOS SANTOS CLARA CRISTINA J. MAFRA CLARIVIDÊNCIA CLAÚDIO BÜNDCHEN CLAUDIO R. SCHREIBER CLÉCIO L. SCHADECH CLEUDIMAR R. WULFF CLICK CLÍNICA DA ALMA CLOMÉRIO C. JUNIOR CLÓVIS J. PRUNZEL CODIGO DA VINCI COLÉGIO COLETA COLHEITA COLOSSENSES COMEMORAÇÃO COMENTÁRIO COMUNHÃO COMUNICAÇÃO CONCÓRDIA CONFIANÇA CONFIRMACAO CONFIRMAÇÃO CONFIRMANDO CONFISSÃO CONFISSÃO DE FÉ CONFISSÕES CONFLITOS CONGREGAÇÃO CONGRESSO CONHECIMENTO BÍBLICO CONSELHO CONSTRUÇÃO CONTATO CONTRALTO CONTRATO DE CASAMENTO CONVENÇÃO NACIONAL CONVERSÃO CONVITE CONVIVÊNCIA CORAL COREOGRAFIA CORÍNTIOS COROA CORPUS CHRISTI CPT CPTN CREDO CRESCENDO EM CRISTO CRIAÇÃO CRIANÇA CRIANÇAS CRIOULO CRISTÃ CRISTÃOS CRISTIANISMO CRISTIANO J. STEYER CRISTOLOGIA CRONICA CRONOLOGIA CRUCIFIXO CRUZ CRUZADAS CTRE CUIDADO CUJUBIM CULPA CULTO CULTO CRIOULO CULTO CRISTÃO CULTO DOMESTICO CULTO E MÚSICA CULTURA CURSO CURT ALBRECHT CURTAS DALTRO B. KOUTZMANN DALTRO G. TOMM DANIEL DANILO NEUENFELD DARI KNEVITZ DAVI E JÔNATAS DAVI KARNOPP DEBATE DEFICIÊNCIA FÍSICA DELMAR A. KOPSELL DEPARTAMENTO DEPRESSÃO DESENHO DESINSTALAÇÃO DEUS DEUS PAI DEVERES Devoção DEVOCIONÁRIO DIACONIA DIÁLOGO INTERLUTERANO DIARIO DE BORDO DICOTOMIA DIETER J. JAGNOW DILÚVIO DINÂMICAS DIRCEU STRELOW DIRETORIA DISCIPLINA DÍSCIPULOS DISTRITO DIVAGO DIVAGUA DIVÓRCIO DOGMÁTICA DOMINGO DE RAMOS DONS DOUTRINA DR Dr. RODOLFO H. BLANK DROGAS DT 26 DT 6.4-9 EBI EC 9 ECLESIASTES ECLESIÁSTICA ECUMENISMO EDER C. WEHRHOLDT Ederson EDGAR ZÜGE EDISON SELING EDMUND SCHLINK EDSON ELMAR MÜLLER EDSON R. TRESMANN EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ EF 1.16-23 EF 2.4-10 EF 4.1-6 EF 4.16-23 EF 4.29-32 EF 4.30-5.2 EF 5.22-33 EF 5.8-14 EF 6.10-20 ÉFESO ELBERTO MANSKE Eleandro ELEMAR ELIAS R. EIDAM ELIEU RADINS ELIEZE GUDE ELIMINATÓRIAS ELISEU TEICHMANN ELMER FLOR ELMER T. JAGNOW EMÉRITO EMERSON C. IENKE EMOÇÃO EN ENCARNAÇÃO ENCENAÇÃO ENCONTRO ENCONTRO DE CRIANÇA 2014 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2015 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2016 ENCONTRO PAROQUIAL DE FAMILIA ENCONTROCORAL ENFERMO ENGANO ENSAIO ENSINO ENTRADA TRIUNFAL ENVELHECER EPIFANIA ERA INCONCLUSA ERNI KREBS ERNÍ W. SEIBERT ERVINO M. SPITZER ESBOÇO ESCATOLOGIA ESCO ESCOLAS CRISTÃS ESCOLÁSTICA ESCOLINHA ESCOLINHA DOMINICAL ESDRAS ESMIRNA ESPADA DE DOIS GUMES ESPIRITISMO ESPÍRITO SANTO ESPIRITUALIDADE ESPÍSTOLA ESPORTE ESTAÇÃODAFÉ ESTAGIÁRIO ESTAGIÁRIOS ESTATUTOS ESTER ESTER 6-10 ESTRADA estudo ESTUDO BÍBLICO ESTUDO DIRIGIDO ESTUDO HOMILÉTICO ÉTICA EVANDRO BÜNCHEN EVANGELHO EVANGÉLICO EVANGELISMO EVERSON G. HAAS EVERSON GASS EVERVAL LUCAS EVOLUÇÃO ÊX EX 14 EX 17.1-17 EX 20.1-17 EX 24.3-11 EX 24.8-18 EXALTAREI EXAME EXCLUSÃO EXEGÉTICO EXORTAÇÃO EZ 37.1-14 EZEQUIEL BLUM Fabiano FÁBIO A. NEUMANN FÁBIO REINKE FALECIMENTO FALSIDADE FAMÍLIA FARISEU FELIPE AQUINO FELIPENSES FESTA FESTA DA COLHEITA FICHA FILADÉLFIA FILHO DO HOMEM FILHO PRÓDIGO FILHOS FILIPE FILOSOFIA FINADOS FLÁVIO L. HORLLE FLÁVIO SONNTAG FLOR DA SERRA FLORES Formatura FÓRMULA DE CONCÓRDIA Fotos FOTOS ALTO ALEGRE FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2010 FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇA 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇAS 2013 FOTOS ENCONTRO ESPORTIVO 2012 FOTOS FLOR DA SERRA FOTOS P172 FOTOS P34 FOTOS PARECIS FOTOS PROGRAMA DE NATAL P34 FP 2.5-11 FP 3 FP 4.4-7 FP 4.4-9 FRANCIS HOFIMANN FRASES FREDERICK KEMPER FREUD FRUTOS DO ES GÁLATAS GALILEU GALILEI GATO PRETO GAÚCHA GELSON NERI BOURCKHARDT GENESIS GÊNESIS 32.22-30 GENTIO GEOMAR MARTINS GEORGE KRAUS GERHARD GRASEL GERSON D. BLOCH GERSON L. LINDEN GERSON ZSCHORNACK GILBERTO C. WEBER GILBERTO V. DA SILVA GINCANAS GL 1.1-10 GL 1.11-24 GL 2.15-21 GL 3.10-14 GL 3.23-4.1-7 GL 5.1 GL 5.22-23 GL 6.6-10 GLAYDSON SOUZA FREIRE GLEISSON R. SCHMIDT GN 01 GN 1-50 GN 1.1-2.3 GN 12.1-9 GN 15.1-6 GN 2.18-25 GN 21.1-20 GN 3.14-16 GN 32 GN 45-50 GN 50.15-21 GRAÇA DIVINA GRATIDÃO GREGÓRIO MAGNO GRUPO GUSTAF WINGREN GUSTAVO D. SCHROCK HB 11.1-3; 8-16 HB 12 HB 12.1-8 HB 2.1-13 HB 4.14-16 5.7-9 HC 1.1-3 HC 2.1-4 HÉLIO ALABARSE HERIVELTON REGIANI HERMENÊUTICA HINÁRIO HINO HISTÓRIA HISTÓRIA DA IGREJA ANTIGA E MEDIEVAL HISTÓRIA DO NATAL HISTORINHAS BÍBLICAS HL 10 HL 164 HOMILÉTICA HOMOSSEXUALISMO HORA LUTERANA HORST KUCHENBECKER HORST S MUSSKOPF HUMOR IDOSO IECLB IELB IGREJA IGREJA CRISTÃ IGREJAS ILUSTRAÇÃO IMAGEM IN MEMORIAN INAUGURAÇÃO ÍNDIO INFANTIL INFERNO INFORMATIVO INSTALAÇÃO INSTRUÇÃO INTRODUÇÃO A BÍBLIA INVESTIMENTO INVOCAÇÕES IRINEU DE LYON IRMÃO FALTOSO IROMAR SCHREIBER IS 12.2-6 IS 40.1-11 IS 42.14-21 IS 44.6-8 IS 5.1-7 IS 50.4-9 IS 52.13-53-12 IS 53.10-12 IS 58.5-9a IS 61.1-9 IS 61.10-11 IS 63.16 IS 64.1-8 ISACK KISTER BINOW ISAGOGE ISAÍAS ISAQUE IURD IVONELDE S. TEIXEIRA JACK CASCIONE JACSON J. OLLMANN JARBAS HOFFIMANN JEAN P. DE OLIVEIRA JECA JELB JELB DIVAGUA JEOVÁ JESUS JN JO JO 1 JO 10.1-21 JO 11.1-53 JO 14 JO 14.1-14 JO 14.15-21 JO 14.19 JO 15.5 JO 18.1-42 JO 2 JO 20.19-31 JO 20.8 JO 3.1-17 JO 4 JO 4.5-30 JO 5.19-47 JO 6 JO 6.1-15 JO 6.51-58 JO 7.37-39 JO 9.1-41 JOÃO JOÃO 20.19-31 JOÃO C. SCHMIDT JOÃO C. TOMM JOÃO N. FAZIONI JOEL RENATO SCHACHT JOÊNIO JOSÉ HUWER JOGOS DE AZAR JOGRAL JOHN WILCH JONAS JONAS N. GLIENKE JONAS VERGARA JOSE A. DALCERO JOSÉ ACÁCIO SANTANA JOSE CARLOS P. DOS SANTOS JOSÉ ERALDO SCHULZ JOSÉ H. DE A. MIRANDA JOSÉ I.F. DA SILVA JOSUÉ ROHLOFF JOVENS JR JR 28.5-9 JR 3 JR 31.1-6 JUAREZ BORCARTE JUDAS JUDAS ISCARIOTES JUDAS TADEU JUMENTINHO JUSTIFICAÇÃO JUVENTUDE KARL BARTH KEN SCHURB KRETZMANN LAERTE KOHLS LAODICÉIA LAR LC 12.32-40 LC 15.1-10 LC 15.11-32 LC 16.1-15 LC 17.1-10 LC 17.11-19 LC 19 LC 19.28-40 LC 2.1-14 LC 23.26-43 LC 24 LC 24.13-35 LC 3.1-14 LC 5 LC 6.32-36 LC 7 LC 7.1-10 LC 7.11-16 LC 7.11-17 LC 9.51-62 LEANDRO D. HÜBNER LEANDRO HUBNER LEI LEIGO LEIGOS LEITORES LEITURA LEITURAS LEMA LENSKI LEOCIR D. DALMANN LEONARDO RAASCH LEOPOLDO HEIMANN LEPROSOS LETRA LEUPOLD LIBERDADE CRISTÃ LIDER LIDERANÇA LILIAN LINDOLFO PIEPER LINK LITANIA LITURGIA LITURGIA DE ADVENTO LITURGIA DE ASCENSÃO LITURGIA DE CONFIRMAÇÃO LITURGIA EPIFANIA LITURGIA PPS LIVRO LLLB LÓIDE LOUVAI AO SENHOR LOUVOR LUCAS ALBRECHT LUCIFER LUCIMAR VELMER LUCINÉIA MANSKE LUGAR LUÍS CLAUDIO V. DA SILVA LUIS SCHELP LUISIVAN STRELOW LUIZ A. DOS SANTOS LUTERANISMO LUTERO LUTO MAÇONARIA MÃE MAMÃE MANDAMENTOS MANUAL MARCÃO MARCELO WITT MARCIO C. PATZER MARCIO LOOSE MARCIO SCHUMACKER MARCO A. CLEMENTE MARCOS J. FESTER MARCOS WEIDE MARIA J. RESENDE MÁRIO SONNTAG MÁRLON ANTUNES MARLUS SELING MARTIM BREHM MARTIN C. WARTH MARTIN H. FRANZMANN MARTINHO LUTERO MARTINHO SONTAG MÁRTIR MATERNIDADE MATEUS MATEUS KLEIN MATEUS L. LANGE MATRIMÔNIO MAURO S. HOFFMANN MC 1.1-8 MC 1.21-28 MC 1.4-11 MC 10.-16 MC 10.32-45 MC 11.1-11 MC 13.33-37 MC 4 MC 4.1-9 MC 6.14-29 MC 7.31-37 MC 9.2-9 MEDICAMENTOS MÉDICO MELODIA MEMBROS MEME MENSAGEIRO MENSAGEM MESSIAS MÍDIA MILAGRE MINISTÉRIO MINISTÉRIO FEMENINO MIQUÉIAS MIQUÉIAS ELLER MIRIAM SANTOS MIRIM MISSÃO MISTICISMO ML 3.14-18 ML 3.3 ML NEWS MODELO MÔNICA BÜRKE VAZ MORDOMIA MÓRMOM MORTE MOVIMENTOS MT 10.34-42 MT 11.25-30 MT 17.1-9 MT 18.21-45 MT 21.1-11 MT 28.1-10 MT 3 MT 4.1-11 MT 5 MT 5.1-12 MT 5.13-20 MT 5.20-37 MT 5.21-43 MT 5.27-32 MT 9.35-10.8 MULHER MULTIRÃO MUSESCORE MÚSICA MÚSICAS NAAÇÃO L. DA SILVA NAMORADO NAMORO NÃO ESQUECER NASCEU JESUS NATAL NATALINO PIEPER NATANAEL NAZARENO DEGEN NEEMIAS NEIDE F. HÜBNER NELSON LAUTERT NÉRISON VORPAGEL NILO FIGUR NIVALDO SCHNEIDER NM 21.4-9 NOITE FELIZ NOIVADO NORBERTO HEINE NOTÍCIAS NOVA ERA NOVO HORIZONTE NOVO TESTAMENTO O HOMEM OFERTA OFÍCIOS DAS CHAVES ONIPOTENCIA DIVINA ORAÇÃO ORAÇAODASEMANA ORATÓRIA ORDENAÇAO ORIENTAÇÕES ORLANDO N. OTT OSÉIAS EBERHARD OSMAR SCHNEIDER OTÁVIO SCHLENDER P172 P26 P30 P34 P36 P40 P42.1 P42.2 P70 P95 PADRINHOS PAI PAI NOSSO PAIS PAIXÃO DE CRISTO PALAVRA PALAVRA DE DEUS PALESTRA PAPAI NOEL PARA PARA BOLETIM PARÁBOLAS PARAMENTOS PARAPSICOLOGIA PARECIS PAROQUIAL PAROUSIA PARTICIPAÇÃO PARTITURA PARTITURAS PÁSCOA PASTOR PASTORAL PATERNIDADE PATMOS PAUL TORNIER PAULO PAULO F. BRUM PAULO FLOR PAULO M. NERBAS PAULO PIETZSCH PAZ Pe. ANTONIO VIEIRA PEÇA DE NATAL PECADO PEDAL PEDRA FUNDAMENTAL PEDRO PEM PENA DE MORTE PENEIRAS PENTECOSTAIS PENTECOSTES PERDÃO PÉRGAMO PIADA PIB PINTURA POEMA POESIA PÓS MODERNIDADE Pr BRUNO SERVES Pr. BRUNO AK SERVES PRÁTICA DA IGREJA PREEXISTÊNCIA PREGAÇÃO PRESÉPIO PRIMITIVA PROCURA PROFECIAS PROFESSORES PROFETA PROFISSÃO DE FÉ PROGRAMAÇÃO PROJETO PROMESSA PROVA PROVAÇÃO PROVÉRBIOS PRÓXIMO PSICOLOGIA PV 22.6 PV 23.22 PV 25 PV 31.28-30 PV 9.1-6 QUARESMA QUESTIONAMENTOS QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PLANILHA QUESTIONÁRIO TEXTO QUINTA-FEIRA SANTA QUIZ RÁDIO RADIOCPT RAFAEL E. ZIMMERMANN RAUL BLUM RAYMOND F. SURBURG RECEITA RECENSÃO RECEPÇÃO REDENÇÃO REENCARNAÇÃO REFLEXÃO REFORMA REGIMENTO REGINALDO VELOSO JACOB REI REINALDO LÜDKE RELACIONAMENTO RELIGIÃO RENATO L. REGAUER RESSURREIÇÃO RESTAURAR RETIRO RETÓRICA REUNIÃO RICARDO RIETH RIOS RITO DE CONFIRMAÇÃO RITUAIS LITURGICOS RM 12.1-18 RM 12.1-2 RM 12.12 RM 14.1-12 RM 3.19-28 RM 4 RM 4.1-8 RM 4.13-17 RM 5 RM 5.1-8 RM 5.12-21 RM 5.8 RM 6.1-11 RM 7.1-13 RM 7.14-25a RM 8.1-11 RM 8.14-17 ROBERTO SCHULTZ RODRIGO BENDER ROGÉRIO T. BEHLING ROMANOS ROMEU MULLER ROMEU WRASSE ROMUALDO H. WRASSE Rômulo ROMULO SANTOS SOUZA RONDÔNIA ROSEMARIE K. LANGE ROY STEMMAN RT 1.1-19a RUDI ZIMMER SABATISMO SABEDORIA SACERDÓCIO UNIVERSAL SACERDOTE SACOLINHAS SACRAMENTOS SADUCEUS SALMO SALMO 72 SALMO 80 SALMO 85 SALOMÃO SALVAÇÃO SAMARIA Samuel F SAMUEL VERDIN SANTA CEIA SANTIFICAÇÃO SANTÍSSIMA TRINDADE SÃO LUIS SARDES SATANÁS SAUDADE SAYMON GONÇALVES SEITAS SEMANA SANTA SEMINÁRIO SENHOR SEPULTAMENTO SERMÃO SERPENTE SERVAS SEXTA FEIRA SANTA SIDNEY SAIBEL SILVAIR LITZKOW SILVIO F. S. FILHO SIMBOLISMO SÍMBOLOS SINGULARES SISTEMÁTICA SL 101 SL 103.1-12 SL 107.1-9 SL 116.12-19 SL 118 SL 118.19-29 SL 119.153-160 SL 121 SL 128 SL 142 SL 145.1-14 SL 146 SL 15 SL 16 SL 19 SL 2.6-12 SL 22.1-24 SL 23 SL 30 SL 30.1-12 SL 34.1-8 SL 50 SL 80 SL 85 SL 90.9-12 SL 91 SL 95.1-9 SL11.1-9 SONHOS SOPRANO Sorriso STAATAS STILLE NACHT SUMO SACERDOTE SUPERTIÇÕES T6 TEATRO TEMA TEMPLO TEMPLO TEATRO E MERCADO TEMPO TENOR TENTAÇÃO TEOLOGIA TERCEIRA IDADE TESES TESSALÔNICA TESTE BÍBLICO TESTE DE EFICIÊNCIA TESTEMUNHAS DE JEOVÁ Texto Bíblico TG 1.12 TG 2.1-17 TG 3.1-12 TG 3.16-4.6 TIAGO TIATIRA TIMÓTEO TODAS POSTAGENS TRABALHO TRABALHO RURAL TRANSFERENCIA TRANSFIGURAÇÃO TRICOTOMIA TRIENAL TRINDADE TRÍPLICE TRISTEZA TRIUNFAL Truco Turma ÚLTIMO DOMINGO DA IGREJA UNIÃO UNIÃO ESTÁVEL UNIDADE UNIDOS PELO AMOR DE DEUS VALDIR L. JUNIOR VALFREDO REINHOLZ VANDER C. MENDOÇA VANDERLEI DISCHER VELA VELHICE VERSÍCULO VERSÍCULOS VIA DOLOROSA VICEDOM VÍCIO VIDA VIDA CRISTÃ VIDENTE VIDEO VIDEOS VÍDEOS VILS VILSON REGINA VILSON SCHOLZ VILSON WELMER VIRADA VISITA VOCAÇÃO VOLMIR FORSTER VOLNEI SCHWARTZHAUPT VOLTA DE CRISTO WALDEMAR REIMAN WALDUINO P.L. JUNIOR WALDYR HOFFMANN WALTER L. CALLISON WALTER O. STEYER WALTER T. R. JUNIOR WENDELL N. SERING WERNER ELERT WYLMAR KLIPPEL ZC ZC 11.10-14 ZC 9.9-12