A ASCENSÁO DO SENHOR
21 de maio de 1998
Efésios 1 .16-23
Contexto
A quem Paulo está escrevendo esta carta? A igreja em Éfeso? Como a expressão "em Éfeso" é omitida em alguns dos mais antigos manuscritos, pensam alguns que esta carta foi dirigida a várias igrejas. Seja como for, Paulo, nesta carta endereçada a todos os santos e fiéis em Cristo Jesus, expressa a graça, o amor, a misericórdia, o propósito de Deus - em Cristo Jesus - para com os homens (vv.3ss.). Especialmente, também Paulo louva a Deus pelo fato de os cristãos de Éfeso terem ouvido, crido e estarem na fé verdadeira (v.13). O Cristo para Todos foi também anunciado em Éfeso, na Galácia, em Filipos ... e ali ouvido e crido por muitos. Que fantásticos resultados são operados pelo Espírito Santo quando o evangelho de Cristo é testemunhado pela igreja de Deus!
O desejo das testemunhas de Deus é que os "santos e fiéis" continuem vivendo na fé ... "no Senhor Jesus e no amor para com todos" (v. 15) e assim continuem adorando a Deus, como filhos amados. Este santo desejo Paulo expressa agora nesta belíssima e profunda oração, em favor dos "santos e fiéis" a quem escrevia, a fim de que habite Cristo sempre nos seus corações, pela fé (repete esta oração em Ef 3.14-2 l).
A ressurreição e a ascensão de Cristo aos céus - o estar Cristo a direita de Deus nos céus (v.20) - é a garantia da ressurreição dos "santos ...e fiéis em Cristo Jesus".
Texto
V.16 - O amor faz o cristão se lembrar sempre dos seus irmãos na fé, ajudando-os em todas as suas necessidades, interessando-se por eles, sacrificando-se por eles, orando por eles (Tg 5.16). O amor de Cristo "constrangia" Paulo a agir assim para com os "santos e fiéis em Cristo". Especialmente, a permanecerem e crescerem na "graça e conhecimento de Cristo". Paulo os tinha em sua lembrança, em sua memória (mneía). Eles estavam no coração de Paulo e eram sempre mencionados (poioúmenos) em suas orações (como é importante sermos "lembrados" e mencionados nas orações de nossos irmãos na fé!).
V. 17 - O desejo expresso de Paulo nesta oração - (dok) é que Deus conceda sabedoria plena, conhecimento pleno (ES) para a permanência nEle (Cristo). Precisamos do "espírito de sabedoria" de Deus, para que continuemos sábios para a salvação, para que continuemos reconhecendo a Cristo Jesus como nosso único Senhor e Salvador.
V. 18 - Só com a luz do Espírito Santo, com o seu contínuo iluminar Votízo), pode o nosso entendimento (mente, coração) absorver a profundidade do amor de Deus e nEle permanecer. Que clara compreensão dos "mistérios de Deus", do chamamento de Deus há naqueles que têm os "olhos do coração" assim iluminados! Este ato afeta profundamente a vida do cristão.
V.19 - Compreender a grandeza do poder de Deus ultrapassa (iperballo) a razão humana. Quando só a razão humana vai entender, por exemplo, o poder da ressurreição, a ascensão ... ? Por isso precisamos do Poder em ação, do Poder ativo, do Poder "força" de Deus (krátos), que opera naqueles que crêem, para assim compreendermos a profundidade do seu amor e poder.
V.20 - Paulo, utilizando dos três vocábulos (dinámeos, krátous, isríos), enfatiza este poder que é de Deus, que é próprio dEle, mas que é colocado a disposição dos homens. Este poder, "o qual exerceu Deus em Cristo", nós o vemos efetivado, de um forma muito peculiar, na ressurreição e na ascensão de Cristo. Este poder é posto à nossa disposição, pois a vitória de Cristo é nossa também (Ef 2.6).
V.21 - Este poder absoluto de Deus é aqui descrito por Paulo, no domínio que Ele (Deus) tem sobre tudo e sobre todas as coisas. Tudo neste mundo e no vindouro (mélonti) - está sob o poder do Cristo exaltado (Fp 2.9). Cristo é o nome que está acima (iperáno) de qualquer nome.
V.22 - As mesmas palavras usadas por Davi no SI 8.6, são aqui mencionadas por Paulo (e novamente em 1 Co 15.27). Assim como Cristo é Senhor sobre todas as coisas, também o é sobre a Igreja. Deus o deu como cabeça (édoken - Cristo é aquele que tem domínio sobre todas as coisas). É de Cristo (a cabeça) que a Igreja recebe luz e vida plena.
V.23 - Como Cristo é a Cabeça da Igreja, a Igreja, por sua vez, é o complemento de Cristo (a cabeça). Por isso ela é esta plenitude de Cristo (plerournénou). Ele (Cristo) a enche totalmente. Toda a igreja tem de estar envolvida por Cristo. A Igreja se torna ativa - igreja viva - tomando Cristo tudo para todos. Portanto, o Cristo que morreu, ressuscitou e subiu aos céus é Aquele que tem todo o poder, é Aquele que a "tudo enche em todas as coisas".
Proposta homilética
Tema: Quando temos o Espírito de Sabedoria e Revelação:
1. Conhecemos o Cristo Vivo (que ascendeu aos céus - Jo 14.2,3).
2. Estamos nEle (sua ressurreição e ascensão é também nossa).
3. Temos o Seu Poder (o poder da vitória de Cristo - w. 19,20).
José Eraldo Schulz