- VIDA
Karl Bart nasceu na Basiléia em 10 de maio de 1886. Sua origem suíça é digna de nota: Durante o período nazista, se opôs radicalmente contra Adolfo Hitler, por ter feito isso Barth foi repatriado. Da sua cidade natal, Suíça, herdou varias convicções políticas e sociais: O apego com a democracia, uma tendência ao conservadorismo, a desconfiança em relação aos blocos políticos, uma propensão para a neutralidade (entre Rússia e Estados Unidos).
Filho de pais protestantes recebeu sua educação religiosa inicial na igreja reformada. Seu pai se chamava Fritz Barth, o qual era professor de Teologia, especialista no Novo Testamento, tanto que em 1889 foi convocado a ser catedrático de Novo Testamento e História da Igreja na Universidade de Berna na Suíça.
Seus estudos teológicos, iniciados em sua pátria em 1904, mais precisamente em Berna, foram prosseguidos na vizinha Alemanha, tendo passado nas universidades de Berlin, Marburg e Tubingen. Teve por professores Adolf Schlatter, Adolf Harnack, Wilhelm Herrmann e os “Neokantianos” Hermann Cohen e Paul Natorp. No ano de 1909 terminou o Bacharelado em Teologia.
CAPÍTULO II
PRINCIPAIS OBRAS DE KARL BARTH
Os escritos de Karl Barth podem ser divididos em quarto grupos principais que são: Obras exegéticas, históricas, dogmáticas e políticas.
A) Obras exegéticas: Der Römerbrief, 1922; Erklärung des Pbilipperbriefe (explicação da Epístola aos Filipenses), 1927. Pode-se incluir aqui entre os comentários e as pregações que têm por tema versículo da Sagrada Escritura.
Logo após a primeira guerra mundial (1919) foi publicado o comentário sobre a carta de Paulo aos Romanos de Barth. Nesta obra Barth enfatiza bastante a teologia contemporânea e a tradição que vinha formando desde Scheiermacher, que fundamentava o cristianismo na experiência humana e considerava a fé um elemento na vida de um homem. Ela também foi um protesto para as escolas que tinham transformado a teologia em ciência.[1]
Já em 1922 foi publicada a segunda edição, completamente revisada. Pode-se dizer que a partir daí começou a nova escola que mais tarde foi conhecida como escola dialética.
O homem que mais intimamente colaborou com Barth nesta escola foi Edouard Thurneysen (m. 1888, pastor na Suíça, e mais tarde professor em
CAPITULO III
O MÉTODO DA ANALOGIA DA FÉ
De início Karl Barth usava ou falava de quatro métodos de interpretação da escritura. 1o da filosofia, (podendo ser tanto quanto são as filosofias). 2o um método análogo ao da filosofia. 3o o método da dialética. 4o analogia da fé.
Rompendo com a teologia liberal Barth já começa a entender e interpretar as escrituras de uma forma diferente. Diferenciando entre o bem e o mal, o certo e o errado, o sim e o não, pecado e perdão. Barth considera que o equilíbrio entre os dois momentos se expressa através da analogia da fé. A partir desse momento Barth tem certeza em seu argumento. Pois diz ele que nós usamos as mesmas palavras, como por exemplo: olhos, boca, ser, espírito, etc, usamos elas tanto para criaturas como para Deus.
Karl Barth fala a respeito da analogia do ser – nós por nós mesmos, ou por nosso próprio entendimento não conseguimos entender a natureza de Deus como Senhor, Criador, Reconciliador e Redentor. Mas para isso é necessário que Deus se revele a nós. Podemos chegar ao conhecimento de Deus somente quando a Sua graça nos alcança, a nós e aos instrumentos do nosso pensar e falar, dotando-nos a nós e a eles, perdoando, salvado e protegendo a nós e a eles.
Barth conclui que a Palavra não pode ser conhecida pelo homem, mas apenas reconhecida, e isso na medida em que ela mesma se dá a conhecer e ouvir, nunca a mercê do sujeito “cognosente”,
CAPÍTULO IV
A PALAVRA DE DEUS
Para Barth assim como para Lutero e Calvino, a Palavra tem um significado mais amplo do que Sagrada Escritura. A Palavra de Deus é “todo o conjunto da auto manifestação divina”. Barth dá a Palavra de Deus uma densidade a tal ponto de fazê-la abranger também toda a dimensão ontológica da revelação.
Segundo Barth a auto manifestação de Deus, assume três formas: a revelação, a bíblia, e a pregação.
1. A revelação: é o acontecimento pelo qual Deus visitou o seu povo, tornou-se um de nós, escondendo sua glória em nossa miséria. Diz que isso acontece na revelação de Cristo.
2. A bíblia: é o atestado da revelação da Palavra ocorrida. Ela é o instrumento concreto mediante o qual a igreja pode recordar a revelação de Deus ocorrida e ser solicitada, autorizada e guiada para a espera da revelação futura.
3. A pregação: é o anuncio da revelação que é feito pela igreja. A igreja se subordina a Palavra de Deus, a sua revelação.
Como Deus, também a sua Palavra conserva tal infabilidade que nenhuma mente de teólogo jamais conseguirá sequer arranhar. E aqui Barth aplica a Deus uma série de atributos que a teologia clássica habitualmente reserva a Deus: simplicidade, invisibilidade, imaturidade, espiritualidade, transcendência.[2]
CAPÍTULO V
BARTH E O PONTO DE VISTA DE CRISTO
Muitas vezes a teologia Barthiana é chamada de Cristocêntrica.
Para Barth “Jesus Cristo é a única palavra de Deus que chama o homem, como homem, à vida, transferindo-o para o reino da vida e da liberdade diante de Deus e em Deus”.[3] A função primaria da Palavra de Deus é falar de Deus falando de Jesus Cristo como sua palavra criadora, redentora, e reveladora, isto é falando da humanidade de Deus.
Quanto a Criação e eleição do homem Barth diz: Cristo é protótipo pelo qual o homem foi modelado; Cristo é, ainda, o primeiro dos eleitos e predestinados, que tornou possível a nossa eleição e a nossa predestinação. Á no amor de Deus por Cristo, seu filho, que devia tornar-se homem e portador dos pecados dos homens, Deus amou o homem e, com o homem, todo mundo desde a eternidade, antes ainda de criá-los.[4]
A obra de Mondin também dá a entender de que a posição de Barth quanto morte e ressurreição foi mérito seu, como se Cristo estivesse ocupando-se da natureza divina no momento de sua ressurreição. Mas sabemos que Cristo possuía a natureza divina, mas não a ocupou, ocupando-se somente de sua natureza humana foi ressuscitado por Deus ao terceiro dia.
Na cristologia, Barth tende excessivamente reduzir a parte de humanidade na pessoa e na ação
[1] Hágglund, Bengt. História da Teologia. p 343.
[2] Mondin, Batista. Os grandes teólogos do século vinte. p 38.
[3] Mondin, Batista. Os grandes teólogos do século vinte. p 41.
[4] Idem. p 42.