EU VI O FILME “O CÓDIGO DA VINCI”
Rev. Jack Cascione, em Reclaim News - May 23, 2006
Tradução: Renato L. Regauer)
Eu vi “O Código Da Vinci” no Star 21 Gratiot Theater in Clinton Township, MI
O filme estava sendo exibido ao mesmo tempo em duas salas diferentes para atender à multidão.
Por coincidência, assentado à minha frente, estava um jovem casal que recentemente fez instrução de adultos comigo. Eles agendaram o seu batismo e profissão de fé comigo para o dia 11 de junho e, depois, também o seu casamento.
Pollsters nos informa que 83% dos americanos se dizem cristãos. Na minha opinião, este filme convencerá pelo menos 15% deles que é moderno questionar a divindade de Cristo.
Mais ao final do filme, Tom Hanks apela para o argumento mais convincente que eu já testemunhei para fazer crer que Jesus era humano. Ele está atingindo mais pessoas que Ario e Maomé sonharam ser possível.
A premissa principal do filme é que a Igreja católica tem encoberto a informação durante os últimos 1500 anos de que Jesus era apenas humano. Mas qualquer um que concorda que Jesus era casado e não divino não é cristão.
O filme é divertido, mas, para os teologicamente cultos, é tão bizarro e incrível quanto um filme “Indiana Jones”. Porém, o público-alvo é claramente o grande número de cristãos nominais desinformados que entendem muito pouco da cultura cristã.
Para fazer a conexão com seus expectadores, o filme emprega imagens familiares e atores de filmes de temas religiosos. O monge assassino que sempre suplica a clemência de Cristo tem uma maquiagem e uma fantasia semelhantes à do diabo em “A Paixão do Cristo”. O filme também inclui as legendas inglesas para o latim ao fundo da tela, da mesma maneira que “A Paixão o do Cristo” fez com o aramaico.
O bispo é o mesmo ator que apareceu como Tetzel no último filme sobre Lutero. Os flagelos na parede apareceram no primeiro filme sobre Lutero. O banqueiro suíço foi interpretado pela figura messiânica do filme apocalíptico, “O Sétimo Sinal”, estrelado por Demi Moore. E a lista prossegue. Se este filme tivesse sido feito sessenta anos atrás, teria sido estrelado por Cary Grant, Ingrid Bergman, Bela Lugosi, Boris Karloff, Basil Rathbone, John Carradine, e Sydney Greenstreet.
O Concílio de Nicéia foi retratado como uma turba uivante de estudantes, cujo preconceito político e religioso contra mulheres os levou a eliminar da Bíblia os Evangelhos de Filipe e de Maria Madalena. Constantino é retratado como um pagão pragmático que exigiu que o cânon bíblico fosse definido para solidificar o seu império.
Sem o Cânon, o Credo Niceno não podia subsistir, e sem o Credo Niceno não há nenhuma razão para escolher o Cânon Bíblico de milhares de livros espúrios.
A Igreja católica é claramente o alvo principal do filme. Ao misturar a Bíblia com tanto de sua própria mitologia e legalismo, o catolicismo inegavelmente forneceu a base para o infundado ataque.
Em lugar da deidade de Cristo, o filme promove adoração da deusa, acompanhada de ritos de orgias sexuais.
A heroína descobre que ela é o último remanescente da descendência de Jesus Cristo. Ela demonstra uma postura sobrenatural em face de desastres iminentes, cura o Hanks de ansiedade claustrofóbica, mas ironiza a sua própria incapacidade de andar sobre a água.
No final, Hanks adora sobre a sepultura de Maria Madalena. Eu acho que esta cena abre a porta para seguidores.
O filme tem seus problemas com comunicação. Para expor toda a sua teologia ruim, teve de valer-se também de recursos de entretenimento americanos. Não que a mesma multidão não sentasse um dia inteiro para ouvir uma conferência de como ganhar dinheiro sem investir nada.
“A Paixão do Cristo” não recebeu nenhum Oscar. Não há nenhuma dúvida de que este filme é a tentativa de Hollywood para derrotar seus críticos religiosos e restabelecer sua audiência.
Pessoalmente, eu até penso que Hollywood enterrou-se a si mesma, insultando a religião de uma porção significativa de seu público. Nem podemos imaginar um filme que atacasse o Islã ou o Judaísmo com semelhante intensidade.