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COMUNICAÇÃO NO CASAMENTO

Onde Cristo está presente o casal conversa e se entende

Comunicação no casamento

I. O que é comunicação
1. Introdução

1.1. Termo vem do latim “communis”, comum, e “communicare”, repartir, estabelecer uma comunidade. Portanto: ter alguma coisa em comum — comunicação, comunhão, comunismo, comunidade.

1.2. Dois sentidos básicos, portanto:

1.2.1. Passar adiante alguma coisa para os ter em comum. Processo de compartilhar significados.

1.1.2. Processo de relacionamento, de interação, de diálogo, de comunhão.

1.3. Comunicação é uma avenida de mão dupla, um vai-e-vem, um dar e receber de alguma coisa.

1.4. É um relacionamento EU-VOCÊ.

1.5. É um mover-se em direção de alguém outro, e não afastar-se. Quanto mais afastado, menor a chance de comunicação.

2. Funções

2.1. A comunicação geralmente ocorre para um propósito, uma necessidade. Pessoas e sociedades não funcionam, ou vivem, sem comunicação.

2.2. A comunicação é talvez o mais importante meio de estabelecer e manter relacionamentos, de satisfazer as necessidades humanas de contato, de interação, de diálogo. Os homens têm a necessidade de amar ser serem amados, de se relacionarem com outras pessoas e de tê-las se relacionando com eles. Nenhum homem é uma ilha!

2.3. A comunicação também tem a função básica de auxiliar na busca de soluções. Problemas existem sempre. Nos relacionamentos humanos, as pessoas se comunicam para encontrar soluções que não conseguem sozinhas. A união faz a força!

2.4. A mudança de comportamento é uma outra função ou necessidade em comunicação. Ela é usada para regular ou mudar comportamentos - crenças, valores, atitudes.

Ex.: E a comunicação da Palavra de Deus em nossos corações que permite mudanças em nós - de não-filhos para filhos de Deus; de fé fraca em fé forte.

2.5. A comunicação também tem o objetivo de revelar, de tornar conhecido o que se passa dentro de uma pessoa. Ela abre, expõe, por meio de diálogo, interação, relacionamento o que está escondido.

3. No casamento

E fácil constatar: a comunicação é o centro de todos os relacionamentos humanos - também no casamento. Ela é fundamental para um desenvolvimento e um relacionamento melhor e mais saudável entre o marido e a mulher. É uma ponte que une os dois. Sem essa ponte, é impossível uma relação, um relacionamento adequado entre esses dois mundos.

A Associação de Serviço Familiar da América (USA) realizou um cuidadosa pesquisa de 4 anos sobre as famílias americanas, cujos resultados foram publicados em 1973.

Um das partes da pesquisa perguntava verificar porque casamentos vão mal. Centenas de agências de aconselhamento e conselheiros matrimonias foram solicitados a que, entre outras coisas, listassem as principais causas de problemas no casamento entre os casais com os quais tinham trabalhado.

Na lista de problemas apareceram coisas costumeiras, como conflitos sobre filhos, sexo, dinheiro, lazer, parentes, e infidelidade. Um ou mais desses fatores aparecem numa percentagem de 35% de todos os casais.

Outras dificuldades, como conflitos sobre responsabilidades em casa e abusos físicos, ficaram numa percentagem média menor, 16%.

Contudo, bem acima de todos os motivos, em 86% dos casais, foi encontrado um fator que muitas pessoas não esperariam encontrar: DIFICULDADES COM COMUNICAÇÃO. Sempre de novo os conselheiros reportaram que maridos e esposas reclamavam: “Não conseguimos conversar direito!”

Talvez até nós fiquemos surpresos. Se perguntarmos para um casal se eles são capazes de se comunicar, certamente responderão: “É claro que sabemos”.

É claro, tudo depende o que queremos dizer com “comunicação”. A maioria das pessoas interpretaria comunicação como sendo a mera troca de informação, coisas do tipo: “Parece que vai ser um dia quente hoje”, “Você sabia que os Silva compraram uma antena parabólica?”, “chegarei um pouco mais tarde em casa hoje”.

Evidentemente, as falhas de comunicação relatadas nessa pesquisa eram de níveis mais profundos: a comunicação de sentimentos, expectativas, intenções, necessidades pessoais, carências. É nessa áreas que aparecem as maiores e mais profundas necessidades e falhas e barreiras.

II. Barreiras comunicativas no casamento

Simples: barreiras de comunicação é tudo aquilo que atrapalha a comunicação.
1. Algumas barreiras

1.1. Há pessoas que têm dificuldades em expressar-se numa conversa. Elas não aprenderam a comunicar-se abertamente - ou têm medo de expor o que pensam e sentem - ou não querem correr o risco de serem ofendidas se alguém discordar delas. E tem aquelas pessoas que pensam: conversar não adianta; para que então ficar perdendo tempo em se comunicar?

1.2. Outros têm problema de inferioridade. A pessoas pensa que não é nada, que não tem nada para oferecer - pensa que suas idéias, opiniões, comentários não têm valor. Como a auto-imagem é baixa, ela tem dificuldades para fazer comentários ou expressar seus sentimentos. É mais fácil, cômodo, menos dolorido ficar quieto.

1.3. Egoísmo é uma outra causa. Existes cônjuges que só sabem falar, que não querem dar vez ao parceiro. Não sabem e não querem ouvir, mas só falar. Pensam que: a) são os donos absolutos da verdade; b) se deixarem o outro falar, ele poderá discordar; têm medo de serem contraditos. São comunicadores egoístas.

1.4. Falta de tempo. A falta de tempo é um problema em vários relacionamentos. Ambos trabalham o dia todo. Nesse caso é real.

Mas também pode ser falta de tempo alegado, como desculpa: a) por não valorizar o relacionamento tanto como outras atividades; b) para não encarar, fugir dos problemas - ou por causa de consciência pesada ou simples medo por algum motivo - como ter que reconhecer que também está errado por causa de certa situação; c) para deliberadamente machucar o parceiro, por estar magoado, etc.

1.5. O silêncio deliberado. Essa é uma causa preferida por muitos casais. Devido a um certo problema, um, ou ambos, se recusam a falar sobre o problema ou seus sentimentos, e usam o silêncio como arma contra o parceiro (embora o silêncio às vezes seja uma excelente forma de comunicação entre um casal, tem vez e hora). Ficam de “cara virada”.

1.6. Barreiras invisíveis construídas por causa de sentimentos feridos. Ferido, talvez com raiva, um dos parceiros se recusa e escutar e a falar, a comunicar.

1.7. Má comunicação e/ou interpretação da mensagem. Um exemplo bem simples:

1.7.1. O marido chega em casa é fala para a esposa que um certo filme clássico do cinema será exibido na próxima quarta-feira à noite no cinema da cidade - e apenas nesse dia.

O que o marido está realmente dizendo? Ele pode estar apenas falando alguma coisa interessante para a esposa. Se esse for o caso, a esposa pode responder: “Verdade? Realmente é um bom filme. Várias pessoas ainda não devem tê-lo assistido”. E a conversa termina por aí.

Mas o marido, na verdade, poderia estar querendo dizer que estava pensando na possibilidade de ir assistir o filme com a esposa; mas não diz isso diretamente porque sabe que naquele mesmo horário a esposa tem um compromisso com a Assistência Mão Amiga, na igreja.

Assim, se a esposa entende a mensagem do marido como uma simples informação, certamente ele ficará ou satisfeito ou frustrado, de acordo com o seu propósito ao falar o que falou. E se a esposa não sabe qual é o real propósito do marido, é claro que ela irá correr o risco de não responder corretamente e frustrar o marido.

Essa é a maneira como falhas de comunicação podem trazer problemas à relacionamentos.

2. Princípios para melhorar a comunicação no casamento

- Não existem soluções mágicas para resolver os problemas, de dinamitar as barreiras de comunicação no casamento. Como sempre, cada caso é um caso. Apesar de certas similaridades, as dificuldades de cada casal têm suas próprias características. Por isso, nem sempre uma “solução à varejo” pode funcionar. É preciso estar ciente disso para não se frustrar se uma tentativa de resolver o problema não dá certo. Se for necessário, outras soluções devem ser tentadas, adaptadas, até que os resultados comecem a aparecer.

A seguir, alguns princípios que podem ajudar um casal melhorar a comunicação no casamento:

1. Cada qual reconhecer e aceitar as dificuldades de comunicação no casamento. E estar disposto a encará-las de frente.

- Uma afirmação disso seria algo como: “Querida, nós estamos tendo dificuldades de comunicação em nosso relacionamento. Com certeza, eu tenho culpa no cartório. É preciso que aceitemos essa verdade. O que você acha se nos uníssemos para encarar e tentar vencer essas dificuldades?”

2. Cada parceiro reconhecer suas próprias limitações, dificuldades (timidez, auto-estima, introversão), e tentar modificá-las. E pedir a ajuda do parceiro.

- “Querido, sei que sou bastante introvertida, tímida. Por causa disso, às vezes tenho dificuldade em dizer o que penso ou conversar abertamente sobre um assunto. Eu quero ser diferente - para o meu bem e para o bem de nosso casamento. Preciso de sua ajuda!”

3. Reconhecer que a comunicação somente existe de verdade como uma relacionamento de duas vias:

- Não monólogo, mas diálogo

- Não ser egoísta

4. Saber ouvir

- Saber falar - e saber ouvir - que é tão importante como saber falar

- Ouvir e procurar compreender o parceiro

- Tiago 1.19: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.

- Pv 18.13: Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha.

- Amor no casamento também se transmite, se vive parando de fazer o que se está fazendo, olhar para o parceiro, dar ouvidos, atenção quando ele desejar falar.

(MAIS SOBRE ISSO EM OUTRO ENCONTRO)

5. Não usar o silêncio como arma

- O silêncio nem sempre é sinal de amor. Às vezes pode ser destrutivo na comunicação do casamento.

- Quando usado com frequência, pode ser extremamente frustrante.

- O ideal é “botar pra fora”, conversar. Estar disposto a perdoar, a ceder, dar o braço a torcer - mesmo que eventualmente esteja com a razão (humildde). Um mal não é resolvido com outro mal.

6. Seja honesto em suas palavras. Fale sempre a verdade - mas fale com amor.

- Cl 3.9: Não mintam uns aos outros

- Ef 4.25: Deixem a mentira de lado; fale cada um a verdade

- A tendência humana é ser desonesto, também na comunicação. Faz parte da natureza pecaminosa - e por isso é pecado.

- Amar exige honestidade

- Não adianta e não faz bem fingir se não somos na realidade aquilo que queremos aparentar.

- A mentira tem pernas curtas.

- A mentira procura encobrir problemas, se desviar deles. É perigoso: As aparências podem até ser boas, mas por detrás é pura podridão. É como um caro reluzindo por causa de polimento, mas por debaixo da pintura a ferrugem aumenta cada vez mais.

- Atitude: Querida(o), quero aprender a ser honesto(a) com vocês, e espero que você seja comigo. Ajude-me! Pode significar profundas transformações.

6. Não responda, fale com raiva. Use palavras brandas e respostas bondosas

- Pv. 15.1 A resposta branda desvia a ira, mas palavra a dura a provoca.

- Palavras brandas “desarmam”: uma resposta carinhosa diante de uma acusação maldosa pode ser difícil, mas muitas vezes é a melhor saída para evitar uma discussão.

- Também é um fruto do Espírito.

7. Dialogue sem briga

- É difícil resolver um problema com briga - só piora.

- Pv 17.14: Como o estourar de uma represa, assim é o começo de uma discussão; desiste, pois, antes que haja rixas

- Ef 4.31: Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria...

- Roupa suja se lava em casa. Não brigar em público.

- Também não é aconselhável brigar ou discutir na presença dos filhos (gera insegurança e medo)

8. Tire tempo para conversar e resolver o problemas.

- Qualidade, não só quantidade.

- Um tempo certo, adequado, sem interrupções (tv, visita, refeição)

- Marcar hora pode ser necessário

-

9. Aceite a opinião de seu parceiro

- Cada pessoa tem pontos de vista diferentes - e tem o direito de ter.

- É preciso discutir as diferenças com calma e maturidade, até se chegar a um acordo, algo comum.

- E preciso saber aceitar o outro sem se ofender

- E preciso saber ceder

- Atitude: “Querida, sei que pensamos de modo diferente sobre esse assunto. Respeito a sua opinião e quero que você respeite a minha. Vamos conversar para ver se, tiradas as diferenças, não consigamos trabalhar em cima das diferença. E se ainda assim for necessário, terei a humildade de ceder, para o bem de nosso relacionamento”.

10. Nao destrua seu parceiro com críticas, reclamações

- Não fique rebaixando seu parceiro (ele tem sentimentos!)

- Todos temos defeitos, e eles apenas poderão ser corrigidos com atitudes positivas, encorajadoras, não negativas. E sempre melhor investir nas virtudes do parceiro para que ele, motivado e fortalecido, procure vencer seus defeitos.

- Esmagar o parceiro não ajuda melhorá-las, mas piorá-lo

- A crítica justa precisar estar acompanhada de uma solução prática.

- Palavras de amor, de incentivo, de elogio produzem grandes efeitos positivos.

- “Querido, tenho a impressão que o seu churrasco de hoje não foi o melhor que você já fez, assim como o meu feijão de ontem deixou a desejar por falta de tempero. Acho que o churrasco ficaria melhor como você fez da vez anterior, com um pouco mais de sal”.

11. Saiba dizer: estou errado; por favor, me perdoe e me ajude. Eu amor você e quero ser melhor para você para que você seja mais feliz.

- Ef 4.32: Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.

- Um espírito de confissão, de humildade, e perdão é essencial para a solução de conflitos e barreiras.

REV. Dieter J. Jagnow

agosto, 1993

Capítulo 3 – O aconselhamento pastoral como uma comunicação dialógica

O diálogo é um ingrediente básico da comunicação, pois tanto o falar como o ouvir – verbal e não-verbalmente – estão envolvidos e são essenciais ao processo. O diálogo é necessário para criar e manter relacionamentos.[1][1] Interação sem diálogo é impossível.

Hulme diz que o “aconselhamento pastoral é dialógico em sua estrutura: há ouvir e falar, dar e receber.”[2][2] Aconselhamento pastoral sem diálogo é impossível.

O diálogo afirma que o processo de comunicação é uma via de duas mãos de partilhar significados verbais e não-verbais, caracterizada mais por simultaneidade do que por momentos específicos de trânsito. Erickson se refere a essa reciprocidade ao dizer que o diálogo sempre se refere a uma “conversa dar-e-receber entre duas pessoas capazes de aceitar mutuamente as idéias, opiniões e sentimentos.[3][3]

Howe, em seu já clássico O milagre do diálogo, enxerga o diálogo como um processo interacional e afirma a necessidade da aceitação mútua:

Diálogo é aquele processo de falar e responder entre duas pessoas no qual há um fluxo de significados entre eles, apesar de todos os obstáculos que normalmente bloqueiam o relacionamento. É a interação entre pessoas na qual uma procura dar-se à outra assim como é, e também procura conhecer a outra assim como ela é. Significa que não tentará impor a sua própria vontade... Tal é o relacionamento que caracteriza diálogo e é pré-condição para a comunicação dialógica.[4][4]

Assim, o diálogo também pode ser compreendido como sendo um processo circular[5][5], isto é, um movimento de significados do emissor para o receptor, de volta para o emissor original, e assim por diante. Ele ajuda o processo de comunicação a realizar interações nas quais há troca e os significados são transferidos e transformados.

1. Diálogo versus monólogo

O diálogo é enfatizado aqui a fim de destacar um aspecto importante da natureza do aconselhamento pastoral, ou seja, a interação, a troca, o relacionamento ou o processo de comunicação. Para tanto, não há lugar para o monólogo.

A idéia de só o pastor falar resulta de uma compreensão distorcida na natureza comunicativa do aconselhamento pastoral. “Para que o diálogo seja autêntico”, diz Pieterse, “ambas as partes precisam participar de verdade.”[6][6]

O aconselhamento pastoral preocupado em apenas repassar informação tende a ser unilateral, monológico. Quando o processo se torna uma espécie de entrevista, com o pastor fazendo perguntas e o aconselhando respondendo, isto também acontece.

Em um monólogo, a pessoa está preocupada, em primeiro lugar, consigo mesma. A comunicação de tal pessoa é “parasítica”, afirma Howe, pois não está realmente interessada no outro e somente o valoriza de acordo com os sentimentos que produz nele. Além disso, ainda de acordo com Howe, esta pessoa não é criativa, pois suas palavras são fechadas, isto é, procura apresentar seu próprio significado como sendo o derradeiro. [7][7]

O que o monólogo pode fazer melhor em um processo de aconselhamento é confirmar a necessidade do diálogo. Ele quebra o monólogo solitário de sofrimento no qual o aconselhando está. Ele abre a possibilidade de exercitar o amor cristão.

Assim, o conselheiro pastoral não pode ver a sua conversa com o aconselhando com indiferença. É precisamente na “conversa pastoral” que o “cuidado pastoral” foca com maior intensidade em um outro filho de Deus e em sua necessidade.

2. O propósito do diálogo

O diálogo, no aconselhamento pastoral, não é apenas uma conversa simpática ou social. Ele é uma conversa com um propósito especial. O pastor e o aconselhando são “um”, trabalhando em um problema que preocupa a ambos. Cada um faz a sua própria contribuição para o processo. É um esforço cooperativo. De um lado, o aconselhando é quem conhece melhor o seu problema e está subjetivamente envolvido nele. De outro lado, o pastor participa como alguém que possui algum grau de habilidade, experiência e treinamento. O seu envolvimento no processo é objetivo, e não subjetivo, de forma que pode ver e dizer o que o aconselhando não pode ver e dizer. Assim, ambos se encontram a fim de alcançar um objetivo que é realmente importante, especialmente para o aconselhando.

Discutindo o propósito do diálogo, Howe o dividiu em dois blocos: propósito inadequado e propósito adequado.[8][8] Um propósito inadequado é dar respostas às perguntas das pessoas. O que ele está querendo dizer aqui é que cada pessoa precisa formular as suas próprias respostas e tomar a suas próprias decisões.

Como foi visto na Parte I deste livro, um dos objetivos do aconselhamento pastoral é ajudar o aconselhando a ajudar a si próprio. O pastor ouve com cuidado, coloca informação útil, levanta questões pertinentes, estimula o pensamento do aconselhando e utiliza todo recurso disponível a fim de assistir o aconselhando a chegar à autocompreensão e respostas. O pastor proclama a Palavra de Deus, a fim de que o Espírito Santo possa produzir resultados na vida do aconselhando. O pastor, portanto, ocupa uma função de facilitador do processo, e não a de fonte de todas as soluções e respostas.

Um outro propósito inadequado é tentar consenso com o ponto de vista do comunicador de origem, no caso, o pastor. Não é tarefa do pastor, no aconselhamento pastoral, persuadir o aconselhando a aceitar as suas idéias, suas concepções, soluções. A persuasão é algo que pertence ao papel do Espírito Santo. A tarefa do pastor é fazer todo o esforço possível para ser mensageiro de Deus em todos os momentos do processo, mesmo quando não está proclamando o Evangelho de uma forma específica. Isto significa que o pastor deve ver o processo de diálogo como uma maneira especial de estabelecer consenso com o “ponto de vista” de Deus. Underwood comenta que o objetivo final do diálogo pastoral é ajudar outra pessoa a enxergar sua vida à luz de Deus. Por causa disso, o pastor não entra no processo como alguém que é um fim em si mesmo, mas alguém comissionado por Deus para “assistir a pessoa a fim de que compreenda que Cristo está presente em todas as circunstâncias...”[9][9]

Os objetivos adequados ou positivos do diálogo, segundo Howe, são quatro:

1) Ser utilizado como canal através do qual informação e significado são enviados e recebidos. Isto é particularmente importante em um processo de aconselhamento. Por exemplo, quando o pastor faz um diagnóstico do problema do aconselhando, ele precisa de informação sobre as origens, ramificações e conseqüências do problema.

2) Ajudar as pessoas a tomar decisões responsáveis, traduzir palavras e sentimentos em ação. Como foi visto na Parte I, a tomada de decisão é um dos objetivos do aconselhamento pastoral. Por exemplo, se o aconselhando deve mudar seu comportamento, ele precisa primeiro reconhecer que isto é importante e necessário em seu processo de cura.

3) Restaurar a tensão entre a vitalidade e a ordem a fim de levar as partes envolvidas no relacionamento a uma relação comunicativa. Isto é necessário para tirá-los da conformidade e torná-los prontos para transformações.

4) Levar as pessoas a “serem”. O diálogo é o meio de desenvolver a autocompreensão, o auto-conhecimento e a auto-aceitação. Brister tinha esta idéia em mente quando disse que o aconselhamento pastoral pode ser visto como um processo de diálogo entre um pastor e uma pessoa ou grupo, com o objetivo de capacitar os últimos a trabalhar seus problemas em direção a um curso de ação construtivo.[10][10]

Bem conduzido, o diálogo sempre colabora de alguma maneira com o processo de aconselhamento, enriquecendo o relacionamento entre o pastor e o aconselhando, ou colocando caminhos para alcançar respostas e soluções. Com o uso do diálogo, tanto o pastor como o aconselhando afirmam a natureza comunicativa do aconselhamento.[11][11]


Quando o Amor Vira Guerra Santa

Certa tarde, conta uma antiga história sufi, Nasrudin tomava chá e conversava com um amigo sobre a vida e o amor. “Por que você nunca se casou, Nasrudin?”, perguntou o amigo. “Bem”, respondeu Nasrudin, “para dizer a verdade, passei toda a minha juventude a procurar a mulher perfeita. No Cairo, conheci uma moça linda e inteligente, com olhos que pareciam olivas pretas, mas ela não era muito cortês. Depois, em Bagdá, conheci uma mulher de alma generosa e amiga, mas não tínhamos muitos interesses em comum. Muitas mulheres passaram pela minha vida, mas em cada uma delas faltava alguma coisa, ou alguma coisa estava demais. Então, um dia, eu a conheci. Era linda, inteligente, generosa e bem-educada. Tínhamos tudo em comum. Na verdade, ela era perfeita”. “E então”, replicou o amigo de Nasrudin, “o que aconteceu? Por que você não se casou com ela?” Pensativo, Nasrudin sorveu mais um gole de chá e concluiu: “Infelizmente, parece que ela estava à procura do homem perfeito.”

Como Nasrudin, quase todos nós queremos encontrar a perfeição fora de nós mesmos. Criamos em nossa cabeça a imagem ideal da mulher ou do homem que buscamos, projetamos essa imagem em cima da namorada ou namorado, da esposa ou do marido, e queremos que ela ou ele corresponda a essa imagem. Ao alimentar essa expectativa utópica, perdemos a capacidade de entender e gostar do ser humano real ao qual nos ligamos. E, muitas vezes, como ela ou ele não podem corresponder a essa expectativa – pelo simples fato de que ela é produto da nossa idealização e dos nossos desejos fantasiosos –, acabamos, frustrados, por rejeitar a pessoa com quem nos relacionamos, quase sempre sem ter sequer “conhecido” essa pessoa.

União amorosa verdadeira: maior sonho de todo ser humano

Com uma amiga minha aconteceu algo desse tipo. Passou cinco ou seis anos casada, e deixou o marido quando percebeu que ele não se encaixava no modelo de príncipe encantado que ela cultivara desde a infância. Ele se casou novamente com outra mulher. Tempos depois, ao ouvir a nova esposa do seu ex-marido falar da vida feliz que levava com ele, e de todas as boas qualidades que faziam dele um esposo excepcional, minha amiga – ainda solitária – ficou perplexa: “Parecia que ela falava de uma pessoa que eu nunca conhecera.”

Certo. Ela nunca o conhecera de fato, porque cada vez que olhara para ele, era capaz de enxergá-lo, mas não de vê-lo. Ao esperar que ele correspondesse ao modelo idealizado de homem que ela cultivara na sua cabeça – e que só existia “dentro” dela –, perdera contato com a realidade do homem com quem se casara. Uma realidade que, possivelmente, podia ser até muito melhor do que a do modelo sonhado. Porém diferente.

Em todo casamento, de vez em quando aflora a pergunta: “Será que todo esse esforço realmente vale a pena?”

A dificuldade ou incapacidade que muitos têm de ver e aceitar a realidade do parceiro é uma das maiores causas de conflitos que podem levar a separações. Tais deficiências quase sempre são de mão dupla: quem não tem visão do outro em geral também não consegue ver com nitidez a si próprio. Vive um personagem fictício em relação à sua própria pessoa, e um outro personagem fictício projetado sobre a companheira ou companheiro. Essa relação entre dois seres imaginários transforma-se rapidamente num teatro do absurdo que se desenrola no interior da própria pessoa, levando-a a um permanente estado de frustração e sofrimento. Porque teatro tem hora. Qualquer teatro pode refletir aspectos da vida, mas nunca é a própria vida.

(Por Luis Pellegrini - texto originalmente publicado em Planeta Nova Era nº 5).

http://apoioespiritual.blogspot.com/2007/08/relacionamento-de-casal.html


Baixa auto-estima pode prejudicar relacionamento de casal

Sexta, 06 de setembro de 2002, 08h39

Pessoas com baixa auto-estima podem procurar evidências de que seus parceiros estão infelizes com o relacionamento e, quando as encontram, podem criticar os companheiros como resposta, demonstrou um novo estudo.

Com o tempo, esse tipo de comportamento pode prejudicar a relação, informou a equipe de Sandra L. Murray, que é pesquisadora da Universidade Buffalo e da Universidade do Estado de Nova York.

As conclusões resultam de um estudo no qual pessoas com baixa auto-estima receberam informações falsas sobre os parceiros. Quando os voluntários souberam que os companheiros não gostavam de alguns aspecto deles, quem tinha baixa auto-estima mostrou tendência a decidir que o relacionamento todo estava em risco, disse Murray à Reuters Health.

Pequenos problemas ocorrem em todas as relações normais, explicou a pesquisadora. No entanto, para uma pessoa com auto-estima baixa, as dificuldades transitórias podem ameaçar a sensação de segurança na relação, levando à repulsa do parceiro antes que possa ser rejeitada, explicou a coordenadora do trabalho.

É como se pessoas que não se valorizam dissessem aos parceiros: “Se você vai me rejeitar, você não serve para mim”, informou Murray.

Esse comportamento não é “adaptativo” e pode ter um impacto significativo sobre a saúde da relação, observou a autora. “Tirar uma grande conclusão de um episódio nem sempre é seguro”, disse a pesquisadora.

Os cientistas obtiveram esses resultados em uma série de experimentos feitos com pessoas envolvidas em relacionamentos amorosos.

Na primeira experiência, os pesquisadores testaram a auto-estima de 104 pessoas que mantinham uma relação romântica havia 20 meses, em média. Durante o estudo, a equipe solicitou a alguns voluntários que indicassem os elementos da personalidade que não gostariam que os parceiros conhecessem.

Quando enfrentaram a idéia de que determinados aspectos de sua personalidade não agradavam os parceiros, as pessoas com baixa auto-estima indicaram uma quantidade menor de aspectos positivos nos companheiros e relataram mais ansiedade sobre a relação, em comparação com o grupo com elevada auto-estima.

Na segunda experiência, os autores perguntaram a outro grupo de voluntários com que freqüência os parceiros pareciam irritados com eles. Com base na resposta dos participantes, os pesquisadores informaram-lhes que os parceiros não gostavam de determinados aspectos das suas personalidades e que essas incompatibilidades poderiam provocar problemas posteriores mais significativos na relação.

Os autores constataram que as pessoas com baixa auto-estima começaram a questionar a força da relação e a se distanciar dos seus parceiros. Já os voluntários com auto-estima elevada pareceram mais confiantes no afeto dos parceiros após a experiência e demonstraram uma estima maior em relação aos parceiros como resultado das “ameaças” à relação, insinuadas pelos pesquisadores.

Murray explicou à Reuters Health que pessoas com auto-estima alta são relativamente mais seguras de que os parceiros as valorizam e as aceitam, idéia que ajuda enfrentar os choques emocionais que surgem em um relação normal.

Esses resultados podem ser úteis para terapias de casais, observou a pesquisadora. Avaliar a aceitação e valorização de cada parceiro em relação ao outro pode ser útil para os terapeutas. Em alguns casos, isso pode ajudar as pessoas a aprender a reduzir a tendência de valorizar demasiadamente alguns acontecimentos.

Reuters Health

http://www.terra.com.br/mulher/noticias/2002/09/06/000.htm


Terapia de casal?...

O termo “terapia de casal” não me parece muito adequado para nomear a ajuda que muitos casais acabam buscando na clínica psicológica.

Não me parece que ele encerre o significado do processo que tenho acompanhado nesses meus anos de trabalho junto a esses clientes com dificuldades nos seus relacionamentos conjugais.

O ser humano vive em relacionamento desde o monento em que é concebido, sendo esta, portanto, segura e concretamente, sua experiência de vida mais antiga. Mas, ainda que esta seja a experiência mais antiga, mesmo assim, isso não siginifica que seja ,para ele, aquela que ele mais domina, a que mais aprendeu e , por isso, a que lhe é mais fácil de viver.

Lembro-me de uma expressão usada por um conhecido filósofo- Sartre - que dizia : “O inferno é o outro”. E, realmente, o se relacionar e principalmente o conviver com uma outra pessoa, é um constante desafio para os seres humanos.

No casamento, que é um tipo de relacionamento e convivência bem característico, essa dificuldade adquire aspectos bastante próprios. Ele é marcado por uma influência profunda e complexa dos fatores culturais que envolvem os cônjuges. Alguns desses fatores e características do relacionamento conjugal, é o que tentarei levantar nesse pequeno e introdutório texto.

O que é um casamento?

É aqui, na tentativa de encontrar uma resposta a essa pergunta, que vamos encontrar o começo da complexidade deste tema.

Vejamos.

Do ponto de vista legal ( jurídico) o casamento é um “contrato civil” entre duas pessoas. Ou seja, é na verdade uma forma de “sociedade 'limitada' “ entre dois sócios e onde cada um deles é proprietário de 50% das ações. Nem mais nem menos.

Para exemplificar o que digo, juridicamente cada cônjuge responde igualmente pelos compromissos civis assumidos por qualquer um deles. Inclusive, em certos atos se fazem necessárias as assinaturas de ambos junto a um escrivão, etc.

Do ponto de vista psicológico, essa proporcionalidade se mostra também na educação dos filhos. Neste caso, tanto o pai quanto a mãe têm a mesma responsabilidade, não importando aqui a qualidade, ou os resultados da educação dada à criança.

Aí surge, naturalmente, uma questão: a da saúde mental, ou do equilíbrio psíquico da cada um dos responsáveis.

À primeira vista talvez haja uma tendência a se pensar que - de fato- pesos e medidas devam ser diferentes ao se responsabilizar um pai ou uma mãe que vivam uma relação onde um deles esteja comprometido por distúrbios psicológicos. Ou seja, não seria justo se atribuir a mesma responsabilidade para ambos se um deles “não pode assumir os seus 50%”.

Mas, se aguçarmos um pouco mais o nosso olhar, veremos que, mesmo assim, essas responsabilidades são iguais.

Mas, como assim? A não ser em situações concretas, onde se considera, até legalmente, que o outro está incapacitado para assumir responsabilidade e gerir sua própria vida ( fato esse também -muitas vezes bastante questionável) - estamos falando, em todas essas situações citadas acima, de DIFERENÇAS.

O que digo agora é o óbvio: todos os casais são constituídos de pessoas diferentes.

Não há, neste planeta, uma pessoa igual à outra.

Essa diferença inquestionável, e que é o grande nó das ciências humanas, pode ocorrer em graus infinitamente variados a ponto de nos iludirmos e pensar até que existam, de fato, “iguais”, ou “complementares” (a “outra metade da laranja”).

Para constatarmos o que eu acabo de escrever, bastam alguns segundos de conversa entre duas pessoas para que se detecte, imediatamente, que elas não são iguais em nada.

Alguns aspectos , traços pessoais, físicos ou psicológicos, podem nos sugerir alguma semelhança entre elas. Entretanto, quando vamos mais fundo na busca do que cada um daqueles aspectos significa , vemos logo que a única semelhança se encontra no nome que dão ao que interiormente sentem. Os dois - ao verem por exemplo uma obra de arte - na realidade estão se ligando em aspectos diferentes do que estão vendo e, assim, avaliando de modo bastante distinto o objeto que ambos denominaram de “lindo”. O lindo para um não é o mesmo lindo para o outro.

Essa diferença é muito sutil, mas representa apenas o “limite” dessa questão.

Assim, é impossível a igualdade, raríssima a semelhança, e praticamente total, constante e natural a diferença entre dois seres humanos.

O fato “diferença” no casamento...

O que vou falar agora se aplica a qualquer relacionamento humano mas, como o nosso tema aqui é casamento, focalizarei mais essa relação e os fenômenos que costumam acontecer nela.

Esse fato, “diferença”, poderia ser considerado como um dos fatores principais para o surgimento dos “desencontros”, das “desarmonias” e de uma gama enorme de outros problemas que os casais enfrentam na vida conjugal.

A diferença, à qual me refiro aqui, é o que determina a forma de percepção da realidade de cada pessoa.

Em outras palavras, essa diferente maneira de cada pessoa ver a sua realidade, faz com que não exista somente uma verdade, única , insofismável.

Cada um de nós tem a sua própria verdade, a sua maneira única de perceber o mundo ao seu redor.

Essa constatação deveria ser suficiente para sabermos que não somos donos da verdade mas esquecemos isso, passamos a acreditar que a única verdade é a nossa e que as dos demais são “opiniões equivocadas”, ou inverdades.

Dizendo de outra forma,”eu sei o que é certo e você não sabe”. Ou , “eu estou certo(a) e você está errado(a).

Esse posicionamento extremo é comumente observado em muitos casais que apresentam dificuldades conjugais.

É relativamente fácil a gente entender o porquê disso. Essa rigidez de percepção não permite que a pessoa entenda, que a sua realidade é VERDADEIRA para si e que a realidade do outro é igualmente VERDADEIRA para o outro. Sendo isso um fenômeno profundamente compreensível pelo que já expus acima.

Tenho presenciado, em inúmeros casais, cada cônjuge considerar que a diferença entre seus modos de perceber a realidade é uma maneira do outro se colocar CONTRA ele e não como um sinal da inevitável DIFERENÇA entre eles..

Seria então a diferença entre as pessoas a causa principal das dificuldades conjugais?

Na realidade não é bem a diferença que causa o problema no casamento mas provavelmente

a pouca, ou ausente, aceitação e compreensão do significado e da existência inevitável dela.

Muitas pessoas confundem ACEITAÇÃO da diferença com CONFORMISMO ou ACOMODAÇÃO.

É importante que se desfaça logo esse equívoco.

Aceitar a diferença não é se conformar ou se acomodar a ela mas sim uma compreensão profunda de um dado da realidade que se impõe a todos nós: cada pessoa é única.

Esse dado que é tão óbvio, e sobre o qual já me referi linha atrás, nem sempre se mostra tão óbvio nos relacionamentos humanos.

Muitas razões existem para isso acontecer mas focalizarei somente dois agora.

Um deles é o medo que a pessoa tem de “perder sua identidade”;

Um outro é o medo de perder o “domínio sobre o outro”.

Assim, aceitar a diferença de opiniões nem sempre é tarefa fácil pois, ao aceitar que o outro está com a razão, temos que admitir que estamos equivocados, errados.... e isso pode nos custar uma revisão de nossos valores e de referenciais significativos para o nosso equilíbrio psicológico. Aceitar a verdade do outro é admitir o nosso equívoco diante da nossa realidade. Mas estes temas são muito complexos e discuti-los aqui aumentaria muito o tamanho desta pequena apresentação. Num futuro documento me deterei mais neles.

Mas, será que as diferenças entre as pessoas são sempre sentidas como negativas pelo outro? Atrapalham a convivência? Sempre?

Não. Elas, em certos momentos, promovem até uma aproximação. É o que geralmente acontece quando se inicia uma nova relação.

Quando os relacionamentos começam, quase sempre essas diferenças, costumam ser o que “encanta” os parceiros. A novidade, a paixão, a curiosidade, o desconhecido, a surpresa, tudo isso provoca uma emoção e uma vibração que colore o relacionamento com cores agradáveis.

Aos poucos, isso vai mudando, quase sempre a partir do reconhecimento e constatação das diferenças que provocam desencontros de idéias em temas do dia-a-dia, considerados fundamentais dentro da perspectiva de cada um dos cônjuges.

Isso, dito do modo como disse acima, pode parecer simples demais. Mas quero lembrar que esse fato é apenas um “detonador” de uma bomba que foi construída há muito tempo atrás, dentro de cada um deles e que está diretamente ligada às suas histórias pessoais.

A história de cada um e o casamento

Quando um homem se aproxima de uma mulher ( ou vice-versa) e os dois resolvem viver uma vida de casados, ao se unirem trazem para o casamento duas histórias de vida completamente diferentes ( mesmo que pareçam semelhantes ).

Essas histórias são construídas através de um número infinito de experiências entre as quais aquelas que, claramente, são responsáveis por modos de percepção nossos, que constroem grande parte do nosso SELF e que abrangem dimensões tais como: 1) Nosso modo de ver o mundo e a realidade ao nosso redor, expectativas em relação ao sentido da vida...; 2) Nosso modo de crer como as pessoas nos vêem, o que esperam de nós, que idéias fazem a nosso respeito... ; 3) Nossos sentimentos pelas pessoas, nossa forma de ver o ser humano como amigo, inimigo, confiável, não confiável...; 4) O que esperamos de nós mesmo, nossa opinião em relação a nós mesmos como pessoa, nossa auto-imagem...

Essas quatro dimensões da construção do nosso EU são, a meu ver, fundamentais para se entender como a história de cada parceiro interfere na construção do relacionamento conjugal.

É claro que esse EU é construído por muito mais do que esses quatro aspectos apresentados por mim nas linhas acima.

Fatores tais como: a familiar onde aquela pessoa foi educada, o grupo social ao qual ela pertenceu durante sua infância e adolescência..., as características do momento político de seu país, de sua cidade..., sua constituição biológica , sua formação religiosa , e muitos outros, constituem a matéria prima para aquela referida construção.

As experiências familiares , sem sombra de dúvida, são elementos importantíssimos na determinação de certos posicionamentos e percepções que os cônjuges deixam transparecer e pelos quais lutam dentro do casamento.

Quase sempre os cônjuges reproduzem na relação deles o que aprenderam sobre a vida conjugal, os papéis de mãe e pai, filhos, irmãos....

Muitas vezes os casais repetem - na íntegra - as falas e idéias que seus pais, tios, avós lhes ensinaram. Essas figuras parentais são verdadeiros modelos que acabam sendo copiados - mesmo quando os próprios cônjuges os repudiam; Mas,... no final.... acabam repetindo.

Como se aquela fosse a VERDADE que se esconde nos níveis mais profundo do psiquismo deles.

Quem eu sou?

Como cheguei a pensar do modo que penso?

Em quais coisas EU realmente acredito?

O que quero construir para mim, agora e para o futuro?

O que sinto por meu parceiro?

O que é, para mim, uma família?

Como devo ser como mãe, pai ?

Como quero educar os meus filhos?...

Essas poucas, e simples, perguntas já podem nos mostrar um fato importante: cada cônjuge geralmente tem respostas bem diferentes para essas mesmas indagações.

Essa diferença está , basicamente, no seu modo de ser, no seu modo de perceber o mundo, as pessoas e a si mesmo. Em outras palavras, em seu SELF( si mesmo).

É no contexto dessa diferença entre os SELVES do casal que surgem os desencontros conjugais. E é , paradoxalmente, nessa mesma diferença onde poderemos encontrar a maior riqueza desse relacionamento.

Mas, para que esse “desencontro” se transforme em “riqueza” seria interessante que , antes de mais nada, cada um dos parceiros compreendesse , da melhor maneira possível, como o seu SELF funciona e como ele dinamiza o seu comportamento dentro da vida conjugal.

A relação conjugal como um produto

“O casamento é a relação.”

Tudo indica que o que atrapalha o casamento e “algo que existe ENTRE” cada um dos cônjuges. As dificuldades que existem nos casamentos quase sempre não estão NO MARIDO nem NA ESPOSA. O problema mais comum está no resultado do encontro desses dois seres. A relação é que está “errada”.

E é sobre ela - a relação - que o terapeuta de casais procura focalizar seu trabalho.

Costumo dizer aos casais que atendo: “O meu cliente está sentado entre vocês dois.”

Esse cliente é uma “abstração” e se chama A RELAÇÃO.

Por que tal afirmação? Cada um deles , individualmente, pode ser uma pessoa adorável, gostável, sociável, equilibrada, amiga, inteligente, afetuosa, etc.,.... mas quando se liga ao outro- e vive esse papel de cônjuge- surge essa nova dimensão “a relação”.

Esse PRODUTO ( o relacionamento conjugal) desses dois seres formidáveis, encantadores, etc..., pode descaracterizar o que eles individualmente são e dar origem ao aparecimento de um contato humano cheio de caos, de incompreensão, de bloqueio da inteligência, de desafeto.....

Principalmente quando um casal é formado por duas pessoas tão bonitas, interessantes, inteligentes, afetuosas.... as pessoas têm dificuldade para entender “por que não deu certo”. Dizem: “Mas eles têm tudo a ver um com o outro. Formam um par tão bonito!...”

Mais uma vez eu lembro que esse relacionamento é UM PRODUTO e não uma soma ou subtração. Esse produto , tal como ocorre em algumas reações químicas, que no meu tempo de estudante a gente dava o nome de “combinações”, produz uma substância nova, diferente do que ocorre nas “ misturas “ químicas.

E mais, há substâncias que se combinam e outras que apenas se misturam... No casamento pode ocorrer coisas desse tipo.

Num casamento não pode haver somente “mistura” pois, se isso ocorrer, não houve realmente casamento mas somente um “ lamentável equívoco”.

Quando isso acontece - a mistura - é compreensível que alguns “casais” procurem realizar a anulação do seu contrato matrimonial. Na verdade não houve casamento entre eles.

O casamento e combinação química...

Na realidade todo casamento , para ser assim considerado , precisaria ser semelhante a uma combinação química. Mas sabemos que há combinações e combinações. Algumas dão como resultado substâncias agradáveis, suaves, balsâmicas. Outras, por sua vez, substâncias ácidas, explosivas, desagradáveis no sabor, no cheiro.. É... acontece assim..

Tudo indica que as combinações do primeiro grupo citado geram casamentos tranqüilos, duradouros... e os do segundo grupo aqueles onde há grandes chances de terminar em separação, ou , na pior das hipóteses, gerar casamentos sem harmonia, com muito sofrimento para ambos os cônjuges.

Não entrarei, propositalmente, na apresentação dos casamentos onde uma série de sinais de patologia estão presentes. Por exemplo os casais onde a combinação se dá para a manutenção de uma doença que se instala na própria relação. Ou seja, as características da relação alimentam necessidades particulares dos cônjuges ao mesmo tempo que eles constroem aquela relação “indesejada”.

Prefiro me ater àquelas relações mais comuns ( das quais temos vários exemplos na família, entre amigos e em nós mesmos enquanto esposo ou esposa ) e enfocar agora algumas características de uma relação que nos faz sofrer por estar FALIDA ou FALINDO.

Nesse estágio de falência do relacionamento há muito sofrimento nos dois parceiros. É um momento em que eles se dão conta de que “o sonho acabou”, ou “não consigo...” , “onde falhei...”...

Sentimentos desse tipo são comuns e a dor que os acompanha é muito forte.

Quando não há essa dor, nos dois, na verdade não houve casamento, ou apenas uma ilusão de que ele tenha existido. .

O término de um casamento é uma enorme frustração, pois é a verdadeira descoberta de que é intransponível barreira que separa um do outro: a diferença incontornável.

É um olhar para trás e ver uma confusão de imagens que trazem recordações profundamente belas e de outras que se desejaria arrancá-las até o mais fundo de suas raízes para que sumissem no esquecimento, para sempre.

É gosto de mel e vinagre, é calmaria e vendaval...

É experimentar , ao mesmo tempo , o desejo de SOBREVIVER e , para conseguir isso, a presença profunda de um sentimento: BASTA!!!

Quando não dá mais para ouvir, nem falar...

Quando a relação está falida, ou falindo, é comum a gente perceber, entre outras coisas, o seguinte:

1- A impossibilidade de ouvir o outro.

Eles até falam um para o outro mas o discurso chega aos ouvidos de cada um deles com enormes distorções. É como se ouvissem mas não pudessem apreender o conteúdo da mensagem que foi enviada. Essa atitude é , via de regra, bi-lateral;

2) Esgrima é o esporte mais praticado.

Embora a maioria nunca tenha praticado a arte da esgrima, os parceiros se armam ( os dedos são os floretes ) e vivem esgrimando ( apontando os dedos um para o outro ) uniformizados com suas capas ( suas falas ) que bailam entre golpes que partem de ambos os lados.

3) As acusações são respondidas ( “defendidas” ) com acusações.

Nesses casos, o vocabulário é sempre antigo: a queixa é sempre de fatos passados que não foram resolvidos, que estão engavetados, com poeira, mas que para cada um deles parece a última notícia do dia ( um furo de reportagem ).

4) Os olhares...

Ah!... Os olhares. .... Num rápido piscar de olhos, se transformam de serenos para faiscantes. Às vezes parece que , se pudessem, fulminariam o outro com o olhar. São verdadeiros raios em dias de tempestade.

5) E a fala na terceira pessoa? ELE/ELA.

Nas sessões de terapia de casais, essa maneira de falar surge como se o outro não estivesse ali, presente.É uma fala indireta que talvez nos diga como está difícil falar diretamente como o outro e quanto precisam de um interlocutor, um mediador, para que a comunicação possa acontecer.

6) Paralelamente a um comportamento pouco amistoso durante a sessão de terapia de casal, , muitos cônjuges conseguem manter uma aparência exatamente oposta no seu ambiente social a ponto de poucas pessoas perceberem que as coisas não andam bem com eles.

7) Os ressentimentos surgem no discurso de dois modos:

a) sutilmente :

“Você poderia ter agido de outra maneira e me feito sofrer menos...”;

b) aberta e agressivamente :

“Você nunca me considerou uma pessoa. Eu me sentia sempre como se fosse uma 'coisa'.

Agora tenho coragem para lhe dizer que o eu mais desejo é que você sinta e passe por tudo que eu passei. De preferência, que se sinta pior do que eu senti.

8) Dificuldade para assumir sua parcela de responsabilidade na relação.

Ainda que cada um admita - racionalmente - ter sua parcela de responsabilidade na deterioração do relacionamento, é comum surgir um discurso onde O OUTRO É QUE É O ÚNICO CULPADO.

9) Os filhos, embora sejam tema no início dos atendimentos, quase sempre ficam como “fundo” , como “cenário” da problemática apresentada pelo casal.

Os focos sempre ficam virados, na maior parte do tempo, para o marido e a mulher e o desencontro deles.

A separação é sempre necessária?

Em alguns casos ela é fundamental pois há relacionamentos que não apresentam a mínima chance de se manterem saudavelmente.

Farei abaixo um a breve descrição dos dois tipos de casais: os que comumente se separam e os que dificilmente se separam.

Casais que comumente se separam

Tenho observado qua as separações ocorrem principalmente quando o casal, ou um dos cônjuges, se apresenta profundamente incapacitado para ouvir, e portanto , dialogar.

Nesses casos, pelo menos um deles adota uma atitude altamente defendida . Essa pessoa, em atitude de defesa, geralmente é muito rígida, considera-se absolutamente certa em suas opiniões e verdades, considerando assim o outro como o único, ou o mais, errado.

Casais que dificilmente se separam

Os casais que, geralmente, não se separam são aqueles que, mesmo passando por momentos muito difíceis no relacionamento, ainda cultivam um certo grau de admiração e respeito entre eles. Geralmente são pessoas dispostas a assumir suas responsabilidades no seu processo de desencontro , desejam rever as bases da relação e compreender, de fato, o que está acontecendo com o casal.

É comum haver, pelo menos em um deles , um apreço grande pela Família sendo que, por ela, se mostram capazes de lutar bravamente pelo do bem-estar das pessoas que a compõem.

Finalmente, pelo menos uma das pessoas desse casal se mostra bastante flexível e capaz de aceitar as diferenças que existem entre ela e o seu parceiro.

E os filhos? Quais as conseqüências da separação para a vida deles?

Tudo dependerá do modo como os pais viveram antes da separação ,como se separaram ( o clima da separação ) e como mantiveram o contato com os filhos depois disso tudo.

É fácil se perceber que idealmente, tanto os filhos como os pais, prefeririam poder viver todos juntos. A família ainda é uma instituição desejável.

Quando há uma separação a frustração é geral ( para pais e filhos ) pois ela impede que uma série de sentimentos e vivências de relacionamento ocorram já que o contexto “lar” está definitivamente desfeito.

“Lar” é, para todos os seres vivos gregários, o núcleo, a segurança, o lugar onde o afeto acontece mais plenamente.

Não ter mais o “lar” é ficar num espaço sem forma e sem cor, sem textura, sem peso, sem tamanho definido...

Não ter mais um “lar” é muito ruim e não é a toa que os filhos ( e os pais também) choram quando há uma separação: é uma perda irreparável.

Entretanto, não podemos deixar de pensar que essa perda é apenas uma parte do todo: da parte boa, gostosa, construtiva.....

Não podemos nos esquecer que quando falamos aqui na separação, ou nos casais que comumente se separam, as pessoas que compõem essa família raramente experimentam esse lado tão gostoso, sadio. Ao contrário, vivenciam momentos de muito sofrimento, de muita dor, de muita insegurança, de enormes frustrações... Nesses casos, será que poderíamos afirmar que existe ali, realmente, um “lar”.

Penso que, tanto para os pais como para os filhos, quando o “lar” já não existe, ou existe somente como um “lugar geográfico” , um “dormitório”, um “refeitório” ou uma “agência bancária” ( mesada, pagamento de contas... ) e , além disso, o afeto já está rarefeito e os contatos entre pais e filhos são somente tangenciais, de fato, o LAR deixou de existir.

Retornando, acho que os filhos preferem ter seus pais morando com eles. Mas é evidente também que eles valorizam um lar equilibrado onde a estabilidade emocional , o afeto e o respeito sejam elementos muito presentes.

Brigas e discussões não fazem de um lar um ambiente por si só negativo quando representam sinais das diferenças entre os pais. Mas elas só são sentidas desta forma quando junto aos desencontros ficam evidentes o respeito pelo outro e a busca de um entendimento que leve a uma melhoria para a família como um todo.

As brigas do casal em “fase terminal” são quase sempre “sem sentido” para quem as presencia. São baixas, desrespeitosas, agressivas e , geralmente, não visam nenhuma melhoria para o grupo familiar. Essas brigas são profundamente prejudiciais para os filhos e geralmente são fontes geradoras de problemas, atuais e futuros, para eles.

Nesses casos, a possibilidade dos pais constituírem novas famílias, mais equilibradas, pode ser uma chance dos filhos reaverem, ou até viverem pela primeira vez, uma experiência de paz familiar, de estabilidade emocional e afetiva de que tanto necessitam para poderem desenvolver mais equilibradamente suas experiências de vida.

Tentando uma conclusão:

Através desta simples exposição sobre um tema tão vasto e complexo, onde tentei me deter em alguns pontos que considero fundamentais para se realizar um trabalho de ajuda psicológica com casais, podemos concluir que os casais podem se beneficiar de uma ajuda desse tipo desde que sejam observados alguns aspectos que são:

1- Quando buscar ajuda;

2- O que esperar desse tipo de atendimento.

Quando buscar ajuda?

O ideal é que não se deixe acumular muitos “desencontros” por muito tempo. Os ressentimentos acumulados funcionam como um corrosivo nas relações , impedem a comunicação e provocam sentimentos que vão construindo um afastamento progressivo em relação ao outro e gerando frustração e diminuição da consideração e do afeto.

O que esperar desse tipo de ajuda?

A dificuldade maior geralmente se encontra na aceitação da diferença entre as pessoas.

A não aceitação dessa diferença provoca uma dificuldade para entender a reação do outro e isso é identificado como uma ação de retaliação, de agressão ao outro cônjuge.

Através desse tipo de ajuda podemos esperar que o casal possa ver mais claramente esse fato ( a diferença ) e , além disso, entender as conseqüências dela na qualidade da relação que está sendo criada.

E o amor, onde fica nisso tudo?

Talvez para quem leu este artigo todo, ficou faltando uma porção de coisas. Entre elas essa palavrinha pequena , que parece estar acompanhando a gente durante toda a vida e principalmente quando o assunto é casamento. O Amor.

Propositalmente não falo nele de forma direta pois isso já é muito citado, em prosa e verso, em qualquer livro ou documento que se preocupe em refletir sobre a relação entre os seres humanos. Mas, se perceberam bem, o sentimento amor está permeando todo esse artigo, das mais diferentes formas.

O amor, para mim, não deveria ficar restrito às cenas românticas ou sexuais, às quais nos acostumaram a associar através dos filmes e das obras literárias.

Deveria, sim, estar presente na proposta de entendimento entre as pessoas, na vontade de encontrar modos de construir relacionamentos mais verdadeiros, mais sinceros.

Por isso, mesmo quando um casal opta por se separar, depois de um esforço conjunto para chegar a uma compreensão do que está dificultando o relacionamento deles, o amor poderá continuar plenamente presente pois, se eles conseguirem aceitar um ao outro e a si mesmos, de forma sincera e profunda, estarão dando uma prova plena de respeito, de consideração e, portanto, de amor.

Não é o amor que consolida um casamento. Não é o que faz com que as pessoas casadas permaneçam juntas. Ele é o resultado do encontro bem sucedido, delas.

Tão pouco entendido, tão pouco verdadeiramente vivido, o amor, misturado com outros sentimentos , às vezes parece ficar limitado às manifestações de dedicação, de doação, de desprendimento, de anulação de si , de abdicação de si pelo outro.

Não concordo com isso.

No amor, no qual acredito, o amado não pode anular o amante.

As pessoas que, em nome do amor que sentem pelo outro, se anulam, verdadeiramente não amam nem o outro nem a si mesmas. Esse amor é tudo menos amor.

No casamento, o verdadeiro sentimento de amor, se apresenta como uma proposta de compreender, aceitar, mudar, construir, reconstruir a relação e, portanto a vida do casal. .

Mas, tudo isso, feito a dois, se não a relação morre e, com ela, o amor, ou vice-versa.

http://www.jlbelas.psc.br/texto29.htm


Quando os filhos são tudo

Nossos filhos precisam se sentir amados, aceitos e acolhidos por nós.

Entretanto, o relacionamento do casal pode se tornar disfuncional, se o pai ou a mãe concentrarem sua atenção e amor apenas na criança.

Esquecer de alimentar a relação conjugal é prejudicial. Mais cedo ou mais tarde, os filhos darão início ao seu processo de individualização e acabarão “saindo de casa”.

Nessa hora, se antes já não surgiram sinais de crise na relação, o casal se defrontará com o “que restou”. Será a época da colheita do que foram capazes de investir em si e no outro.

A contrário do que alguns acreditam, esse investimento deve existir desde a chegada do bebê. Dentro do possível, o casal deve cultivar seus momentos a dois, resgatar instantes românticos e externar a importância do outro em sua vida.

Sair sem o filho, a partir do momento que ele possa ficar com alguém em quem os pais confiem e que já está mais crescido, não é pecado.

Será bom para o desenvolvimento emocional da criança sentir que seus pais têm vida própria e que ela, embora muito amada, não é o centro de seu universo.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/quando_os_filhos_sao_tudo.htm

O parceiro ideal

Os anos passam, um novo século chega, clonagens e outros avanços científicos são realizados, novas formas de organizações familiares aparecem, mudanças nos papéis e representações do feminino e do masculino se elaboram, mas, apesar dessas transformações que a passagem do tempo traz, permanece essa característica humana tão antiga de esperar pelo par ideal, por alguém que seja “sua alma gêmea”, pela “outra metade” ou pelo amor que nunca acaba...

É interessante perceber que, apesar de tanta independência feminina, de tanta liberdade masculina, de tanto “ficar” e auto-suficiência, ambos, homem e mulher, aspiram a encontrar alguém muito especial.

Mais cedo ou mais tarde, a “noite” cansa, o variar de parceiros já não satisfaz, o crescimento profissional não supre a falta de alguém que acompanhe nossos passos e divida nossos momentos...

O desejo de compartilhar a vida com alguém pode ser uma decisão muito rica e gratificante, se é feita com maturidade, mas, por outro lado, pode trazer grandes frustrações, se é feita pelo medo de ficar só, pela vontade de ser cuidado(a) pelo outro ou de querer viver uma completude de felicidade sempre sonhada emuitas vezes idealizada, fruto de uma infância repleta de carências e ausência de amor.

A vida é uma caixinha de surpresas. Nós não deveríamos nos esquecer disso. Quanto mais carentes somos de um parceiro, quanto mais o idealizamos a fim de que atenda a nossas expectativas, mais longe estaremos de o(a) encontrar.

“Quem tem muita sede não escolhe água” e quem idealiza não vê a realidade...

O parceiro ideal não é um ser perfeito, é limitado como nós, tem uma história e também tem desejos e medos. O parceiro ideal deve ser real...

Quando a fantasia termina, é comum haver lamentações sobre não se ter sorte no amor ou sobre ninguém querer ter um relacionamento sério, mas será que havia realmente disponibilidade para se envolver com alguém, ou o que existia era uma forte necessidade de solucionar uma falta, encontrar talvez um novo pai ou mãe que dessem o que não nos foi dado na infância?

Tudo é possível...Mas, com certeza, o parceiro ideal não existe. É uma busca fadada ao insucesso.

Melhor seria se, desde cedo, buscássemos pelo parceiro real, apoiados na verdade da vida e conscientes das fragilidades humanas. Escolheríamos melhor, com certeza, e os relacionamentos durariam mais e seriam fonte de crescimento para o casal.

Os parceiros ideais não são perfeitos, são maduros. O texto, de Mário Quintana, “Até que a morte nos separe”é uma leitura que eu recomendo. A maturidade dos parceiros é inteligentemente abordada pelo autor.

E, para achar o parceiro real? O que deveria ser usado como pista? Acredito que, fazendo parte dos atrativos, deve haver flexibilidade, capacidade de perdoar, humildade em reconhecer as próprias falhas, clareza quanto ao que se deseja do outro e quanto ao que se oferece para a relação, e uma enorme vontade de aprender a amar, principalmente quando a paixão termina...

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/parceiro_ideal.htm

Amor só, não basta

Vivemos em uma época de muitas

diversidades e estilos de vida.

As pessoas “ficam”, preferem o viver

juntos a formalizarem sua união, as alianças se

ausentam dos dedos (e dos corações), a mulher

se apossou de sua liberdade sexual, casais optam

por morarem em casas separadas, ter filhos é uma

escolha muito séria, que pode ser, inclusive,

resultante de uma”produção independente”, ou de

laboratório, prioriza-se a busca de sucesso

profissional, de poder ede dinheiro...

Entretanto, no final, mesmo que não

declarado ou verbalizado, o que todos

querem é amar e serem amados.

É, como já disse Arthur da Távola:

“encontrar alguém que faça bater forte o coração

e justifique fazer loucuras, que nos faça entrar

em transe, revirar os olhos, rir à toa, cair de

quatro”...

Mas, como nada dura para sempre,

esperamos que a paixão se transforme em amor

e, de novo, sonhamos com o mítico e

impossível: a chegada de um amor incondicional,

que, pelo simples fato de existir, irá permanecer

apesar do que aconteça, nutrindo-se de um modo

auto-suficiente e único.

Nada feito. Amar só, não basta!

Em um relacionamento de casal, o amor

precisa se alimentar de outros sentimentos muito

importantes: sinceridade, confiança, paciência,

muita paciência...

É primordial aprender a não competir

pelo poder da relação, a não fazer jogos que

destruam o respeito ea admiração.

É aprender a “pegar mais leve”, “às vezes

fingir que não viu, que nãoescutou”, a usar de

um senso de humor que amenize as contas para

pagar, as notas baixas dos filhos, a geladeira que

quebrou, a irritação com o chefe, a tensão

pré-menstrual.

É aceitar que o parceiro é diferente de

mim, que não é meu, que é apenas um

companheiro de viagem e que tem vida própria.

O amor para sobreviver à vida, às nossas

carências e medos, precisade poesia e de

racionalidade, depalavras bonitas e também de

silêncio, precisa de inteligência e de fé.

O amor precisa do compartilhar e do

separar, da humildade de reconhecer que não se

é tudo na vida do outro, do querer estar com, mas

saber que pode ficar sem o outro e reconstruir.

Hoje, considero que amar é uma escolha

difícil, embora valha a pena. É um eterno

aprendizado.

E a última lição que tive é que”amar só,

não basta”!

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/amor_so.htm

Amor ou Paixão

Quem já mergulhou de cabeça no amor? Quem já teve aquela sensação de se diluir e de se perder no outro, como se estivesse completo? Acredito que muitos de nós. Mas, será que o que sentimos era realmente amor?

Na realidade, o que vivemos foi o encantamento da paixão. Nessa fase do relacionamento, o casal experimenta um estado de magia que se alimenta do desejo e da atração, mas que cega a ambos. O parceiro não está realmente visível para o outro. Não há questionamentos e tudo ilusoriamente se encaixa.

Com o passar do tempo, a atração diminui e o hábito se instala na relação. Ambos se acostumam e passam a apreciar a segurança dessa familiaridade que surge ou, então, começam a se sentir entediados.

A próxima etapa é o surgimento de insatisfações e de mágoas não declaradas. Um dos parceiros ou ambos podem se sentir traídos ou passados para trás, embora não enxerguem que o traidor são eles próprios por terem alimentado expectativas irreais a respeito do outro.

Com os desapontamentos, surgem as queixas, as desqualificações e o distanciamento...O que era uma qualidade no outro se torna um grande defeito. “Você deveria ser diferente do que é”, Você não serve”. Assim, o que deveria ser é sempre o certo, e a pessoa real é errada.

Nessa fase do relacionamento, o casal tem duas opções ao lidar com o impasse que se formou: separar, para ir atrás de outra paixão, ou aprender a amar.

Como cada casal tem a sua história, nada é previsível. Entretanto, o caminho mais difícil é o do amor, por isso muitas separações acontecem, nessa etapa.

Se há uma base afetiva que os una, o casal desejará reconstruir, mas, para tal, terão que se despedir da paixão e da cegueira que a acompanha para ir de encontro a algo mais sólido.

É necessário que aceitem as limitações da realidade, as imaturidades do outro, que aprendam a lidar com as diferenças agora descobertas, e que procurem agir e optar em termos realistas. É uma fase de muito trabalho e persistência. Não há garantias, é um arriscar consciente.

O casal terá que desistir de antigos modelos, transformando antigas atitudes, encarando a verdade dos fatos para recomeçar.

Se o casal transpõe esse período conturbado, eles conseguem um casamento real. Estarão unidos não apenas por causa da paixão, mas em virtude do comprometimento maior do Amor, que inclui traições de ideais, ressentimentos, separações, desespero , entendimento e perdão.

O Amor vivenciado na realidade trará um estado de contentamento nada efêmero, como aquele da paixão.

O amor ao parceiro permitirá o Amor à Vida, onde um não precisa do outro para viver, mas escolhe ficar com o outro, reconhecendo sua individualidade.

Nesse momento, fruto de um processo de amadurecimento, aprende-se a distinguir entre amor e dependência, amor e obsessão, amor e sexualidade, e por fim entre amor e paixão.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/amor_ou_paixao.htm

Olhando a relação

“Como vai você?” Esta deveria ser uma preocupação constante entre parceiros, num relacionamento. É como molhar sempre a plantinha, para que não seque, não perca totalmente o brilho, para que não morra...

O que queremos manter necessita de cuidado.

Entretanto, observando casais, é comum encontrar o mito do amor que se alimenta a si mesmo. Como um dia, a paixão preencheu vazios e deu aquela ilusória sensação de plenitude, a linda planta é colocada em um lugar especial, mas com o passar dos dias é esquecida e não mais olhada. O interessante é que o casal não se esquece de esperar pela fartura eterna da colheita. É como querer um saboroso bolo de milho sem plantar o milho...

Cuidar da relação não depende de idade. Cada fase necessitará de cuidados e interesses. Cuidar da relação dá trabalho, por isso, só é possível, se há amor e o adubo da maturidade.

Como é ilusória a idéia de que a aliança é eterna e garantia certa de união...

Certo é o pensamento de que nada é certo.

Uma relação não sobrevive ao tempo e às mudanças, se o casal esquece de conquistar e seduzir quem uma vez já o foi.

Uma relação não cuidada não poderá se alimentar de lembranças de um tempo maravilhoso somente, pois o agora é a única fonte real. Se ele secar, o alimento faltará.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/olhando_a_relacao.htm

Como é o meu amor?

Erich Fromm, em seu livro A Arte de Amar, diferencia o amor infantil do amor adulto, declarando que:

“O amor infantil segue o princípio de que “amo porque sou amado”.

“O amor amadurecido segue o pricípio de que sou amado porque amo”.

“O amor imaturo diz: “eu o amo porque preciso de você”;

“O amor adulto diz: “preciso de você porque o amo”.

Por outro lado, não podemos chegar a esta forma adulta de amar, se não soubermos o que é amor. Não poderemos amar outra pessoa e reconhecê-la como alguém separado e diferente, se não tivermos suficiente amor por nós mesmos, um amor que aprendemos, ao sermos amados na infância.

Com certeza, aqueles que não foram devidamente amados por seus pais sentirão muita dificuldade em aprender realmente a amar, mas todos podem aprender se realmente lutarem por isso.

O amor infantil não sabe coexistir fora de uma harmonia de interesses. Sendo assim, “As necessidades dele (ou dela) e as minhas são uma só.”

O amor infantil não entende como o outro pode ser, pensar ou agir de modo diferente. Interpreta tal fato como desinteresse, pirraça, pouco caso, desamor...

O amor infantil é idealizado e vive de fantasias e decepções.

O amor infantil é baseado na posse, na relação de poder e controle da relação, já o amor adulto é como as ondas, se alternando em movimentos de distanciamentos e aproximações em relação à vida a dois.

O amor adulto convive com a sua própria limitação e com as perdas necessárias.

O amor infantil repetirá sempre o mesmo tipo de relacionamento aprendido na convivência com seus pais, irá sempre atrás do que não teve ou não viveu na infância, na esperança de que agora será diferente, mas jamais encontrará a tão almejada satisfação.

O amor adulto reconhecerá as carências como suas, se perdoará e desistirá de perseguir no presente o que não obteve no passado.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/como_e_o_meu_amor.htm

“O amor é um mar de muitas águas”

( Elisabeth Salgado/dez. de 1999)

Somos enfeitiçados pelo azul pacífico de ondas acolhedoras, que como um espelho refletem a satisfação de nossos desejos e expectativas de criança.

Ávidos, mergulhamos nessas águas e nos deixamos levar pela corrente.

Certo dia, o vento sopra forte, as ondas crescem, o nosso nadar é contestado e passamos a não confiar nesse mar.

Sentimos cansaço e decepção. Olhamos para trás e avistamos a praia, lugar de onde saímos.

Sentimos saudades daquele início impregnado do azul e de esperança.

Mas...é impossível voltar, nada é igual duas vezes...

O movimento das águas nos leva para frente, para o futuro, para o desconhecido e não para o passado.

E as águas se alternam em calmarias e tormentas, chegando o momento da escolha: reconstruir ou destruir?

Aprender a nadar, em meio ao movimento inconstante das águas e das marés, aceitando-o como expressão da vida, ou inconformados perante as limitações da realidade, nos debatermos neste mar, numa busca ilusória de um ser que nos preencha ?

Aqueles que desejam amar, não desistem nem se afogam. Aprendem a sentir o aconchego da vida que flutua nas águas.

Respeitam sua energia e, de repente, conhecem pela primeira vez quem está a seu lado e por quem mergulharam nas águas, um dia...

E, na maré das águas amadurecidas, comprometem-se com o afeto, abrindo seus corações para amar a si, ao outro e à própria vida.

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/amor_um_mar_de_muitas_aguas.htm

A solidão a dois

Escutara várias vezes os mais velhos falando que a pior solidão é aquela que se sente estando junto de alguém. Era difícil entender como isso podia acontecer. Como em outras situações, aqui também, é preciso vivenciar para poder entender.

Quem já viveu junto de alguém, sem contar com seu apoio ou cumplicidade, sabe do que eu falo. Quem já viveu com alguém que trai e mente, sabe do que eu falo. Quem já viveu com alguém que se preocupa mais com a imagem que passa para as pessoas do que com o amadurecimento de um afeto, sabe do que eu falo. Quem já viveu com alguém que não respeita acordos por medo de se posicionar e se expor, sabe do que eu falo. Quem já viveu com alguém que não divide o que faz e sente, sabe do que eu falo.

Por que, então, quem já está sozinho se ilude que não está? Por que, então, não desiste e rompe a relação, alegando ter medo de ficar só, quando já está?

Lidando com casais, pude observar que há um alimentar de fantasias para suprir o vazio instalado a dois: “ruim com ele, pior sem ele”, “continuo por causa dos filhos”, “não ganho o suficiente”, “sinto-me um fracassado, se me separar”, tenho medo de me arrepender e, aí, vai ser tarde” etc...

Talvez, o medo de ficar só seja tão forte, que ter alguém, mesmo sem qualidade, voltando para casa, seja a grande sabotagem para não vivenciar concretamente a solidão e ter que cuidar de si.

Desse modo, vivendo sem conviver, morando com, mas em exclusão, pessoas adoecem, ficam deprimidas, hipertensas, dormem mal, têm úlceras, fortes dores de cabeça, abusam do álcool...

O corpo traie revela o que a alma cala.

Talvez, no fundo, haja o medo de arriscar, ao abrir a porta. Quando estiver só, não haverá alguém para responsabilizar pelas falhas, pela existência de problemas ou pela própria dificuldade de ser feliz...

Entretanto, a vida não perdoa quem fica ou quem não faz por medo, apenas.

Mais cedo ou mais tarde, a pergunta será feita: “o que fiz com a minha vida, até agora?”

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/a_solidao_a_dois.html

O valor das alianças

A vida é um universo de simbologias e metáforas. Rejeitar isto é rejeitar o próprio significado da existência. Se concordamos com elas, é outro caso, mas negá-las é negar a própria vida.

Nosso dia-a-dia é feito de rituais que nos precederam e vão continuar apesar de nós e depois de nós...

A simbologia das alianças é um exemplo disto. Muitos questionam seu uso, mas, por detrás deste questionamento, parece existir um temor que está ligado a mitos de aprisionamentos e castrações, como se as alianças significassem algemas...

Eu acredito em alianças.

Não as vejo como algemas e, sim, como um símbolo de parceria, lealdade e cumplicidade.

Alianças não deviam ser usadas de qualquer modo, mas, sim, acompanhadas de uma conscientização do que precisa ser cultivado e cuidado na vida conjugal.

A verdadeira aliança fortalece a maturidade e só enfraquece o egoísmo, mas não a autonomia do indivíduo, como muitos apregoam e temem.

Usar alianças não pode ser a mesma coisa que usar um óculos, uma roupa ou um carro...

Usar alianças não tem a ver com o ter e sim com o ser, porque tem a ver com valores, com o que se preza na vida e no conviver.

Usar alianças tem a ver com o assumir de objetivos de vida, tem a ver com as crenças e verdades que habitam a vida a dois.

E isto não está vinculado à moda visual, mas ao significado que é cultural, e que tem a ver com a vida que escolho ter junto aos demais, independente de preconceitos e modismos.

As alianças são como sinais dos cuidados diários e imprescindíveis de pacto, ligação e harmonização que precisam existir em uma união conjugal para que a mesma perdure apesar de...

Este é o significado das alianças.

Entretanto, a escolha em usá-las sempre dependerádas verdades de cada um e do que se deseja oferecer e receber na relação.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/valor_das_aliancas.htm

Para que você quer casar?

É interessante como os casais se formam e as pessoas se escolhem para viverem juntas, sem se questionarem antes sobre o que realmente desejam dessa união.

Quando você pergunta a alguém “para que você vai casar ?”, a grande maioria responde que é devido ao amor que sente pelo outro...

Entretanto, há com certeza outras procuras e finalidades, muitas vezes não explícitas e conscientes nesta decisão, que, mais tarde, poderão emergir em forma de conflitos dentro do relacionamento.

Lidando com casais, em terapia, me defrontei com vários motivos ocultos: sair de casa, segurança emocional e/ou financeira, medo de ficar só, ascensão social, ter um “pai” ou uma “mãe” substitutos, ganhar um “troféu”, ser muito amado(a), experimentar uma vida diferente, afirmar-se sexualmente, crescer de algum modo, mostrar que agora será diferente...

E agora? Se sempre há outros motivos, como lidar com eles para que não criem problemas na relação?

A única saída é contar com uma base de amor. Se ela nunca tiver coexistido, muitas divergências irão minar a vida a dois, sem muita chance de que o casal consiga sobreviver.

Os provérbios encerram grandes verdades e, sendo assim, “mais vale a pena prevenir que remediar”.

Se você deseja se unir a alguém avalie antes o que realmente você procura e se realmente existe amor, porque certamente chegará a hora em que só ele poderá alimentar a união.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/para_que_casar.htm

Se você ama, namore

Hoje, não deixe escapar a chance de se enamorar por quem é importante em sua vida.

Não importa quantos anos você tenha, o quanto já viveu, ganhou ou perdeu, o que importa é que você está aqui, agora, em meio ao universo e a toda energia que ele nos passa.

Se você ama alguém, não deixe de namorar o olhar, o jeito de falar, as fraquezas, as bondades, os medos e a presença de quem está junto de você.

Se você já esqueceu de como se namora, libere sua criança, brinque, se descontraia, “pegue leve”, esqueça as críticas e saia por aí de mãos dadas, sem hora marcada pra voltar...

Se você, mesmo assim, sentir que está difícil, lembre dos momentos bons que ambos tiveram, do que os fez um dia terem o corpo e o coração vibrando e comemore ter conhecido o amor. Deixe o adolescente sair só hoje, sem receio de parecer tolo, aventure-se a criar momentos de carinho e de proximidade.

Mas, se você não tem alguém em especial, não pense que namorar saiu do roteiro.

Antes de se enamorar por alguém em especial, você precisa se enamorar por si mesmo(a), pela vida, por metas que almeja, pelo que a vida pode lhe oferecer de bom e prazeroso.

E, ironicamente, só depois que a gente se auto-enamora é que a vida nos oferece valiosas oportunidades de namorar alguém com quem realmente irá valer a pena compartilhar momentos.

Namorar traz o amor dentro de si, não é ficar, não é estar com alguém apenas para não se sentir sozinho.

Namorar é dar e receber amor, é respirar afeto, é se aventurar a se expor para o outro e para a vida.

Se você ama alguém, a si mesmo ou à vida, hoje é dia de namorar, não desperdice seu momento!

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/se_voce_ama_namore.htm

Casamento e imaturidade não combinam!

“Ai, que insensatez...que insensatez que você fez...”

Antes que doa e que feridas sejam abertas, é necessário cuidar da flor do amor que, em algum dia, foi aliança de duas almas.

Antes do lamento, é importante não esquecer que sem maturidade a união fenece e que, num minuto, se podem destruir duas pedras fundamentais de um relacionamento: a confiança e o respeito.

Como é difícil resgatá-los, depois que o coração esqueceu a razão e escolheu pensar só em si e deixou de cuidar do outro...

Como é difícil resgatá-los, quando o que acreditávamos existir se evapora...

Viver a dois depende da confiança e do respeito para que haja paz e amor entre o casal.

Viver a dois não é viver encarcerado, sem qualificar seus próprios desejos e necessidades, não é deixar de cultivar seu próprio espaço, mas é incompatível com uma liberdade incondicional, onde eu faço o que quero, quando quero, onde quero e com quem quero.

Viver a dois é uma opção da maturidade, de um tempo em que estar com o outro é resultado de um escolher livre e de uma escala de valores onde eu posso ser eu mesmo com o outro, sendo capaz de fazer acordos, de expressar com sinceridade o que sinto e de colocar o necessário limite para a criança e o adolescente que coexistem dentro de mim.

Viver a dois na maturidade inclui o perdão e o arrependimento real, pois sem eles a porta para uma nova chance jamais se abrirá.

Viver a dois é opção de quem quer ser amado porque deseja amar.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/casamento_imaturidade.htm

Fazer amor

(Poesia encontrada em um mosteiro sem menção de qual mosteiro ou autor)

Fazer amor é pisar na eternidade...

Fazer amor é coisa séria demais...

Não basta um corpo e outro corpo

misturados num desejo insosso

desses que dão feito fome trivial

nascida da gula descuidada

aplacada sem zelo

sem composturas, sem respeito

atendendo exclusivamente a voracidade do apetite.

Fazer amor é percorrer as trilhas da alma

uma alma tateando outra alma

desvendando véus

descobrindo profundezas

penetrando nos escondidos

sem pressa ... com delicadeza.

Porque alma

tem textura de cristal

deve ser tocada nas levezas

apalpada com amaciamentos

até que o corpo descubra

cada uma das suas funções.

Quando a descoberta acontece

é que o ato de amor começa.

As mãos deslizam sobre as curvas

como se tocando nuvens

a boca vai acordando e retirando gostos

provandoos sabores

bebendo a seiva que jorra

das nascentes escorrendo em dons.

É o côncavo e o convexo em amorosa conjunção.

Fazer amor é Ressurreição!

É nascer de novo!

No abraço que aperta sem sufocamentos

No beijo que cala a sede gritante

Na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.

Vale chorar

Vale gemer

Vale gritar

porque aí já se chegou ao paraíso

e qualquer som há de sair melódico e afinado

seja grave, agudo, pianinho.

Há de ser sempre

o acorde faltante

quando amantes

iniciam o milagre do encontro.

Corpos se ajustaram

almas matizaram.

Fez-se o Êxtase!

É o instante da Paz

É a escritura da serenidade

E os amantes em assunção pisam eternidades!

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/fazer_amor.htm

Criatividade e casamento

Uma vida criativa é uma vida que promove relações, promove compreensão, promove encontro e promove união. O ser humano, ser relacional por definição, estabelece vínculos significativos entre realidades aparentemente distantes. Encontrando afinidades íntimas entre coisas e pessoas, recria a realidade. Recriar a realidade consiste em operar novos modos de unidade em diferentes planos da existência.

Mas, em que consiste a criatividade conjugal? O que é, afinal, o casamento criativo?

Com certeza, o casamento criativo se distancia da caricatura de casamento como nós a conhecemos, quando nos deparamos com experiências conjugais marcadas pelo medo, pelo egoísmo, falta de verdadeiro diálogo, sadismo, sofrimento, pelo comodismo que tolera tudo, pelo fingir que nada vê.

O casamento criativo está longe de se apoiar nas aparências, onde a “união” deste casal é puramente exterior, formal, periférica. Marido e mulher vivem sob o mesmo teto, têm relações sexuais, mas não uniram as suas vidas, não criaram um âmbito de encontro e de amor entre eles, não criaram uma unidade real.

A criatividade aparece no casamento quando o casal consegue, pelo respeito mútuo e pela vontade de continuar junto e não pelo mero precisar estar, um estado de contínuo cuidado e construção do afeto.

Como dizia Nietzsche, “onde não há criatividade, cresce o deserto”, sendo assim, o casal criativo faz nascer um jardim que, como tal, pode conter flores e espinhos.

O casamento criativo é fruto de um ajustamento, de um aprender a conviver com as diferenças, de um superar de dificuldades, sem acusações e culpas. É desistir de usar o outro, dando lugar a uma serena aceitação do outro, conhecendo-o e suscitando um projeto comum de vida.

A criatividade não é uma sucessão ininterrupta de sucessos. A dificuldade está presente, as limitações existem, os conflitos são uma realidade, há problemas, há períodos de incerteza, de infecundidade, mas tudo isso não assusta o ser criativo. Todo relacionamento experimenta atritos e conflitos, que devem ser encarados como oportunidades para uma luta corajosa em busca de novas coerências, da unidade, da felicidade, do crescimento pessoal.

O verdadeiro fracasso de uma pessoa criativa está no momento em que ela desiste.

Um casamento criativo não é um casamento em que as coisas se resolvem num passe de mágica. Tirar da cartola o “nós”, em lugar do “é” apenas, requer trabalho e coragem. A criatividade está marcada pela aventura, pelo abandono do orgulho que inibe a capacidade criativa e a capacidade de recriar caminhos.

A criatividade no casamento é aliada da amizade e torna-se incompatível com o orgulho, a vingança, a mágoa, a indiferença e o desejo de dominar e manipular.

A criatividade no casamento só aparece quando há capacidade de perdoar tanto a si mesmo quanto ao outro, para poder recomeçar e permitir que o novo surja na relação.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/criatividade_no_casamento.htm

Criatividade e divórcio

O ser humano, na grande maioria, é carente de criatividade e, por isso, se sente atraído por crenças e enfoques que nem sempre são realmente criativos, já que são propostos pelo meio e não desenvolvidos pelo próprio indivíduo que não se apossa de si mesmo nem desenvolveseu potencial para dar uma forma a algo novo.

Em outro artigo, focalizei a importância da criatividade no casamento e nos relacionamentos em geral. Na realidade, usar de criatividade naquele contexto é mais fácil do que em situações de divórcio, pois, como foi dito, sob o ponto de vista da Gestalt, uma vida criativa é uma vida que promove relações, promove compreensão, promove encontros e promove união, ideais e metas que fazem parte, por si só, do casamento verdadeiro.

Mas, quando se esgotam as possibilidades de uma vida saudável a dois? Será que a criatividade não pode fazer parte também?

A fim de analisarmos a possibilidade de fazer uso da criatividade em situações de divórcio, vou me basear em um livro chamado Divórcio criativo, de dois autores norte-americanos, Mel Krantzler e Pat Krantzler.

A edição brasileira traz em sua capa duas fotos separadas. Numa, à direita, o rosto sorridente de um homem com seus 40 anos. Na outra, à esquerda, o rosto igualmente sorridente de uma mulher mais ou menos da mesma idade. O subtítulo - A separação sem traumas - sugere que os dois rostos separados, mas felizes, são de pessoas que souberam de divorciar com inteligência e maturidade.

A proposta do livro é levar as pessoas que já se decidiram pelo divórcio a “olharem para frente”, em lugar de ficarem repensando e questionando a decisão que tomaram em lugar de cultivar um mórbido apego ao passado. O importante é que as pessoas percebam se, através de sua escolha, estão sendo mais autênticas e verdadeiras.

Esse “olhar para frente” é visto como um sinal de criatividade e de coragem e acho que as duas atitudes são comumente companheiras.

Já dizia Rollo May, em seu livro “A coragem para criar”:

“A coragem é necessária para que o homem possa ser e vir a ser. Para que o eu seja, é preciso afirmá-lo e comprometer-se. Essa é a diferença entre os seres humanos e o resto da natureza. A bolota transforma-se em carvalho por crescimento automático; nenhum compromisso consciente é necessário. O filhote transforma-se em gato pelo instinto. Nessas criaturas, natureza e ser são idênticos. Mas um homem ou uma mulher tornam-se humanos por vontade própria e por seu compromisso com essa escolha.

O livro sobre o divórcio criativo, portanto, não é um livro para repensar na atitude tomada. Isto já deve ter sido feito. É preciso ir em frente, estando consciente de que:

“Assim como em qualquer grande mudança de vida, o divórcio pode propiciar uma oportunidade de criar uma nova e positiva meta para o desenvolvimento pessoal.”

A intenção dos autores do livro é motivar quem se encontra acabrunhado pela dor da separação a não qualificar o divórcio como um fracasso e, sim, responder ao mesmo como um desafio para viver uma vida melhor, no lugar de continuar a viver como se fosse uma vítima, como um náufrago de um projeto de vida a dois.

O que deve ser feito é aprender com o passado e repensar muitas das atitudes tomadas perante o amor, no lugar de ficar apenas repetindo o que não funcionou até o momento.

Criatividade é poder dar uma forma a algo novo, mas sabemos que a maioria das pessoas teme o novo, se sentem ameaçadas e impotentes perante ele e esta parece ser a grande trava que as impede de poder encarar a separação como algo que pode ser positivo, se tiverem sido esgotadas todas as tentativas em permanecer saudavelmente num relacionamento.

O que muitas pessoas desconhecem ou não acreditam é que em todos existe um potencial capaz de promover um ajustamento criativo, basicamente necessário em situações de perda e de luto, como em uma situação de divórcio.

Sob um enfoque Gestáltico, o ser humano é visto como estandosempre num possível estado de refazer-se, de poderescolher e organizar sua existência criativamente, sendo capaz de escolher seu próprio destino, embora existam pressões, violências, condicionamentos, fatores históricos, sociais, políticos, econômicos e familiares limitadores.

Em uma situação de divórcio, atitudes e soluções criativas se desenvolverão, se o mesmo tiver sido uma conseqüência de um impulso positivo, se a pessoa tiver claro em sua mente o objetivo que deseja atingir com tal caminho.

Sendo assim, é importante que a separação tenha sido originada por uma necessidade real do indivíduo, que a pessoa tenha feito essa opção priorizando seu bem estar e a preservação de sua saúde mental e psíquica, estando bem consciente da escolha feita.

Toda separação e situações de perda geram sofrimento, mas, através de um ajustamento criativo, a pessoa será capaz de tolerar as frustrações, lidando com a nova realidade, não desanimando perante as adversidades, reconhecendo o lado positivo e os ganhos de sua escolha, desenvolvendo sua produtividade e construindo novos meios de obter prazer perante a vida.

É importante lembrar que a criatividade é irmã da coragem de lidar com o novo, de arriscar, de explorar o desconhecido, consciente que frequentemente vamos errar em algum momento, pois tentar e errar faz parte do processo criativo e um dos pontos básicos para ampliarmos nosso potencial criativo é, justamente, não paralisarmos perantenosso “medo” de errar.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/criatividade_no_divorcio.htm

Namoros e prisões

Um medo freqüente nos dias de hoje, principalmente entre os homens, é o de perderem sua liberdade, caso resolvam namorar e muito mais ainda se casarem.

Em várias situações, clientes me apresentaram a preocupação de se envolverem demais com quem estavam saindo e que, deste modo, isto fosse interpretado como um compromisso, sinônimo de perda de liberdade e paralela promessa de casamento.

Fico pensando em por que, hoje, apesar da vontade de se enamorar, é tão forte este medo de aprisionamento, quando se gosta de alguém.

Lembro de casos que atendi e do que pude perceber. Alguns fatores que geram este medo têm muito a ver com os modelos de relacionamentos das figuras parentais.

Se, ao conviver com seus pais, o jovem aprende que casamento é sinônimo de prisão, da falta de respeito pelo espaço do outro, de posse e controle, é assim que irá encarar um envolvimento mais sério, apesar de seu sentimento pela outra pessoa.

Outra situação geradora de medo e ansiedade é a do jovem que sempre foi muito cobrado e exigido pelos pais e que se viu sempre tendo que corresponder às expectativas, sem jamais satisfazê-las ou se sentir reconhecido. Ele anseia por liberdade, detesta se sentir pressionado, vive ansioso e preocupado com o futuro e, como não sabe dar respostas diferentes às novas situações, foge de relacionamentos estáveis que, para ele, são aprisionantes.

Por outro lado, há aquele caso em que o jovem mergulha na relação com toda a sua carência, aposta todas as fichas só no relacionamento, vive em função do outro, esquece seus amigos, não faz nada sem ela e, quando a recíproca não acontece, ele se frustrae jura “namorar nunca mais!”

Sou de opinião de que tudo que é extremo se torna disfuncional.

Experiências negativas anteriores também marcam os jovens que têm medo de que tudo aconteça novamente.

Entretanto, em uma época onde predomina o “ficar” e o “estar solteiro”, o sentido do namoro parece estar mal definido e confuso, como se fosse algo arcaico e perigoso.

Hoje, o que é namorar? Antes de tudo, veja que conceito você tem.

Certa vez, li um texto do qual gostei muito e que dizia:

“Namorar não é ter obrigação para com a outra pessoa, mas respeito...

Namorar não é ficar preso ao relacionamento, mas ser fiel ao sentimento...

Namorar não é ser autoritário ou submisso, mas estar pronto a ceder...

Namorar é dar calor, carinho, dar-se em si para o outro sem abdicar de seus próprios princípios e sonhos...

Namorar é ser você mesmo e somar o outro...”

Com certeza, namoro não pode ser “grude” nem sinônimo de anulação, só se o casal ambiciona o ódio mútuo. Namoro é a união de duas pessoas que têm afinidades, que gostam muito de conversar uma com a outra, de transar uma com a outra.

Se ambos estiverem de acordo quanto a isso, aceitarão com naturalidade que cada um tenha os próprios amigos, os próprios passatempos, suas viagens, seu trabalho, enfim, que sejam donos de uma vida individualizada e inteira, e não mutilada.

A vida a dois é como uma dança que se alterna entre estar junto e estar separado. Não é estática nem uniforme, é dinâmica e imprevisível como a vida.

Namorar é ter cuidado e ficar disponível para conhecer o outro e se fazer conhecer. É aprender a cuidar, mas isto requer amor e maturidade. Pena que, antes que o casal amadureça e chegue a esse ponto, muitos desistam por medo de se perderem. O que eles não sabem é que, mesmo “ficando” e não namorando, saber ser livre é um aprendizado pessoal que independe de você estar tendo um relacionamento com outra pessoa.

Elisabeth Salgado

http://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/namoros_e_prisoes.htm

Referências:

Artigo: Comunicação no Casamento – Dieter J. Jagnow – Agosto 1993

JAGNOW, Dieter J. – Diálogo Pastoral: Ulbra/Concórdia, capítulo 3.

Vários artigos de internet.

Bíblia Sagrada.

O tema sugerido para hoje é:

Onde Cristo está presente o casal conversa e se entende

Conversar faz parte da comunicação. O casal precisa se comunicar. E isso acontece de várias formas: bilhetes, telefone, ações, gestos. Quase tudo comunica alguma coisa. Tanto o agir, como o deixar de agir, comunicam.

Por exemplo, se eu esqueço uma data importante, isso pode comunicar que aquela data não é importante para mim. E pode não ser isso que eu queira comunicar. Por isso, se tal coisa acontece, certamente precisaremos conversar para esclarecer tudo.

E fácil constatar: a comunicação é o centro de todos os relacionamentos humanos — também no casamento. Ela é fundamental para um desenvolvimento e um relacionamento melhor e mais saudável entre o marido e a mulher. É uma ponte que une os dois. Sem essa ponte, é impossível uma relação, um relacionamento adequado entre esses dois mundos.

Então, antes de falar propriamente do nosso tema, precisamos descobrir o que atrapalha a nossa comunicação no casamento.

Barreiras à comunicação

1. Algumas barreiras

Dificuldade em expressar-se:

Há pessoas que têm dificuldades em expressar-se numa conversa. Elas não aprenderam a comunicar-se abertamente — ou têm medo de expor o que pensam e sentem — ou não querem correr o risco de serem ofendidas se alguém discordar delas. E tem aquelas pessoas que pensam: conversar não adianta; para que então ficar perdendo tempo em se comunicar?

Complexo de inferioridade:

Outros têm problema de inferioridade. A pessoas pensa que não é nada, que não tem nada para oferecer — pensa que suas idéias, opiniões, comentários não têm valor. Como a auto-imagem é baixa, ela tem dificuldades para fazer comentários ou expressar seus sentimentos. É mais fácil, cômodo, menos dolorido ficar quieto.

Egoísmo:

Egoísmo é uma outra causa. Existes cônjuges que só sabem falar, que não querem dar vez ao parceiro. Não sabem e não querem ouvir, mas só falar. Pensam que: a) são os donos absolutos da verdade; b) se deixarem o outro falar, ele poderá discordar; têm medo de serem contraditos. São comunicadores egoístas.

Falta de tempo:

Falta de tempo. A falta de tempo é um problema em vários relacionamentos. Ambos trabalham o dia todo. Nesse caso é real.

Mas também pode ser falta de tempo alegado, como desculpa: a) por não valorizar o relacionamento tanto como outras atividades; b) para não encarar, fugir dos problemas - ou por causa de consciência pesada ou simples medo por algum motivo - como ter que reconhecer que também está errado por causa de certa situação; c) para deliberadamente machucar o parceiro, por estar magoado, etc.

Silêncio deliberado.

Essa é uma causa preferida por muitos casais. Devido a um certo problema, um, ou ambos, se recusam a falar sobre o problema ou seus sentimentos, e usam o silêncio como arma contra o parceiro (embora o silêncio às vezes seja uma excelente forma de comunicação entre um casal, tem vez e hora). Ficam de “cara virada”.

Sentimentos feridos

Barreiras invisíveis construídas por causa de sentimentos feridos. Ferido, talvez com raiva, um dos parceiros se recusa e escutar e a falar, a comunicar.

Má comunicação e/ou interpretação da mensagem. Um exemplo bem simples:

1.7.1. O marido chega em casa é fala para a esposa que um certo filme clássico do cinema será exibido na próxima quarta-feira à noite no cinema da cidade - e apenas nesse dia.

O que o marido está realmente dizendo? Ele pode estar apenas falando alguma coisa interessante para a esposa. Se esse for o caso, a esposa pode responder: “Verdade? Realmente é um bom filme. Várias pessoas ainda não devem tê-lo assistido”. E a conversa termina por aí.

Mas o marido, na verdade, poderia estar querendo dizer que estava pensando na possibilidade de ir assistir o filme com a esposa; mas não diz isso diretamente porque sabe que naquele mesmo horário a esposa tem um compromisso com a Assistência Mão Amiga, na igreja.

Assim, se a esposa entende a mensagem do marido como uma simples informação, certamente ele ficará ou satisfeito ou frustrado, de acordo com o seu propósito ao falar o que falou. E se a esposa não sabe qual é o real propósito do marido, é claro que ela irá correr o risco de não responder corretamente e frustrar o marido.

Essa é a maneira como falhas de comunicação podem trazer problemas à relacionamentos.

Estas são algumas das barreiras que podem atrapalhar a comunicação.

Tentar uma solução em Cristo.

Ninguém gosta de que seu casamento não funcione bem. Cada pessoa, quando casa, quer que o casamento seja um sucesso até à separação causada pela morte.

Cada casal é diferente do outro e o que funciona para um, pode não funcionar para o outro. Porém, em Deus, encontramos direções para tentar estabelecer a comunicação e o diálogo.

Para tentar resolver problemas é preciso que ambos estejam dispostos a ajudar. Pois cada um precisará reconhecer e aceitar as dificuldades e estar disposto a encará-las, buscando uma solução.

Algumas recomendações bíblicas:


[1][1] Ruel L. Howe, The Miracle of Dialogue, 1963, p. 3 chega a dizer que o diálogo é um operador de milagres: “ele pode fazer nascer relacionamentos e pode fazer renascer um relacionamento que morreu.”

[2][2] William G. Hulme, Pastoral Care & Counseling: Using the Unique Resources of the Christian Tradition, 1981, p. 92.

[3][3] Kenneth Erickson, The Power of Communication: For Richer Interpersonal Relationship, 1986, p. 15.

[4][4] Howe, op. cit., p. 37.

[5][5] Alguns autores, como Alistair McFadyen, The Call to Personhood: A Christian Theory of the Individual in Social Relationships, 1990, p. 314, preferem ver o diálogo como um processo espiral.

[6][6] Pieterse, op. cit., p. 103.

[7][7] Howe, op. cit., p. 36.

[8][8] Ibid. Veja as páginas 51-56 do Capítulo 4. Algumas das considerações feitas por Howe serão adaptadas ao contexto do aconselhamento pastoral.

[9][9] Underwood, op. cit., pp. 42,43.

[10][10] C, W. Brister, Pastoral Care in the Church, 1964, pp. 175,176.

[11][11] Para detalhes sobre a presença e importância do diálogo no aconselhamento pastoral, veja também William G. Hulme, Christian Caregiving: Insights from the Book of Job, pp. 102, 103.

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1 CO 1.18-25 1 CO 12.2 1 CO 15.20-28 1 CO 15.50-58 1 CO 2.1-5 1 CO 6.12-20 1 CO2.6-13 1 CORÍNTIOS 1 CR 28.20 1 JO 1 JO 1.1-10 1 JO 4.7-10 1 PE 1.13-21 1 PE 1.17-25 1 PE 1.3-9 1 PE 2.1-10 1 PE 2.18-25 1 PE 2.19-25 1 PE 2.4-10 1 PE 3.13-22 1 PE 3.15-22 1 PE 3.18-20 1 PE 4.12-17 1 PE 5.6-11 1 PEDRO 1 RS 19.4-8 1 RS 8.22-23 1 SM 1 1 SM 2 1 SM 28.1-25 1 SM 3 1 SM 3.1-10 1 TIMÓTEO 1 TM 1.12-17 1 Tm 2.1-15 1 TM 3.1-7 1 TS 1.5B-10 10 PENTECOSTES 13-25 13° APÓS PENTECOSTES 14° DOMINGO APÓS PENTECOSTES 15 ANOS 16-18 17 17º 17º PENTECOSTES 1CO 11.23 1CO 16 1º ARTIGO 1º MANDAMENTO 1PE 1PE 3 1RS 17.17-24 1RS 19.9B-21 2 CO 12.7-10 2 CO 5.1-10 2 CO 5.14-20 2 CORINTIOS 2 PE 1.16-21 2 PE 3.8-14 2 PENTECOSTES 2 TM 1.1-14 2 TM 1.3-14 2 TM 2.8-13 2 TM 3.1-5 2 TM 3.14-4.5 2 TM 4.6-8 2 TS 3.6-13 2° EPIFANIA 2° QUARESMA 20º PENTECOSTES 24º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 25º DOMINGO PENTECOSTES 27-30 2CO 8 2º ADVENTO 2º ARTIGO 2º DOMINGO DE PÁSCOA 2TM 1 2TM 3 3 3 PENTECOSTES 3º ARTIGO 3º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 3º DOMINGO DE PÁSCOA 3º DOMINGO NO ADVENTO 4 PENTECOSTES 41-43 4º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 4º DOMINGO DE PENTECOSTES 4º FEIRA DE CINZAS 5 MINUTOS COM JESUS 5° APÓS EPIFANIA 500 ANOS 5MINUTOS 5º DOMINGO DE PENTECOSTES 5º EPIFANIA 5º PENTECOSTES 6º MANDAMENTO 7 ESTRELAS Abiel ABORTO ABSOLVIÇÃO ACAMPAMENTO AÇÃO DE GRAÇA ACIDENTE ACIR RAYMANN ACONSELHAMENTO ACONSELHAMENTO PASTORAL ACRÓSTICO ADALMIR WACHHOLz ADELAR BORTH ADELAR MUNIEWEG ADEMAR VORPAGEL ADMINISTRAÇÃO ADORAÇÃO ADULTÉRIO ADULTOS ADVENTISTA ADVENTO ADVERSIDADES AGENDA AIDS AILTON J. MULLER AIRTON SCHUNKE AJUDAR ALBERTO DE MATTOS ALCEU PENNING ALCOOLISMO ALEGRIA ALEMÃO ÁLISTER PIEPER ALTAR ALTO ALEGRE AM 8.4-14 AMASIADO AMBIÇÃO AMIGO AMIZADE AMOR André ANDRÉ DOS S. DREHER ANDRÉ L. KLEIN ANIVERSARIANTES ANIVERSÁRIO ANJOS ANO NOVO ANSELMO E. GRAFF ANTHONY HOEKEMA ANTIGO TESTAMENTO ANTINOMISTAS AP 1 AP 2 AP 22 AP 22.12-17 AP 3 APOCALIPSE APOLOGIA APONTAMENTOS APOSTILA ARNILDO MÜNCHOW ARNILDO SCHNEIDER ARNO ELICKER ARNO SCHNEUMANN ARREBATAMENTO ARREPENDIMENTO ARTHUR D. BENEVENUTI ARTIGO ASAS ASCENSÃO ASCLÉPIO ASSEMBLEIA ASTOMIRO ROMAIS AT AT 1 AT 1-10 AT 1.12-26 AT 10.34-43 AT 17.16-34 AT 2.1-21 AT 2.14a 36-47 AT 2.22-32 AT 2.36-41 AT 2.42-47 AT 4.32-37 AT 6.1-9 AT 7.51-60 ATANASIANO ATOS AUDIO AUGSBURGO AUGUSTO KIRCHHEIN AULA AUTO ESTIMA AUTO EXCLUSÃO AUTORIDADE SECULAR AVANÇANDO COM GRATIDÃO AVISOS AZUL E BRANCO BAIXO BATISMO BATISMO INFANTIL BELÉM BEM AVENTURADOS BENÇÃO BENJAMIM JANDT BIBLIA ILUSTRADA BÍBLIA SAGRADA BÍBLICO BINGOS BOAS NOVAS BOAS OBRAS BODAS BONIFÁCIO BOSCO BRASIL BRINCADEIRAS BRUNO A. K. SERVES BRUNO R. VOSS C.A. C.A. AUGSBURGO C.F.W. WALTHER CADASTRO CAIPIRA CALENDÁRIO CAMINHADA CAMPONESES CANÇÃO INFANTIL CANCIONEIRO CANTARES CANTICOS CÂNTICOS CANTICOS DOS CANTICOS CAPELÃO CARGAS CÁRIN FESTER CARLOS CHAPIEWSKI CARLOS W. WINTERLE CARRO CASA PASTORAL CASAL CASAMENTO CASTELO FORTE CATECISMO CATECISMO MENOR CATÓLICO CEIA PASCAL CÉLIO R. DE SOUZA CELSO WOTRICH CÉLULAS TRONCO CENSO CERIMONIAIS CÉU CHÁ CHAMADO CHARADAS CHARLES S. MULLER CHAVE BÍBLICA CHRISTIAN HOFFMANN CHURRASCO CHUVA CIDADANIA CIDADE CIFRA CIFRAS CINZAS CIRCUNCISÃO CL 1.13-20 CL 3.1-11 CLAIRTON DOS SANTOS CLARA CRISTINA J. MAFRA CLARIVIDÊNCIA CLAÚDIO BÜNDCHEN CLAUDIO R. SCHREIBER CLÉCIO L. SCHADECH CLEUDIMAR R. WULFF CLICK CLÍNICA DA ALMA CLOMÉRIO C. JUNIOR CLÓVIS J. PRUNZEL CODIGO DA VINCI COLÉGIO COLETA COLHEITA COLOSSENSES COMEMORAÇÃO COMENTÁRIO COMUNHÃO COMUNICAÇÃO CONCÓRDIA CONFIANÇA CONFIRMACAO CONFIRMAÇÃO CONFIRMANDO CONFISSÃO CONFISSÃO DE FÉ CONFISSÕES CONFLITOS CONGREGAÇÃO CONGRESSO CONHECIMENTO BÍBLICO CONSELHO CONSTRUÇÃO CONTATO CONTRALTO CONTRATO DE CASAMENTO CONVENÇÃO NACIONAL CONVERSÃO CONVITE CONVIVÊNCIA CORAL COREOGRAFIA CORÍNTIOS COROA CORPUS CHRISTI CPT CPTN CREDO CRESCENDO EM CRISTO CRIAÇÃO CRIANÇA CRIANÇAS CRIOULO CRISTÃ CRISTÃOS CRISTIANISMO CRISTIANO J. STEYER CRISTOLOGIA CRONICA CRONOLOGIA CRUCIFIXO CRUZ CRUZADAS CTRE CUIDADO CUJUBIM CULPA CULTO CULTO CRIOULO CULTO CRISTÃO CULTO DOMESTICO CULTO E MÚSICA CULTURA CURSO CURT ALBRECHT CURTAS DALTRO B. KOUTZMANN DALTRO G. TOMM DANIEL DANILO NEUENFELD DARI KNEVITZ DAVI E JÔNATAS DAVI KARNOPP DEBATE DEFICIÊNCIA FÍSICA DELMAR A. KOPSELL DEPARTAMENTO DEPRESSÃO DESENHO DESINSTALAÇÃO DEUS DEUS PAI DEVERES Devoção DEVOCIONÁRIO DIACONIA DIÁLOGO INTERLUTERANO DIARIO DE BORDO DICOTOMIA DIETER J. JAGNOW DILÚVIO DINÂMICAS DIRCEU STRELOW DIRETORIA DISCIPLINA DÍSCIPULOS DISTRITO DIVAGO DIVAGUA DIVÓRCIO DOGMÁTICA DOMINGO DE RAMOS DONS DOUTRINA DR Dr. RODOLFO H. BLANK DROGAS DT 26 DT 6.4-9 EBI EC 9 ECLESIASTES ECLESIÁSTICA ECUMENISMO EDER C. WEHRHOLDT Ederson EDGAR ZÜGE EDISON SELING EDMUND SCHLINK EDSON ELMAR MÜLLER EDSON R. TRESMANN EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ EF 1.16-23 EF 2.4-10 EF 4.1-6 EF 4.16-23 EF 4.29-32 EF 4.30-5.2 EF 5.22-33 EF 5.8-14 EF 6.10-20 ÉFESO ELBERTO MANSKE Eleandro ELEMAR ELIAS R. EIDAM ELIEU RADINS ELIEZE GUDE ELIMINATÓRIAS ELISEU TEICHMANN ELMER FLOR ELMER T. JAGNOW EMÉRITO EMERSON C. IENKE EMOÇÃO EN ENCARNAÇÃO ENCENAÇÃO ENCONTRO ENCONTRO DE CRIANÇA 2014 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2015 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2016 ENCONTRO PAROQUIAL DE FAMILIA ENCONTROCORAL ENFERMO ENGANO ENSAIO ENSINO ENTRADA TRIUNFAL ENVELHECER EPIFANIA ERA INCONCLUSA ERNI KREBS ERNÍ W. SEIBERT ERVINO M. SPITZER ESBOÇO ESCATOLOGIA ESCO ESCOLAS CRISTÃS ESCOLÁSTICA ESCOLINHA ESCOLINHA DOMINICAL ESDRAS ESMIRNA ESPADA DE DOIS GUMES ESPIRITISMO ESPÍRITO SANTO ESPIRITUALIDADE ESPÍSTOLA ESPORTE ESTAÇÃODAFÉ ESTAGIÁRIO ESTAGIÁRIOS ESTATUTOS ESTER ESTER 6-10 ESTRADA estudo ESTUDO BÍBLICO ESTUDO DIRIGIDO ESTUDO HOMILÉTICO ÉTICA EVANDRO BÜNCHEN EVANGELHO EVANGÉLICO EVANGELISMO EVERSON G. HAAS EVERSON GASS EVERVAL LUCAS EVOLUÇÃO ÊX EX 14 EX 17.1-17 EX 20.1-17 EX 24.3-11 EX 24.8-18 EXALTAREI EXAME EXCLUSÃO EXEGÉTICO EXORTAÇÃO EZ 37.1-14 EZEQUIEL BLUM Fabiano FÁBIO A. NEUMANN FÁBIO REINKE FALECIMENTO FALSIDADE FAMÍLIA FARISEU FELIPE AQUINO FELIPENSES FESTA FESTA DA COLHEITA FICHA FILADÉLFIA FILHO DO HOMEM FILHO PRÓDIGO FILHOS FILIPE FILOSOFIA FINADOS FLÁVIO L. HORLLE FLÁVIO SONNTAG FLOR DA SERRA FLORES Formatura FÓRMULA DE CONCÓRDIA Fotos FOTOS ALTO ALEGRE FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2010 FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇA 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇAS 2013 FOTOS ENCONTRO ESPORTIVO 2012 FOTOS FLOR DA SERRA FOTOS P172 FOTOS P34 FOTOS PARECIS FOTOS PROGRAMA DE NATAL P34 FP 2.5-11 FP 3 FP 4.4-7 FP 4.4-9 FRANCIS HOFIMANN FRASES FREDERICK KEMPER FREUD FRUTOS DO ES GÁLATAS GALILEU GALILEI GATO PRETO GAÚCHA GELSON NERI BOURCKHARDT GENESIS GÊNESIS 32.22-30 GENTIO GEOMAR MARTINS GEORGE KRAUS GERHARD GRASEL GERSON D. BLOCH GERSON L. LINDEN GERSON ZSCHORNACK GILBERTO C. WEBER GILBERTO V. DA SILVA GINCANAS GL 1.1-10 GL 1.11-24 GL 2.15-21 GL 3.10-14 GL 3.23-4.1-7 GL 5.1 GL 5.22-23 GL 6.6-10 GLAYDSON SOUZA FREIRE GLEISSON R. SCHMIDT GN 01 GN 1-50 GN 1.1-2.3 GN 12.1-9 GN 15.1-6 GN 2.18-25 GN 21.1-20 GN 3.14-16 GN 32 GN 45-50 GN 50.15-21 GRAÇA DIVINA GRATIDÃO GREGÓRIO MAGNO GRUPO GUSTAF WINGREN GUSTAVO D. SCHROCK HB 11.1-3; 8-16 HB 12 HB 12.1-8 HB 2.1-13 HB 4.14-16 5.7-9 HC 1.1-3 HC 2.1-4 HÉLIO ALABARSE HERIVELTON REGIANI HERMENÊUTICA HINÁRIO HINO HISTÓRIA HISTÓRIA DA IGREJA ANTIGA E MEDIEVAL HISTÓRIA DO NATAL HISTORINHAS BÍBLICAS HL 10 HL 164 HOMILÉTICA HOMOSSEXUALISMO HORA LUTERANA HORST KUCHENBECKER HORST S MUSSKOPF HUMOR IDOSO IECLB IELB IGREJA IGREJA CRISTÃ IGREJAS ILUSTRAÇÃO IMAGEM IN MEMORIAN INAUGURAÇÃO ÍNDIO INFANTIL INFERNO INFORMATIVO INSTALAÇÃO INSTRUÇÃO INTRODUÇÃO A BÍBLIA INVESTIMENTO INVOCAÇÕES IRINEU DE LYON IRMÃO FALTOSO IROMAR SCHREIBER IS 12.2-6 IS 40.1-11 IS 42.14-21 IS 44.6-8 IS 5.1-7 IS 50.4-9 IS 52.13-53-12 IS 53.10-12 IS 58.5-9a IS 61.1-9 IS 61.10-11 IS 63.16 IS 64.1-8 ISACK KISTER BINOW ISAGOGE ISAÍAS ISAQUE IURD IVONELDE S. TEIXEIRA JACK CASCIONE JACSON J. OLLMANN JARBAS HOFFIMANN JEAN P. DE OLIVEIRA JECA JELB JELB DIVAGUA JEOVÁ JESUS JN JO JO 1 JO 10.1-21 JO 11.1-53 JO 14 JO 14.1-14 JO 14.15-21 JO 14.19 JO 15.5 JO 18.1-42 JO 2 JO 20.19-31 JO 20.8 JO 3.1-17 JO 4 JO 4.5-30 JO 5.19-47 JO 6 JO 6.1-15 JO 6.51-58 JO 7.37-39 JO 9.1-41 JOÃO JOÃO 20.19-31 JOÃO C. SCHMIDT JOÃO C. TOMM JOÃO N. FAZIONI JOEL RENATO SCHACHT JOÊNIO JOSÉ HUWER JOGOS DE AZAR JOGRAL JOHN WILCH JONAS JONAS N. GLIENKE JONAS VERGARA JOSE A. DALCERO JOSÉ ACÁCIO SANTANA JOSE CARLOS P. DOS SANTOS JOSÉ ERALDO SCHULZ JOSÉ H. DE A. MIRANDA JOSÉ I.F. DA SILVA JOSUÉ ROHLOFF JOVENS JR JR 28.5-9 JR 3 JR 31.1-6 JUAREZ BORCARTE JUDAS JUDAS ISCARIOTES JUDAS TADEU JUMENTINHO JUSTIFICAÇÃO JUVENTUDE KARL BARTH KEN SCHURB KRETZMANN LAERTE KOHLS LAODICÉIA LAR LC 12.32-40 LC 15.1-10 LC 15.11-32 LC 16.1-15 LC 17.1-10 LC 17.11-19 LC 19 LC 19.28-40 LC 2.1-14 LC 23.26-43 LC 24 LC 24.13-35 LC 3.1-14 LC 5 LC 6.32-36 LC 7 LC 7.1-10 LC 7.11-16 LC 7.11-17 LC 9.51-62 LEANDRO D. HÜBNER LEANDRO HUBNER LEI LEIGO LEIGOS LEITORES LEITURA LEITURAS LEMA LENSKI LEOCIR D. DALMANN LEONARDO RAASCH LEOPOLDO HEIMANN LEPROSOS LETRA LEUPOLD LIBERDADE CRISTÃ LIDER LIDERANÇA LILIAN LINDOLFO PIEPER LINK LITANIA LITURGIA LITURGIA DE ADVENTO LITURGIA DE ASCENSÃO LITURGIA DE CONFIRMAÇÃO LITURGIA EPIFANIA LITURGIA PPS LIVRO LLLB LÓIDE LOUVAI AO SENHOR LOUVOR LUCAS ALBRECHT LUCIFER LUCIMAR VELMER LUCINÉIA MANSKE LUGAR LUÍS CLAUDIO V. DA SILVA LUIS SCHELP LUISIVAN STRELOW LUIZ A. DOS SANTOS LUTERANISMO LUTERO LUTO MAÇONARIA MÃE MAMÃE MANDAMENTOS MANUAL MARCÃO MARCELO WITT MARCIO C. PATZER MARCIO LOOSE MARCIO SCHUMACKER MARCO A. CLEMENTE MARCOS J. FESTER MARCOS WEIDE MARIA J. RESENDE MÁRIO SONNTAG MÁRLON ANTUNES MARLUS SELING MARTIM BREHM MARTIN C. WARTH MARTIN H. FRANZMANN MARTINHO LUTERO MARTINHO SONTAG MÁRTIR MATERNIDADE MATEUS MATEUS KLEIN MATEUS L. LANGE MATRIMÔNIO MAURO S. HOFFMANN MC 1.1-8 MC 1.21-28 MC 1.4-11 MC 10.-16 MC 10.32-45 MC 11.1-11 MC 13.33-37 MC 4 MC 4.1-9 MC 6.14-29 MC 7.31-37 MC 9.2-9 MEDICAMENTOS MÉDICO MELODIA MEMBROS MEME MENSAGEIRO MENSAGEM MESSIAS MÍDIA MILAGRE MINISTÉRIO MINISTÉRIO FEMENINO MIQUÉIAS MIQUÉIAS ELLER MIRIAM SANTOS MIRIM MISSÃO MISTICISMO ML 3.14-18 ML 3.3 ML NEWS MODELO MÔNICA BÜRKE VAZ MORDOMIA MÓRMOM MORTE MOVIMENTOS MT 10.34-42 MT 11.25-30 MT 17.1-9 MT 18.21-45 MT 21.1-11 MT 28.1-10 MT 3 MT 4.1-11 MT 5 MT 5.1-12 MT 5.13-20 MT 5.20-37 MT 5.21-43 MT 5.27-32 MT 9.35-10.8 MULHER MULTIRÃO MUSESCORE MÚSICA MÚSICAS NAAÇÃO L. DA SILVA NAMORADO NAMORO NÃO ESQUECER NASCEU JESUS NATAL NATALINO PIEPER NATANAEL NAZARENO DEGEN NEEMIAS NEIDE F. HÜBNER NELSON LAUTERT NÉRISON VORPAGEL NILO FIGUR NIVALDO SCHNEIDER NM 21.4-9 NOITE FELIZ NOIVADO NORBERTO HEINE NOTÍCIAS NOVA ERA NOVO HORIZONTE NOVO TESTAMENTO O HOMEM OFERTA OFÍCIOS DAS CHAVES ONIPOTENCIA DIVINA ORAÇÃO ORAÇAODASEMANA ORATÓRIA ORDENAÇAO ORIENTAÇÕES ORLANDO N. OTT OSÉIAS EBERHARD OSMAR SCHNEIDER OTÁVIO SCHLENDER P172 P26 P30 P34 P36 P40 P42.1 P42.2 P70 P95 PADRINHOS PAI PAI NOSSO PAIS PAIXÃO DE CRISTO PALAVRA PALAVRA DE DEUS PALESTRA PAPAI NOEL PARA PARA BOLETIM PARÁBOLAS PARAMENTOS PARAPSICOLOGIA PARECIS PAROQUIAL PAROUSIA PARTICIPAÇÃO PARTITURA PARTITURAS PÁSCOA PASTOR PASTORAL PATERNIDADE PATMOS PAUL TORNIER PAULO PAULO F. BRUM PAULO FLOR PAULO M. NERBAS PAULO PIETZSCH PAZ Pe. ANTONIO VIEIRA PEÇA DE NATAL PECADO PEDAL PEDRA FUNDAMENTAL PEDRO PEM PENA DE MORTE PENEIRAS PENTECOSTAIS PENTECOSTES PERDÃO PÉRGAMO PIADA PIB PINTURA POEMA POESIA PÓS MODERNIDADE Pr BRUNO SERVES Pr. BRUNO AK SERVES PRÁTICA DA IGREJA PREEXISTÊNCIA PREGAÇÃO PRESÉPIO PRIMITIVA PROCURA PROFECIAS PROFESSORES PROFETA PROFISSÃO DE FÉ PROGRAMAÇÃO PROJETO PROMESSA PROVA PROVAÇÃO PROVÉRBIOS PRÓXIMO PSICOLOGIA PV 22.6 PV 23.22 PV 25 PV 31.28-30 PV 9.1-6 QUARESMA QUESTIONAMENTOS QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PLANILHA QUESTIONÁRIO TEXTO QUINTA-FEIRA SANTA QUIZ RÁDIO RADIOCPT RAFAEL E. ZIMMERMANN RAUL BLUM RAYMOND F. SURBURG RECEITA RECENSÃO RECEPÇÃO REDENÇÃO REENCARNAÇÃO REFLEXÃO REFORMA REGIMENTO REGINALDO VELOSO JACOB REI REINALDO LÜDKE RELACIONAMENTO RELIGIÃO RENATO L. REGAUER RESSURREIÇÃO RESTAURAR RETIRO RETÓRICA REUNIÃO RICARDO RIETH RIOS RITO DE CONFIRMAÇÃO RITUAIS LITURGICOS RM 12.1-18 RM 12.1-2 RM 12.12 RM 14.1-12 RM 3.19-28 RM 4 RM 4.1-8 RM 4.13-17 RM 5 RM 5.1-8 RM 5.12-21 RM 5.8 RM 6.1-11 RM 7.1-13 RM 7.14-25a RM 8.1-11 RM 8.14-17 ROBERTO SCHULTZ RODRIGO BENDER ROGÉRIO T. BEHLING ROMANOS ROMEU MULLER ROMEU WRASSE ROMUALDO H. WRASSE Rômulo ROMULO SANTOS SOUZA RONDÔNIA ROSEMARIE K. LANGE ROY STEMMAN RT 1.1-19a RUDI ZIMMER SABATISMO SABEDORIA SACERDÓCIO UNIVERSAL SACERDOTE SACOLINHAS SACRAMENTOS SADUCEUS SALMO SALMO 72 SALMO 80 SALMO 85 SALOMÃO SALVAÇÃO SAMARIA Samuel F SAMUEL VERDIN SANTA CEIA SANTIFICAÇÃO SANTÍSSIMA TRINDADE SÃO LUIS SARDES SATANÁS SAUDADE SAYMON GONÇALVES SEITAS SEMANA SANTA SEMINÁRIO SENHOR SEPULTAMENTO SERMÃO SERPENTE SERVAS SEXTA FEIRA SANTA SIDNEY SAIBEL SILVAIR LITZKOW SILVIO F. S. FILHO SIMBOLISMO SÍMBOLOS SINGULARES SISTEMÁTICA SL 101 SL 103.1-12 SL 107.1-9 SL 116.12-19 SL 118 SL 118.19-29 SL 119.153-160 SL 121 SL 128 SL 142 SL 145.1-14 SL 146 SL 15 SL 16 SL 19 SL 2.6-12 SL 22.1-24 SL 23 SL 30 SL 30.1-12 SL 34.1-8 SL 50 SL 80 SL 85 SL 90.9-12 SL 91 SL 95.1-9 SL11.1-9 SONHOS SOPRANO Sorriso STAATAS STILLE NACHT SUMO SACERDOTE SUPERTIÇÕES T6 TEATRO TEMA TEMPLO TEMPLO TEATRO E MERCADO TEMPO TENOR TENTAÇÃO TEOLOGIA TERCEIRA IDADE TESES TESSALÔNICA TESTE BÍBLICO TESTE DE EFICIÊNCIA TESTEMUNHAS DE JEOVÁ Texto Bíblico TG 1.12 TG 2.1-17 TG 3.1-12 TG 3.16-4.6 TIAGO TIATIRA TIMÓTEO TODAS POSTAGENS TRABALHO TRABALHO RURAL TRANSFERENCIA TRANSFIGURAÇÃO TRICOTOMIA TRIENAL TRINDADE TRÍPLICE TRISTEZA TRIUNFAL Truco Turma ÚLTIMO DOMINGO DA IGREJA UNIÃO UNIÃO ESTÁVEL UNIDADE UNIDOS PELO AMOR DE DEUS VALDIR L. JUNIOR VALFREDO REINHOLZ VANDER C. MENDOÇA VANDERLEI DISCHER VELA VELHICE VERSÍCULO VERSÍCULOS VIA DOLOROSA VICEDOM VÍCIO VIDA VIDA CRISTÃ VIDENTE VIDEO VIDEOS VÍDEOS VILS VILSON REGINA VILSON SCHOLZ VILSON WELMER VIRADA VISITA VOCAÇÃO VOLMIR FORSTER VOLNEI SCHWARTZHAUPT VOLTA DE CRISTO WALDEMAR REIMAN WALDUINO P.L. JUNIOR WALDYR HOFFMANN WALTER L. CALLISON WALTER O. STEYER WALTER T. R. JUNIOR WENDELL N. SERING WERNER ELERT WYLMAR KLIPPEL ZC ZC 11.10-14 ZC 9.9-12