SEGUNDO DOMINGO DE PÁSCOA
João 20.19-31
26 de Abril de 1992
1. A temática das perícopes: O Salmo 100 é um hino de ade graça, que convida à alegria e gratidão pelos benefícios bidos Daquele que de fato reina e governa sobre todo o universo.
A leitura de Atos 5.12, 17-32 nos faz recordar os muitos milafeitos por Deus através dos apóstolos, que não manipulavam o pdivino para sua glória ou vantagem material como o faziam oprofetas de "sucesso".
A segunda leitura, Apocalipse 1.4-18, conduz o pensamento a visão joanina do Jesus glorificado. Esse Jesus que se encarnmorreu é o primogênito dos mortos e o Ressurrecto, o Soberanoreis da terra, o exaltado que está a direita de Deus Pai, Seu alibertou os homens de seus pecados e assim formou o real e sacerpovo de Deus. Jesus, o Cordeiro de Deus, tem poder e para nconsolo nos ama.
2. Contexto: O sepulcro vazio é o fato central desse capitulode João. A notícia da ressurreição de Jesus ainda não havia compreendida. O resultado dessa não compreensão foi o fecse em casa, portas trancadas e medo dos judeus. Foi nesse cde pavor c incerteza que Jesus aparece a seus discípulos, dede ter aparecido primeiro a Maria Madalena, e então lhes "Paz seja convosco!" Que saudação confortadora nesse primaparecimento para a congregação dos fiéis!
3. Texto: Vers. 19, 20: Maria Madalena tinha trazido a notícia da ressurreição aos discípulos. Agora o próprio Jesus aparece na noite de domingo, atravessando as portas fechadas. Vem para trazer paz. Sua presença gloriosa enche de alegria os corações dos Seus discípulos. À igreja fugitiva e secreta começa a respirar um ar de festividade e coragem.
Vers. 21-23: Jesus reforça e reafirma a paz que veio oferecer aos discípulos angustiados. Essa paz é a base, o ponto de partida para sua tarefa de mensageiros da boa nova, pois o evangelho que vão anunciar é "paz" (Ef 2.17), o evangelho da paz (Ef 6.15). Jesus é a nossa paz. Só há paz através Dele (At 10.36). Aqueles que querem trazer a paz devem tê-la.
As palavras de Jesus nesse texto dão a toda igreja a missão de proclamar a notícia da paz e salvação. "Assim como o Pai me enviou, eu vos envio." Esse "vos" não se refere exclusivamente aos onze, mas inclui necessariamente todos os cristãos presentes naquele momento. E logo mais adiante o Mestre deixará bem claro que cada membro da igreja pode e deve ser um representante do Deus verdadeiro.
A missão redentora de Cristo está pronta. Começa agora a missão de todos os seguidores de Jesus: repartir essa boa nova. Os onze já sabiam que esse seria seu trabalho. Haviam, sido preparados nesse tempo de convívio. Agora recebem a ordem explícita de sua tarefa no mundo. Vivo e glorificado, Jesus diz a seus discípulos que Seu trabalho vai começar. Com autoridade que só Ele tem, envia formalmente seus discípulos e com a mesma autoridade lhes concede pessoalmente o Espírito Santo para esse trabalho.
No dia de Pentecoste essa manifestação do Espírito tem uma dimensão mais pública, oficial e universal. Na noite de Páscoa o Espírito foi recebido para que compreendessem o que Jesus lhes havia revelado em Lc 24.44, a saber, que tudo isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura. No Pentecoste o Espírito veio para que a boa nova do Evangelho chegasse a todo o mundo em, todas as línguas dos homens. Na noite de Páscoa ninguém foi convertido, mas os líderes foram fundamentados em seu crer para uma ação futura. Nessa decisiva noite receberam o Espírito para que com poder e autoridade pudessem perdoar e reter pecados, isto é, pregar lei aos impenitentes e evangelho aos penitentes em, nome do santo e justo Deus.
Essa boa notícia é o verdadeiro evangelho libertador, que afasta pecado, culpa e condenação. E mesmo que homens pecadores sejam os portadores dessa declaração, esse reter ou perdoar pecados dos discípulos de Jesus é certo c válido também no céu, como se o próprio Cristo tratasse conosco. Aqui os discípulos recebem o poder do ofício das chaves (cf. Mt 16.19; Mt 17-20). Eles são os agentes que pronunciam a absolvição em nome do Senhor, mas eles não são capacitados ou encarregados de olhar nos corações dos homens e desse modo expor todos os hipócritas. Os discípulos e a igreja são falíveis em seu agir e julgar.
Todos os cristãos têm o poder de reter e perdoar pecados. No entanto, esse sacerdócio real de todos os cristãos deve ser exercido sem, ferir a ordem e a decência. Todos temos o poder, mas ninguém deve exercê-lo publicamente a não ser que tenha sido escolhido pela congregação. Em particular, no entanto, ele pode e deve usá-lo. Quem pode prestar maior serviço ao próximo do que consolá-lo com uma palavra que lhe abre o céu?
O evangelho não é mero relato salvífico, mas é oferta de perdão, de vida, de paz. Pois, quando o SENHOR vivo apareceu, Tomé não estava lá. Essa sua ausência pesou na sua vida. Não se sabe bem porque esteve ausente, mas esse fato foi decisivo em sua vida. Por não ter visto, duvidou das testemunhas e exigiu uma prova física da ressurreição do Mestre. Queria ver para crer. 0 testemunho unânime de pessoas idôneas foi em vão.
É verdade que os discípulos nunca sonharam com a ressurreição. Foram sacudidos pelas evidências que Tomé não viu. E Tomé vai exigir provas "palpáveis, tocáveis". Ele quer por a mão na ferida. Não está preocupado com os que crêem. Ele não crê e pronto.
Vers. 26-30: No domingo seguinte Jesus atravessa novamente as portas fechadas e aparece a todos os discípulos reunidos. E. . . a prova que Tomé exigiu, o Ressurrecto a dá logo de início. Jesus convida Tomé de modo amoroso a fazer o que ele mesmo havia dito que faria para testar a informação da ressurreição. Essa experiência tocou Tome profundamente. Jesus lhe fala como AQUELE que ouviu cada palavra naquela ocasião quando Ele fazia exigências. Só o perceber a onisciência de seu Senhor o deve ter sacudido por dentro. É nesse momento, então que responde confessando que Jesus é Senhor e Deus.
Tome aceitou completamente a divindade de Jesus e o fato de sua ressurreição. Jesus confirmara assim que Ele é o próprio Deus, verdadeiro Deus com o Pai e com, o Espírito.
Nesse episódio a fé dos discípulos foi fortalecida e desse modo foram, equipados para serem Suas testemunhas na igreja e no mundo. Perdoado o que tivera dúvidas, Jesus encoraja os Seus a caminhar pela fé, como o fizera Abraão. Outras oportunidades teve o Mestre para esclarecer, clarificar, e reafirmar algumas lições aos seus discípulos nesses 40 dias após Sua ressurreição.
4. Meditação: Jesus nos encoraja a caminhar pela fé, porque crer é ver. Tome foi, tratado com muita paciência e então, explode nele a fé pessoal num, testemunho claro e firme no Senhor Deus.
Jesus encoraja a Tomé e a nós hoje a viver pela fé, confiando no amor, no poder e na sabedoria de Deus. Nessa fé confiamos nas promessas divinas, mesmo quando as circunstancias e os sentimentos dizem o oposto.
Crer é ver. É ver tudo na perspectiva divina, e não na perspectiva natural do ser humano. E tem mais. Crer é ver o céu aberto e esperar que um dia veremos Deus face a face e poder tocá-lo como filhos gostam de sentir o Pai. Então nosso ser será completo.
Enquanto não estamos lá, vivamos a nova vida a serviço DELE. Há muita coisa a fazer. Existe serviço pára cada um. O Salvador nos diz: "Assim, como o Pai me enviou, eu vos envio a vós." Servimos porque Ele nos serviu primeiro. Amamos porque Ele nos amou primeiro.
5. Disposição: TEMA: Jesus vive e fortalece a fé dos ansiosos!
1. Tomé duvidou. Por quê? Queria ver para crer.
2. Jesus encorajou e encoraja a caminhar pela fé, porque crer é ver.
Gerhard Grasel
REVISTA IGREJA LUTERANA 1991/2 Pg 127
REVISTA IGREJA LUTERANA 1991/2 Pg 127