IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL PARÓQUIA PAZ DE TAIÓ - Pastor: Martim Brehm
Fone: 35621110 84931487/92191495
VALOR DA VIDA
(Visão Bíblica)
Qual é o valor da vida? Como as pessoas avaliam a vida? Por que vivemos? O que a Bíblia diz sobre a vida?
«Por que vivo?». Algumas possíveis respostas: «Eu vivo para gozar a vida enquanto ela dura». «Comamos e bebamos, pois amanhã morreremos» (1 Co 15.32). «Eu vivo para fazer o bem e ser bom. Isto é o melhor que alguém pode fazer.» «Eu vivo para ter uma boa posição social, para ganhar fama, para adquirir o máximo de conhecimento possível.» «Eu vivo para agradar meu marido ou minha esposa», ou: «eu vivo para meus filhos». «Não vejo nenhum objetivo na minha vida. Sou uma vítima infeliz do acaso. Vivo somente para sobreviver. Não sei de onde vim nem para onde vou. Minha vida é governada pelo destino cego.» «Não me incomode com tal pergunta. Estou muito ocupado com outras coisas para pensar nisso».
O OBJETIVO DA VIDA REVELADO
Por que vivo? Qual é o valor da vida? Esta investigante pergunta tem preocupado a mente dos homens de todos os tempos. Os cientistas têm esquadrinhado o universo todo sem sucesso. Filosofias têm esgotado todas as reservas de conhecimento por uma resposta satisfatória. Na Bíblia, a Palavra de Deus, temos uma resposta para estas questões.
É importante notar que esta resposta é encontrada logo no primeiro livro da Bíblia. Ali, na frase de abertura, nós lemos: «No princípio criou Deus os céus e a terra» (Gn 1.1). Este primeiro capítulo da Bíblia nos fala, mais adiante, que depois de ter Deus criado todas as coisas, também criou o homem dotou-o com uma mente racional e lhe deu autoridade e poder para ter «domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus; sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra» (Gn 1.26). O capítulo seguinte nos diz que Deus colocou o homem num belo lar-jardim chamado Éden, para o cultivar e guardar e deleitar-se com seus frutos sadios.
O homem era a coroa da criação de Deus. O homem deveria ocupar-se com este mundo maravilhoso no qual tudo fora colocado sob seu comando.
Além disso, «criou Deus, pois, o homem à sua imagem» (Gn 1.27). A imagem de Deus consistia em «justiça e retidão» (Ef 4.24) e um perfeito conhecimento de Deus e de sua vontade. O homem possuía uma perfeita compreensão de Deus. Neste estado de inocência e perfeição ele encontrava seu supremo objetivo vivendo em comunhão com Deus e refletindo a glória do seu Criador. No meio do jardim do Éden Deus plantou a «árvore da vida» (Gn 2.9). Era da boa e graciosa vontade de Deus que o homem comesse daquela árvore e vivesse eternamente.
Aqui está a completa resposta de Deus à pergunta: Por que vivo? O homem deveria ser perfeitamente santo e justo. Devia viver em comunhão com Deus. Como criatura racional, devia habitar o mundo maravilhoso que Deus lhe havia criado e gozar felicidade perfeita. Toda sua vida deveria refletir a imagem de seu Criador; devia ele viver para o louvor do seu Deus; e esta comunhão deveria continuar para sempre.
O OBJETIVO DA VIDA PERDIDO
Esta comunhão se perdeu com a queda do homem em pecado.
Os filhos nascidos a estes primeiros pais não nasceram com a imagem de Deus, mas com a imagem pecaminosa de seu pai Adão (Gn 5.3). Eram carne pecaminosa nascida de carne pecaminosa (Jo 3.6). Como tais, herdaram toda a culpa e punição do pecado - ira de Deus, desgosto, morte temporal e eterna condenação. Todos são formados em iniqüidade e concebidos em pecado (Sl 51.5). A imaginação do seu coração é má desde a sua mocidade (Gn 8.21). Sua mente carnal é inimizade contra Deus (Rm 8.7). Seu entendimento é obscurecido, e são «alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem pela dureza dos seus corações» (Ef 4.18; confere também Rm 3 .10-18).
Com a queda em pecado o homem passou a viver para si mesmo e não para Deus como era para ser. Também perdeu o perfeito conhecimento de Deus. Em lugar de amar a Deus, o homem agora só pensa em si mesmo. Ao invés de viver para Deus, o homem agora vive para si mesmo. Na sua ignorância e cegueira espiritual seu coração, sentimentos e vontade não estão firmados nas coisas do alto, mas nas coisas terrenas. Em lugar de glorificar a Deus, o homem glorifica a si mesmo. E, assim fazendo, traz miséria e desgraça para si mesmo e para os outros (Confere Romanos 1.18 e seguintes).
Ás vezes parece que o homem pode viver feliz e prosperamente sem Deus, vivendo uma vida egoísta e auto-centralizada. Mas esta aparente prosperidade é apenas por um rápido momento. O homem rico na parábola de Jesus podia, por um momento, gloriar-se sobre sua abundante colheita, dizendo: «Minha alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come e bebe, e regala-te». Mas, antes de findar a noite, Deus lhe disse: «Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?». «Assim», diz Jesus, «é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus» (Lc 12.19-21). Vivendo para si mesmo o homem pode, à primeira vista, conseguir grandes coisas. Pode dominar as forças da natureza e até mesmo subjugar a energia do poder atômico. Mas no final descobre que sua habilidade criadora volta-se contra ele mesmo, para a sua destruição e para a destruição de seus semelhantes.
Assim, quando parece que o homem é feliz e próspero ao viver para si mesmo, a verdade é que não é. Até que o objetivo de Deus não tenha sido restabelecido, o homem jamais poderá ser verdadeiramente feliz. Por que vivo? Qual é o valor da vida? Esta pergunta nunca poderá ser respondida corretamente até que se compreenda que Deus nos permite viver a fim de que seu objetivo possa ainda ser atingido em nossa vida. E graças a Deus ele fez tudo o que é necessário para que isto seja concretizado.
O OBJETIVO DA VIDA REIVINDICADO
Felizmente este não é o fim da história. Quando o homem caiu em pecado, Deus imediatamente prometeu enviar-lhe um Salvador (Gn 3.15). Deus repetiu esta promessa até que finalmente a plenitude do tempo chegou, e «Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos» (Gl 4.4,5).
Cristo mesmo declarou: «Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. » (Jo 3.16). Deus tanto amou ao homem, que devia ainda viver para a glória do seu Criador. Sua imagem perdida devia ser restaurada. A vida eterna ainda devia ser sua. «Nisto se manifestou o amor de Deus em nós», diz o apóstolo João, «em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.» (1 Jo 4.9).
Para alcançar isto, Deus não poupou seu próprio Filho, antes por nós o entregou (Rm 8.32). Aquele que não conheceu pecado Deus o fez pecado por nós «para que nele fôssemos feitos justiça de Deus» (2 Co 5.21). Assim Cristo, o Filho de Deus sem pecado, deu-se a si mesmo por nós, «o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus» (1 Pe 3.18). «Ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados» (Is 53.5). Por Seu inocente padecimento e morte Cristo abriu-nos as portas do Paraíso. Pelo derramamento do Seu santo e precioso sangue Ele redimiu-nos de todo o pecado, da morte e do poder do diabo - para que nós pudéssemos, uma vez mais, ser propriedade Sua e para que o objetivo de Deus na nossa vida pudesse ser alcançado.
Cristo declarou: «Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância» (Jo 10.10). «Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida» (Jo 5.24) . «Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai se não por mim» (Jo 14.6).
No sacrifício de Cristo pelos nossos pecados, para a nossa salvação, nos é mostrado a valor da vida humana. Deus pagou um preço pela vida de cada ser humano. O preço foi o santo e precioso sangue de Cristo. Este é o real valor da vida humana. Será que as pessoas em geral crêem nisto? Creio que a maioria das pessoas procura um outro fundamento e uma outra razão da vida. Porém, a Bíblia mostra que o valor da vida de cada ser humano é muito grande. Deus providenciou para que pudéssemos ainda viver dentro do Seu propósito para o qual nos criou. Assim:
O OBJETIVO DA VIDA RESTAURADO
Assim, Cristo veio para restaurar o objetivo de Deus na vida do homem. É apenas em Cristo e através de Cristo que este objetivo pode ser atingido. Por isto as Sagradas Escrituras declaram: «Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus» (Jo 3.36 «E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.» (Atos 4.12). O Espírito Santo levou Paulo ao conhecimento desta verdade salvadora. Por isso ele diz: «Para mim o viver é Cristo» (Fp 1.21). «E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim».(Gl 2.20). «E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou» (2 Co 5.15). «Se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos somos do Senhor» (Rm 14.8).
Como resultado disso, a imagem de Deus perdida está sendo restaurada. Através do santo batismo somos lavado e purificado dos nossos pecados, nos tornamos novas criaturas em Cristo (Jo 3.5; 2 Co 5.17) e herdeiros segundo a esperança da vida eterna (Tt 3.7).
Mesmo que sejamos imperfeitos, Deus espera que vivamos em Cristo e Cristo viva em nós (Gl 2.20). diz o Apóstolo, «porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo» (1 Co 6.19-20). Toda a nossa vida deve ser vivida para a glória de Deus. Movidos pelo amor de Deus queremos refletir a imagem de Deus. Queremos «proclamar as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz» (1 Pe 2.9). Quer comas ou bebas, ou faças outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de teu Deus (1 Co 10.31; 1 Pe 4.11). Queremos amar a Deus e servi-lo com todo o teu coração, toda a tua alma e todo o teu entendimento (Mt 22.37). Em total compromisso com ele, que dedicar toda a minha vida a Deus.
Esta é a resposta de Deus - à pergunta: Por que vivo? Qual é o valor da vida? Eu vivo para cumprir o objetivo de Deus em mim. Vivo para fazer a vontade daquele que me criou para o seu louvor e que me redimiu através de Cristo para que eu Lhe pertença e viva submisso a ele em seu reino e o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança. Vivo, não para mim mesmo, mas para aquele que por mim morreu e ressuscitou (2 Co 5.15). Tudo o que sou, o que tenho e o que recebo, devo a Ele. Como cristão considero minha vida um compromisso sagrado. Sou apenas um administrador, zelador e guardador da minha vida. Devo protegê-la como um tesouro sem preço. Meu corpo e alma, meus talentos e capacidades, meu tempo, minhas posses terrenas - tudo o que tenho pertence a Deus. Devo fazer uso de tudo apropriadamente para atingir os objetivos de Deus em minha própria vida e ajudar no alcance dos objetivos de Deus na vida das outras pessoas.