Filipenses 2. 5ª11:
A. Introdução a Epístola:
1: Cidade: A cidade de Filipos ficava província da Macedônia. Estava localizada a cerca de 12 Km do mar. Era uma planície, que era bem cultivada. Haviam minas de ouro e de prata. Por estes motivos pode-se perceber que era uma cidade próspera. Seu nome provém de Felipe II, pai de Alexandre, o Grande. Fora ele que anexou a Macedônia a Grécia e deu a esta cidade o seu próprio nome.
2: A Igreja:
O trabalho iniciou no (+ou-) 50 AD. Conferir At 16.12ª40. Esta congregação foi a primeira igreja n Europa. Paulo junto com Silas vieram a cidade não encontraram uma sinagoga na cidade, acharam apenas um lugar de oração, onde os judeus se reuniam(At 16.13). Receberam o apoio de Lídia uma vendedora de púrpura. O trabalho ia bem até que o momento que Paulo expulsou o espírito mau da moça, que era fonte de muito lucro financeiro de seus donos. Estes com acusações de promoverem desordens provocaram a revolta do povo. Com isto Paulo e Silas foram açoitados e presos. Isto contribui para o terremoto, que Deus enviou e conversão do carcereiro. Depois de soltos Paulo e Silas tiveram que abandonar a cidade.
3: A Epístola:
B. O Texto de Filipenses 2.5ª11:
A. Contexto: No começo do capítulo 2 o apóstolo exorta aos filipenses a completarem sua alegria continuando serem bondosos, vivendo unidos em amor. Ele fala de evitarem ambições egoístas (rivalidades) e vaidade pessoal. Não procurar apenas seus próprios interesses, mas voltar-se também para as outras pessoas(ver as coisas dos outros).
B. Texto: Vers 5: Para poder colocar em prática o que ele pede aos filipenses, eles precisam se espelharem no próprio Cristo. Ter a mentalidade de Cristo.
Vers 6ª8: Qual é a mentalidade de Cristo? Ele era Deus, mas não tentou tirar vantagem de sua condição divina. (vers 6) “harpamós” é difícil sua tradução. RA= Considerou (huparxon=considerar) com Usurpação(“harpamós”). NTLH = “não tentou ficar igual a Deus” TEB “Não considerou como presa a agarrar o ser igual a Deus”. Interlinear: “não considerou rapina”. A palavra era usada, quando um rei conquistava outra cidade e voltava e exibia os espólios ganhos na guerra. A palavra tem na forma ativa o sentido “roubando” e passiva é “prêmio adquirido pelo roubo”. O sentido que o apóstolo quer mostrar é que Cristo não usou a condição divina para obter vantagens terrenas como poder, domínio, riquezas, prazer e glórias terrenas. (ver 7e8)Pelo contrário Cristo se “esvaziou a si mesmo”, isto é, deixou de fazer uso. Seguem cinco verbos que mostram o seu esvaziamento: 1) Tomou a forma de escravo (morfê doulou) 2) Tornou-se semelhante aos seres humanos 3) Tomou o aspecto humano 4) Ele humilhou-se(abaixou-se, rebaixou-se) 5) Fez-se obediente até a morte – e esta morte era morte de cruz. É importante perceber nesta ênfase de que a morte era morte de escravo. O cidadão romano não era crucificado, mas somente escravos eram crucificados. Em outras palavras a “forma de escravo”(morfê doulou) foi tão longe que ele morre na cruz como um escravo.
Vers 9ª11: “Dio”= Consequentemente – Por causa de sua humilhação vem sua exaltação. Consequência de seu esvaziamento: Deus o exaltou (huperisposen= elevar acima. Hiper= acima), exaltar sobremaneira, exaltar muito. A exaltação de Cristo é reivindicação de outros poderes, mas Cristo a obteve através de seu esvaziamento. Deus também lhe concedeu um nome que está acima(hiper) de todo e qualquer nome entre os anjos, homens e demônios. Todo joelho vai se dobrar é gesto de adoração. Cristo não procurou usar seu poder divino para obter vantagens próprios, mas renunciou a tudo para que pudesse obter a salvação e agora Deus o colocou acima de todo e qualquer nome a ponto de um dia todos o adorarem e confessarem que ele é o Senhor (At 2.36; Rm 10.9; 1 Co 12.3 e Ap 19.16).
(Vers 11) “ezomologesetai = aoristo subjuntivo médio. O subjuntivo indica propósito. Tradução é admitir abertamente, reconhecer, aclamar. O propósito é “eis dózan Teou patrós”= “para a glória de Deus Pai”. O Senhor Jesus não foi egoísta nem vaidoso, mas mesmo em sua exaltação, todo louvor, honra, glória e poder pertenceram, em última análise, ao Pai.
C. Questões teológicas: Aqui Paulo mostra que Jesus tendo o poder de Deus segundo a sua natureza humana, não usou este poder para realizar a obra da salvação. Por isso ele foi exaltado acima de toda e qualquer criatura. Todos vão dobrar o seu joelho diante de Jesus e reconhecê-lo como Senhor. Morreu como escravo e se tornou o Senhor dos senhores. O versículo 5 nos desafia a ter a mesma postura de Jesus.
No Domingo de Ramos entra triunfalmente o Rei dos reis, que morreria na Sexta-feira Santa como um escravo para salvar aos seres humanos. Sua renúncia é demonstração de seu amor por nós. No Domingo da Páscoa Jesus demonstra seu poder tendo vencido a morte e hoje governa como Rei dos reis juntamente com o Pai.
D. Contextualização: A tragédia do massacre de Realengo levantou novamente o debate sobre o bulling. Bulling é um termo que tem sido utilizado para designar uma prática perversa de humilhação sistemática das crianças e adolescentes em ambientes escolar. São as famosas humilhações que começam chamando os “gordinhos” de baleias; os magros de taquara e de estatura alta de girafa. Quem as sofre se revolta e fica doente e quando reage com o matador de Realengo, isto é, em seres mais frágeis e inocentes. Dentro de cada ser humano existe a lei talião: “dente por dente e olho por olho”. Quando não se consegue vingar nos agressores, acabam vingando em outros seres que são mais frágeis.
Pode-se dizer que Jesus sofreu bulling. Ele sofreu todo o tipo de humilhação. Ele que não era um simples ser humano. Ele era Deus, diz o texto. Poderia ter se vingado de todas que o humilhavam. O texto que não usou sua condição divina para obter qualquer vantagem frente os que debochavam. Não só renunciou ao poder divino, mas ainda como ser humano assumiu a posição social de escravo. Como escravo sofre morte de cruz. A humildade de Cristo fez que Deus o exaltasse acima de qualquer criatura e todos os seres vão dobrar o seu joelho diante de Cristo. P. Mendes, 14 de abril 2011.
Elmer Teodoro Jagnow