VOCAÇÃO
OS CRISTÃOS EM MEIO AO SEU TRABALHO
Se reconheces as grandes e preciosas coisas que nos são dadas, como diz Paulo (Romanos 5.5), logo se difunde, por meio do Espírito, em nossos corações o amor - pelo qual somos obradores livres, alegres, onipresentes e vitoriosos sobre todas as tribulações, servos dos próximos, e assim mesmo senhores de tudo. Os que, porém, não reconhecem o que lhes é dado através de Cristo, para estes, Cristo nasceu em vão, estes vivem pelas obras, sem jamais chegar ao gosto e à daquelas coisas. Assim como nosso próximo tem necessidade à percepção daquelas coisas e precisa de nossa abundância, da mesma maneira também nós temos necessidade perante Deus e precisamos de sua misericórdia. Por isso, tal qual o Pai celeste nos auxiliou gratuitamente em Cristo, devemos também auxiliar a nosso próximo gratuitamente pelo corpo e suas obras, e cada qual tornar-se para o outro como que um Cristo, para que sejamos Cristos um para o outro, e o próprio Cristo esteja em todos, isto é, para que sejamos verdadeiros cristãos.
Martinho Lutero, Da Liberdade Cristã (OS 2, 454)
Ao estarem envolvidos na cultura, os cristãos também estão diretamente envolvidos na construção da sociedade. Isto significa que os cristãos vão ao cinema, fazem refeições em restaurantes e torcem para equipes esportivas. Também assumem diversas ocupações em suas vidas. Talvez seu cabeleireiro ou até o entregador de pizza sejam cristãos. Pense em seu local de trabalho. Muitos colegas são cristãos enquanto outros não são e todos trabalham lado a lado.
45. Você acha que há algumas profissões que os cristãos jamais deveriam exercer? Cite algumas. Enumere profissões que os não-cristãos não exercem.
RELAÇÕES NO TRABALHO
46. Leia Efésios 6.5-8. Em muitos casos, os cristãos ocupam profissões de liderança, outras vezes, eles estão subordinados a outras autoridades. Quais orientações Paulo dá às pessoas que vivem sob a autoridade de outras pessoas?
47. É fácil servir a um chefe de forma sincera? Por quê? Quais as circunstâncias que dificultam o servir?
48. Leia Efésios 6.9. Como a autoridade deve agir em relação aos seus subordinados? Em que sentido o chefe tem um dever maior em relação ao que serve?
49. Perceba que “não há imparcialidade” para com Deus (veja também Lucas 1.51-53; Atos 10.34-35,44-48; Gálatas 3.26-29. Por que é importante distinguir as relações terrenas?
50. Leia Mateus 20.1-16. Como esta parábola, que nos ensina uma verdade celestial, ensina práticas não valorizadas pelos padrões do mundo?
51. Um empresário cristão pode empregar estes princípios na administração de seus negócios? O que irá acontecer ao tentar colocar em prática estes princípios?
TRABALHANDO NO AMBIENTE SECULAR
Viver nossa vida cristã no ambiente de trabalho começa pelo receber as dádivas do Culto Cristão. A vida cristã é mais sobre ser do que sobre fazer. Precisamos da lembrança e do encorajamento de que é o Espírito Santo que provê, através da Palavra e dos Sacramentos, forças para suportarmos o dia a dia. Em resposta às dádivas de Cristo, nós servimos a Deus através do próximo - inclusive com aqueles que estão no trabalho.
52. Que mudanças os cristãos podem produzir em meio a um ambiente predominantemente não-cristão? Como eles podem se superar?
53. Liste algumas razões porque você vai à igreja. Qual é a mais importante? Como o culto o renova para o trabalho da semana?
CULTO ALÉM DA IGREJA
Pedro escreve: “Tenham, no coração de vocês, respeito por Cristo e o tratem como Senhor. Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que vocês têm. Porém, façam isso com educação e respeito. Tenham sempre a consciência limpa. Assim, quando vocês forem insultados, os que falarem mal da boa conduta de vocês como seguidores de Cristo ficarão envergonhados” (1 Pedro 3.15-16). Embora sejam aplicáveis à muitas situações na vida, estas palavras de Pedro tem um grande significado para o local de trabalho.
54. Como o local de trabalho é uma oportunidade para o evangelismo?
55. Quais são os meios mais eficazes para o cristão viver a vida cristã em seu ambiente de trabalho?
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
Dedique algum tempo para orar pelos seus colegas de trabalho, seus superiores ou por aqueles que estão subordinados a você. Ore para que sejas fiel às suas responsabilidades, para que possas servir aos colegas de trabalho e ao Senhor.
Ao descansar de seu trabalho, medite no Salmo 92 e alegre-se que estás nas mãos de Deus que continua agindo em teu favor. Que esta palavra de encorajamento possa anima-lo a trabalhar a cada dia.
Leia o Segundo Artigo do Credo e sua explicação no Catecismo Menor. Maravilhe-se com a obra de Cristo em seu lugar. Confie nos méritos de Cristo como seu Salvador.
PONTO PARA LEMBRAR
Ó SENHOR Deus, os teus feitos poderosos me tornam feliz! “Eu canto de alegria pelas coisas que fazes”. Salmo 92.4.
Para o próximo estudo, leia Gálatas 5.1-8.
Fonte: “Vocação” - SÉRIE ESPIRITUALlDADE - Editora Concórdia, p. 21-23.
DAQUI EM DIANTE É O AUXÍLIO
VOCAÇÃO
OS CRISTÃOS EM MEIO AO SEU TRABALHO
OBJETIVOS
Pelo poder do Espírito Santo, estude a Palavra de Deus com os participantes para (1) examinar a vocação dos cristãos em meio ao mundo secular, (2) comparar e contrastar a ação cristã dos não-cristãos em meio ao local de trabalho e (3) destacar opções para agir evangelisticamente em meio ao trabalho.
ORAÇÃO INICIAL
Misericordioso e eterno Deus, não poupastes teu único Filho e o entregaste para morrer na cruz, para nos salvar dos pecados. Conceda que nossos corações sejam mantidos com fé firme nele, de forma que possamos vencer as adversidades; através de Jesus cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, agora e para sempre. Amém.
Cante: “Vem guiar-me, ó Deus Bendito” (HL 410)
FOCAR
45. Perceba que o benefício do trabalho é para honra e glória do Senhor. Por outro lado, há algumas “profissões”, tais como vender drogas, prostituir-se ou trabalhar no crime organizado, que são contrárias à vontade de Deus e não cooperam com a sociedade. Estas não são para a glória de Deus e por isso não devem ser desempenhadas por cristãos. Por outro lado, não-cristãos não deveriam trabalhar como pastor ou serem chamados para cooperar na Igreja.
RELAÇÕES DE TRABALHO (INFORMAR)
46. Paulo não ensina, em lugar algum, que trabalhar sujeitando-se à autoridade de outra pessoa é vergonhoso ou degradante. Um cristão deve servir ao seu superior com “temor e tremor” e não com o objetivo de autopromoção. Submeter-se no trabalho é submeter-se a Cristo. Da mesma forma, as autoridades terrenas estão submissas a Cristo.
47. Os participantes podem trazer opiniões a respeito desta questão. Por causa de nossa natureza pecaminosa, as relações entre patrões e empregados nem sempre são pacíficas. Paulo não nos ensina que se uma relação apresenta problemas, a autoridade deixa de existir. O que se percebe hoje é que muitas pessoas não querem mais se sujeitar à autoridade.
48. Aqueles que ocupam o papel de autoridade têm a mesma responsabilidade daqueles que estão sujeitos à autoridade. A diferença é que aquele que ocupa liderança precisa aprender que sua autoridade procede de Deus, que é Senhor sobre todos, incluindo a si mesmo e aqueles que estão sob sua autoridade. Por isso, uma pessoa que está na função de autoridade também é um servo. O respeito dado pelo chefe é facilmente retribuído pelos liderados. Esta relação torna o ambiente de trabalho mais prazeroso e produtivo.
49. A partir das passagens estudadas, é necessário distinguir o papel dos cristãos nesta terra, do reino celestial. Diante de Deus, não há servo ou senhor, escravo ou livre. No seu reino, Deus ama a todos indistintamente. Porém, neste reino, o pecado ainda mancha as relações e, por isso, é necessário manter a autoridade com o objetivo claro de controlar o pecado e suas consequências.
50. Esta parábola ilustra que não há parcialidade com Deus. Diante dos benefícios de Cristo, somos todos iguais. Esta é graça de Deus. A graciosa generosidade de Deus provém de seu reino celestial e é dada a todos indistintamente.
Neste mundo, nossos benefícios são diferentes. Nosso salário é baseado em nosso trabalho. No reino celestial, nada contribuímos. Através da vida, morte e ressurreição de Cristo recebemos tudo que é necessário para nossa salvação.
51. Nesta passagem, Jesus está ensinando sobre o Reino dos Céus. Mateus 20 não serve de modelo para os empregados deste mundo. Neste mundo, a lei serve de motivação para que os empregados cumpram seus horários e suas tarefas. Em meio ao pecado, não há outra forma a não ser através da lei. Os cristãos também precisam priorizar tarefas que destacam a ética cristã. Desta forma, contribuem para que o pecado seja controlado em meio ao mundo.
TRABALHANDO EM UM AMBIENTE SECULAR (CONECTAR)
52. Baseado no que aprendemos até agora, discuta como é trabalhar e viver sob os dois reinos de Deus. Destaque também como os cristãos podem superar suas dificuldades em meio ao seu trabalho, com a perspectiva do reino celestial que possuem.
53. Aqui precisamos entender claramente a função de nossa ida à igreja. Nossos cultos não são mais uma das tarefas que temos que cumprir ao longo da semana. Durante a semana, trabalhamos em meio ao reino deste mundo. Já nossos cultos nos colocam diante de Deus, em seu reino celestial. Nossos cultos nos colocam em comunhão com a Igreja dos Céus ao mesmo tempo que nos levam de volta à vida do dia a dia, com o perdão para vivermos de forma agradável a Deus. Mesmo que sejamos tentados e passemos por provações nesta vida, somos encorajados a viver nossa fé em meio a este mundo (Romanos 8.18-28).
CULTO ALÉM DO TEMPLO/IGREJA (VISIONAR)
54. Através de seus locais de trabalho, os cristãos têm mais acesso a não-cristãos do que os pastores. As relações entre não-cristãos e cristãos podem ser temperadas com a oportunidade de compartilhar Cristo. Este testemunho pode ser chamado de culto fora do ambiente da igreja. Por isso, a vocação cristã assume um papel determinante para compartilhar a fé cristã.
55. Os cristãos são o que são. Nossa identidade cristã é parte de nossa vida. Não fazemos dela algo que seja maçante. As pessoas irão nos conhecer somente pelo fato de sermos cristãos. Muitas vezes, nem precisamos dizer que o somos. Em primeiro plano, nosso papel em nossos lugares de trabalho é fazer o que se espera que façamos. Depois que a nossa relação com os não-cristãos estiver solidificada, podemos compartilhar a nossa fé, como nos sugere Pedro em sua epístola, quando nos aconselha a responder e tratar a todos com o amor e o respeito de Cristo.
Fonte: “Vocação” - SÉRIE ESPIRITUALlDADE - Editora Concórdia, p. 47-50.