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Disciplina: Exegese do Antigo Testamento
Professor: Dr. Acir Raymann
Alunos: Geomar Martins e Miquéias Eller
Data: 11/10/07


A Narrativa Babilônica do Dilúvio: Similaridades e Contrastes
De todas as tradições antigas que se relacionam com o Antigo Testamento, a estó­ria do Dilúvio babilônico, incorporada à Epopéia de Gilgamesh, manifesta a mais impressionante e minuciosa semelhança com a história do dilúvio da Bíblia. Ela está baseada na tradição suméria, sua antecessora, porém muito mais ampla. Constitui o décimo - primeiro livro da famosa Epopéia assírio-babilônica de Gilgamesh. O texto, na forma existente, vem da biblioteca do rei assírio Assurbanípal (669-626 a.C.), mas fora transcrito de originais muito mais antigos.

Similaridades
  1. Ambas as narrativas sustentam que o dilúvio foi divinamente planejado.
Deus decide destruir a humanidade por meio do dilúvio. /Os deuses decidem destruir os seres humanos.
  1. Concordam que a catástrofe iminente fora divinamente revelada ao herói do dilúvio.
Deus avisa a Noé. / Ea, deus da sabedoria, avisa Utnapistim.
  1. Relacionam o dilúvio com a corrupção da raça humana.
Porque todos homens tinham se pervertido. /Os deuses não suportavam o ruído produzido por eles
  1. Falam da libertação do herói e sua família.
Entraram na arca Noé, sua esposa, seus filhos e suas noras./ Entraram Utnapistim , sua família e os artesãos que o ajudaram na construção da barca.
  1. Afirmam que o herói do dilúvio fora instruído divina­mente para construir um enorme barco para preservar a vida.
Deus ordena Noé construir uma arca para que se salvem./  Ea manda Utnapistim criar uma barca para que se salvem
  1. Indicam as causas físicas do dilúvio.
Romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram (Gn 7: 11)./ Babilônica: chuvas torrenciais e ventos destruidores acompanhados por relâmpagos e trovões, rompimento de diques, canais e reservatórios.
  1. Especificam a duração do dilúvio.
Iniciou o dilúvio, que durou quarenta dias e quarenta noites./ O dilúvio durou sete dias e sete noites
  1. Citam o lugar onde o barco encalhou.
A arca repousou nas montanhas do Ararate./ A barca repousou no monte Nisir.
  1. Descrevem atos de adoração praticados pelo herói depois do seu livramento.
Noé levantou um altar e ofereceu sacrifícios a Deus./ Utnapistim ofereceu um sacrifício de ação de graças aos deuses.
  1. Falam de bênçãos especiais dadas ao herói, depois do desastre.
Deus abençoa Noé e sua família./ Enlil abençoa a Utnapistim e permite que deixe de ser mortal.
Contrastes

1.       As duas narrativas estão em grande contraste, quanto às suas concepções teológicas.
Enquanto na narrativa bíblica impera o monoteísmo, na babilônica encontramos provas de um politeísmo forte. Em vez de atribuir o Dilúvio ao Único e Eterno Deus, como está registrada no livro de Gênesis, a narrativa babilônica inclui uma grande quantidade de divindades que não se dão uma s com as outras.
2.      Estão em grande contraste quanto às suas concepções morais.
Na narrativa babilônica não é apresentada uma posição clara sobre o pecado e por fim o dilúvio aparece apenas como um capricho dos deuses. Já o relato bíblico o dilúvio é um julgamento moral justo enviado por Deus. E por isso pune o pecador impenitente mesmo que isto acarrete destruição do mundo, mas salva aquele que se arrepende dos grandes pecados com seu poder e de forma divina.
3.       Estão em contraste quanto às suas concepções filosóficas.
A narrativa babilônica confunde matéria e espírito tornando ambos eternos. Desse modo falha em diferenciar espírito de matéria, e o espírito finito do Espírito infinito. Mostra o dilúvio como sendo vários fenômenos físicos em forma de divindades e ainda é ignorante quanto aos princípios causais.
O relato Bíblico atribui o dilúvio ao Criador de todas as coisas, o qual coloca as forças naturais de sua criação para atingir seus objetivos.


Explicações das semelhanças
  1. Os babilônicos se apropriaram da narrativa hebraica.
Provavelmente no período do exílio Babilônico
  1. Os hebraicos se apoderaram da narrativa babilônica.
Um dos principais argumentos é o suposto colorido da história do Dilúvio Hebraico.
  1. Tanto a narrativa hebraica como a babilônica provém de uma fonte comum de fato, que se originou de uma ocorrência verdadeira.
Ambas as narrativas provém de uma origem comum entre os semitas, onde uns foram para a Babilônia enquanto outros foram para a Palestina levando consigo estas tradições.

Paralelos entre o relato Bíblico e o babilônico do Dilúvio

                      Relato bíblico                                                            Epopéia de Gilgamés
                    (Gn 6.1—9.17 )                                                                (Tablete XI)

Motivo
Deus decide destruir a humanidade por meio do dilúvio, porque todos tinham se pervertido (Gn 6.13).
Os deuses não suportavam o ruído produzido pelos seres humanos; decidem destruí-los por meio do dilúvio.

Aviso
Deus avisa a Noé, o único que fazia a vontade divina, de sua decisão. Ordena construir uma arca para que se salvem Noé, sua família e os animais (uns poucos de cada espécie) (Gn 6.9,11-21).
Ea, o deus das águas doces (e um dos criadores da humanidade), avisa Utnapistim da decisão dos deuses. Manda-o criar uma barca para que se salvem ele e a semente de toda a vida. Indica-lhe o que dizer se lhe perguntarem o que estava acontecendo.

Construção
da
Arca
Noé obedeceu a Deus; construiu a arca nas medidas que Deus lhe deu. Entraram Noé, sua esposa, seus filhos e suas noras, e os animais (Gn 6.22—7.9).
Utnapistim obedeceu a Ea; construiu a barca com as medidas que lhe deram. Entraram ele, sua família e os artesãos que o ajudaram na construção da barca, e os animais. Utnapistim levou consigo suas riquezas.

O dilúvio
Deus fechou a porta da arca. Iniciou o dilúvio, que durou quarenta dias. Deus faz com que as chuvas cessem. As águas cobriram a terra por quase um ano. A arca repousou no monte Ararate (Gn 7.10-8.14).
Utnapistim fechou a porta da barca. O dilúvio durou sete dias; foi tão terrível que os próprios deuses se espantaram e fugiram para o mais alto dos céus. As águas cobriram a terra por pouco mais de um mês. A barca repousou no monte Nisir.

Saída
da
Arca
Noé, sua família e os animais saem da arca à ordem de Deus (Gn 8.15-20).
Utnapistim vê o estado da terra. Abre as portas da barca e todos saem, menos ele, pois viu os cadáveres espalhados por toda a terra, convertidos em barro. Sente-se desamparado. Com o tempo sai.

O sacrifício
e seus
efeitos
Noé levantou um altar e ofereceu sacrifícios a Deus. Os sacrifícios agradaram ao Senhor, que prometeu não voltar a amaldiçoar a terra por causa da humanidade, nem voltar a destruir todos os animais (Gn 8.20-22).
Utnapistim ofereceu um sacrifício de ação de graças aos deuses, os quais acudiram rapidamente e se juntaram como moscas ao redor do sacrifício. A deusa Istar convidou todos os deuses a participarem do sacrifício, menos Enlil (o deus que causou a devastação, inesperada para os outros deuses). Enlil se enfureceu porque alguns seres humanos escaparam. Logo ao dialogar com outros deuses, Enlil se tranqüilizou.

A bênção
divina
Deus abençoa Noé e sua família. Diz a eles que encham a terra e lhes dá poder sobre os animais. Poderão comer todos os animais e verduras que queiram. Não podem comer carne com sangue. Deus pedirá contas pela vida de cada ser humano (Gn 9.1-7).
Enlil abençoa a Utnapistim e permite que deixe de ser mortal e se converta em um semelhante aos deuses.

A aliança
de Deus
com o
ser humano
Deus fez uma aliança com Noé e com seus descendentes (ou seja, com toda a humanidade): não voltar a destruir o ser humano nem os animais por meio de um dilúvio. (Gn 9.8-17)





Bibliografia

Bíblia de Estudo Almeida. São Paulo, Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
KIDNER, Derek. Gênesis: Introdução e Comentário. São Paulo, Vida Nova e Mundo Cristão, 2005.
HEIDEL, Alexander. The Gilgamesh Epic and Old Testament Parallels. ed. 2, Chicago. University of Chicago Press, 1949.
UNGER, Merril F. Arqueologia do Velho Testamento. Trad. Yolanda M. Krievin. São Paulo, Imprensa Batista Regular, 1989.
MORRIS, Henry. Criação ou Evolução? São Paulo, Fiel, s.d.

NARRATIVA BABILÔNICA DO DILÚVIO

NARRATIVA BABILÔNICA DO DILÚVIO
A mais extraordinária de todas as histórias extra-bíblicas do Dilúvio é a narrativa babilônica. Ela está baseada na tradição suméria, sua antecessora, porém muito mais ampla. Constitui o décimo - primeiro livro da famosa Epopéia assírio-babilônica de Gilgamesh. O texto, na forma existente, vem da biblioteca do rei assírio Assurbanípal (669-626 a.C.), mas fora transcrito de originais muito mais antigos.
As placas do Dilúvio foram desenterra­das em Cuiunjique (Nínive) por Hormuzd Rassam em 1853, mas não foram identificadas até 1872, quando George Smith, que então se dedicava em estudar e classificar as descobertas cunei­formes de Cuiunjique, examinou-as novamente e as identificou.
De todas as tradições antigas que se relacionam com o Velho Testamento, a estó­ria do Dilúvio Babilônico, incorporada à Epopéia de Gilgamesh, manifesta a mais impressionante e minuciosa semelhança com a Bíblia. O Noé babilônico é apresentado com o nome de Utnapistim, "Dia da Vida". Este, ao explicar a Gilgamesh a maneira pela qual obtivera a imortalidade, faz um relato completo do Dilúvio. É este aspecto da Epopéia de Gilgamesh, que a torna de interesse especial para os estudiosos da Bíblia.
No décimo - primeiro livro da epopéia, Utnapistim explica a Gilgamesh a sua imortalidade, fazendo-lhe uma narrativa do Dilúvio. Nesta notável estória, o chamado "Noé Babilônico" rela­ciona a sua posse da vida eterna com a dádiva de um dos deuses após a catástrofe, quando ele foi conduzido para fora do navio. As circunstâncias deram ocasião à narrativa mais completa e mais impressionante do Dilúvio, que pôde ser encontrada fora da Bíblia.
Kidner, em seu comentário a Gênesis, resume a Narrativa Babilônica do dilúvio

O dilúvio foi decretado pelo concílio dos deu­ses. É um último recurso, segundo a versão de Atrahasis, para silenciar a turbulência do homem, de modo que o céu possa desfrutar um pouco de sono. Todavia, um deus dissidente avisa o herói, que é seu cultuador, para que construa um navio. Mas deve manter esse propósito em segredo, despistando os que lhe façam indagações com alguma história Tranqüilizadora.
O navio babilônico é um cubo de sete conveses, cada lado medindo 120 côvados. É impermeabilizado com betume, recebe suprimentos em dinheiro e outras provisões, e nele embarcam a família do herói, ani­mais e trabalhadores. Então a tempestade irrompe com tal violência, que os próprios deuses ficam aterrorizados com o que fizeram. Sete dias depois, o herói abre uma janela para eventualmente avistar terra à distância. O navio vem a pousar no monte Nisir, e depois de mais sete dias, três aves são soltas sucessivamente. As duas primeiras, uma pom­ba e uma andorinha, têm de voltar, mas a terceira, um corvo, encon­trando as águas reduzidas, não volta mais. Depois o herói desembarca e faz sacrifício aos deuses, que já morriam de fome por falta de oferen­das. Assim "os deuses aspiraram o suave cheiro; os deuses se juntaram como um bando de moscas sobre o ofertante". O céu aprendeu sua lição, e o principal instigador do projeto é censurado. Para consertar a situação, este confere divindade ao herói do dilúvio (KIDNER, 2005, p. 90-91).

I. AS SEMELHANÇAS
Ambas as narrativas sustentam que o dilúvio foi Divinamente planejado.
A versão babilônica declara que o decreto dos "grandes deuses" fora a causa do Dilúvio: “(Agora) seu coração instigou os grandes deuses (para) causarem um dilúvio”. (Tablete XI)
A narrativa suméria representa o Dilú­vio como tendo sido decretado pela assembléia dos deuses, aprovado por todos, mas apenas formalmente e não sinceramente por alguns dos membros do panteão.  Os deuses que foram menciona­dos como participantes da decisão de destruir a humanidade, são Anu, pai dos deuses, Enlil, conselheiro deles, Ninurta, representante deles, Ennugi, seu mensageiro, e Ea, o sábio benfeitor da humanidade. Outras divindades participaram da decisão, Istar, deusa da propagação, quando viu a destruição que fora causada pelo desastre se juntou a Ea, negaram ser responsáveis e culparam Enlil como autor de uma catástrofe sem justificativas.
De modo semelhante, o livro de Gênesis atribui o Dilúvio a intervenção divina: "Porque estou para der­ramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda a carne em que há fôlego de vida debai­xo dos céus: tudo o que há na terra perecerá" (Gênesis 6: 17). Po­rém, é um resultado da decisão do único e verdadeiro Deus, agindo de acordo com a Sua infinita santidade, sabedoria e poder. Embora as narrativas mesopotâmi­cas concordem com a Bíblia que a causa do dilúvio fora divina, não há, no relato do Gênesis, o menor traço da confusão e da contradição ocasionadas pelas numerosas divindades preocupadas em ocasionar aquele terrível cataclisma.
Ambas as Narrativas Concordam que a Catástrofe Iminente Fora Divinamente Revelada ao Herói do Dilúvio.
 Na Epopéia de Gilgamesh, Ea, deus da sabedoria, avisa Utnapistim do perigo que se aproximava, por meio de um sonho: “A fala deles repetiu-a ele a uma cabana de junco: Cabana de Junco! Cabana de Junco! Muralha! Muralha! Cabana de junco, escuta! Muralha, Considera! Homem de Xuripac, filho de Ubara- Tútu Derriba (a tua) casa, constrói um navio! Abandona (as tuas) posses, procura salvar a vida! Menospreza (tuas) coisas boas, e salva (a tua) vida!”. Por essa forma o deus se dirigiu ao herói, que dormia em sua cabana de junco, ordenando-lhe que derrubasse a sua casa e construísse um navio.
Apesar de Noé também ser avisado divinamente acerca do Dilúvio, a maneira pela qual isso aconteceu difere amplamente do que se contém na ver­são babilônica. No relato bíblico conta-se que Noé "andava com Deus" (Gênesis 6: 9) e "achou graça diante do Senhor" (Gênesis 6: 8). Nesse estado de íntima comunhão com a Divin­dade, ele recebe uma comunicação direta do propósito divino, e não através de um sonho ou qual­quer outro intermediário. O próprio Deus revelou o plano ao Seu servo fiel, informando-o da des­truição vindoura, e ordenou-o que construísse uma arca. "Então disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda a carne, porque a terra está cheia da violência dos homens: eis que os farei perecer junta­mente com a terra. Faze uma arca de tábuas de cipreste ... " (Gênesis 6: 13-14).
Ambas as Narrativas Relacionam o Dilúvio Com a Corrupção da Raça Humana.
Na Epopéia de Gilgamesh, embora um elemento moral não apareça como a causa do Dilúvio. O pecado do homem é mencionado como a razão para o Dilúvio, mas a natureza ou a extensão da ofensa é deixada completamente obscura. O que é mais sério, a catástrofe era destinada a todos, justos e injustos igualmente, sem exceção alguma.
De acordo com essa narrativa, Enlil mandou o Dilúvio para exterminar a humanidade, porque o povo se estava multiplicando muito rapidamente, e as suas ruidosas comoções, que perturbavam o descanso dos deuses, não podiam ser extintas com punições mais leves.
Embora a narrativa do Gênesis também relacionar o Dilúvio com o pecado do homem, não há a menor evidência da ambigüidade moral expressa na narrativa babilônica. Deus, de acordo com a sua infinita santidade, envia o Dilúvio como justo castigo ao abusivo pecado dos ímpios. O castigo desses, era um castigo justo e merecido. Apenas os maus são destruídos. O justo Noé, que era "íntegro entre os seus contemporâneos" e "andava com Deus" (Gênesis 6: 9), é poupado.
Na apresentação do Dilúvio como um julgamento moral dos ímpios, no qual os justos são poupados, a narrativa bíblica expõe a sua grandeza ética. Nenhuma mágoa é demonstra­da pelos que foram destruídos no cataclisma, em contraste com as lágrimas das narrativas cuneiformes. Tão pronunciada é a motivação ética da narrativa bíblica, que longe de ficar triste por causa do cataclisma diluviano, como é o caso de praticamente todas as divindades da narrativa babilônica, Deus é descrito como arrependi­do até da criação do homem (Gênesis 6: 6).
 Ambas as Narrativas Falam da Libertação do Herói e Sua Família.
 Na Epopéia de Gilgamesh, de acordo com Rehhwinkel Utnapis­tim, que significa "Dia da Vida", carregou a embarcação com ouro, prata, "todos os seres vivos", "família, parentes, bestas do campo e criaturas selvagens", "todos os artífices" (técnicos) e um barqueiro (REHWINKEL, 2006, p. 118, linhas 80-85).
 Em Gêne­sis, o nome do herói do Dilúvio é Noé, que significa "repouso". Deus permitiu que apenas ele, sua esposa, e três filhos com suas esposas entrassem na Arca (Gênesis 7: 1, 7).
A narrativa babilônica, em geral, assemelha-se à narrativa Bíblica quanto a seres humanos, animais, aves e algumas provisões levadas a bordo do navio. A principal diferença está no fato de que na história bíblica um número muito menor de pessoas foram salvas; apenas oito.
 Ambas as Narrativas Afirmam que o Herói do Dilúvio Fora Instruído Divina­mente para Construir Um Enorme Barco para Preservar a Vida.
A versão de Gilgamesh chama-o simplesmente de elippu, "navio" ou "barco", uma vez ecallu, que significa "casa grande" ou "palácio", sendo esta última uma indicação do seu tamanho, com seus muitos andares e compartimentos. Na narrativa encontramos as seguintes palavras:


 “Derriba (a tua) casa, constrói um navio! Abandona (as tuas) posses, procura salvar a vida!Menospreza (tuas) coisas boas, e salva (a tua) vida! .  (Faze) entrar no navio a semente de todos os seres vivos. O navio que construirás, Suas medidas serão(acuradamente) tomadas. Sua largura e seu comprimento serão iguais.” “Um ikû era a área do seu soalho; de cento e vinte côvados cada uma, era a altura de suas paredes. Cento e vinte côvados era a medida de cada um dos lados do seu  convés.  Eu "fiz a configuração" da parte externa (e) a ajustei. Seis conveses (mais baixos) construí dentro dele. Dividindo(-o) (assim) em sete (pavimentos). Dividi a sua base inferior em nove (secções).”
(REHWINKEL, 2006, p. 116, 117,  linhas 24-30 e 55-59)

O navio de Utnapistim era uma construção cúbica, medindo a largura, comprimento e altura, 120 côvados. Porém, o côvado babilô­nico é maior do que o Hebreu, (mais de cinqüenta centímetros), o navio deslocava cerca de 228.500 toneladas, cerca de cinco vezes mais do que a arca. Mais do que isso, tinha sete andares e era dividido verticalmente em (nove) partes, contendo assim sessenta e três compartimentos.
Embora a narrativa Hebraica apresente idéia semelhante de um enorme barco não há conexão etimológica entre teba, que significa "arca" ou "baú" (Gênesis 6: 14; 7: 1) e as designações babilônicas para o mesmo navio. O escritor hebreu queria enfatizar o caráter pe­culiar da construção em que Noé se refugiou e, portanto, deliberadamente evitou o vocábulo na­vio. A arca era uma construção de fundo chato, retangular"de trezentos côvados será o comprimento, de cinqüenta a largura, e a altura, de trinta" (Gênesis 6: 15). Com base nesses dados a arca tinha 150 metros de comprimento, 25 de largura, e 15 de altura, tinha três andares, e consistia de um número não espe­cificado de compartimentos, deslocando cerca de 43.300 toneladas.
Tanto no relato babilônico como no hebraico, figura proeminentemente o betume ou piche para calafetar o barco, tornando-o impermeável. Utnapistim derramou piche e asfalto na for­nalha ou panela de piche, naturalmente para derretê-lo e assim tapar as emendas das tábuas do na­vio. Da mesma forma, Noé calafetou a arca "com betume por dentro e por fora" (Gênesis 6: 14).
O autor Henry Morris, em seu livro “Criação ou Evolução” escreveu que a arca deu segurança a Noé e sua família, por ter agüentado a força das águas ao mesmo tempo em que destruía os ímpios.  Em seguida fez um paralelo com o texto bíblico de Gl 1.4, onde está escrito: “Assim Cristo, morrendo por nossos pecados, venceu o pecado para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de Nosso Deus e Pai.”
Ambas as Narrativas Indicam as Causas Físicas do Dilúvio.
A Epopéia de Gilga­mesh cita chuvas torrenciais e ventos destruidores acompanhados por relâmpagos e trovões, rompimento de diques, canais e reservatórios, resultado da tromba de água de sete dias, como causas naturais do Dilúvio.
O relato Bíblico descreve, não apenas uma transformação completa nas condições climáticas e atmosféricas que produziram um aguaceiro de quarenta dias de duração, ininterruptamente, mas também grandes trans­formações geológicas. A estrutura do mundo antidiluviano foi radicalmente alterada, como é descrito na passagem de Gênesis. "Romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram" (Gênesis 7: 11).
Ambas as Narrativas Especificam a Duração do Dilúvio.
 Na Epopéia de Gilga­mesh, a violenta chuva e tempestade de vento duraram apenas seis dias e noites. No sétimo dia, o Dilúvio cessou de acordo com a narrativa:

Seis dias e (seis) noites o vento soprou; o aguaceiro, a tempestade, (e) o di(lúvio) a terra inundaram. Quando chegou o sétimo dia, a tempestade e o dilúvio, que haviam lutado qual armada, sossegaram (seu) furioso ataque.O mar silenciou, a tormenta se amainou, o dilúvio sossegou. (REHWINKEL, 2006, p. 119, linhas 127-131)
No relato bíblico, a duração total do Dilúvio foi de um ano e onze dias (371 dias), isso se a narrativa for considerada como um todo. O período de agua­ceiro violento foi de “quarenta dias e quarenta noites” (Gênesis 7: 17).
Ambas as narrativas citam o lugar onde o barco encalhou.
Na Epopéia de Gilgamesh, o navio de Utnapistim encalhou no Monte Nisir, a leste do Rio Tigre, cerca de seiscentos e quarenta quilô­metros do Golfo Pérsico.
 O Gênesis não menciona o local específico onde a arca parou, só mencionando que foi "sobre as montanhas de Ararate" (Gênesis 8: 4).
 Ambas as Narrativas Incluem Surpreendentes Detalhes Semelhantes.
Especial­mente notável é o episódio da soltura das aves, para certificar-se da diminuição das águas. Na narra­tiva babilônica, uma pomba é solta no sétimo dia depois que o navio parou no Monte Nisir. Não encontrando lugar para pousar, ela volta. Uma andorinha, da mesma forma, é solta, mas volta. Finalmente um corvo é solto, mas não volta.
No registro bíblico não há andorinha, mas um corvo é solto primeiro, quarenta dias depois que os cumes dos montes se haviam tornado visíveis (Gênesis 8: 6, 7). Depois uma pomba é solta em três ocasiões, perfazendo quatro tentativas, em vez de três, como na tradição babilônica. Unger, comentando sobre a finalidade de soltar as aves diz que

O fato do corvo voar de volta para a arca, e não ter voltado da segunda vez, foi útil para mostrar que, embora as águas tivessem baixado até certo ponto, e o mundo exterior não era inóspito demais para uma forte ave de rapina, mas ainda era impróprio para os demais ocupantes da arca. Na estória babilônica, o envio de corvos em último lugar, em vez de em primeiro, é sem sentido. (UNGER, 1989, p. 32)

 Ambas as Narrativas Descrevem Atos de Adoração Praticados Pelo Herói Depois do Seu Livramento.
Utnapistim ofereceu sacrifício, derramou uma libação, e queimou ". .. cana (doçe), cedro e murta" :depois que abandonou o barco. O objetivo aparente era, em parte, aplacar a ira daqueles deuses que haviam decretado o completo extermínio da humani­dade, e em parte expressar a sua gratidão a Ea, que, apesar de tudo, o havia poupado.
 Da mesma forma, Noé ofereceu "holocaustos sobre o altar" que havia Construído (Gênesis 8: 20), com o obje­tivo principal, todavia, não de propiciar uma divindade irada, mas de adorar agradecidamente ao Amado que o havia salvo e à sua família e Deus "aspirou o suave cheiro" (Gênesis 8: 21).
Ambas As Narrativas falam de Bênçãos Especiais dadas ao herói, Depois do Desastre.
Na Epopéia de Gilgamesh, são conferidos a Utnapistim e sua esposa divin­dade e imortalidade, e eles são levados para habitar "em lugar distante, na boca dos rios”.
A narrativa bíblica também fala de bênção dada ao herói do dilúvio. Contudo, o benefício feito é de natureza completamente diferente. A capacidade para multiplicar-se e encher a terra, e para exercer domínio sobre os animais, que originalmente fora dada na criação, é confe­rida de novo a Noé e a sua posteridade, juntamente com a permissão para comer carne sem sangue (Gênesis 9: 1-5). Além disso, a lei de punição capital é formulada para proteger a vida do homem, e o Arco-íris colocado nos céus como um sinal da aliança de Deus de que nunca mais um dilúvio destruiria a terra (Gênesis 9: 5-17).


Contrastes entre a Narrativa babilônica e o Relato bíblico

            Existem numerosas semelhanças entre a narrativa babilônica e a bíblica a respeito do Dilúvio, mas as divergências entre ambas são muito significativas e fundamentais. Será plenamente suficiente, portanto, à luz das muitas diferenças que já foram notadas na discussão das semelhanças, sumarizar os chocantes contrastes sob três tópicos: teológicos, morais e filosóficos.
1. As duas narrativas estão em grande contraste, quanto às suas concepções teológicas.
As duas narrativas se divergem completamente quanto ao conceito de divindade. Isto é a base das diferenças que as tornam tão distantes entre si. Enquanto na narrativa bíblica impera o monoteísmo, na babilônica encontramos provas de um politeísmo forte.
Em vez de atribuir o Dilúvio ao Único e Eterno Deus, como está registrado no livro de Gênesis, a narrativa babilônica inclui uma grande quantidade de divindades que não se dão uma s com as outras. Esses enquanto o dilúvio está sendo consumado negam ter qualquer participação nesta catástrofe. Escrevem também que a divindade culpada pelo castigo que seria para todos, se arrepende e permite que Utnapistim e sua esposa fiquem vivos e lhes oferece a vida eterna.
Outro exemplo notável da degradação da estória babilônica, devido ao seu Politeísmo grosseiro, pode ser observado na reação das divindades aos sacrifícios apresentados pelo herói do dilúvio após as águas terem baixado. Essa reação está profundamente em contraste com a reação de Deus frente à oferta de Noé. "E o Senhor aspirou o suave cheiro" e determinou-se a tolerar os pecados da huma­nidade e nunca mais visitar a terra com o dilúvio universal, ou quebrar as leis naturais, enquanto a terra existir   (Gênesis 8: 21, 22).
A narrativa babilônica, por outro lado, está mergulhada no mais estúpido politeísmo, e apresenta uma cena desprezível. Quando "os deuses aspiram ao doce odor", "agrupa­m-se, em torno do que sacrificava como moscas", eles logo esquecem as desgostos que tinham contra a humanidade pecadora, e se alegram bastante porque Utnapistim sobrevivera. Mesmo se fosse agachando-se de medo "como cães" ou enxameando gananciosamente “como moscas”, a baixa concepção das divindades estabelece um abismo intransponível entre as narrativas politeístas cuneiformes e a imponente narrativa monoteísta da Bíblia.

2- As duas narrativas estão em grande contraste quanto às suas concepções morais.
            É realmente natural que junto de uma idéia tão abominável de divindade se chegasse a uma totalmente errônea com respeito à moralidade. Esta é a razão pela qual a ética não fica clara nas estórias cuneiformes. Não é apresentada uma posição clara sobre o pecado e por fim o dilúvio aparece apenas como um capricho dos deuses e não como uma punição necessária sobre os pecados dos homens. Olhando desse ângulo a narrativa babilônica tem valor ético e didático muito duvidoso.
            Já o relato bíblico por sua vez apresenta o dilúvio como um julgamento moral enviado por Deus, que é justo em todas suas relações com os homens. E por isso pune o pecador impenitente mesmo que isto acarrete destruição do mundo, mas salva aquele que se arrepende dos grandes pecados com seu poder e de forma divina. Isto nos ensina que Deus odeia o pecado, mas se alegra quando um de seus filhos se arrepende de seu mau caminho.

3- As duas narrativas estão em contraste quanto às suas concepções filosóficas.
            A narrativa babilônica além de ser viciada por uma teologia errada, também está relacionada a uma filosofia falsa. Ela não tem a capacidade de atribuir a criação do mundo a um Ser Soberano que já existia antes de todas as outras coisas. Confunde matéria e espírito tornando ambos eternos. Desse modo falha em diferenciar espírito de matéria, e o espírito finito do Espírito infinito, e ainda mais é ignorante quanto aos princípios causais. Ao invés de atribuir o dilúvio ao Criador de todas as coisas, o qual coloca as forças naturais de sua criação para atingir seus objetivos como no relato bíblico, mostra o dilúvio como sendo vários fenômenos físicos em forma de divindades.
            No relato bíblico, somente Deus como Criador e Mantenedor de toda sua criação, comanda o acontecimento para cumprir sua vontade. Após ter punido o pecado do homem através de forças naturais, ao mesmo tempo pôs de lado mesmo que temporariamente as leis que Ele mesmo havia criado. Deus diz que não tornará a fazer isso por causa da maldade humana nem quebrar de novo o ritmo normal de um universo que está em ordem (Gn 8.22).

3 – Explicações das semelhanças
            A relação de origem entre as duas narrativas do dilúvio é clara, devido aos muitos paralelos que elas apresentam. Existem três possibilidades possíveis para o ocorrido. Ou os babilônicos copiaram sua versão dos escritos bíblicos, ou vice versa, ou ambas provêm de uma fonte comum, que se originou de uma ocorrência verdadeira.
1 – Os babilônicos se apropriaram da narrativa hebraica
            Esta explicação é extremamente improvável, e apenas alguns eruditos a apóiam, justamente pelo fato de que os tabletes babilônicos mais antigos que se conhece são bem mais velhos que o livro de Gênesis em comparação com sua data de escrita. Pode ser que o relato bíblico do dilúvio que temos agora tenha existido em outra forma, séculos antes de ter sido escrito como o temos hoje.
2 – Os hebraicos se apoderaram da narrativa babilônica.
            Na atualidade é a possibilidade mais aceita, mas que encontra certa resistência por parte dos estudiosos da Bíblia. Se for aceita esta explicação, se joga fora a Doutrina da Inspiração Divina. Estudiosos da Bíblia não se impressionam com estas explicações, pois consideram o fato de isto ser apenas teoria que não pode ser provada.
            Um dos principais argumentos usados para alegar que os hebreus se apoderaram da história dos babilônicos é o suposto colorido da estória do Dilúvio Hebraico. É falado em uma terra sujeita a inundações, no caso a Babilônia, mas isto não é comprovado pela narrativa bíblica. Gênesis fala de rompimento de fontes subterrâneas, mas é justamente a Palestina, a terra onde existem fontes subterrâneas e não a Babilônia (Dt 8.7).
             A passagem que fala do sacrifício após o dilúvio que está registrado em Gn 8.21 onde diz: “E o Senhor aspirou o suave cheiro”, é também dito ser derivada da narrativa babilônica. Esta apresenta sem dúvida um paralelo, mas a partir de um estudo mais cuidadoso da referida passagem é possível compreender que não há qualquer correspondência etimológica entre os termos empregados.
            Também para a passagem de Gn 6.14, onde diz: “com betume por dentro e por fora”, encontramos paralelo, onde cofer deriva da palavra babilônica cupru. É possível que devido ao fato do betume ter sido inicialmente fabricado na Babilônia e este produto ter se espalhado por toda as nações vizinhas e com ele o nome babilônico.
3- Tanto a narrativa hebraica como a babilônica provêm de uma fonte comum de fato, que se originou de uma ocorrência verdadeira.
            É possível que ambas as narrativas tenham uma origem comum entre os semitas, onde uns foram para a Babilônia enquanto outros foram para a Palestina levando consigo estas tradições. Os hebreus não viviam isoladamente, e seria bem estranho se eles não possuíssem tradições semelhantes às de outras nações semíticas.
            As tradições comuns entre os hebreus são refletidas nos fatos autênticos e verdadeiros dados a eles através de revelação divina. É possível que Moisés estivesse familiarizado com as tradições, e a inspiração divina o tenha capacitado a registrá-las corretamente retirando qualquer vestígio de politeísmo e adotando elementos puramente monoteístas. Mas se ele não estava familiarizado com estas tradições é perfeitamente possível que o Espírito de Deus o tenha revelado esses acontecimentos, sem a necessidade de qualquer fonte oral ou escrita.
Heidel defende que ambos os relatos do Dilúvio, o bíblico e o babilônico, retrocedem a uma origem comum de algum tipo. Esta fonte não necessita ser de todo originária do solo da Palestina, mas pode ter-se originado na terra da Babilônia, onde o livro de Gênesis (11.1-9) localiza o lar da humanidade pós-diluviana, e de onde Abraão emigrou para a Palestina. Visto sabermos que várias diferentes versões do Dilúvio circulavam na região do Tigre e do Eufrates, esta é uma possibilidade muito evidente.
Conclusão
Como no caso das histórias de criação, não sabemos ainda como as narrativas bíblicas e babilônicas do dilúvio são historicamente relacionadas. A evidência disponível não prova nada além do ponto de que há uma relação de origem entre Gênesis e as versões babilônicas. O esqueleto é o mesmo em ambos os casos, mas os componentes restantes, ou seja, o tema principal não tem qualquer relação entre si. A lenda da inundação babilônica, em particular, é afundada no politeísmo mais estúpido.
Os deuses ficam divididos quanto à verdadeira razão e quem na verdade é o culpado desta catástrofe. Eles logo esquecem os desgostos que tinham contra a humanidade pecadora, e se alegram bastante porque Utnapistim sobrevivera. . Junta em cima do sacrifício como um enxame de moscas famintas! Esta baixa concepção das divindades estabelece um abismo intransponível entre as narrativas politeístas cuneiformes e a imponente narrativa monoteísta da Bíblia. No dilúvio babilônico o motivo moral ou ético está quase que completamente ausente. Como lemos as primeiras linhas da história do dilúvio no Tablete XI da Epopéia de Gilgamesh, nós adquirimos a impressão de que o cataclisma foi causado pelo capricho dos deuses, por nenhuma razão ética.
Levando em consideração que os deuses tinham intenção em destruir a raça humana inteira sem discriminação entre o justo e o injusto, é aparente que os deuses foram incitados mais através de capricho que por um senso de justiça. É verdade, o herói do dilúvio foi salvo por uma divindade amigável por causa da sua devoção; mas isso era contra o decreto dos deuses em conselho e provocou uma disputa entre eles, inclusive culpando Enlil de ser o culpado da catástrofe.
Na história bíblica, por outro lado, a inundação é enviada por um Deus Onipotente que é justo em todos os seus procedimentos, que castiga o pecador impenitente, mas salva o justo com sua mão poderosa e do seu próprio modo. Em Gênesis o dilúvio é claramente e inconfundivelmente um julgamento moral, uma ilustração forte da justiça divina dando um castigo duro a uma "geração incrédula" e perversa, mas libertando o íntegro.
No documento hebreu o motivo ético é tão forte que Deus é retratado até mesmo que como lamentando mesmo a criação do homem. Enquanto no babilônico, os deuses, com a possível exceção de Enlil, lamentam a destruição do homem. Embora Deus tenha decidido não enviar outra inundação, ele não é representado em nenhuma parte como lamentando a catástrofe do dilúvio. Mas mesmo assim diz que não vai mais destruir a terra por meios não naturais. Isso serve para despertar a consciência do mundo, dar esperança e confortar o Crente em Deus.

CONTRASTES ENTRE NARRATIVA BABILÔNICA E O RELATO BÍBLICO

Contrastes entre a Narrativa babilônica e o Relato bíblico

            Existem numerosas semelhanças entre a narrativa babilônica e a bíblica a respeito do Dilúvio, mas as divergências entre ambas são muito significativas e fundamentais. Será plenamente suficiente, portanto, à luz das muitas diferenças que já foram notadas na discussão das semelhanças, sumarizar os chocantes contrastes sob três tópicos: teológicos, morais e filosóficos.
1. As duas narrativas estão em grande contraste, quanto às suas concepções teológicas.
As duas narrativas se divergem completamente quanto ao conceito de divindade. Isto é a base das diferenças que as tornam tão distantes entre si. Enquanto na narrativa bíblica impera o monoteísmo, na babilônica encontramos provas de um politeísmo forte.
Em vez de atribuir o Dilúvio ao Único e Eterno Deus, como está registrado no livro de Gênesis, a narrativa babilônica inclui uma grande quantidade de divindades que não se dão umas com as outras. Esses enquanto o dilúvio está sendo consumado negam ter qualquer participação nesta catástrofe. Escrevem também que a divindade culpada pelo castigo que seria para todos, se arrepende e permite que Utnapistim e sua esposa fiquem vivos e lhes oferece a vida eterna.
Outro exemplo notável da degradação da estória babilônica, devido ao seu Politeísmo grosseiro, pode ser observado na reação das divindades aos sacrifícios apresentados pelo herói do dilúvio após as águas terem baixado. Essa reação está profundamente em contraste com a reação de Deus frente à oferta de Noé. "E o Senhor aspirou o suave cheiro" e determinou-se a tolerar os pecados da huma­nidade e nunca mais visitar a terra com o dilúvio universal, ou quebrar as leis naturais, enquanto a terra existir   (Gênesis 8: 21, 22).
A narrativa babilônica, por outro lado, está mergulhada no mais estúpido politeísmo, e apresenta uma cena desprezível. Quando "os deuses aspiram ao doce odor", "agrupa­m-se, em torno do que sacrificava como moscas", eles logo esquecem as desgostos que tinham contra a humanidade pecadora, e se alegram bastante porque Utnapistim sobrevivera. Mesmo se fosse agachando-se de medo "como cães" ou enxameando gananciosamente “como moscas”, a baixa concepção das divindades estabelece um abismo intransponível entre as narrativas politeístas cuneiformes e a imponente narrativa monoteísta da Bíblia.

2- As duas narrativas estão em grande contraste quanto às suas concepções morais.
            É realmente natural que junto de uma idéia tão abominável de divindade se chegasse a uma totalmente errônea com respeito à moralidade. Esta é a razão pela qual a ética não fica clara nas estórias cuneiformes. Não é apresentada uma posição clara sobre o pecado e por fim o dilúvio aparece apenas como um capricho dos deuses e não como uma punição necessária sobre os pecados dos homens. Olhando desse ângulo a narrativa babilônica tem valor ético e didático muito duvidoso.
            Já o relato bíblico por sua vez apresenta o dilúvio como um julgamento moral enviado por Deus, que é justo em todas suas relações com os homens. E por isso pune o pecador impenitente mesmo que isto acarrete destruição do mundo, mas salva aquele que se arrepende dos grandes pecados com seu poder e de forma divina. Isto nos ensina que Deus odeia o pecado, mas se alegra quando um de seus filhos se arrepende de seu mau caminho.

3- As duas narrativas estão em contraste quanto às suas concepções filosóficas.
            A narrativa babilônica além de ser viciada por uma teologia errada, também está relacionada a uma filosofia falsa. Ela não tem a capacidade de atribuir a criação do mundo a um Ser Soberano que já existia antes de todas as outras coisas. Confunde matéria e espírito tornando ambos eternos. Desse modo falha em diferenciar espírito de matéria, e o espírito finito do Espírito infinito, e ainda mais é ignorante quanto aos princípios causais. Ao invés de atribuir o dilúvio ao Criador de todas as coisas, o qual coloca as forças naturais de sua criação para atingir seus objetivos como no relato bíblico, mostra o dilúvio como sendo vários fenômenos físicos em forma de divindades.
            No relato bíblico, somente Deus como Criador e Mantenedor de toda sua criação, comanda o acontecimento para cumprir sua vontade. Após ter punido o pecado do homem através de forças naturais, ao mesmo tempo pôs de lado mesmo que temporariamente as leis que Ele mesmo havia criado. Deus diz que não tornará a fazer isso por causa da maldade humana nem quebrar de novo o ritmo normal de um universo que está em ordem (Gn 8.22).

3 – Explicações das semelhanças
            A relação de origem entre as duas narrativas do dilúvio é clara, devido aos muitos paralelos que elas apresentam. Existem três possibilidades possíveis para o ocorrido. Ou os babilônicos copiaram sua versão dos escritos bíblicos, ou vice versa, ou ambas provêm de uma fonte comum, que se originou de uma ocorrência verdadeira.
1 – Os babilônicos se apropriaram da narrativa hebraica
            Esta explicação é extremamente improvável, e apenas alguns eruditos a apóiam, justamente pelo fato de que os tabletes babilônicos mais antigos que se conhece são bem mais velhos que o livro de Gênesis em comparação com sua data de escrita. Pode ser que o relato bíblico do dilúvio que temos agora tenha existido em outra forma, séculos antes de ter sido escrito como o temos hoje.
2 – Os hebraicos se apoderaram da narrativa babilônica.
            Na atualidade é a possibilidade mais aceita, mas que encontra certa resistência por parte dos estudiosos da Bíblia. Se for aceita esta explicação, se joga fora a Doutrina da Inspiração Divina. Estudiosos da Bíblia não se impressionam com estas explicações, pois consideram o fato de isto ser apenas teoria que não pode ser provada.
            Um dos principais argumentos usados para alegar que os hebreus se apoderaram da história dos babilônicos é o suposto colorido da estória do Dilúvio Hebraico. É falado em uma terra sujeita a inundações, no caso a Babilônia, mas isto não é comprovado pela narrativa bíblica. Gênesis fala de rompimento de fontes subterrâneas, mas é justamente a Palestina, a terra onde existem fontes subterrâneas e não a Babilônia (Dt 8.7).
             A passagem que fala do sacrifício após o dilúvio que está registrado em Gn 8.21 onde diz: “E o Senhor aspirou o suave cheiro”, é também dito ser derivada da narrativa babilônica. Esta apresenta sem dúvida um paralelo, mas a partir de um estudo mais cuidadoso da referida passagem é possível compreender que não há qualquer correspondência etimológica entre os termos empregados.
            Também para a passagem de Gn 6.14, onde diz: “com betume por dentro e por fora”, encontramos paralelo, onde cofer deriva da palavra babilônica cupru. É possível que devido ao fato do betume ter sido inicialmente fabricado na Babilônia e este produto ter se espalhado por toda as nações vizinhas e com ele o nome babilônico.
3- Tanto a narrativa hebraica como a babilônica provêm de uma fonte comum de fato, que se originou de uma ocorrência verdadeira.
            É possível que ambas as narrativas tenham uma origem comum entre os semitas, onde uns foram para a Babilônia enquanto outros foram para a Palestina levando consigo estas tradições. Os hebreus não viviam isoladamente, e seria bem estranho se eles não possuíssem tradições semelhantes às de outras nações semíticas.
            As tradições comuns entre os hebreus são refletidas nos fatos autênticos e verdadeiros dados a eles através de revelação divina. É possível que Moisés estivesse familiarizado com as tradições, e a inspiração divina o tenha capacitado a registrá-las corretamente retirando qualquer vestígio de politeísmo e adotando elementos puramente monoteístas. Mas se ele não estava familiarizado com estas tradições é perfeitamente possível que o Espírito de Deus o tenha revelado esses acontecimentos, sem a necessidade de qualquer fonte oral ou escrita.

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SCHMIDT GN 01 GN 1-50 GN 1.1-2.3 GN 12.1-9 GN 15.1-6 GN 2.18-25 GN 21.1-20 GN 3.14-16 GN 32 GN 45-50 GN 50.15-21 GRAÇA DIVINA GRATIDÃO GREGÓRIO MAGNO GRUPO GUSTAF WINGREN GUSTAVO D. SCHROCK HB 11.1-3; 8-16 HB 12 HB 12.1-8 HB 2.1-13 HB 4.14-16 5.7-9 HC 1.1-3 HC 2.1-4 HÉLIO ALABARSE HERIVELTON REGIANI HERMENÊUTICA HINÁRIO HINO HISTÓRIA HISTÓRIA DA IGREJA ANTIGA E MEDIEVAL HISTÓRIA DO NATAL HISTORINHAS BÍBLICAS HL 10 HL 164 HOMILÉTICA HOMOSSEXUALISMO HORA LUTERANA HORST KUCHENBECKER HORST S MUSSKOPF HUMOR IDOSO IECLB IELB IGREJA IGREJA CRISTÃ IGREJAS ILUSTRAÇÃO IMAGEM IN MEMORIAN INAUGURAÇÃO ÍNDIO INFANTIL INFERNO INFORMATIVO INSTALAÇÃO INSTRUÇÃO INTRODUÇÃO A BÍBLIA INVESTIMENTO INVOCAÇÕES IRINEU DE LYON IRMÃO FALTOSO IROMAR SCHREIBER IS 12.2-6 IS 40.1-11 IS 42.14-21 IS 44.6-8 IS 5.1-7 IS 50.4-9 IS 52.13-53-12 IS 53.10-12 IS 58.5-9a IS 61.1-9 IS 61.10-11 IS 63.16 IS 64.1-8 ISACK KISTER BINOW ISAGOGE ISAÍAS ISAQUE IURD IVONELDE S. TEIXEIRA JACK CASCIONE JACSON J. OLLMANN JARBAS HOFFIMANN JEAN P. DE OLIVEIRA JECA JELB JELB DIVAGUA JEOVÁ JESUS JN JO JO 1 JO 10.1-21 JO 11.1-53 JO 14 JO 14.1-14 JO 14.15-21 JO 14.19 JO 15.5 JO 18.1-42 JO 2 JO 20.19-31 JO 20.8 JO 3.1-17 JO 4 JO 4.5-30 JO 5.19-47 JO 6 JO 6.1-15 JO 6.51-58 JO 7.37-39 JO 9.1-41 JOÃO JOÃO 20.19-31 JOÃO C. SCHMIDT JOÃO C. TOMM JOÃO N. FAZIONI JOEL RENATO SCHACHT JOÊNIO JOSÉ HUWER JOGOS DE AZAR JOGRAL JOHN WILCH JONAS JONAS N. GLIENKE JONAS VERGARA JOSE A. DALCERO JOSÉ ACÁCIO SANTANA JOSE CARLOS P. DOS SANTOS JOSÉ ERALDO SCHULZ JOSÉ H. DE A. MIRANDA JOSÉ I.F. DA SILVA JOSUÉ ROHLOFF JOVENS JR JR 28.5-9 JR 3 JR 31.1-6 JUAREZ BORCARTE JUDAS JUDAS ISCARIOTES JUDAS TADEU JUMENTINHO JUSTIFICAÇÃO JUVENTUDE KARL BARTH KEN SCHURB KRETZMANN LAERTE KOHLS LAODICÉIA LAR LC 12.32-40 LC 15.1-10 LC 15.11-32 LC 16.1-15 LC 17.1-10 LC 17.11-19 LC 19 LC 19.28-40 LC 2.1-14 LC 23.26-43 LC 24 LC 24.13-35 LC 3.1-14 LC 5 LC 6.32-36 LC 7 LC 7.1-10 LC 7.11-16 LC 7.11-17 LC 9.51-62 LEANDRO D. HÜBNER LEANDRO HUBNER LEI LEIGO LEIGOS LEITORES LEITURA LEITURAS LEMA LENSKI LEOCIR D. DALMANN LEONARDO RAASCH LEOPOLDO HEIMANN LEPROSOS LETRA LEUPOLD LIBERDADE CRISTÃ LIDER LIDERANÇA LILIAN LINDOLFO PIEPER LINK LITANIA LITURGIA LITURGIA DE ADVENTO LITURGIA DE ASCENSÃO LITURGIA DE CONFIRMAÇÃO LITURGIA EPIFANIA LITURGIA PPS LIVRO LLLB LÓIDE LOUVAI AO SENHOR LOUVOR LUCAS ALBRECHT LUCIFER LUCIMAR VELMER LUCINÉIA MANSKE LUGAR LUÍS CLAUDIO V. DA SILVA LUIS SCHELP LUISIVAN STRELOW LUIZ A. DOS SANTOS LUTERANISMO LUTERO LUTO MAÇONARIA MÃE MAMÃE MANDAMENTOS MANUAL MARCÃO MARCELO WITT MARCIO C. PATZER MARCIO LOOSE MARCIO SCHUMACKER MARCO A. CLEMENTE MARCOS J. FESTER MARCOS WEIDE MARIA J. RESENDE MÁRIO SONNTAG MÁRLON ANTUNES MARLUS SELING MARTIM BREHM MARTIN C. WARTH MARTIN H. FRANZMANN MARTINHO LUTERO MARTINHO SONTAG MÁRTIR MATERNIDADE MATEUS MATEUS KLEIN MATEUS L. LANGE MATRIMÔNIO MAURO S. HOFFMANN MC 1.1-8 MC 1.21-28 MC 1.4-11 MC 10.-16 MC 10.32-45 MC 11.1-11 MC 13.33-37 MC 4 MC 4.1-9 MC 6.14-29 MC 7.31-37 MC 9.2-9 MEDICAMENTOS MÉDICO MELODIA MEMBROS MEME MENSAGEIRO MENSAGEM MESSIAS MÍDIA MILAGRE MINISTÉRIO MINISTÉRIO FEMENINO MIQUÉIAS MIQUÉIAS ELLER MIRIAM SANTOS MIRIM MISSÃO MISTICISMO ML 3.14-18 ML 3.3 ML NEWS MODELO MÔNICA BÜRKE VAZ MORDOMIA MÓRMOM MORTE MOVIMENTOS MT 10.34-42 MT 11.25-30 MT 17.1-9 MT 18.21-45 MT 21.1-11 MT 28.1-10 MT 3 MT 4.1-11 MT 5 MT 5.1-12 MT 5.13-20 MT 5.20-37 MT 5.21-43 MT 5.27-32 MT 9.35-10.8 MULHER MULTIRÃO MUSESCORE MÚSICA MÚSICAS NAAÇÃO L. DA SILVA NAMORADO NAMORO NÃO ESQUECER NASCEU JESUS NATAL NATALINO PIEPER NATANAEL NAZARENO DEGEN NEEMIAS NEIDE F. HÜBNER NELSON LAUTERT NÉRISON VORPAGEL NILO FIGUR NIVALDO SCHNEIDER NM 21.4-9 NOITE FELIZ NOIVADO NORBERTO HEINE NOTÍCIAS NOVA ERA NOVO HORIZONTE NOVO TESTAMENTO O HOMEM OFERTA OFÍCIOS DAS CHAVES ONIPOTENCIA DIVINA ORAÇÃO ORAÇAODASEMANA ORATÓRIA ORDENAÇAO ORIENTAÇÕES ORLANDO N. OTT OSÉIAS EBERHARD OSMAR SCHNEIDER OTÁVIO SCHLENDER P172 P26 P30 P34 P36 P40 P42.1 P42.2 P70 P95 PADRINHOS PAI PAI NOSSO PAIS PAIXÃO DE CRISTO PALAVRA PALAVRA DE DEUS PALESTRA PAPAI NOEL PARA PARA BOLETIM PARÁBOLAS PARAMENTOS PARAPSICOLOGIA PARECIS PAROQUIAL PAROUSIA PARTICIPAÇÃO PARTITURA PARTITURAS PÁSCOA PASTOR PASTORAL PATERNIDADE PATMOS PAUL TORNIER PAULO PAULO F. BRUM PAULO FLOR PAULO M. NERBAS PAULO PIETZSCH PAZ Pe. ANTONIO VIEIRA PEÇA DE NATAL PECADO PEDAL PEDRA FUNDAMENTAL PEDRO PEM PENA DE MORTE PENEIRAS PENTECOSTAIS PENTECOSTES PERDÃO PÉRGAMO PIADA PIB PINTURA POEMA POESIA PÓS MODERNIDADE Pr BRUNO SERVES Pr. BRUNO AK SERVES PRÁTICA DA IGREJA PREEXISTÊNCIA PREGAÇÃO PRESÉPIO PRIMITIVA PROCURA PROFECIAS PROFESSORES PROFETA PROFISSÃO DE FÉ PROGRAMAÇÃO PROJETO PROMESSA PROVA PROVAÇÃO PROVÉRBIOS PRÓXIMO PSICOLOGIA PV 22.6 PV 23.22 PV 25 PV 31.28-30 PV 9.1-6 QUARESMA QUESTIONAMENTOS QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PLANILHA QUESTIONÁRIO TEXTO QUINTA-FEIRA SANTA QUIZ RÁDIO RADIOCPT RAFAEL E. ZIMMERMANN RAUL BLUM RAYMOND F. SURBURG RECEITA RECENSÃO RECEPÇÃO REDENÇÃO REENCARNAÇÃO REFLEXÃO REFORMA REGIMENTO REGINALDO VELOSO JACOB REI REINALDO LÜDKE RELACIONAMENTO RELIGIÃO RENATO L. REGAUER RESSURREIÇÃO RESTAURAR RETIRO RETÓRICA REUNIÃO RICARDO RIETH RIOS RITO DE CONFIRMAÇÃO RITUAIS LITURGICOS RM 12.1-18 RM 12.1-2 RM 12.12 RM 14.1-12 RM 3.19-28 RM 4 RM 4.1-8 RM 4.13-17 RM 5 RM 5.1-8 RM 5.12-21 RM 5.8 RM 6.1-11 RM 7.1-13 RM 7.14-25a RM 8.1-11 RM 8.14-17 ROBERTO SCHULTZ RODRIGO BENDER ROGÉRIO T. BEHLING ROMANOS ROMEU MULLER ROMEU WRASSE ROMUALDO H. WRASSE Rômulo ROMULO SANTOS SOUZA RONDÔNIA ROSEMARIE K. LANGE ROY STEMMAN RT 1.1-19a RUDI ZIMMER SABATISMO SABEDORIA SACERDÓCIO UNIVERSAL SACERDOTE SACOLINHAS SACRAMENTOS SADUCEUS SALMO SALMO 72 SALMO 80 SALMO 85 SALOMÃO SALVAÇÃO SAMARIA Samuel F SAMUEL VERDIN SANTA CEIA SANTIFICAÇÃO SANTÍSSIMA TRINDADE SÃO LUIS SARDES SATANÁS SAUDADE SAYMON GONÇALVES SEITAS SEMANA SANTA SEMINÁRIO SENHOR SEPULTAMENTO SERMÃO SERPENTE SERVAS SEXTA FEIRA SANTA SIDNEY SAIBEL SILVAIR LITZKOW SILVIO F. S. FILHO SIMBOLISMO SÍMBOLOS SINGULARES SISTEMÁTICA SL 101 SL 103.1-12 SL 107.1-9 SL 116.12-19 SL 118 SL 118.19-29 SL 119.153-160 SL 121 SL 128 SL 142 SL 145.1-14 SL 146 SL 15 SL 16 SL 19 SL 2.6-12 SL 22.1-24 SL 23 SL 30 SL 30.1-12 SL 34.1-8 SL 50 SL 80 SL 85 SL 90.9-12 SL 91 SL 95.1-9 SL11.1-9 SONHOS SOPRANO Sorriso STAATAS STILLE NACHT SUMO SACERDOTE SUPERTIÇÕES T6 TEATRO TEMA TEMPLO TEMPLO TEATRO E MERCADO TEMPO TENOR TENTAÇÃO TEOLOGIA TERCEIRA IDADE TESES TESSALÔNICA TESTE BÍBLICO TESTE DE EFICIÊNCIA TESTEMUNHAS DE JEOVÁ Texto Bíblico TG 1.12 TG 2.1-17 TG 3.1-12 TG 3.16-4.6 TIAGO TIATIRA TIMÓTEO TODAS POSTAGENS TRABALHO TRABALHO RURAL TRANSFERENCIA TRANSFIGURAÇÃO TRICOTOMIA TRIENAL TRINDADE TRÍPLICE TRISTEZA TRIUNFAL Truco Turma ÚLTIMO DOMINGO DA IGREJA UNIÃO UNIÃO ESTÁVEL UNIDADE UNIDOS PELO AMOR DE DEUS VALDIR L. JUNIOR VALFREDO REINHOLZ VANDER C. MENDOÇA VANDERLEI DISCHER VELA VELHICE VERSÍCULO VERSÍCULOS VIA DOLOROSA VICEDOM VÍCIO VIDA VIDA CRISTÃ VIDENTE VIDEO VIDEOS VÍDEOS VILS VILSON REGINA VILSON SCHOLZ VILSON WELMER VIRADA VISITA VOCAÇÃO VOLMIR FORSTER VOLNEI SCHWARTZHAUPT VOLTA DE CRISTO WALDEMAR REIMAN WALDUINO P.L. JUNIOR WALDYR HOFFMANN WALTER L. CALLISON WALTER O. STEYER WALTER T. R. JUNIOR WENDELL N. SERING WERNER ELERT WYLMAR KLIPPEL ZC ZC 11.10-14 ZC 9.9-12