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Princípios da aprendizagem
O ensino eficaz gera a aprendizagem. E, para que este ensino se torne eficaz teremos que entender de como o aluno tem mais facilidade para aprender. Para tanto é preciso seguir alguns princípios que seguem.
1. Prontidão
É preciso respeitar o nível de conhecimento do aluno. ministrando-lhe o conteúdo adequado e de forma adequada para que haja verdadeira aprendizagem.Os desafios de aprendizagem lançados pelo professor devem estar à altura da capacidade de resposta do seu aluno. conhecer o aluno é fundamental. Esse conhecimento deve ser tanto técnico (psicologia) quanto prático, sabendo as peculiaridades de seus alunos quanto à vida familiar, gostos, etc.
2. Efeito
As chances de aprendizagem são bem maiores quando o ensino é um processo agradável e prazeroso. O clima, o ambiente de aula deve ser agradável ao aluno. As condições físicas e climáticas do local, a forma como o professor fala, expõe o assunto, trata os alunos, a decoração da sala, a disponibilidade de material, etc, influirão diretamente sobre a qualidade de aprendizagem da turma. Mesmo quando o professor tem de disciplinar e falar com energia, os alunos devem sentir que ele o faz por amor, porque ama os seus alunos e quer vê-los melhores do que são. Isso dará um senso de segurança e confiabilidade ao aluno quanto ao professor.
Neste ponto, a música, os jogos pedagógicos bíblicos, as cores, enfim, a criatividade na Escola Dominical é de suma importância. A aula que ministramos deve ser agradável e gostosa primeiro para nós; se nem mesmo nós “agüentamos” nossa própria aula, então os alunos também não gostarão dela. A rotina e a preguiça são os grandes inimigos da criatividade; é preciso mais transpiração do que inspiração para fazermos nossa aula agradável e prazerosa.
3. Atividade
Uma pesquisa revela que a pessoa guarda em sua mente 12% do que ela ouve; 20% do que ela vê; 50% do que ela vê e ouve e 90% do que ela pratica ( discute, reflete e ensina ao outro).
Por esse motivo é queremos um ensino eficaz. O aluno não pode ser reduzido a um receptáculo do nosso conhecimento. Ele deve ser desafiado e estimulado pelo professor a construir o seu conhecimento, ao invés de recebê-lo pronto do professor. Para isso, ele tem de envolver-se na aprendizagem,
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pesquisando, participando e experimentando o assunto a ser aprendido.Quanto mais o aluno for ativo e interessado, tanto mais profunda e eficaz será a aprendizagem. Desta maneira, o professor deverá ter uma visão geral de sua responsabilidade como transmissor e de seu aluno como receptor. O professor não poderá passar as verdades prontas e acabadas ao aluno, mas, ele deve orientar, estimular, desafiar e fornecer subsídios para que o próprio aluno, com a sua ajuda, chegue às conclusões corretas sobre o que se quer ensinar.
Isto não é tão simples, já que nós mesmos fomos educados de forma diretiva e dedutiva, no ensino tradicional e temos a tendência de imitar nossos mestres ensinar assim como fomos ensinados. Os alunos, no início também estranham, já é mais cômodo ficar sentado e ouvir passivamente (calmamente, sem reagir) o professor falar. No entanto, não devemos nos deixar levar pela primeira dificuldade; toda mudança é, de certa forma, traumática, mas quando bem fundamentada trará mudanças tremendamente positivas na aprendizagem.
Na Escola Bíblica, as atividades não podem ser confundidas com folhas de papel. Atividades devem ser utilizadas visando não apenas a fixação dos conteúdos cognitivos mas a descoberta destes conteúdos e da aplicação (valor moral ou ensino espiritual) por meio de trabalho de pesquisa, estudo dirigido, apresentação extra-aula dos conteúdos aprendidos, discussão em grupo, etc. A idéia é que o aluno seja ativo na aprendizagem, sendo sempre desafiado a resolver as incógnitas (desconhecido, o que se procura) lançadas pelo professor com atividades que o ajudam a encontrar a resposta. Algo muito importante nesta forma de dar aula é a motivação, que segue.
4. Motivação
A motivação é o fator determinante na aprendizagem eficaz. Um aluno desmotivado a aprender, não estará atento à aula, não participará das atividades com dedicação e prazer, não se relacionará positivamente com seus colegas e, finalmente, acabará gerando indisciplina em aula. A motivação pode ser intrínseca e/ou extrínseca.
4.1 – Intrínseca: diz respeito à necessidade própria do aluno em aprender. Ele está ciente e desejoso de aprender porque sabe da importância e do valor daquele aprendizado, ou porque tem prazer no convívio e ambiente onde aprende. Senso de valor, interesse, necessidade, ideais, resultados práticos, etc, compõe a motivação intrínseca (mais próprias a pessoas adultas).
4.2 – Extrínseca – é a motivação criada pelo professor em torno do objetivo de ensino. Podem ser na forma de imagens, questionamentos, ou outra forma qualquer que desperte a atenção, interesse e curiosidade do aluno para a temática da aula. Exige muita criatividade do professor.
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A aula prática
Muitas vezes, quando pensamos na aula que vamos dar, nos detemos apenas naqueles minutos que temos de contato direto as crianças. Entretanto, a boa aula de Escola Dominical começa muito antes. Para podermos realizar um trabalho eficiente, precisamos observar e considerar o que segue.
· a estrutura física (como é a sala de aula, os móveis, a disposição do material, o material que vamos utilizar, etc.) Esta estrutura tem que ser preparada com antecedência, e não, por exemplo, procurar giz na hora da aula.
· O professor deve preparar a aula, com a divisão do tempo para cada atividade, a elaboração dos objetivos, etc.
Há uma preocupação da parte do Distrito, dos pastores, o que as crianças estão aprendendo e como elas estão recebendo esse ensino. Precisamos ser críticos e conscientes para “fazermos a nossa aula” , uma aula que está de acordo com os objetivos e que irá atingir nossos alunos de modo a trazer crescimento espiritual.
Como sugestão para o trabalho prático, dividiremos nossa aula em dez momentos que serão analisados um a um:
1. Recepção
2. Cântico
3. Incentivo de Presença
4. Motivação
5. História Bíblica
6. Ofertas
7. Versículo
8. Atividades
9. Oração
10. Dever de casa
Devemos lembrar que este roteiro deve ser analisado de acordo com a realidade de cada local. Mas, não devemos nos acomodar simplesmente, mas, nos envolver nessa “batalha” de forma e consciente para que possamos contribuir para que possamos contribuir para que as nossas congregações tenham Escolas Dominicais eficientes. Esta luta é nossa!
1. Recepção:
· A sala de aula já deve estar arrumada. Todo o material que o professor irá usar deverá estar à disposição do professor da melhor maneira possível e pronto para uso.
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· O professor deverá receber os alunos na sala de maneira simpática e agradável; Não seja hipócrita ou falso, a criança percebe quando você está realmente interessado nela!
· Se você não conhece algum aluno, esta é a hora de perguntar quem ele é.
· Cante um corinho para saudar os visitantes (Como vai visitante; Visitante seja bem-vindo).
· Este período deve ser breve;
· Aproveite os momentos de conversa informal para colocar Jesus nesta conversa. (Fale sobre a chuva ou o sol que Deus mandou esta semana, etc).
· Podemos falar e saudar algum aniversariante da semana ou do mês.
2. Cânticos:
2.1 – O valor da música no trabalho com crianças
A Bíblia nos manda cantar louvores a Deus (Sl 100 – “Servi ao Senhor com alegria, apresentai-vos a ele com cântico”. Pelos cânticos as crianças aprendem a adorar e louvar a Deus (Mt 21,16 – “Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor”. Ensinamos verdades bíblicas através dos cânticos. As crianças poderão esquecer-se de nossas palavras mas lembrarão das letras dos cânticos que lhes ensinamos. Os cânticos atraem as crianças criando um ambiente alegre. As crianças gostam de cantar. As crianças participam ativamente na classe ao cantarem. Os cânticos com gestos proporcionam oportunidades para elas se movimentarem e desprenderem energias. Os cânticos, bem escolhidos, dão ênfase ao ensino da lição com o tema da aula. As crianças cantarão por toda parte, levando a mensagem do evangelho aos pais e aos outros. Os cânticos, se bem usados, podem auxiliar a disciplina. Devemos começar com cânticos bem alegres e movimentados e terminar com cânticos mais calmos.
2.2 – Como escolher os cânticos
Os cânticos devem ser escolhidos com antecedência, tendo em mente o alvo principal da lição. Escolha cânticos que tenham uma real mensagem espiritual. O lema do cântico não deve ser muito difícil pás as crianças entenderem. A música deve ser apropriada à faixa etária dos alunos. Escolha cantos que preparem o ambiente para a parte da aula que introduzem: oração, ofertas, histórias, etc. Escolha cânticos de andamento alegre, porém espirituais com uma letra que realmente tenha uma mensagem. Para as crianças mais pequenas escolher cantos simples, fáceis e curtos que deverão ser repetidos. Para as crianças de oito anos acima, usar cânticos mais próprios aos jovens. Nesta fase, cânticos com movimentos e gestos geralmente não agradam a criança.
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2.3 – Sugestões aos Professores
Conheça bem a música antes de ensiná-la. Explore várias formas de apresentar o texto e a melodia da música para tornar o processo de aprendizagem mais divertido. Cante uma frase e peça que as crianças a repitam em eco. Use auxílio visual (cartazes, gravuras, objetos, desenhos, etc.). Explique o significado de palavras desconhecidas. Dramatize a mensagem, usando movimentos apropriados (gestos que devem ser padronizados). Acrescente um instrumento sempre que possível ou use discos, fitas, Cds, etc. Utilize as palmas, batidas dos pés, etc. Cante usando bonecos ou fantoches (crianças até os 8 anos). Use uma tonalidade adequada para a voz da criança. Cuide da voz da criança. Não peça que cante “mais alto”, forçando demais a voz, aos berros. Explique a mensagem e o significado do cântico. Proporcione à criança a oportunidade de dirigir a parte de cânticos, de vez em quando. Sempre que possível, ensaiar um cântico com as crianças para cantar num culto, não só nos dias das mães ou dos pais. Não fique cantando por muito tempo. Faça pequenos momentos de canto. Assim, você evita a indisciplina e a falta de verdadeiro espírito de adoração.
3. Incentivo de Presença
Um dos problemas que interferem de forma negativa em nosso trabalho com as crianças é a falta de regularidade com que freqüentam as aulas. Podemos usar, vez ou outra, uma estratégia de incentivo de freqüência. É importante que os professores tenham de forma bem clara e definida as regras para este controle, evitando assim que os alunos de desmotivem. É importante que os pais e a própria congregação estejam cientes de que tal atividade está ocorrendo.
Algumas sugestões:
Este momento de aula deve ser bem curto para não prejudicar o ensino da Palavra. Faça a “competição”em, no máximo, cinco aulas. Exemplo: Corrida de fórmula um, quebra-cabeças para montar, composição com colagem de uma figura, rede ou aquário que vai recebendo os peixinhos, cestos que vão recebendo as frutas, etc. Não dê prêmios apenas para o primeiro colocado. Mesmo que você não esteja fazendo uma competição, anote ou faça chamada em todas as aulas. Este é um valioso instrumento quando vamos conversar com os pais dos filhos faltosos e relapsos.
4. Motivação
O momento da motivação deve vir antes da História Bíblica e tem como objetivo causar nos alunos um certo “desequilíbrio” que os levará a prestar atenção na história para assim alcançarem novamente o “equilíbrio”.
Assim sendo, a motivação deve ser constituída de algo que realmente desperte o interesse das crianças e sempre que possível, ser voltado para a aplicação e não para a História Bíblica. Temos várias sugestões no livrinho
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“Com Jesus” da nossa Igreja. Podemos usar desde um tijolo até uma historinha. Mas precisamos cuidar para que a motivação realmente esteja ligada à lição. No momento da aplicação da lição devemos voltar para a motivação (comparação) para que assim um os alunos possam fazer a ligação entre uma e outra. Algumas idéias que temos já podem ser mostrados no início da aula, criando assim, um clima de expectativa nos alunos (Ex. rede).
5. História Bíblica
a. A narrativa bíblica: Este é o momento em que vamos “contar”a história da Bíblia. A maneira de contá-la vai depender principalmente de duas coisas:
1. O preparo do Professor
2. O conhecimento que o professor tem sobre suas crianças (idade, interesses, desenvolvimento cognitivo).
Muitas vezes achamos que a boa apresentação de uma História Bíblica é aquela que está rodeada por vários recursos visuais. No entanto, o melhor recurso que temos para contar uma História Bíblica somos nós mesmos, basta uma verdadeira preparação da História.
Devemos começar nossa preparação da História Bíblica o quanto mais cedo possível. Não devemos deixar para a última hora. Podemos seguir os seguintes passos:
· Orar
· Ler a História Bíblica da lição, na Bíblia que usamos na igreja e, se possível, também na Bíblia Linguagem de Hoje.
· Procurar conhecer o contexto histórico, a localização geográfica e os costumes da época (as crianças maiores gostam muito desses detalhes).
· Procure no texto o seu ensino principal. O que poderia interessar as crianças? e qual é a ligação que essa história tem com o plano da salvação?
· Estabeleça alvos (aplicações) para o caminho da salvação.
· Escolha o recurso que irá utilizar para contar a história.
· Treinar em casa a História com o material que vai usar.
5.1 – Dicas para ter sucesso ao contar uma História Bíblica
Consiga a atenção das crianças com a primeira frase. Este é o melhor ponto para prender o interesse e o pior para perdê-lo. Não comece dizendo: “Hoje quero lhes contar uma história sobre...” Entre logo na história. Não confunda as Histórias Bíblicas com as estórias de contos de fadas. Conte com convicção narrando um fato que realmente ocorreu. Não se alongue falando de muitos detalhes, principalmente com as crianças menores. Visualize para você mesmo a história que vai contar. Situe-se nela e observe seu desenvolvimento.
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Lembre-se que os personagens são pessoas como nós, com os mesmos pensamentos, emoções e desejos. Você não poderá contar a história de maneira interessante se não a estiver vivendo. Memorize a seqüência dos fatos e leve um roteiro para evitar qualquer problema. Use Expressões faciais e gestos. Mas evite gestos inúteis e exagerados, assim como a contínua repetição do mesmo gesto. Varie o tom de voz e a velocidade no falar. Use diálogo, representando as personagens da história. Mude sempre os recursos. Procure sempre estar com a Bíblia na mão quando for contar uma história bíblica. Resolva onde será o ponto alto da história. Lembre-se de que será difícil prender a atenção dos alunos por muito tempo depois do clímax ter ultrapassado. Use linguagem comum, usada na vida diária do aluno.
5.2 - Recursos para contar a História
Gravuras: Use uma gravura que ilustre o conteúdo da história. Não mostre a gravura logo.
Flanelógrafo: Desenho figuras que representem o que está sendo contado.
Cartazes: Duas ou três gravuras que contem a história.
Fantoches: Podemos usar fantoches de personagens da própria história ou outros que contem ou participem da aula. Os fantoches podem ser feitos de mãos, dedos, de sacos de papel, comprados, etc.
Caixa surpresa: Traga uma caixa para a sala que contenha alguns objetos que aparecem na história e vá tirando aos poucos.
Caixa de areia: Confeccione figuras e cole-as em palitos de picolé. Faça uma caixa com areia (caixa de camisa, etc). Faça pequenas árvores, casas, etc.
Caixa-Caixa ou maquetes: Construa com sucata casas e use bonequinhos de arame para contar a história ou desenhos simples apoiados em cartolina.
Televisão: Faça uma televisão de mentirinha e conte a história. Você precisa ter muitas gravuras sobre a história para que não fique cansativo.
Dramatização: Faça uma dramatização com os alunos ou com um grupo de professores.
b. A aplicação do ensino bíblico: A parte mais importante numa aula de Escola Dominical é, sem dúvida, o momento onde se aplica a História Bíblica à vida das crianças. Porém, é comum que boa parte dos professores de ED de nossas congregações esquecem-se deste momento. A aula fica restrita ao contar
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a história e fazer trabalhos manuais, intercalados com cânticos e orações. Em geral, não há uma preocupação com a aplicação do texto bíblico à vida das crianças. Quanto muito, a aplicação fica restrita a uma espécie de apêndice da História Bíblica que geralmente inicia com: “Esta história nos ensina que devemos...”
Essa deficiência, cremos, está enraizada no preparo da lição, que muitas vezes se dá na sexta-feira, sábado ou mesmo no domingo antes de ir para à igreja! Com um preparo mal feito, o professor não terá tempo para deixar a mensagem bíblica “fermentar” em sua mente e, em consequência, não formulará bases sólidas nas quais poderá trabalhar a aplicação da aula. Em razão disso, os objetivos serão formulados de forma deficiente, enfatizando, quase sempre, só o conhecimento em detrimento das habilidades e atitudes.
A Escola Dominical, no poder do Espírito Santo, quer transformar vidas, mudar comportamentos, arrancar do pecado e trazer o aluno para a vida na fé, em obediência aos mandamentos e santificação a Deus! Se não valorizarmos a aplicação da história bíblica, estaremos simplesmente transmitindo uma cultura religiosa cristã, o que muito dificultará o trabalho do Espírito Santo.
Assim sendo, a aplicação não deve ser simplesmente uma parte da aula, após a História ter sido contada; ao contrário, toda a aula deve ser voltada à aplicação: desde a oração inicial até o cântico final, a nota marcante da aula deve ser a mensagem que a História Bíblica traz para a vida do cristão hoje. O aluno, ao término da aula, deve ter bem claro em sua mente o tema, a mensagem que aquela História Bíblica quer lhe transmitir. Deve sair da sala de aula e saber dizer: “Hoje aprendi que a vontade de Deus para minha vida é...”Se nossos alunos puderem dizer isso ao fim da aula, podemos estar certos de que também aprenderam a História Bíblica e que estarão prontos para praticar aquilo que aprenderam.
Lei e evangelho na aplicação
A Escritura usa LEI e EVANGELHO para atingir seu propósito de salvação e santificação do ser humano. Esta metodologia bíblica deve ser repassada aos alunos na aula, especialmente quando se aplica a mensagem bíblica em suas vidas.
Com base no estudo que fizemos no preparo da aula, especialmente levando em conta os objetivos traçados, os pecados a serem atacados e os meios para vencer estes pecados, é preciso que apliquemos Lei e Evangelho à vida de nossas crianças.
Anunciar LEI é dizer claramente as atitudes, palavras e ações que desagradam a Deus e trazem a condenação eterna ao inferno daqueles que as
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praticam. A Lei deve conduzir o aluno à realidade do pecado cujo salário é a morte; deve levar o aluno ao desespero de si mesmo e ao reconhecimento de seu pecado e à consciência clara de que, por suas próprias forças, está condenado ao inferno. Para isso, não tenhamos medo de pintar com cores bem vivas a realidade da condenação eterna ao inferno – o Evangelho só será importante para quem tem consciência de sua condenação.
Após anunciar a Lei de Deus, é preciso anunciar o Evangelho. O Evangelho é a boa notícia da salvação em Cristo. O Evangelho é a tábua de salvação, a corda que tira o pecador do fundo do poço! assim como a Lei deve ser anunciada com toda a sua dureza, o Evangelho deve ser anunciada em toda a sua doçura. Por isso, é preciso mostrar o quanto Deus nos ama e aceita como nós somos, perdoando em Cristo todos os nossos pecados. É preciso mostrar ao pecador desesperado o Pai que o espera de braços abertos, pronto para dar-lhe o perdão e uma nova chance, assegurando-lhe a vida eterna no céu mediante os méritos de Cristo.
Segue-se então o chamado ao arrependimento e à fé. Se queremos pessoalmente sermos possuidores do amor, do perdão, da vida eterna que Cristo nos dá na cruz e por sua ressurreição, é preciso que nos arrependamos de nossos pecados e nos apeguemos de todo o coração à graça de Deus – isto é – em Cristo! Só o arrependimento verdadeiro e a fé sincera em Cristo pode motivar nossas crianças e a nós mesmos a mudar a nossa atitude e lutarmos para não praticar mais aqueles pecados que a lição nos apontou.
É preciso ter cuidado para não esquecermos ou enfatizarmos a Lei mais que o Evangelho, ou vice-versa. Se enfatizarmos demais a Lei, nos tornamos legalistas, dando a impressão que nossa salvação se dá pela prática dos Mandamentos e que Deus é um Senhor irado e carrancudo pronto a castigar os desobedientes. Por outro lado, enfatizando o Evangelho em detrimento da Lei, passamos uma imagem de um Deus bonachão, que faz vistas grossas para o pecado, e de um cristianismo barato e hipócrita o que comprometerá a vida de santificação.
Nunca nos esqueçamos de que a força para transformar vidas, para evitar o pecado e santificar-se a Deus não é a Lei, os Mandamentos, mas sim o amor de Deus em Cristo, sua graça e seu perdão.
Sugestões para melhorar a Aplicação da Aula
a) Fantoches: Os fantoches ou marionetes podem ajudar na aplicação dialogada com os alunos – especialmente os menores. Na voz dos bichinhos, as lições aprendidas na História Bíblica terão um valor todo especial! Os bichinhos podem contar como
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eles “pecaram” numa suposta situação e como obtiveram o“perdão”; podem perguntar aos alunos e mesmo orar com eles.
b) Quadro “A vontade de Deus para minha vida”: Para as crianças maiores, o professor pode elaborar um quadro de cartolina ou papelão escrito em cima: “A vontade de Deus para a minha vida”; nas linhas que seguem abaixo serão escritos (em faixas móveis pregadas por fita adesiva ou alfinete) os temas ou lições aprendidas a cada domingo. No início da aula de cada domingo, as frases devem ser tiradas e as crianças desafiadas a relembrá-las.
c) Música e oração: Escolha uma música-tema especial para cada aula que se relacione com a mensagem central da lição. Comente a música e explique como ela se relaciona ao ensino bíblico do dia. As orações tanto do professor quanto dos alunos devem ser conduzidas na temática do dia. Os alunos devem ser encorajados a oração sobre a lição aprendida.
d) Dramatização: Prepare com antecedência um pequeno teatro que retrate uma situação típica da vida das crianças onde se revela o tema da lição. Pense no cenário e no figurino para que a experiência seja mais empolgante para os alunos. Depois da dramatização, reflita com os alunos a respeito da história que acabaram de aprender.
c) Gravuras: Crie o hábito de colecionar gravuras que demonstrem ações positivas e negativas e utilize-as no momento da aplicação da lição, mostrando-as e comentando-as com os alunos.
6. Ofertas
O momento das ofertas deve ser solene e organizado. Podemos utilizar um cântico referente ao assunto e sempre cantá-lo durante o recolhimento.
As crianças precisam ser instruídas sobre a oferta e este é um bom momento. Não devemos nos esquecer de despertar nas crianças uma visão missionária do aproveitamento das ofertas (ofertar para projetos),.
7. Versículo
Uma das práticas mais utilizadas em nosso trabalho com classes de ED é a memorização de versículos. Muitos são os questionamentos que existem com respeito a validade ou não deste trabalho.
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Martinho Lutero foi um dos grandes defensores do Método de Memorização de versículos bíblicos. Várias vezes, em seus escritos, apontou sobre a importância deste método no trabalho com crianças. Segundo Lutero, um dos propósitos da memorização é servir a compreensão. Memorizando o texto, sua explanação é facilitada, diz o Reformador. A idéia de Lutero consiste em memorizar e então explicar.
A memorização mecânica leva a poucos resultados. É preciso enfatizar a memorização compreensiva. Em outras palavras, o indicado é não decorar apenas o que o texto diz, mas sim, o que significa.
Vemos muitas vezes que nós professores não dirigimos o trabalho de memorização pensando desta forma. Assim, não alcançamos resultados satisfatórios neste trabalho e passamos para os alunos o verdadeiro pavor pela tão temida e chata “decoreba”. Por outro lado, alguns de nós pode simplesmente ter deixado esquecida esta parte tão importante e necessária no trabalho com nossas crianças.
A própria Bíblia nos aponta a necessidade e importância de se “decorar” a Palavra de Deus. Em Deuteronômio 6.6-7 lemos: “Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te r ao levantar-te”. No hebraico temos o verbo Schanan que é traduzido por incluir. Seu significado é “dizer sempre de novo”.
Vejamos alguns dos pontos positivos para que a memorização seja usada principalmente na área do ensino cristão.
· Decorar versículos bíblicos fortalece a vida espiritual da criança, guardando-a do pecado. Sl 119.11 – “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti”.
· O Espírito Santo poderá usar a Palavra memorizada, mesmo depois de muito tempo, para convencer do pecado, apontar para Cristo e confortar o coração.
· Estaremos ensinando às crianças a Palavra de Deus viva e eficaz.
· A infância é o tempo ideal para a memorização e para se aprender o máximo sobre a Palavra de Deus. – Provérbios 22.6 – “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e quando for velho não se desviará dele”.
· Levando a criança a memorizar a Palavra de Deus, estaremos preparando-a para testemunhar e ganhar almas para Cristo. 1 Pedro 3.15 – “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”.
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· As crianças gostam muito de decorar, desde que esta tarefa lhes seja ensinada de forma interessante e dinâmica.
7.1 – Princípios para o Trabalho de Memorização
Associação – a criança aprende associando coisas novas com outras que já lhe são familiares.
Concretização – A maioria das crianças pensa mais em termos concretos do que abstratos.
Visualização – A mente retém muito mais aquilo que vê. Use a “porta dos olhos”!
Atividades objetivas – As crianças aprendem mais facilmente através da ação. Mostre-lhes como tornar em ação o que aprenderam.
7.2 – Sugestões aos professores
· Faça esta parte da aula tão interessante que as crianças gostem de memorizar.
· Escolha versículos que tenham valor para a vida espiritual da criança e que combinem com o ensino da lição.
· Organize com os demais professores do DEBI e com seu pastor uma seleção de versículos para serem decorados.
· Crie na criança um amor à bíblia, demonstrando seu amor e reverência para com ela. Elas observam nosso modo de manusear e ensinar a Bíblia.
· Leia sempre o versículo da Bíblia, mesmo que ele esteja exposto em outro lugar.
· Você deve saber o versículo de cor e o significado do mesmo antes de ensina-lo às crianças.
· Não esteja pronto demais em ajudar as crianças na repetição do versículo. Demasiada ajuda resulta em preguiça mental.
· Para os pequeninos você deve escolher versículos pequenos ou as pastes principais dos mesmos.
· Não é necessário sempre ensinar um novo versículo a cada semana, especialmente com as crianças menores. Melhor é que aprendam seis versículos perfeitamente do que ficar com uma vaga idéia de 12.
· Resolva o momento certo para se ensinar o versículo. Geralmente deve ser ensinado logo no princípio depois dos cânticos. Porém, às vezes as crianças não vão entender o sentido do versículo até depois de ouvir a
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história. Outras vezes há um ponto no meio da lição quando se deve ensinar o versículo.
· Deve haver um período de descanso mental entre a memorização de versículos e a lição (um cântico, por exemplo).
· Ensine para os maiores alguns trechos da Bíblia – Exemplo: Salmo 23; Isaias 53.
· Use a versão da Bíblia que é usada por nossa igreja.
· Quando versículos são repetidos de ano para ano, deve ser feito um esforço para acrescentar algo a mais em termos de conteúdo.
· Sempre procure novas técnicas para o trabalho de memorização.
· Dedique tempo para o preparo desta sua aula.
· Lembre-se que os alunos diferem nos talentos. Alguns memorizam com facilidade, outros não. As exigências na memorização podem ser variadas levando-se em conta este aspecto.
7.3 – Passos para o Ensino de versículos
1) Leia o versículo completo diretamente da Bíblia. Nunca esqueça de falar a referência no início ou no final do versículo.
2) Leia o versículo uma vez com toda a classe. No caso de crianças muito pequenas, peça que repitam o versículo.
3) Explique o sentido das palavras desconhecidas.
4) Explique o fundo histórico do versículo (quando, em que circunstâncias, por quem foi dito).
5) Explique o que o versículo quer dizer e ensinar.
6) Repita o versículo com as crianças até que se torne conhecido( Utilize os métodos de ensino de versículos).
7.4 – Métodos para o ensino de versículos
7.4.1 – Quadro-Negro: Escreva no quadro o versículo bíblico e a referência. Explique o significado do versículo. Faça a classe repeti-la várias vezes. Então peça que as crianças fechem os olhos enquanto apaga uma palavra. Faça a classe olhar e repetir o versículo, suprindo as palavras que faltam. Continue desta maneira até que todo o versículo tenha sido apagado. Tanto o professor como a criança pode ir apagando as palavras. Repita o versículo no final da aula.
7.4.2 – Lousa: escreva o versículo na lousa. leia-o duas vezes em voz alta com toda a classe. Peça a um aluno para ler a primeira palavra, o seguinte a segunda e assim por diante.Repita a técnica várias vezes. Apague a lousa e siga o mesmo processo. Se um aluno não lembrar a palavra, peça ao aluno seguinte para dizê-la. Quando o versículo é recitado facilmente, mude o ponto de partida
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para outro aluno, assim cada um dirá uma palavra diferente. Finalmente, peça voluntários para recitar todo o versículo.
7.4.3 – Flanelógrafo ou cartaz de pregas: Prepare figuras que ilustrem algumas palavras do versículo e letreiros com as palavras e referências. Coloque no flanelógrafo ou no cartaz de pregas. Depois de repetir o versículo várias vezes com a criança, vá tirando as figuras e os letreiros aos poucos até que o versículo tenha sido decorado. Durante o processo, o professor pode pedir para que apenas os meninos repitam ou apenas os alunos que tenham mais de oito anos,etc.
7.4.4 – cartazes: Escreva a referência num lado do cartaz e, no verso, uma figura que ilustre o versículo. Os cartazes são muito úteis para usar e recapitular os versículos.Olhando a figura, as crianças devem dizer onde o versículo se encontra; olhando o lado da referência, devem dizer o versículo.
OBS: Não se deve usar uma mesma figura para mais de um versículo.
7.4.5 – Gestos: Use gestos que combinem com o sentido do versículo.
7.4.6 – Dedos: Para as crianças menores, pode se ensinar um versículo ou parte de um versículo marcando nos dedos cada uma das palavras.
7.4.7 – Versículos musicados: Ensine os versículos cantando .
7.4.8 – Quebra-cabeças: Prepare uma figura grande, ou um cartaz escreva nele o versículo em letras grandes. Divida o cartaz em diversas partes de formatos diferentes. Recorte estas partes. Para ensinar o versículo, junte as partes. Depois que as crianças decoraram o versículo, desfaça o quadro e entregue os pedaços pra uma ou mais crianças do grupo e peça para que montem o quebra-cabeça. Podem ser feitos mais de um quebra-cabeça igual e se fazer uma competição entre os grupos.
7.4.9 – Varal: Tome diversas folhas de papel tamanho ofício e dobre-as ao meio. Escreva as palavras do versículo em letras grandes, uma ou mais em cada folha, completando o versículo e a referência. Leve um cordão para a sala e estenda-o para fazer um varalzinho (Dois alunos poderão segurar as duas pontas). Pendure as folhas de papel sobre o varal pela dobra, formando o versículo. Depois que as crianças decorarem o versículo, mude a posição das folhas e chame uma criança para arrumar as folhas na ordem certa.
7.4.10 – Grupos: Divida o versículo em partes. Divida a classe em grupos. Cada grupo deverá decorar a sua parte que deverá estar escrita em um papel. Depois de repetirem o versículo várias vezes, veremos se os alunos aprenderam o versículo inteiro.
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Exemplo:TODOS –“Acaso não sabeis;
GRUPO 1 – que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo;
GRUPO 2 – que está em vós;
GRUPO 3 – o qual tendes da parte de Deus;
GRUPO 4 – e que não sois de vós mesmos?”
TODOS – I Coríntios 6.19
7.4.11 – Jogo de telefone: Um aluno dirá a primeira palavra do versículo, o segundo aluno a segunda e assim por diante. O último deverá dizer em voz alta todo o versículo.
7.4.12 – Pingue-pongue: O aluno “A” diz a primeira palavra do versículo, o aluno “B”diz a segunda, o aluno “A” diz a terceira e assim sucessivamente.
7.4.13 – Jogo de amarelinha: Escreva cada palavra do versículo em um quadro de amarelinha. Na media em que o aluno vai pulando ele deverá ir dizendo o versículo.
7.4.14 – Falar o versículo em ritmos diferentes
7.5 – Incentivos à memorização
· Dê um cartãozinho com o versículo escrito para quem conseguiu decorá-lo. Este cartãozinho poderá ser colado em um caderno e no fim da série, os cadernos poderão ser premiados.
· Prepare um “tiro ao alvo” para cada criança, com referências escritas ao redor do alvo. A medida que a criança aprende o versículo, cola-se pequenos círculos dourados junto à referência. Ao terminar a memorização de todos os versículos, cola-se um círculo maior bem no centro.
· Prepare “dinheiro” mimiografado, entregando uma nota a cada criança que repetir seu versículo sem errar. Prepare também um caixa de artigos de pouco valor de que são interessantes para as crianças(artigos evangélicos). Cada artigo tem seu preço. Uma vez por mês, a lojinha estará aberta, antes ou depois da aula, para quem já ajuntou dinheiro para comprar o artigo que deseja.
· Uma lista de versículos pode ser entregue a cada criança, deixando um espaço no fim de cada referência onde o adulto poderá assinar seu nome depois de ouvir a criança recitá-lo sem erros.
· Confeccionar um cartaz onde cada versículo aprendido é colocado uma estrela ao lado do nome da criança.
· Dar a cada criança um versículo cuja letra inicial seja a mesma que a do seu nome.
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· Marque uma gincana entre grupos, onde será vencedor o grupo que souber o maior número de versículos.
7.6 – Recapitulação dos versículos aprendidos
Recorde os versículos memorizados cada semana até o fim da série. Depois volte de vez em quando para ouvi-los novamente.
· Faça perguntas que as crianças poderão responder com um versículo bíblico.
· Montar quebra-cabeças com versículos bíblicos.
· Varal: colocar em ordem as palavras que formam o versículo.
· Gestos: descobrir qual é o versículo que está sendo dito por gestos.
· Competição: no final de um período, revise todos os versículos memorizados promovendo uma competição na classe.
· Use cartazes, mostrando o lado da referência bíblica e pedindo que citem o versículo ou vice-versa.
· Faça um bingo em que você dite a referência e os alunos marquem o texto.
· Escreva a primeira letra de cada palavra do versículo no quadro e deixe espaços para que os alunos completem.
· Faça exercícios de completar. Escreva o versículo deixando espaços em branco para as palavras-chaves.
· Recitação por grupos. Ex: alunos que fazem aniversários no mês de setembro, alunos que estão com roupa azul, etc.
· Mencione a referência bíblica, os alunos respondem com versículo.
· Divida a classe em grupos e dê a referência. Cada componente do grupo deverá dizer uma palavra até se completar o versículo.
· Jogos dos cartões: tendo vários versículos memorizados, escreva a metade de cada versículo em um cartão e a outra metade em outro cartão. Embaralhe todos os cartões. Os alunos sentam, em torno de uma mesa onde os estão dispostos num monte. Prossegue-se a rodada, tomando um cartão do monte. Se o cartão lhe serve para completar o versículo ele fica com o cartão, do contrário, coloca-o de volta ao monte com a parte virada para baixo. Vence o jogo o aluno que tiver maior número de cartões.
· Os alunos recapitulam os versículos com os colegas. Um começa dizendo a primeira parte, o outro prossegue recitando a segunda parte.
· Grupos de alunos fazem um desenho que representa o seu versículo favorito. Cada grupo troca seu caderno com o outro grupo, tentando, com base no desenho, recitar o versículo do outro grupo.
· Entregar uma folha com vários versículos misturados e os alunos deverão cortar e colar os versículos da maneira correta.
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· Árvore da recapitulação: o professor desenha uma grande árvore e a cada encontro ele pergunta versículos para os alunos. Quem souber recebe um fruto no qual é escrito o nome do aluno e a referência do versículo que soube. Os frutos vão sendo colocados na árvore e depois de algum tempo, o aluno que tiver o maior número de frutos colocados na árvore ganha um prêmio.
8. Atividades:
O período de atividades práticas destina-se tanto a fixação do ensino bíblico, como a avaliação do aprendizado. Para que as atividades alcancem seus propósitos, é preciso que sejam realizadas de forma apropriada à idade dos alunos com os quais se trabalha.
É fundamental também que o professor tenha completo domínio sobre a técnica de trabalho que será realizado e que prepare o material com antecedência, evitando assim que o tempo seja perdido com a procura e localização de material.
O professor deve ter o cuidado de dividir o tempo de tal maneira que, em função da atividade escolhida, não sobre nem falte tempo.
Devemos tentar sempre propor atividades que estejam mais relacionadas com a aplicação do que com a História Bíblica em si.
A seguir, relacionamos alguns exemplos de técnicas que podem ser realizadas em nossas classes de ED. Use a sua criatividade para desenvolver as sugestões abaixo. Não esqueça que “criatividade demanda mais transpiração do que inspiração”. Pergunte sempre aos alunos o que mais lhes agrada.
Pré-escolares: As atividades práticas a serem realizadas com os pré-escolares, devem ser acompanhadas e dirigidas muito de perto pelos orientadores, pois, o sucesso deste trabalho depende do modo como o mesmo será orientado. Que segue
· Pinturas com giz de cera.
· Desenho dirigido.
· Massa de modelar.
· Recorte e colagem.
· Dramatizações da história bíblica ou de situações práticas.
· Pintura com pincel ou usando os dedos.
· Blocos lógicos.
· Quebra-cabeças.
· Confecção de cartazes.
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Primários e pré-confirmandos: Usar os seguintes materiais:
· Questionários.
· Dramatizações da história ou de situações práticas.
· Pinturas com giz de cera, tinta, etc.
· Recorte e colagem.
· Confecção de cartazes.
· Entrevistas.
· Quebra-cabeças.
· Jogos de memória.
· Gincanas.
· Bingos.
· Palavras cruzadas.
· Leitura dirigida.
· Trabalhos em grupos.
9. Oração:
O valor da oração para a criança vai depender diretamente do valor que os adultos que a cercam (pais, professores, familiares, etc.) dão à oração. As crianças são muito sensíveis e percebem claramente se a oração feita por seus pais ou professores é ou não algo importante e significativo para eles.
Por isso, a oração deve ser (especialmente para os menores) uma experiência valorizada por sua qualidade e não tanto por sua frequência. É preferível que as crianças tenham experiências menos freqüentes mas positivas, do que intensas, porém negativas.
É fundamental que enfatizemos sempre que a oração é uma conversa com Deus, nosso Pai. Embora não o vejamos, Deus está presente e nos ouve quando falamos com ele em nome do Senhor Jesus. Por isso, a oração deve representar para a criança um momento de respeito e seriedade, refletindo especialmente em nossas atitude como professores.
Nossos alunos devem ser esclarecidos periodicamente sobre as respostas de Deus às nossas orações; nem sempre Deus nos atende em tudo o que pedimos. Ele pode responder: SIM, NÃO ou ESPERE, às nossas orações, segundo aquilo que Deus sabe ser o melhor tempo que julgar apropriado para nós.
9.1 – Dicas Práticas para o momento de oração na Escola Dominical
O momento de oração na aula pode ser introduzido por um canto apropriado que prepare o ambiente para o silêncio e o respeito que demanda a oração.
As orações devem ser simples, de fácil compreensão pelas crianças (cuidado com os chavões) e breves. Orações um pouco mais longas podem ser feitas com
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os pré-confirmandos. Com os pequenos, o professor (sem prática) deve elaborar antes a oração com frases curtas que serão repetidas em coro pelas crianças.
As formas de oração podem ser variadas: a maneira tradicional (olhos fechados, cabeça reclinada e mãos cruzadas) pode ser alternada com orações em círculo de mãos dadas, orações com gestos, etc.
Cuidado para que a oração não se torne egocêntrica e uma mala de pedidos. Por exemplo:
Louvor ( “Pai do céu, Todo-Poderoso”);
Agradecimento (“...nós te agradecemos por...”);
Outros ( “Nós te pedimos pelo...”);
Eu (“e ajuda-nos, ...perdoa-nos...”).
Para os pré-confirmandos siga a seguinte ordem:
Invocação;
Louvor;
Agradecimento;
Súplica;
Finalidade da súplica;
Louvor.
Desde cedo devemos incentivar as crianças a orarem de forma espontânea. Não devemos preocupar com as palavras ou conteúdo de suas orações ingênuas. É aconselhável, no início, pedir que a criança faça uma oração dirigida a uma finalidade (agradecer pela família, pedir por um amigo doente,etc).
As orações decoradas devem ser explicadas e usadas nas aulas periodicamente. Além do Pai Nosso, há ainda bênçãos da manhã e da noite, escritas por Lutero no Catecismo Menor (HL p. 102 e 103). Pode-se criar outras orações curtas para momentos especiais para que sejam memorizadas pelos alunos. A memorização de orações deve respeitar a idade dos alunos.
10. Dever de Casa:
Será que devemos ou não passar tarefas para serem feitas em casa por nossas crianças? Sabemos que muitos pais luteranos discordam de tal procedimento.
Vendo a realidade de nossos lares luteranos, vemos que uma minoria tem o bom hábito de realizar devoções domésticas diariamente com toda a família reunida. Temos assim, como alunos, crianças que muitas vezes podem ouvir a Palavra de Deus apenas por uma hora na semana. Isso ainda dependendo da freqüência que tem na ED.
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Dando tarefas de casa, estaremos aumentando, pelo menos, um pouco o tempo em que a criança terá contato com a Palavra de Deus. Convém lembrar apenas que estas atividades deverão ser interessantes e cobradas de forma séria pelos professores. Ao invés de censurar os alunos que não fizeram a atividade, devemos elogiar os alunos que as fizeram.
Devemos ter o cuidado de propor tarefas que estejam ligadas ao ensino dado e também que tragam proveito espiritual para nossos alunos.
Adaptado: Seminário de Educação Cristã – Distrito Capixaba
Pastor: Valfredo Reinholz.
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Paróquia Cristo Rei de Alta Floresta do Oeste(RO)
Curso para professores de escola dominical
28 de setembro de 2000