IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL PRIMEIRO AO SENHOR 2 Coríntios 8.1-15 |
PRIMEIRO AO SENHOR é um sublime ensino do próprio Senhor da Igreja. A criatura não pode colocar seu Criador em segundo ou em último lugar. Deus quer o primeiro lugar. Cristo diz: Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça! Deus em primeiro lugar. Quando Deus ocupa o primeiro lugar em nossa vida, o Salvador pode concluir seu sublime ensino com a grandiosa promessa: Então todas as coisas necessárias para a vida presente vos serão acrescentadas! Deus promete. Deus cumpre. Porque Deus é fiel. Deus em primeiro lugar. Também na Igreja Luterana.
PRIMEIRO AO SENHOR é uma corajosa decisão das igrejas cristãs da Macedônia. Só depois que conheceram a graça de Deus e a salvação em Cristo é que os cristãos podem tomar uma resolução como esta. É um ato de coragem, de consagração, de fé. Foi no meio de muita "prova e tribulação" e de "profunda pobreza" que os cristãos da Macedônia revelaram "abundância de alegria" e "grande riqueza de generosidade". E nesta situação de dificuldades, eles "se mostraram voluntários nas ofertas, acima da medida de suas posses". E julgaram "ser uma graça de Deus" poderem participar com suas ofertas no auxílio às igrejas da Judéia. Qual o segredo desta conduta exemplar dos fiéis da Macedônia? Paulo revela: Deram-se a si mesmos Primeiro ao Senhor. Quem, primeiro, se dá ao Senhor, vê como graça, privilégio e bênção de Deus poder ofertar ao Senhor e auxiliar a igreja, de todos os lugares, a proclamar o Evangelho de Cristo Jesus. Quem primeiro se dá ao Senhor, traz as sua ofertas, no meio das crises, dificuldades e pobreza, com alegria, generosidade e gratidão. Quanto ofertar? Deus diz: Ninguém aparecerá de mãos vazias perante o Senhor; cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o Senhor seu Deus lhe houver concedido! O cristão sempre faz grandes decisões em nome de Deus. Os cristãos luteranos também.
PRIMEIRO AO SENHOR é uma correta confissão da igreja. Cristo é o cabeça da igreja. Nós, os membros da igreja. Cristo é o Dono da igreja. Nós, os mordomos da igreja. Cabe a nós administrar com responsabilidade e sabedoria todos os bens que o Doador de todas as boas dádivas nos concedeu. A igreja precisa de bens materiais para proclamar os bens espirituais. Esta é uma condição do próprio Deus. Se o povo de Deus não ofertar bens materiais, como continuará existindo igreja para anunciar os bens espirituais? As ofertas são necessárias para a igreja cumprir com sua missão de fazer missão. As ofertas são uma manifestação pública de nossa confissão de fé no Salvador Jesus. Aos que em tudo primeiro buscam o Senhor e consagram tudo o que eles são e têm primeiro ao Senhor, o próprio Deus promete bênçãos dos altos céus: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro e provai-me nisto, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênçãos sem medida! Esta é uma confissão de fé. Também dos féis da Igreja Luterana.
A Igreja Luterana será, cada vez mais, uma igreja viva e ativa, uma igreja responsável e missionária, uma igreja que se consagra e oferta para levar CRISTO PARA TODOS porque cresce, cada vez mais, a Equipe de Cooperadores de Deus, de quem, como cristãos incansáveis, alegres e consagrados, se pode dizer: DERAM-SE A SI MESMOS PRIMEIRO AO SENHOR!
POR QUE OFERTAR?
O apóstolo Paulo orienta e procura motivar os coríntios que desanimaram no recolhimento das ofertas para os necessitados da Judéia:
1. Aponta para a graça de Deus revelada em Cristo (2 Co 8.1,9). É importante notar que a graça de Deus (obra redentora) é o centro de toda epístola. Ao motivar para a oferta, Paulo destaca novamente a graça de Deus.
2. Estimula os coríntios com o exemplo dos macedônios, mostrando o que a graça de Deus produziu naquela igreja (2 Co 8.2-4). Ainda hoje, a ação positiva e consagrada de uma congregação serve de estímulo para outras.
3. Mostra que a oferta dos macedônios não era algo isolado, mas fazia parte do todo, da nova vida em Cristo, pois "deram-se a si mesmos, primeiro ao Senhor" (2 Co 8.5).
4. Encoraja-nos a completarem a obra começada: "Completai agora a obra começada" (2 Co 8.11). É novamente um estímulo, e não uma pregação legal "Não vos falo na forma de mandamento" (2 Co 8.8). Confira também isto. 1 Co 16.1.
5. Fala novamente das finalidades da oferta: "... para que haja igualdade" (2 Co 8.13) e lembra a decisão dos discípulos (At 11.29-30) e as recomendações do Concílio de Jerusalém: "... que nos lembrássemos dos pobres" (Gl 2.10).
6. Finalmente ele dá orientações práticas: "No primeiro dia da semana" (1 Co 16.2); "Preparar de antemão a oferta anunciada" (2 Co 9.5).
Em resumo: para aqueles que "que deram-se a si mesmos PRIMEIRO AO SENHOR" (2 Co 8.5), a oferta não é uma lei que faz gemer, mas sim, um privilégio, uma bênção, uma oportunidade.
OFERTA PROPORCIONAL
Ao nos perguntarmos sobre quanto ofertar, precisamos considerar a questão da oferta proporcional, ou então, de quanto ofertar, ou sobre quanto! Novamente citamos 2 Co 8.3 que destaca a oferta dos macedônios. Ali diz que eles ofertaram "na medida de suas posses e mesmo acima delas". Paulo não se refere a posses materiais como referência para a oferta, mas sim, suas possibilidades de dar.
Também em 1 Co 16.2 merece análise mais detalhada. "No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa conforme a sua prosperidade, e vá juntado..." Este "pôr de lado" quer dizer depositar, acumular pouco a pouco, fazer poupança. Cada um deveria fazer isto, por si mesmo, em sua casa. Agora o apóstolo entra no quanto: "Tanto quanto eventualmente consegue poupar".
Portanto, de acordo com o Novo Testamento, se quisermos falar em ofertas proporcionais, esta proporção somente pode referir-se à intensidade da fé que temos e segundo a qual vivemos como propriedade do nosso Senhor que nos remiu da escravidão do diabo. Para quem se entrega a si mesmo ao Senhor, como os irmãos da Macedônia, não haverá dificuldades com suas ofertas; uma igreja, cujos membros se entregaram a si mesmos ao Senhor, não terá falta de recursos materiais para realizar a obra do Reino do Senhor. A "dynamis" (força) das nossas ofertas está de acordo com a "dynamis" da nossa fé. Portanto, a decisão sobre o como e quanto ofertar acontece em dois momentos: "o momento íntimo de fé; amor ao Reino de Deus, fruto da fé. Essa fé deve ser alimentada pela Palavra de Deus. Há também o momento de canalização dos frutos, quando olhamos para as necessidades e nossas responsabilidades para tomarmos nossa decisão.
Invariavelmente, o cristão que "deu-se a si mesmo primeiro ao Senhor", vai olhar também para seus bens, seu patrimônio, para sua renda mensal ao tomar sua decisão sobre quanto ofertar. Assim sua oferta, que é segundo a força da fé, será também segundo as bênçãos que Deus lhe conceder.
Por isso, o cristão precisa, constantemente, ser reconduzido aos propósitos de Deus. Cada novo dia precisa começar com o "dar-se primeiro ao Senhor" (2 Co 8.5). A Palavra de Deus e os Sacramentos precisam motivar, fortalecer, estimular, perdoar, encorajar e orientar o cristão. E este é um processo que não tem fim. É um exercício que só termina na morte, quando o Senhor chamar seus mordomos, dizendo: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu Senhor" (Mt 25.21).
A Igreja Evangélica Luterana, que tem como lema e desafio levar o "CRISTO PARA TODOS", saberá aproveitar o momento para instruir e motivar os "cooperadores de Deus" para que "vivam como testemunhas de Deus", com tudo o que são e com tudo o que Deus lhes deu. Amém.