DA DESCIDA DE CRISTO AO INFERNO
Pois nesse credo o sepultamento e a descida de Cristo ao inferno são diferenciados como artigos distintos, e singelamente (simplesmente) cremos que depois do sepultamento a pessoa toda, Deus e homem, desceu ao inferno, venceu o diabo, destruiu o poder do inferno e tirou ao diabo todo o seu poder. Fórmula de Concórdia DS IX 1-2.
O artigo da descida de Cristo ao inferno é somente um no Credo Apostólico sendo especialmente agregado por um artigo nas Confissões Luteranas. “Da Descida de Cristo ao inferno” é (o) IX Artigo da Fórmula de Concórdia e apropriadamente (é) mais um que aborda a Cristologia. A razão histórica para sua inclusão na Fórmula de Concórdia foi uma afirmação em 1549 por um pastor Luterano, (o) Superintendente Johannes Aepinus de Hamburg, que a descida de Cristo ao inferno foi uma explicação de seu sofrimento. Um sermão de Lutero proferido nos dias 16 e 17 de Abril de 1533 em Torgau, ele afirmou que “a pessoa toda, Deus e homem, com corpo e alma, sem separar” foi ao inferno foi usado pelos escritos da Fórmula de Concórdia para explicar isto (que é) um pouco preocupante (a) pequena frase no Credo. A questão da descida ao inferno é complexa porque havia pouco consenso entre os pais da igreja antiga ou comentaristas contemporâneos sobre seu significado.
Uma visão tradicional Católica Romana interpretou a descida no momento em que a alma de Cristo foi para o limbus patrum, a porta para os santos do Antigo Testamento que foram aguardar pela expiação de Cristo antes deles poderem entrar no céu. Calvino e seus seguidores compreendem a frase como sendo uma explicação do sofrimento de Jesus e não como um evento atual ocorrido entre a morte e a ressurreição[1]. Semelhante a esta visão é uma que considera a frase como sendo uma justaposição, e consequentemente uma explicação, da frase que Jesus morreu. Esta visão é adotada em muitas liturgias contemporâneas (que) usam o Credo Apostólico, incluindo O Hinário Luterano (Americano). Estas duas visões, que vê a descida como uma explicação uma ou outra do sofrimento de Jesus ou do fato de sua morte, sustentam que isto é parte da Humilhação e que a Ressurreição de Cristo é o primeiro passo de sua glorificação. Outra visão ensina que a descida de Cristo ao inferno foi uma continuação de sua pregação (anunciação) de salvação que Jesus fez enquanto (estava) na terra. O que sustentam estas visões são divididos entre aqueles que vêm isto como um evento atual e aqueles que vêm isto como (algo) mitológico. Ambos os pontos de vistas são inerentemente universal generalizado, em que eles ensinam que (as) pessoas originalmente estão condenadas ou não tendo ouvido o Evangelho são dadas à chance para se arrepender. A Fórmula de Concórdia não duplica nenhum destes (pontos de vista) porque afirmam que uma aparição de Cristo, que foi em ambos, corpo e alma, ao inferno para proclamar a vitória sobre Satanás. “Isto é suficiente para saber que Cristo foi ao inferno, destruiu o inferno para todos os crentes, e tem redimido eles do poder da morte, do diabo e da eterna condenação da ‘mandíbula’ infernal”. (FC DS IX 4). Fazendo um complexo artigo para uma Confissão teológica Luterana é o fato que o sermão de Lutero em Torgau, que é autorizado pela FC DS IX, não fazer uso de 1 Pe 3. 18-19, o locus classicus para a descida de Cristo ao Inferno. O sermão parece mais contar a parábola de Jesus da força do homem, que nos evangelhos sinóticos servem para explicar o exorcismo de demônios (Mt 12. 22-32; Mc 3. 22-30; Lc 11. 14-23). Estas duas tradições devem ser apresentadas separadamente e depois produzi-los juntos.
1 Pe 3. 18-22, é donde se acha a referência da pregação de Cristo às almas em prisão, tem toda a marca de um antigo credo. Usado em Roma, de onde originalmente (é) esta epístola, este foi provavelmente já usada no período apostólico em conexão com (o) batismo, que é mencionado como o instrumento de salvação em 1 Pe 3.21. O Credo Petrino convenientemente divide a vida de Cristo em sua Humilhação e Exaltação. “Cristo sofreu uma vez pelos pecados, o justo pelo injusto, para conduzir-vos a Deus. Ele foi morto nos dias de sua carne (humilhação) e se fez vivo no espírito (exaltação)”. A NVI compreende pneuma como o Espírito Santo que trouxe Jesus outra vez a vida. Este é o problema em que “carne” pode também ter sido compreendido como um dativo do significado. Jesus não foi posto a morte por sua carne. Algo da palavra “carne” se refere ao período de seu sofrimento e humilhação como é feito em Hb 5.7 onde Jesus é descrito como elevando uma oração por sua salvação (libertação) durante os dias de sua carne. Deste modo, em seu estado de glorificação, Cristo foi e ensinou àqueles que são descritos como desobedientes nos dias de Noé. Uma visão um pouco diferente foi levantada por Martin Scharlemann, que compreendeu o dativo como um da referência. Algo similar foi vista entre 1 Pe 3. 18-19 e o levantar (ressuscitar) da filha de Jairo em Lc 8. 55, onde o espírito retornou a ela. Scharlemann reivindicou que Jesus foi trazido à vida no sentido que seu espírito retornou para seu corpo [2]. Scharlemann veio, no entanto, concluir que Cristo foi ao inferno em seu corpo e não só sua alma. “A modo de sumário, se pode dizer que, 1 Pe 3. 18-19 é bastante evidente que nos relata que Cristo, de acordo a seu corpo glorificado desceu ao inferno para fazer lá a proclamação de si mesmo como o Messias” [3]. Pieper seguiu Lutero em ver isto como uma referencia a que ele chamou a vida celeste, isto é, seu estado de exaltação, a posição que ainda parece ser a mais plausível [4]. Para compreender “espírito” como uma referência só à natureza divina é problemática, visto que a natureza humana iria assim ser excluída na descida. Isto é claro, porém, que a natureza humana de Cristo e não sua divina foi vivificada pelo espírito. A sugestão de que Cristo foi ao inferno somente de acordo a sua natureza divina é problemática pelo menos por duas razões. A descida ao inferno envolve o conceito de Jesus Cristo como representante humano de Deus quem tem de superar a morte. O segundo Adão dominou Satanás no lugar e em beneficio do primeiro Adão que sucumbiu (Cair sob o peso de; abater-se, vergar, dobrar-se:
Os fracos sucumbem às adversidades.) a Satanás e morreu. A Cristologia Luterana, com esta a doutrina da comunicação dos atributos, seria difícil tirar (espremer) uma explicação por que neste ponto um rompimento entre o divino e humano em Jesus foi possível.
Os fracos sucumbem às adversidades.) a Satanás e morreu. A Cristologia Luterana, com esta a doutrina da comunicação dos atributos, seria difícil tirar (espremer) uma explicação por que neste ponto um rompimento entre o divino e humano em Jesus foi possível.
Aqueles em prissão são descritos como desobedientes. Desobedientes é uma palavra típica no Novo Testamento para incrédulos. O público de pregação de Jesus foram aqueles que recusaram se arrepender quando Noé pregou iminente destruição pelo dilúvio e salvação, um tema duplicado em 2 Pe 2.5 e já encontrado nos evangelhos (Mt 24.37-38; Lc 17.26-27). Alguns têm concluído, talvez com razões válidas, que aqueles espíritos, os desobedientes morreram, também incluindo (os) anjos caídos. Visto que, a passagem conclui com uma referência a ressurreição de Jesus e sua ascensão e assentar-se a mão direita de Deus todo do qual são afirmações Creedal (= do Credo), poderia ser concluído que a Descida foi antes de reassumir o seu atual corpo na Ressurreição. Isto não é necessariamente assim, já que a referência a sua Ressurreição seria sua aparência com seu corpo na terra. Sua glorificação “no espírito” referia a reassunção de seu corpo, visto que a palavra para “se fez vivo” envolve uma glorificação no corpo. Compare Jo 5.21, “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer”. Aqui glorificação envolve ressurreição corporal.
Deste modo, a humilhação de Jesus, confessada no Credo Apostólico, compreende o tempo de sua concepção ao sepultamento e a glorificação (exaltação) começa com a Descida de Cristo ao Inferno. Embora, 1 Pe 3. 19 não usa linguagem espacial de ir para baixo ao inferno, Rm 10. 7 fala de Jesus “indo para baixo na morte” (a;bussoj). O Credo Apostólico, como a linguagem do Credo de 1 Pe 3. 18-22, situa a descida entre o sepultamento e a ressurreição e, por isso, como um artigo separado de fé. Em certo sentido, a Descida ao inferno e a aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos são dois lados da mesma moeda. A descida ao inferno é a manifestação da vitória de Deus em Jesus sobre Satanás e seu direito (reivindicação) sobre o ser humano, tal como a aparição (após a) Ressurreição são os sinais que o homem tem sido liberto das conseqüências da morte. Esta compreensão da vida, morte e ressurreição de Cristo como vitória de Deus sobre Satanás é comumente denominado a visão do Christus Victor (Cristo vencedor). Olhando a descida como um ou outro a continuação ou símbolo do sofrimento de Cristo ou uma explicação de sua morte priva o Credo e a Igreja de um artigo específico que expressa a vitória sobre Satanás.
Já que o Novo Testamento e o Credo dizem da ressurreição “no terceiro dia”, a questão de tempo da descida não é imprópria. A antiga visão Romana fala do triduum mortis durante que tempo Jesus em sua alma pregou as almas do justo que seriam libertados por sua ressurreição. O “terceiro dia” referido no Credo, como explicação previa, refere-se à duração da morte e não da sua alma estar no inferno. Durante o período em que seu corpo ficou sepultado, sua alma estava com o Pai, em cujas mãos ele tem encomendado (Lc 23. 46). A descida é o primeiro momento da Glorificação. Em este primeiro momento Jesus foi vivificado tanto em corpo quanto a alma e ele foi visto no reino das “coisas invisíveis”, i.e., onde os anjos e almas mortas morram. Lutero, no sermão de Torgau, fez autoritária a Fórmula de Concórdia, afirmando que Jesus foi ao inferno com corpo e alma [5]. 1 Pe 3. 19 identifica este lugar como “A prisão” e Rm 10.7 denomina este lugar “o abismo”. O Mundo antigo usava a prisão para reter prisioneiros que aguardavam julgamento ou execução e isto usado em 1 Pe 3.18 sugere que aquelas almas são aos que aguardavam pela condenação eterna no julgamento final. “Abismo” é usado em Lc 8.31 e Ap 20.3 para descrever o destino final de Satanás. Estas passagens levam alguns supor a visão de que Cristo proclamou sua mensagem não somente para aqueles que rejeitaram a crer na mensagem de Noé, mas para todos os mortos mantidos cativos no reino de Satanás. Isto foi uma mensagem ouvida por eles e todas as hostes infernais opuseram a Cristo e a sua obra. A palavra usada para pregação khru,ssw sugere que esta foi uma proclamação de Jesus como Jesus – que é, a proclamação de vitória.
Embora, a proclamação de sua vitória é centrada no momento da sua aparição do Cristo ressuscitado para os desobedientes, o tema essencial do conflito entre Deus e Satanás pode ser traçado ao longo do Antigo quanto do Novo Testamento. O Homem em seu dilema encontra um modo fora da morte de Jesus como propiciação. O que para homem são atividades salvíficas de Deus para restaurar eles como um filho de Deus, são para Deus um restabelecimento de seu reino sobre o mundo. A promessa de Gn 3.15 é que a semente da mulher destruiria Satanás. Em todo o Antigo Testamento, Deus contende com Satanás na forma de falso deus primeiro pela lealdade entre os filhos de Adão e então entre o filho de Abraão. Em cumprimento de Gn 3.15, Jesus Cristo aparece para esmagar a cabeça do antigo tentador e enganador da humanidade. Este tema é introduzido no relato dos Evangelho sobre a tentação de Jesus por Satanás, que é o primeiro vencido pela Palavra de Deus e então finalmente pela cruz. Em sinal daqueles possuídos por demônios, a palavra de Is 53.4 vem retificar que o Servo Sofredor tem agüentado seus sofrimentos e enfermidades pela sua morte. Satanás foi vencido não por uma exposição (apresentação, demonstração) da onipotência divina, mas pelo ato divino de retidão (justiça) na cruz através do qual Satanás perdeu seu direito sobre o ser humano. Alguns pais da igreja antiga afirmaram que Cristo pagou um resgate a Satanás para libertar os homens de seu domínio. As partes componentes desta teoria foi correta. Jesus a si mesmo se ofereceu como um resgate e por este ato libertou os homens do domínio de Satanás, mas não há no Novo Testamento apoio para a visão que Ele pagou o resgate a Satanás. Paulo faz a conexão entre morte como expiação pelos pecados e libertação de Satanás em Cl 2.9-15, uma passagem que pode ser muito bem um antigo credo. Jesus é o encarnado de Deus em quem toda a plenitude da Divindade mora em forma corporal (Cl 2.12) e através destes atos Deus tem perdoado as transgressões (Cl 2.13). Isto Ele realizou por pregar à cruz o custo em contra a humanidade para indicar que eles foram pagos (Cl 2.13-14). Então, Ele tirou o poder demoníaco de seus armamentos protetores e fez aparição pública de sua vitória sobre eles. A Expiação como pagamento pelos pecados elimina alguns direitos que Satanás como o acusador pode fazer sobre o ser humano. Satanás é agora incapaz de ameaçar o ser humano com a acusação que o ser humano está em débito com Deus e assim merece a mesma conexão entre Expiação e a conquista sobre Satanás como o acusador.
No fundo deste tema de Cristo como o vitorioso sobre Satanás permanece a descida ao inferno como foco, como se encontra na passagem de 1 Pe 3, entretanto, Lutero na fez uso desta em sua apresentação da Descida [6].O tema Cristo Vitorioso abarca toda a vida de Cristo e não simplesmente sua aparição ao inferno. Cristo conquista Satanás na parábola do homem valente, que Jesus usa para demonstrar sua autoridade para exorcizar demônios (Mt 12. 22-32). Para expelir fora demônios Cristo demonstra que o reino de Deus tem vindo nele. A parábola (abisma) dois homens fortes (poderosos) um contra o outro. O primeiro guarda suas posses em sua casa, até que o primeiro poderoso vem em sua casa, leva para fora suas armas, e despoja dele seu bem (Lc 11.22). Como a maior parte da parábola, Jesus está descrevendo sua atividade na terra em resgate do homem. Em proximidade a estas palavras, Ele entrou no domínio de Satanás, primeiro despojando dele seu poder e então do ser humano que é sustentado sobre sua inclinação. O visão do Cristo Vencedor pressupõe a morte de Cristo e o pagamento sacrificatório pelos pecados e vê a vida de Cristo como uma série continuada de batalha, começando com a tentação, e culminando na cruz com a batalha final e vitoriosa. A Descida ao inferno é a proclamação da vitória no inferno, assim como a Ressurreição é a declaração da vitória na terra.
[1] “O ponto é que o Credo estabelece daí em diante que Cristo sofreu à vista do homem, e depois fala apropriadamente que o invisível e incompreensível julgamento que Ele sofreu à vista de Deus em ordem que nós podemos saber não somente que o corpo de Cristo foi dado como preço de nossa salvação, mas que Ele pagou um grande e mais alto preço, sofrendo em sua alma os terríveis tormentos de uma condenação e foi desamparado” Calvino, Inst., II, XVI, 8-10.
[2] Scharlemann, “A Descida ao Inferno”, 88.
[3] Ibid, 93.
[4] Pieper, Dogmática Cristã, 2. 317-320.
[5] “Creio em Cristo, o Senhor, Filho de Deus, que morreu, foi sepultado, e desceu ao inferno, isto é, a pessoa toda, Deus e homem, com alma e corpo, sem divisão...” Isto é uma tradução do sermão de Lutero em Torgau como está contido na FC DS IX.
[6] LW 30. 113-114.