Perícopes 2º após pentecostes 26/06/2011
1º Leitura: Salmo 119.153-160.
1 – Títulos:
Todas as tuas palavras são verdadeiras – NTLH.
Excelência da lei divina – ARA.
O prazer na lei divina – Lutero.
2 – Contextualização:
O salmo 119 é uma exposição detalhada do salmo 19.7-9, cujo tema é: “A lei do Senhor é perfeita!” É composto por 22 estrofes, sendo cada qual de oito versículos. A bíblia de estudos NTLH, introduz este salmo com o seguinte comentário: “A lei não tira a liberdade, nem é negativa, ela é sempre fonte de vida, luz, sabedoria, consolo, liberdade, esperança e segurança”. A perícope em estudo destaca a veracidade da Palavra de Deus, ela é desde o princípio e durará para todo o sempre.
3 – Conteúdo do texto:
É uma oração de um servo do Senhor que está sofrendo por causa do desprezo da lei de Deus, por parte de muitos companheiros.
V.153 – “Ó Deus, olha para o meu sofrimento e socorre-me...” O salmista sabe que ninguém despreza impunemente a vontade do Senhor, por isso clama por misericórdia.
V.154 – “Defende a minha causa e livra-me...” O salmista crê que só Deus pode mudar o coração humano. Só Deus pode resolver nossas ansiedades. Por isso, apresenta a ele suas preocupações.
V.155 – “Os maus não serão salvos dos seus sofrimentos...” Maus são todos que não perguntam por Deus e sua vontade, que não crêem em suas promessas. Para estes, Deus preparou castigo eterno.
V. 156 – “Como é grande a tua compaixão, ó Senhor...” É por compaixão de meu Deus que sou seu filho, esta compaixão que agracia a todos.
V. 157 – “Tenho muitos inimigos e perseguidores...” Quem não é amigo de Deus é seu inimigo. Quem é inimigo de Deus também é meu inimigo. O salmista ora por seus inimigos, pedindo que Deus os transforme em seus amigos e lhes dê forças para testemunhar do amor de Deus.
V. 158 – “Quando olho para aqueles traidores, sinto nojo...” Em 2Co 6.14 o apóstolo Paulo diz: “Não se juntem com descrentes para trabalhar com eles. Pois como é que o certo pode ter alguma coisa com o errado?”.
V. 159 – “Vê como amo os teus ensinamentos, ó Senhor! Conserva-me vivo, por causa do teu amor!” Ou: “Por causa da tua graça” Lutero. O salmista clama “por amor”, “por graça”, pois sabe “nada possuir” de valor perante Deus, que tudo é graça, é amor que vem do Senhor.
V. 160 – “Todas as tuas palavras são verdadeiras...” O Senhor Jesus confirma esta verdade ao orar em João 17.17 – “Que eles sejam teus por meio da verdade; a tua mensagem é a verdade.” Esta mensagem, ou palavra “dura para sempre”.
4 – Sugestão de tema:
A Palavra do Senhor é a verdade!
1) Ela exorta e corrige a quem está no erro!
2) Ela consola e orienta aos que nela crêem!
2º Leitura: Jeremias 28.5-9:
1 – Títulos:
Jeremias e o profeta Hananias – NTLH.
A luta de Jeremias com o falso profeta Hananias – ARA.
Jeremias e Hananias, o falso profeta – Lutero.
2 – Contextualização:
Jeremias era membro de uma família de sacerdotes, que morava em Anatote. Seu ministério transcorreu durante os anos 627- 580 AC. Presenciou a tomada de Jerusalém por Nabucodonosor no ano 586 AC. Sua missão, além de pregar obediência a Deus e fé nas promessas, foi de pregar a rendição de Israel ao exército da Babilônia. Sofreu muito com a obstinação do povo e de falsos profetas, que acreditavam estar seguros, porque entre eles estava o Templo do Senhor. Na perícope em estudo Jeremias se defronta com um falso profeta de nome Hananias. Hananias dizia que o exílio seria breve, logo tudo estava em paz, Jeremias por sua vez pregava que o exílio duraria setenta anos. O texto apresenta a declaração ou resposta às profecias de Hananias.
3. Conteúdo do texto:
O texto apresenta a resposta de Jeremias ao falso profeta Hananias, o qual iludia o povo com falsas expectativas e fazia com que o mesmo permanecesse no erro, não se arrependendo.
V.5 e 6 – Jeremias disse ao povo, aos sacerdotes e a Hananias: “Como seria bom se isso acontecesse! Espero que o Senhor Deus faça tudo como você disse” O profeta Hananias trouxe uma mensagem que agradou ao povo, porém desagradou a Deus. É falta gravíssima, dizer algo que Deus não disse. Cada profeta, ou pregador precisa estar atento ao que diz, para não falar em nome de Deus, coisas que Deus não disse.
V. 7 e 8 – “ Mas escute o que eu vou dizer... os profetas que falaram há muito tempo, antes ...disseram que viria guerra, fome...” Jeremias refere o testemunho de profetas anteriores, os quais também anunciavam muito castigo para Israel caso não houvesse arrependimento. E questiona: como podia Hananias desautorizar estas profecias?
V. 9 “Mas o profeta que profetiza paz só pode ser aceito...quando as palavras dele se cumprirem!” É bem mais agradável falar de paz, do que de guerra! Porém, nem sempre Deus manda falar de paz, Deus também manda pregar a lei, o juízo, a condenação, como alternativa para chamar ao arrependimento. Jeremias não desmente ao falso profeta, mas o desafia a aguardar os acontecimentos. Sabemos que Hananias morreu dois meses depois, conforme vs. 1 e 17 e com ele suas profecias.
4. Sugestão de tema:
O cuidado que devemos ter com aquilo que falamos!
1) Deus não manda pregar somente mensagens de paz!
2) Deus também manda pregar mensagem de lei, de juízo!
3) Deus fere e Deus cura!
3º Leitura: Romanos 7. 1-13
1) Títulos:
Uma comparação com o casamento - A lei e o pecado – NTLH
A analogia do casamento - A lei e o pecado – NTLH
Validade e limite da lei – Lutero.
2 – Contextualização
A epístola de Paulo aos Romanos aparece na Bíblia em primeiro lugar, entre os escritos de Paulo. Isto, não por ser seu primeiro escrito, mas por tratar-se do mais completo documento doutrinário por ele escrito. O tema principal desta carta é: “São salvos pela graça de Deus todos os que crêem em Cristo, tanto Judeus como não Judeus.” No texto da perícope, Paulo fala sobre a libertação da lei, que ocorre por fazermos parte do corpo de Cristo. A pessoa que tem fé em Cristo, é salvo por graça, sem as obras da lei.
3) Conteúdo do texto:
O texto analisa o tema: “O salário do pecado é a morte, mas o presente gratuito de Deus é a vida eterna.” – Rm 6.23. Ou seja: “Como o homem pecador é libertado dos preceitos da lei.” Os seguintes argumentos são apresentados pelo apóstolo:
Vs. 1: “Meus irmãos, vocês todos podem compreender muito bem o que vou dizer. Vocês conhecem as leis e sabem que elas só têm poder sobre uma pessoa enquanto essa pessoa está viva.” A morte coloca um ponto final em toda e qualquer exigência da lei. A lei só tem valor para pessoas vivas, diante da morte a lei perde a sua eficácia.
Vs.2-3 – “Por exemplo, a mulher casada está ligada pela lei ao marido enquanto ele estiver vivo; mas, se ele morrer, ela estará livre da lei que a liga ao marido. 3 De modo que, se ela viver com outro homem enquanto o marido estiver vivo, ela será chamada de adúltera. Mas, se o marido morrer, ela estará legalmente livre e não cometerá adultério se casar com outro homem.” Paulo usa como exemplo a lei do casamento. Esta lei une marido e mulher enquanto ambos estão vivos, morrendo um deles, a lei deixa de existir, ou perde o seu efeito.
Vs. 4 - “O mesmo acontece com vocês, meus irmãos. Do ponto de vista da lei, vocês também já morreram, pois são parte do corpo de Cristo. E agora pertencem a ele, que foi ressuscitado para que nós possamos viver uma vida útil no serviço de Deus.” – A morte de Cristo foi em nosso lugar. Pela morte de Cristo, ele cumpriu a lei em nosso lugar, agora nós estamos livres dos preceitos e das ameaças da lei. Em 2 Co 5.14 está escrito: “Porque somos dominados pelo amor que Cristo tem por nós, pois reconhecemos que um homem, Jesus Cristo, morreu por todos, o que quer dizer que todos tomam parte na sua morte.”
Vs. 5 – “Pois, quando vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, os maus desejos despertados pela lei agiam em todo o nosso ser e nos levavam para a morte.” Não conseguindo cumprir os preceitos da lei, porque a lei revela o pecado, o homem natural se revolta contra Deus e a sua lei, e assim a lei produz a morte, não a vida como era o seu objetivo original.
Vs.6 – “Porém agora estamos livres da lei porque já morremos para aquilo que nos mantinha prisioneiros. Por isso somos livres para servir a Deus não da maneira antiga, obedecendo à lei escrita, mas da maneira nova, obedecendo ao Espírito de Deus.” Pela obra de Cristo nós nascemos para a lei do amor, e o Espírito
Santo, o doador desta nova vida, aperfeiçoou a obra de Deus em nosso coração.
Vs.7 – “O que vamos dizer então? Que a própria lei é pecado? É claro que não! Mas foi a lei que me fez saber o que é pecado. Pois eu não saberia o que é a cobiça se a lei não tivesse dito: “Não cobice.” A lei nos mostra o que é o pecado! Assim, pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. E ao mesmo tempo desperta o desejo para pecar, visto que o fruto proibido é sempre o mais gostoso.
Vs.8 - “Porém o pecado se aproveitou dessa lei para despertar em mim todo tipo de cobiça. Porque, se não existe a lei, o pecado é uma coisa morta.” Paulo aqui está falando de experiência própria. Ele foi criado segundo o regimento hebreu, o qual considerava os menores de treze anos, desobrigados de cumprir leis. Portanto viviam sem lei, e assim estavam isentos de pecados, visto que sem lei não havia transgressão da lei.
Vs.9 – “Pois houve um tempo em que eu não conhecia a lei e estava vivo. Mas, quando fiquei conhecendo o mandamento, o pecado começou a viver,” Assim, a existência da lei me tornou pecador, ou alguém que desrespeita a santa vontade de Deus. A lei portanto, me mostrou o que é o pecado.
Vs.10 “e eu morri. E o próprio mandamento que me devia trazer a vida me trouxe a morte.” A lei gerou a morte porque ninguém consegue cumprir os seus preceitos.
Vs. 11 – “Porque o pecado, aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento, me enganou e, por meio do mandamento, me matou.” A lei dada por Deus, a fim de ensinar as criaturas humanas a praticar o bem, tornou-se nas mãos de Satanás um instrumento poderoso capaz de condenar à morte.
Vs. 12 – “Assim a lei vem de Deus; e o mandamento também vem de Deus, diz o que é certo e é bom.” A lei é santa, ela procede da boca de Deus e exprime a santa vontade do Criador, por isso Jesus a cumpriu em nosso lugar e concede aos que nele crêem, a sua justiça.
Vs.13 – “Então será que o que é bom me levou à morte? É claro que não! Foi o pecado que fez isso. Pois o pecado, usando o que é bom, me trouxe a morte para que ficasse bem claro aquilo que o pecado realmente é. E assim, por meio do mandamento, o pecado se mostrou mais terrível ainda.” A lei encurralou a criatura humana, num beco sem saída. O pecado transformou a lei, que devia ser uma benção, em maldição. Só a palavra de Deus, só a mensagem do amor de Deus revelado em Cristo Jesus, pode dar paz e consolo ao pecador atormentado.
4) Sugestão de tema:
O rigor da lei divina:
1) Ela exige, ameaça e condena o pecador.
2) Ela é santa, justa, insubornável e procede de Deus.
3) Jesus morreu na cruz para cumpri-la em nosso lugar.
4 Leitura: Mateus 10 34-42.
1 – Títulos:
Espada em vez de paz. As recompensas – NTLH.
As dificuldades. As recompensas – ARA.
Inimizades por causa de Jesus – Lutero.
2 – Contextualização:
Jesus está enviando seus discípulos para evangelizar o povo de Israel. A perícope traz advertências sobre dificuldades que surgirão e também promessas de bênçãos do céu. Jesus diz para os discípulos que a mensagem “do reino de Deus” não proporciona uma paz incondicional entre os ouvintes, ao contrário traz consigo muitas lutas. Porque a fé é um dom individual, não de grupos familiares. Por isso os discípulos não deveriam estranhar quando seu ministério causar divisões entre famílias e provocar perseguições.
3. Conteúdo do texto:
O texto orienta sobre angustias e contrariedades que todo pregador da palavra de Deus precisa suportar. O Senhor Jesus também lembra, o consolo, a benção que Deus preparou para servos fiéis de sua palavra.
V.34 “ não pensem que eu vim trazer paz ao mundo. Não vim trazer paz, mas espada.” Estas palavras de Jesus parecem negar a profecia de Is 9.6 que chama o messias de “O príncipe da paz!” ou, o canto dos anjos na noite de natal, que em Lc 2.14 proclamaram: “Paz na terra!” É preciso entender que Jesus trouxe a paz de consciência, o perdão dos pecados, mas não a paz social. A mensagem do “Reino de Deus” traz muitas lutas e sofrimentos entre aqueles que o aceitam e os que o rejeitam.
V.35 “Eu vim para pôr os filhos contra os pais, as filhas contra as mães e as noras contra as sogras.” O fator causador destas divisões é a fé no salvador Jesus. A fé é um dom individual. Ninguém pode crer pelo outro. A fé abra a porta do céu. A falta de fé abra as portas do inferno. Não existe meio termo.
V.36 “E assim os piores inimigos de uma pessoa serão seus próprios parentes.” A fé em Cristo não é um patrimônio familiar, não é transmitido por vínculos sanguíneos, mas unicamente pelo ouvir da palavra. E quem crer em Jesus “não pode deixar de falar daquilo que tem visto e ouvido.” At 4.20.
V. 37 “Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não merece ser meu seguidor.” Aqui Jesus destaca o primeiro mandamento que ensina amar a Deus acima de todas as coisas. Jesus não diz que o cristão, não deve amar seu pai ou sua mãe, ele apenas coloca o amor a Deus acima de qualquer sentimento humano. Na mesma linha de pensamento ele continua: “Quem ama o seu filho ou a sua filha mais do que a mim não merece ser meu seguidor.” Assim Jesus conscientiza os discípulos de que ele não é apenas um mestre humano, mas o verdadeiro Deus que precisa ser honrado do mesmo modo como o Pai.
V. 38 “Não serve para ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar.” Ou “quem não toma a sua cruz” ARA. Aqui temos a primeira referencia que Jesus faz sobre a sua morte de cruz. Uma morte horrível, aplicada apenas a grandes criminosos. Portanto, Jesus quer seguidores decididos, que amam a Deus acima de todas as coisas, que não recusam quando ameaçados, que enfrentam a própria morte por amor a vida verdadeira.
V. 39 “Quem procura os seus próprios interesses nunca terá a vida verdadeira!” Quem busca a realização de sua vida neste mundo não é de Cristo e não terá a vida verdadeira. Porque Cristo e seu reino não são deste mundo.
V. 40 “Quem recebe vocês está recebendo a mim... e aquele que me enviou!” Que promessa extraordinária: ouvir um pregador da palavra de Deus é a mesma coisa que ouvir o próprio Senhor Jesus, e mais como ouvir o próprio Senhor Deus! Que responsabilidade o Senhor Jesus coloca sobre os ombros de seus mensageiros, a saber: falar tão somente aquilo que Deus falou.
V. 41 “Quem recebe um profeta, porque este é profeta, terá uma parte da recompensa dele.” O profeta de Deus, ou o pregador da palavra de Deus é portador de bênçãos divinas, e por onde passa deixa sinais destas bênçãos. Parece que Jesus está falando com base em Is 52.7 “Como é bonito ver um mensageiro...”.
V. 42 “...quem der ainda que seja um copo de água fria ao menor dos meus seguidores, certamente receberá a sua recompensa.” Jesus reforça: nenhum gesto de colaboração com o ministro da palavra, por insignificante que seja, não passará desapercebido aos olhos de Deus, ele recompensará a todos.
4. Sugestão de tema:
A difícil, mas gratificante tarefa de pregar a palavra!
1) Porque a palavra provoca divisões!
2) Porque a palavra oferece consolo da parte do Senhor!
3) Porque a palavra traz benção para quem a prega e para quem a ouve!
Sermão para o 2° Dom. Após Pentecostes.
Mateus 10. 34-39
Autor: Waldemar Reimann.
Em Cristo Jesus, o Deus-Homem, caros irmãos e irmãs na fé!
O evangelho lido traz as últimas recomendações, ou instrução de Cristo à seus discípulos, com vistas a torná-los pregadores de seu evangelho.
Jesus os previne de que, mesmo sendo o evangelho uma mensagem de paz, mesmo sendo o perdão de pecados, o fator determinante para a paz entre Deus e o homem; o mesmo não acontece no relacionamento humano, na vivência familiar.
Jesus aponta para a realidade de que a fé cristã irá causar muita divisão entre famílias. E isto pelo fato de que a fé é uma questão bem pessoal. Ninguém pode crer em lugar do outro. Ninguém pode obrigar ao outro a crer. Por isto, Jesus previne a seus discípulos, de que, na medida em que o evangelho for pregado, acontecerão conflitos familiares. Conflitos entre os membros da família que crêem e os que não crêem. Acontecerão inimizades e hostilidades entre os que crêem e os que não crêem. Isto, porém não por culpa do evangelho, ou de sua mensagem, mas por causa de Satanás, o inimigo de Deus, que por todos os meios quer afastar as pessoas de Deus.
Jesus igualmente indica que a fé cristã, desafia a todos, a fazerem uma opção a favor de Deus. Deus é o nosso criador, é o nosso mantenedor, é nosso salvador, é nosso Pai eterno. A Deus pertence o primeiro lugar no coração de cada filho seu. Deus não reparte a sua glória com qualquer outra criatura. Por isto afirma Jesus: “Quem ama seu pai e sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim” ARA; ou NTLH: “não merece ser meu seguidor”.
É claro que este texto não manda aos filhos desobedecer a seu pai ou sua mãe; nem ordena os pais rejeitarem seus filhos. Este texto, porém, traça uma clara distinção entre o amor filial, ou paterno, e o amor devido a Deus.
O relacionamento entre pais e filhos acontece a nível terreno, é válido para as coisas que dizem respeito à vida, e aos negócios deste mundo. Enquanto, que o amor divino, é eterno, diz respeito ao relacionamento com o Pai do céu, diz respeito à nossa morada eterna, nestes assuntos Deus é a verdade absoluta, nada pode interferir no amor que nos une a Deus. Assim Jesus introduz o conceito: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens!” Ou, Jesus ensina: As autoridades e ordens da sociedade precisam ser obedecidas e respeitadas no que diz respeito à vida neste mundo; Deus precisa ser obedecido e honrado no que diz respeito ao nosso destino eterno.
Esta é uma das maiores dificuldades na vida de um cristão. Dar a Deus a honra de Deus, sujeitar a nossa vontade à vontade de Deus. Diante desta realidade Jesus acrescenta: “Quem não tomar a sua cruz, e vem após mim, não é digno de mim.” Deus ensina que a vida do cristão, no mundo, passa por meio de muito sofrimento. Este sofrimento pode ter as mais variadas causas:
Sofrimento por ver alguém de seus familiares no caminho da perdição.
Sofrimento por sentir-se desprezado,ou ridicularizado por causa da fé em Jesus Cristo.
Sofrimento por causa da tentação que o Diabo, o mundo e a própria natureza carnal lhe proporciona.
Sofrimento por sentir-se fraco, incompetente para a obra do Senhor.
Jesus ensina que a cruz existe na vida de todo cristão. Ela existe para ser carregada com paciência. Porém o mesmo Senhor Deus que nos dá a cruz também ajuda a carrega-la.
Porque sofrer? Porque se envolver com Cristo? Se a gente também pode viver sem Cristo neste mundo? Prevendo tal questionamento, Jesus afirma em nosso texto: “Quem achar a sua vida perdê-la-á, quem todavia perde por minha causa, achá-la-á.”
Que significa ganhar a vida, ou perde-la? Jesus chama atenção para a realidade de que nossa vida acontece no mundo e na eternidade. No mundo existem valores que deixam de existir na hora da morte. Na eternidade começam a vigorar valores que neste mundo não são reconhecidos. Isto nos leva a refletir sobre qual o período de nossa vida é o mais importante: os sessenta, setenta, ou oitenta anos que passamos no mundo, ou a eternidade bendita na comunhão com Deus.
Lembremos o exemplo do mendigo Lázaro! Ele viveu uma vida miserável neste mundo. Na opinião de muitos, ele perdeu a vida! Porém aos olhos de Deus a vida de Lázaro foi preciosa! Ao morrer, os anjos de Deus carregaram a sua alma para o céu.
Você está com a vida apenas assegurada neste mundo? Ou, pelo sangue de Jesus Cristo você está caminhando para o céu?
Que sua vida também seja preciosa aos olhos de Deus! Amém.