ADAMS, Jay E. Conselheiro Capaz. São Paulo: Editora Fiel LTDA, 1977.
Capítulo VI: O Aconselhamento Noutético e o de Rogers
Na vida de muitos pastores, o púlpito e o gabinete pastoral ficam separados, no entanto, isso não deveria ser assim. A mesma pessoa que o pastor é no púlpito deveria ser no seu dia-a-dia, na sua convivência com os membros, “deveria ouvir, abstendo-se de mostrar autoridade, de qualquer conselho e de argumentar, falando unicamente para ajudar, aliviar, elogiar ou orientar os seus membros”. O pastor não pode ser conhecido com um juiz para os seus membros, que somente julga as pessoas, e nem ser um moralista, aquele que tomas as decisões para as pessoas, e sim ajudar as pessoas a tomar as suas próprias decisões em suas vidas, as melhores possíveis.
O sistema de Rogers diz que o homem é autônomo e não precisa de Deus, o homem tem a solução para os seus próprios problemas, no entanto, sabemos que dependemos de Deus em tudo, pois Ele é o nosso fiel conselheiro, é Ele que nos escuta, nos recebe mesmo com os nossos defeitos. Somente em Cristo encontramos as soluções para os nossos problemas, é Ele que nos capacita a resolvermos estes problemas.
Cristo nos aceitou para a glória de Deus, Ele acolheu a cada um de nós em seu amor. Também precisamos receber aqueles que vêm ao nosso encontro. Receber significa acolher o pecador e não o pecado, isto contrapõe o posicionamento de Rogers, a “aceitação” permissiva. Esta é a responsabilidade do conselheiro: a habilidade dada por Deus de responder a qualquer situação da vida de acordo com os seus mandamentos.
O pastor cristão é chamado a ser parácleto, ele é chamado para estar ao lado de outrem, chamado para ajudar as pessoas com o seu conselho. Sendo assim, é inevitável não haver julgamento no aconselhamento, em algumas situações o autor diz que o julgamento é indispensável, pois as Escrituras especificamente ordenam que os crentes façam julgamentos (Jo 7.24). Não pode haver nenhuma posição moralmente neutra no aconselhamento. O pastor estar comprometido com o dever de dar adequada resposta cristã a uma conduta pecaminosa. Ele precisa oferecer as soluções bíblicas para os problemas das pessoas.
Com certeza um dos aspectos mais importante no aconselhamento é o saber ouvir, precisamos mostrar interesse pelo que o outro tem a dizer. Qual será o nosso tipo de aconselhamento: aconselhamento centrado na pessoa ou em seu problema. O ideal é que seja nos dois, tanto na pessoa, quanto no problema que ela traz. Precisamos demonstrar interesse na pessoa, seus sentimentos e seus problemas, os quais precisam ser encarados com seriedade.
Rogers estabelece contraste entre as técnicas de aconselhamento diretivo e as do não diretivo e já o conselheiro noutético faz todas as coisas que chama de diretivas, mas também faz muitas coisas que Rogers chama de não diretivas.