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O EXAME E A ORDENAÇÃO DO CANDIDATO

8ª Tese – O exame e a ordenação do candidato 

     Nem o exame que alguém chamado ao ofício pastoral prestou diante de uma comissão instituída fora da Congregação que chama, nem a ordenação recebida igualmente por uma pessoa escolhida para tanto, tornará o chamado válido. Ambos os procedimentos pertencem, no entanto, aos procedimentos salutares da Igreja, especialmente a última, que tem a importante finalidade de declarar que o chamado é reconhecido pela igreja como legítimo e divino. Qualquer um que, desnecessariamente omite um e outro desses procedimentos, age de forma cismático, dando a entender, que ele pertence aos que a congregação escolheu segundo sua própria cobiça, como que sentindo coceira nos ouvidos (2 Tm 4.3).

Observação - 1 
     O apóstolo Paulo diz a respeito dos diáconos: Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se eles se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato (1 Tm 3.10). Se isto vale para os diáconos (diretorias das congregações), quanto mais para aqueles aos quais a congregação quer confiar o ofício da Palavra, cujo exame o apóstolo considera indiretamente, indispensável, como o apóstolo o afirma: E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros (2 Tm 2.2).
     Deixemos Ludwig Hartmann falar, ele escreve: “Antes da ordenação é necessário examinar ou explorar a pessoa a ser ordenada. Na verdade, é necessário que isso anteceda à ordenação, pela dignidade do ofício e a salvação da congregação (2 Tm 2.2). Nem devemos impor as mãos precitadamente (levianamente, sem pensar, sem mais nem menos (1 Tm 5.22). Isto acontece quando pessoas más, ignorantes, e preguiçosas são ordenadas para o ministério, sendo confirmadas na sua ignorância e incredulidade, na sua audácia de quererem voar sem penas em tão alto cargo.
Destruindo dessa forma as congregações.”
     “Tal exame é levado a efeito por um cuidadoso questionamento organizado conforme a palavra de Deus. Através do qual se quer descobrir se a pessoa, a ser ordenada ou chamada, é ortodoxa com respeito à fé, bem como apta para o santo ofício, a saber:  1) com respeito à necessária educação e conhecimentos; 2) à graça de poder explicar a Escritura e os dons para o ofício, necessários para a edificação da congregação;  3) aos conhecimentos bíblicos e sua vida santificada.”
    “Para tornar isso bem claro, quero expressá-lo com as palavras do abençoado Tornov (professor de Teologia em Rostock, falecido em 1633) que disse entre outras coisas: “Duas coisas se requer de cada servo chamado da palavra de Deus, a saber: habilidade e vontade. Na palavra habilidade, incluímos:
1. O conhecimento (synesis) de toda a doutrina cristã, contida nos Catecismo e os lugares comuns (locis communibus) ou teológicos (theologicis) e os fundamentos ou os principais testemunhos da Escritura, sobre os quais os pontos principais se baseiam, pois, quem não entende o que diz ou o que ensina não é apto, conforme as palavras do apóstolo em 1 Tm 1.7.
2. O dom e a habilidade (dynamis hermeneuthike) de ensinar outros (2 Tm 2.2), que aquele pessoa a ser chamado deve ter em certa medida. Não somente para que ele guarde a Palavra, mas que ele tenha certeza e a possa ensinar, e que tenha poder para admoestar, exortar com a sã doutrina e refutar os que a contradizem (Tt 1.9). A saber, para apresentar a verdadeira doutrina da fé para a melhoria dos costumes morais na justiça, refutar as doutrinas falsas, censurar os viciados conforme o propósito da Escritura em 2 Tm 3.16, consolar os que sofrem com tentações e angústias (Rm 15.4).
3. Uma vida irrepreensível (anepileptos kai anegkletos bios, 1 Tm 3.2; Tt 1.6), que esteja livre de crimes e obras vergonhosas, que não são tolerados entre os servos da Palavra, e que seja adornado com todas as virtudes que são necessárias para que se apresente a si mesmo como cristão (Gl 5.6; 2 Pe 1.5-7), para edificar a outros.
    Na palavra vontade, queremos, incluímos duas coisas:
1. O desejo de servir a igreja (1 Tm 3.1), a saber, não um servir forçado ou por necessidade, mas um servir voluntário que proceda do zelo para a glória de Deus e a salvação do povo, não por vantagens financeiras ou desejo de dominar outros (1 Pe 5.2-3).
2. Constância na fiel administração do ofício aceita em todas suas partes (1 Co 4.2). A isso pertence o esforço de, por meios corretos, despertar e crescer nos dons que Deus concedeu (2 Tm 1.6), que também é apresentado por outras passagens como 1 Tm 4.12,13, e ser paciente e laborioso nas tribulações, que é muito necessário para o pastor como bom soldado de Cristo (2 Tm 2.1) (Pastoral. ev., Lib. I, c. 8, p. 130s.).
     A pergunta: Será que pode ser considerado suficientemente equipado com os dons necessários para o ofício aquele que aprendeu um pouco de latim e é capaz de recitar de cor um sermão escrito por outro? O teólogo dinamarquês Brochmand respondeu: “De forma nenhuma. Primeiro, porque toda a palavra de Deus deve ser conhecida a um servo de Deus” (Ml 2.7; Mt 13.52; 2 Tm 1.13; 3.14-15, 17).
     “Segundo, um servo da palavra de Deus deve ser tão familiarizado com a palavra de Deus, que saiba aplicá-la sabiamente a seus ouvintes com respeito ao tempo, lugar, e circunstâncias diversas, como afirma o apóstolo Paulo: Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
     “Terceiro, quem deseja ser considerado digno do ministério, deve ter feito tal progresso na palavra de Deus, que possa prestar contas do que ensina, se isto é requerido dele, bem como para tapar a boca daqueles que a contradizem, como o apóstolo Paulo o lembra em Tt 1.9”.
    Por outro: Podem aqueles, que no exame não se mostram bem equipados com os conhecimentos da palavra de Deus sobre a fé, como requerido para o exercício do santo ministério, mesmo assim serem ordenados, mas com a condição de fazerem a sagrada promessa de se dedicarem sincera e cuidadosamente ao estudo? O Brochmand responde: “Não, de forma nenhuma. Pois em primeiro lugar, o apóstolo Paulo não permite que alguém receba o santo ofício que não seja apto para ensinar e capaz de se contrapor aos que contradizem a verdade” (1 Tm 3.2; Tt l.9).
     “Segundo, o Espírito de Deus claramente nos lembra para não impor as mãos sobre uma pessoa não devidamente preparada, para que não nos façamos participantes no pecado de outros” (1 Tm 5.22).
     “Terceiro, a experiência comprova, abundantemente, que aqueles que são admitidos ao santo ofício sem a devida educação, permanecem na sua condição, mesmo que tenha prometido estudar com diligência.”
     “Quarto, como nós poderíamos responder a Deus se muitos dos ouvintes se perdem, antes de o pastor ter aprendido o que deve ensinar a outros” (Ez 33.1ss.) (Loci 30, c. 3, vol. II, p. 372, 375).
    Disso vemos quão anti-bíblico, inescrupuloso e destrutivo é para as almas esse tal sistema de licenciamento conforme praticado em alguns Sínodos. De acordo com este sistema, aqueles que não foram aprovados por causa de suas deficiências em habilidade para o ofício, recebem somente o assim chamado licenciamento, à base do qual podem trabalhar numa congregação de forma probatória.

Observação - 2
     A ordenação com a imposição das mãos ao pastor chamado para o ministério não é uma instituição divina, mas somente uma instituição apostólica, eclesiástica. Isso não necessita de provas bíblicas. Sua prática é mencionada na Escritura, mesmo silenciando ela sobre qualquer instituição divina. Quando se trata, no entanto, de uma instituição divina, o argumento do silêncio (a silentio) é válido, como o vemos da polêmica contra a Igreja Católica e de suas doutrinas dos sacramentos baseadas nas tradições. 
     A ordenação é um adiáforo que não vitaliza o chamado e o ofício, mas somente os confirma (Cf.: Livro de Concórdia, p. 357, Do poder e da jurisdição dos Bispos, § 69-71). [...]. Isto sempre foi a doutrina e de todos os professores ortodoxos em nossa igreja, e poderá ser visto no escrito: Die Stimme unserer Kirche in der Frage von Kirche und Amt, 2ª edição. Erlangen; Deichert, 1865. Parte II, tese 6B. Ao mesmo tempo é provado que isto foi o costume da igreja antiga, que também, como a igreja luterana, reprovava absolutamente a ordenação sem um chamado. Isto para evitar a impressão de que a pessoa entra no santo ministério pela ordenação, sendo assim qualificado como um sacerdote de Deus.
     O benefício e a relativa necessidade da ordenação, no entanto, encontramos também no escrito citado, da clara exposição de nossos teólogos. Aqui citaremos somente as palavras de um sincero lutador pela ortodoxia, Johann Fecht (professor de Teologia em Rostock, falecido em 1716), que diz o seguinte: “A ordenação é um costume eclesiástico que deve ser altamente estimado por causa do seu propósito de que o candidato é encontrado apto e digno para que almas humanas possam lhe ser confiadas. Segundo, este costume torna o próprio candidato publicamente certo de ser legitimamente chamado e que a igreja reconhece seu ofício. Terceiro, a comunidade toda ora por ele, para que os dons necessários para a igreja sejam nele multiplicados, para que lhe seja concedido coragem para servir a Deus com firmeza e cuidar da salvação das almas”.
    Aqui se levanta também a pergunta: O que dizer a respeito da necessidade e do costume da ordenação? Ela deve ser respondida à base do que ouvimos. Dois extremos devem ser evitados. Primeiro, que não se atribua a este ato, como os papistas, uma absoluta necessidade. Pois, conforme eles, a ordenação imprime à pessoa um novo caráter, transformando-a de uma pessoa mundana em uma pessoa espiritual, de um leigo, em um clérigo, apto a executar as funções santas, especialmente a consagração dos sacramentos. Por isso ordenam pessoas não chamadas para que, ao serem chamadas exercerem imediatamente suas funções. Segundo, que não se despreze a ordenação como os calvinistas, como se nada dependesse dela. Pois, como não consideramos um matrimônio verdadeiramente cristão, se não foi abençoado publicamente, quanto mais o santo ministério”.
    “Disto seguem duas regras: Primeiro, que uma pessoa chamada, se o caso de uma emergência o requerer, ou se por um impedimento qualquer ela não pôde ser imediatamente ordenada, possa exercer suas funções ministeriais. As congregações precisam ser orientadas de que nesses casos, a pregação e a administração dos sacramentos não dependem da ordenação, como se a ordenação fosse um meio para imprimir ao ato um sentido e valor sacro, sem o qual o servo não pudesse executar suas funções. Segundo, que, exceto em caso de necessidade, mesmo que chamado, não exerça suas funções. Não porque não tivessem valor, mas para não dar, a outros, motivo de escândalo, como se nessa questão santa e importante não se necessitasse das orações dos outros, podendo entrar no ofício como os animais ao cocho” (Instructio pastoralis, Cap. 5, Sectio 1.2; p. 47ss.)
     Chr. Tim. Seidel nos lembra: “Na maioria das congregações é costume conectar a cerimônia da ordenação que a Santa Ceia seja administrada ao candidato, imediatamente após a ordenação. Isto para lembrar o candidato que, em sua congregação, ele não deve saber nada a não ser Cristo e este crucificado, a quem ele deve proclamar pelo ensino e pela vida. E que ele deve permanecer unido com Cristo, não somente por sua própria pessoa, mas também para apresentá-lo à congregação confiada a ele.” (Pastoraltheologie, ed. F.E.Rambach, Leipzig, 1769, p. 37).    
     Para que o ordenado possa concentrar seus pensamentos neste momento importante somente nesta santa cerimônia, ele normalmente não prega neste dia de sua ordenação.

Observação - 3
     Onde possível, a ordenação deve ser feita sempre na congregação na qual o ordenado está entrando. Se isto não for possível, então é importante que o ordenado seja publicamente instalado nesta congregação. Por a ordenação não ser usualmente repetida em casos de transferência, quando outro chamado é aceito, a instalação é repetida toda a vez que o pregador assume um novo ofício.

Observação - 4
     Na Igreja Evangélica Luterana, tanto na ordenação como na instalação, o pastor se compromete com os livros simbólicos. Friedrich Eberhard Rambach acrescentou à Pastoraltheologie de Seidel o seguinte: “Este costume de nossa igreja tem sido desaprovado e criticado por causa de um mal entendido. Por isso devemos lembrar o seguinte:
“1. Nós não consideramos os livros simbólicos a base de nossa fé, esta é unicamente a Escritura Sagrada; mas eles são somente a norma normada de nossa confissão de fé. Pela subscrição dos mesmos, para ensinar conforme esta confissão, nós queremos ter a garantia de que nossa igreja tem em seus professores e pastores servos e guias fiéis e não raposas e lobos. Ninguém é absolutamente forçado a fazê-lo, e se alguém tem alguma reserva a respeito de tal subscrição, ele pode deixar de fazê-lo e procurar outro trabalho pra se sustentar. Mas se alguém subscreveu a confissão e depois se afastar dela, então este não pode ser considerado um homem de caráter, honesto e honrável e precisa resignar e deixar seu ofício.”
2. Nossos livros simbólicos não são instrumentos de intromissão, para interferir na consciência de outras pessoas; mas eles foram escritos por causa da necessidade. A Confissão de Augsburgo foi elaborada por ordem do Imperador Carlos V, sob sérios perigos de vida dos confessores. Os Artigos de Esmalcalde foram elaborados pela necessidade de apresentá-los no Concílio que o Papa convocou para Mántua. Os dois Catecismos foram escritos por causa da grande ignorância do povo e a irresponsável negligência do clero romano. E a mesma coisa podemos dizer da Fórmula de Concórdia que muitas vezes é insultada por línguas impuras, que revelam ignorância e frivolidade. [...]. A liberdade de consciência não permite forçar alguém à religião verdadeira, mas também não permite conceder a cada um a liberdade de ensinar heresias e criar confusão na igreja (op. cit., p. 38).”
        Da mesma forma seria algo irresponsável se um candidato se comprometesse com as Confissões somente para poder entrar no ofício, sem ter lido as mesmas, e sem ter-se convencido de ser esta a correta exposição das Escrituras no seu conteúdo e sua fraseologia (in rebus et frasibus).
    
Observação – 5
    Após a ordenação, o pastor deveria filiar-se na próxima oportunidade a um Sínodo ortodoxo. Se ele, tendo a oportunidade, não o faz, ele demonstra com isso um espírito pecaminoso, independente e cismático, contrário à palavra de Deus: Ef 4.3; 1 Co 1.10-13; 11.18,19; Pv 18.1. Confira o livro: Die rechte Gestalt einer vom Staate unabhängigen evangelisch lutherischen Ortsgemeinde, St. Louis. Mo. 1863, p. 212-217; ou a tradução ao ingles: The Proper Form of an Evangelical Lutheran Local Congregation Independent of the State. St. Louis (Concordia Publishing House) 1863, p. 212-217. 
     Pior do que estar sozinho é quando um pregador, num espírito separatista, não quer se filiar a um sínodo por razões impuras. Ou, não sendo aceito em nenhum Sínodo por causa de sua indignidade, ou por causa de sua incapacidade, procura um Sínodo de caráter ambíguo, ou, então, se junta a pessoas incapazes como ele para formar um novo Sínodo, colocando-se como cabeça do mesmo, para escapar à acusação de separatista.

ARRANJOS EXTERNOS DE UM CHAMADO

7ª Tese – Arranjos externos de um chamado

     Sem dúvida é bom que antes de o chamado seja aceito, as questões salariais sejam também esclarecidas e o que a congregação requer do pastor chamado. Mas, neste respeito, o recém chamado deve evitar tudo que possa dar a impressão de ser ele cobiçoso e trabalhar somente pelo salário. E, para evitar mal entendidos no futuro, é importante dar ao pastor o chamado por escrito, devidamente assinado pelos representes da congregação, bem como uma carta anexa que esclareça as questões salariais e requisitos do trabalho (1 Co 16.3).

Observação - 1 
     Friedrich Balduin escreveu a respeito do salário do pastor em seu comentário sobre as cartas de Paulo: “É permitido ao ministro da Palavra requerer um salário para o seu trabalho na congregação à qual serve, como o apóstolo o expressa em 1 Co 9.1-14, como seus argumentos. Entre os piedosos não há mais ninguém que tenha dúvidas sobre isso, a não ser se quisessem matar o pregador de fome e com isso suspender o próprio ofício da pregação. Pois, se eles não conseguem sustentar o pregador de outra forma, é lastimável se professores da igreja precisam buscar seu sustento por meio de outros trabalhos”. Siraque, livro Apócrifo (cf. Bíblia católica: Eclesiástico (Sirácida) 38.25s; Bíblia alemã, cap. 39) fala claramente sobre isso. Cabe à congregação, a quem o ministro serve, pagar-lhe o salário. Para isso é necessário que a congregação tenha um cofre, nos quais os membros podem colocar suas ofertas, do qual se possa tirar o necessário para o sustento do ofício. Requer-se também dos membros que sejam generosos em relação a seus professores; pois quem planta a vinha e não come do seu fruto? (1 Co 9.7). E, aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as coisas boas aquele que o instrui (Gl 6.6), especialmente quando os tempos se tornam gradualmente difíceis e não há esperança de ser possível dar um aumento salarial pela caixa da congregação.” 
     “Também não devemos pensar que as dádivas dadas aos servos da Palavra sejam esmolas ou dadas para subornar, mas é pelo trabalho, um dever necessário se queremos manter o ofício da pregação. Pois se os pregadores sofrem necessidades, então o próprio ministério sofre. Ainda que nada de definitivo possa ser determinado sobre o montante do salário de um servo da igreja. Dois extremos devem ser evitados. De um lado, que não se lhe negue o necessário; por outro lado, que da parte do servo não seja exigido demais. Eles deveriam lembrar que o salário não lhes é dado para a luxúria, mas para suprir suas necessidades. [...] Para que a necessidade, no entanto, não seja muito limitada é importante lembrar que não somente o ministro da Palavra, mas sua família precisa ser sustentada, assim que em tempos de doença ou após a morte do pai da família, eles tenham com que viver” (Comentar, in omnes epp. S. Pauli, p.404).
    Pouco antes, Balduin respondeu à objeção que Cristo disse: De graça recebestes, de graça daí (Mt 10.8): “Em Mateus o Salvador não está falando sobre a pregação, mas do dom de realizar milagres como o mostram as palavras precedentes: Curai os enfermos, etc. Deus não quer que milagres sejam vendidos por dinheiro, o que o profeta Eliseu não tolerou no seu servo Geazi (2 Rs 5.20ss.). Mas não devemos pensar que o aceitar do ordenado seja um vender o evangelho, como os anabatistas o afirmam.  Pois o salário não é dado pela doutrina, com a qual todos os tesouros do mundo não podem ser comparados. O salário é dado para o trabalho do ministro da igreja a que ele tem direito e o recebe corretamente para suprir suas necessidades e os de sua família, pois não pode adquiri-los de outra forma” (Ibid,. p 401).
     [Nota ao pé da página: Lutero explicou esta passagem de forma diferente e com maior profundidade ao escrever: “É nos ordenado que devemos ensinar, consolar e absolver todos os que o aceitam e crêem, e eles recebem estes bens todos gratuitamente, conforme a palavra de Mt 10.8. Nós cristão, no entanto, que desfrutamos do ofício da pregação da graça, devemos sustentar gratuitamente os servos da Palavra, mantê-los e protegê-los, como o apóstolo Paulo o diz: Gl 6.6; 1 Tm 5.17. O próprio Jesus afirma: Digno é o trabalhador do seu salário (Mt 10.10). E, pelo profeta Isaías, Deus diz: Que príncipes e reis trarão suas ofertas, à Igreja (Is 49.22,23). Mas estas ofertas não são pagamentos, o comprar e vender. Porque necessitamos diariamente comida e bebida. A oferta não é pagamento pela  absolvição. Pois quem poderia pagá-la? O que são cem ou mil moedas de prata para este imensurável dom do perdão dos pecados? [...] Visto, no entanto, que este grande dom não pode ser distribuído de outra forma do que por seres humanos que necessitam de alimento e serem sustentados, alguém precisa mantê-los. Porém, não é pagamento, antes sua obrigação e trabalho” (Gn 23.3-4; Walch I, 2432).

Observação – 2
     É desejável que o salário e os demais benefícios para o novo pastor chamado sejam fixados, para que este possa orientar-se quanto à organização do seu lar, mas ele não deveria insistir numa quantia fixa, amtes requerer que a congregação afirme que ela está disposta de dar-lhe o necessário (Gl 6.6; 1 Co 9.7-15; Lc 10.408). Ele não deveria insistir em dons adicionais, mas aceitá-los quando oferecidos. [Nota ao pé da página: como por exemplo: Gratificações para batismo, casamentos, sepultamentos, etc.] Mas o pastor não deveria aceitar absolutamente nada pela visita a doentes, para evitar acusações por visitar pessoas de posses.
     Em todo o caso, é melhor que o novo pastor chamado deixe a questão salarial ser resolvido por um irmão do ofício, o Conselheiro Distrital, por exemplo. Sobre tudo, ele nunca deve esquecer que não é servo de homens, mas de Deus, que cuidará de sua pobre vida e de sua família. Por menor que seja sua recompensa nesta vida, mais gloriosa será a coroa que receberá na eternidade, se mantiver fé até ao fim.
     Lembramos aqui uma belíssima palavra de Lutero: “Olhe para os pastores aqui e ali nas vilas, como muitos deles passam fome e sede e esmorecem; muitas vezes, eles não têm recursos para comprar uma camisa para seus filhos pequenos. [...] Não há sinceridade, nenhum esforço, nenhum coração bondoso, pois ninguém cuida deles seriamente e de coração. [...] Devem ser considerados merecedores de dobrada honra os presbíteros que presidem bem, com especialidade, os que se afadigam na palavra e no ensino” (1 Tm 5.17). Na verdade, eles são dignos de dobrada honra. Mas onde? Resposta: Oh Deus! No mundo eles são considerados dignos da espada, da forca, do inferno, ou de algo ainda pior. Quem se importa com isso? Nós, que servimos a este mundo ingrato, temos a promessa e esperança do reino dos céus e a recompensa e  pagamento por esta miséria será tão grande que nós nos repreenderemos a nós mesmos, por termos, devido a esse desprezo e ingratidão do mundo, derramado uma lágrima ou suspiro. Diremos a nós mesmos: Por que não sofremos algo mais pesado? Se eu tivesse crido que há uma glória tão grande e vida eterna, então não teria me assustado, mesmo que tivesse de sofrer muito mais”. (Gn 39.5-6; Walch II, 1812ss.; Erlangen Latim, IX, 235)

AS CONDIÇÕES DO CHAMADO

6ª Tese – As condições do chamado

     Um candidato luterano pode, de boa consciência, aceitar como válido e legítimo um chamado para ser pastor de uma congregação, somente se esta congregação declarar que: Primeiro, deseja ser servida como uma congregação ortodoxa, evangélica luterana; segundo, confessa a Escritura, Antigo e Novo Testamento, como palavra de Deus; terceiro, aceita e confessa publicamente os livros confessionais da Igreja Evangélica Luterana (especialmente o Catecismo Menor, a inalterada Confissão de Augsburgo como sua confissão) e deseja que o ofício pastoral seja conduzido conforme esta confissão; quarto, igualmente conforme as cerimônias confessionais da igreja luterana ortodoxa; quinto, mantenha os livros didáticos corretos na igreja e escola; sexto, pratique a inscrição antecipada para a Santa ceia; sétimo, de forma geral, dê livre curso à palavra de Deus (onde quer que seja apresentada em público ou em particular) em doutrina, admoestação, conforto, os membros prometem se subordinarem à mesma.   

Observação – 1
     Não é correto se o pastor chamado deixa a congregação que o chamou por muito tempo sem informá-la sobre o recebimento do chamado. O pastor chamado deve informar a congregação que o chamou imediatamente sobre o recebimento do chamado, mesmo se ainda não sabe o que fará. E se precisa de mais tempo para tomar sua decisão, informar à congregação que o chamou sobre as tratativas que está tomando.

Observação – 2
     Pode também acontecer que, sem ferir a consciência, um pastor ortodoxo pregue a palavra de Deus a uma congregação como uma confissão errônea ou mista, mas não que se torne seu pastor e ministre a Santa Ceia a seus membros. Pois se o fizesse, ele como pastor ortodoxo entraria em comunhão com falsas confissões e aprovaria a falsa confissão pelo sacramento (2 Co 6.14s.; 1 Co 1.10; Rm 16.17; 2 Jo 10-11; Rm 4.11).
     Isto é verdade não somente para aquelas congregações que, como um todo, têm uma confissão falsa, mas também para aquelas congregações que aceitam um nome ortodoxo, nas quais, no entanto, aqueles que declaram uma falsa confissão têm o direito de serem membros. No caso em que um pregador dá a Santa Ceia também àqueles que não crêem no mistério da Santa Ceia, como àqueles que confessam a fé, Lutero escreveu em seu escrito de admoestação a Frankfurt, em 1530: “Em suma, para lidar com esta matéria é uma horror para mim que numa e mesma igreja, no mesmo sacramento, participem os que crêem receberem somente pão e vinho, e por outro aqueles que crêem receberem o corpo e o sangue de Cristo. Eu pergunto, é possível que um pregador e cura d´almas seja tão endurecido e maldoso que silencia, deixando ambos irem, cada qual conforme sua fé?, etc.”
     “Mas se houver [tal pregador], ele deve ter um coração que é mais duro do que pedra ou de diamante. Ele deve ser um apóstolo da ira. Pois turcos e judeus são muito melhores do que aqueles que negam nosso sacramento e o confessam abertamente. Nós não podemos nos deixar enganar nem cair em idolatria. Estas pessoas, no entanto, devem ser verdadeiros príncipes diabólicos, que me dão simplesmente pão e vinho e querem me levar a considerá-lo o corpo e sangue de Cristo e assim querem me enganar miseravelmente. Isto seria demasiadamente quente e duro. Deus lhes fará processo curto. Quem tiver tais pregadores, ou percebe isto neles, que se guarde deles, como do próprio demônio” (Erlangen XXVI, 304; Walch XVII, 2446).
     Aqui, na verdade, Lutero tem em mente só os pregadores que seguiam Zwinglio. Pois lhe parecia algo impossível que um pregador, que acredita na presença real de Cristo na Santa Ceia, entre numa tal união sacrílega. Mas se isto acontecer, que pregadores, com a correta confissão no corpo e sangue de Cristo, o administrem e permitem que um número de seus comungantes o considere somente pão e vinho, a atrocidade é maior.

Observação - 3 
     A essência de uma congregação ortodoxa não consiste no seu nome, mas na confissão da doutrina pura. Após Deus ter, neste último período da história do mundo, restaurado a doutrina pura da palavra de Deus em sua igreja, por seu instrumento escolhido, Lutero, os inimigos de sua doutrina apelidaram os seguidores da  doutrina de Lutero de “luteranos”, e suas congregações de “igreja luterana”. Este nome tornou-se o distintivo dos ortodoxos. Eles não têm de se envergonham do nome “luterano”, como os judeus fiéis não se envergonham do nome de “israelitas” (Jo 1.47), e os antigos ortodoxos não se envergonhavam do nome “Atanásius, mesmo sendo esses nomes “israelita” e “Atanásius” nomes de pessoas, bem como o nome de Lutero.
    É perverso querer apelar ao protesto de Lutero contra o uso do seu nome. (Treue Vermahnung an alle Christen sich vor Aufruhr und Empörung zu hüten, do ano de 1522). Walch X, 420ss.; Erlanger XXII, 55). Quem dos luteranos não subscreveria de coração esse protesto, se isso indicasse que cremos mais em Lutero do que em Cristo, aderindo assim a uma doutrina sectária?
     (Nota ao pé da página: Lutero escreve em seus escritos contra a cega condenação dos 17 artigo no ano de 1524: “Assim temos um nome tão infame e vergonhoso no mundo, como admitidamente ninguém o teve nos últimos mil anos. Pois, a quem se pode  chamar de luterano ou evangélico, assim pensam eles, esses são chamando mais de dez vezes de diabólicos, esses merecem mais do que um inferno” (Erlangen, XXIV, 77ss.; Walch XXI, 130).
     Se nós somos chamados de luteranos porque cremos o que Lutero ensinou conforme a palavra de Deus, e se nós confessamos nossa fé de forma clara e completa, ao chamarem nós de luteranos, por que iríamos nós nos envergonhar do nome de Lutero? Se nós nos envergonhassemos do seu nome, nós nos envergonharíamos também da verdade que aprendemos dele. Como Lutero protestou contra seus inimigos, por chamarem os cristãos por seu nome, assim ele também admoesta em outro lugar, com referência a 2 Tm 1.8, que rejeitar o seu nome é negar a verdade contida nessa pergunta: Tu és luterano? Isto não significa outra coisa do que: Crês tu o que Lutero ensinou”? (Von beider Gestalt des Sacraments, ano 1522; Erlangen XXVIII, 316s; Walch XX, 136) [Lutero diz aqui: Deixa tal pessoa ir, tu precisas confessar a doutrina].
     Assim Lutero já profetizou em 1524: “Eu na verdade não gosto que a doutrina e o povo sejam chamados de luteranos, e precisam sofrer que eles abusem tanto da palavra de Deus com do meu nome. Mesmo assim, eles precisam deixar a Lutero, a doutrina luterana e o povo luterano a honra; por outro, eles e seus professores sucumbirão, mesmo que todo o mundo o lamente e se irritassem todos os demônios. [...] Porque nós sabemos de quem é a Palavra que nós pregamos” (Uma carta de conforme para Miltenberger. Erlangen XLI 127ss.; Walch V, 1858ss).
     Com isto não queremos negar, que podem surgir situações sob as quais a confissão ao nome luterano não possa ser requerida como conditio sine qua non para servir uma congregação com a Palavra e os sacramentos. [Nota ao pé da página: Isto seria especialmente o caso se um pregador de uma congregação com confissão falsa, por exemplo, papista, reformado, união-evangélica, metodista, etc., se este pregador chegasse ao conhecimento da verdade (pudesse continuar a pregar sem mencionar o nome “luterano”). Walther citou Lutero, que advertiu assim o Conselho da cidade de Regensburg (Erlangen LV 57ss.].

Observação – 4
     Como já era costume na igreja antiga, que aqueles que queriam ser batizados e aceitos na congregação cristã, deveriam declarar publicamente o Credo Apostólico como sua confissão, contra os falsos mestres e seitas naquela época; assim o é agora, se uma congregação quer ser considerada ortodoxa, é ainda mais necessário que ela declare a confissão da igreja ortodoxa de nosso tempo como sua confissão. Visto não podermos esperar que todos os membros conheçam os escritos simbólicos da Igreja Luterana, é suficiente que a congregação confesse o Catecismo de Lutero e a inalterada Confissão de Augsburgo. Assim lemos também na Fórmula de Concórdia, Declaração Sólida: “E em sexto lugar, já que essas questões importantíssimas também concernem ao homem comum e leigo, que, para sua salvação, deve, como cristão, distinguir entre doutrina pura e falsa, também confessamos unânimes o Catecismo Menor e o Maior do Dr. Lutero, tais como escritos por ele e incorporados aos seus tomos, visto que foram unanimemente aprovados e recebidos por todas as igrejas unidas à Confissão de Augsburgo e publicamente usados em igrejas, escolas e casas, e porque neles a doutrina cristão é formulada, com base na palavra de Deus, para os leigos singelos, de maneira corretíssima e simplicíssima, sendo, da mesma forma, explanada na medida do necessário (Suma, Fundamento, Regra e Norma...§ 8). Em outro lugar o Catecismo Menor é chamado de “a Bíblia dos Leigos”, por resumir tudo o que a Escritura ensina de forma ampla. 
    E também o pastor chamado para a congregação se comprometa com a palavra de Deus e as Confissões da Igreja, como garantia de que não pregará sua própria sabedoria, mas a pura doutrina cristã. Esta obrigação é de grande vantagem também para o pastor chamado na condução do seu ofício, pois ele pode apelar para a congregação contra os ataques de falsos espíritos que surgem na congregação e muitas discussões desnecessárias nas congregações podem ser sufocadas.
     Sobre a origem, o significado e o compromisso dos pastores com respeito às Confissões da Igreja Luterana, consulte o trabalho apresentado na quarta sessão do Sínodo de Missouri, westliches Distrikt, 1858, sob o título: Warum sind die simbolischen Bücher unserer Kirche von denen, welche Diener der selben werden wollen, nicht bedingt, sondern unbedingt zu unterschreiben.” (Por que os livros simbólicos de nossa igreja são subscritos não condicional mas incondicionalmente por aqueles que querem ser pastores em nossa igreja?). Consulte também “Der Lutheraner” ano 14. 

Observação - 5
     Lemos no Artigo VII da Confissão de Augsburgo: “Porque para a verdadeira unidade da igreja cristã é suficiente que o evangelho seja pregão unanimemente de acordo com a reta compreensão dele e os sacramentos sejam administrados em conformidade com a palavra de Deus. E para a verdadeira unidade da igreja cristã não é necessário que em toda a parte se observem cerimônias uniformes instituídas pelos homens”. (Cf. Artigo X da Fórmula de Concórdia). Seria, portanto, não evangélico e nem luterano, se um pastor, fosse obrigado a aceitar o chamado de uma congregação sob a condição de aceitar todas as cerimônias e instituições que são costumes naquela Igreja Luterana. Isso seria um retorno ao passado, seria anticristã.
     [Nota ao pé da página: Nossos teólogos ortodoxos enumeram como adiáforo os costumes em nossa Igreja Evangélica Luterana: quadros, dias santos, música de órgão, canções, liturgia; quanto ao batismo: o aplicar da água três vezes, o batismo por leigos na emergência, o sinal da cruz, o vestido batismal, o renunciar o diabo, o exorcismo, a confissão da fé por parte de padrinhos, etc.; na administração da Santa Ceia: o pão sem fermento em forma de hóstia, a distribuição do pão sem quebrá-lo, o colocar os elementos na boca das pessoas, o ajoelhar-se na hora da recepção, a comunhão a doentes, etc.; com respeito ao  ofício da pregação: vestimentas, confissão particular, etc.; cantos em latim; o inclinar a cabeça quando o nome de Jesus é pronunciado; o sistema de perícopes; velas e o crucifixo no altar; a divisão dos Dez Mandamentos com três mandamentos na primeira tábua e sete na segunda tábua; o início da oração do Senhor com a ordem de Pai Nosso e o dizer e livra-nos do mal, da sétima petição, etc. ]
    [Na ordem do Pai Nosso, Lutero reteve a ordem tradicional: Pai Nosso (Vater unser) que já se tornou arcaica nos seus dias, mas tinha sido consagrado pelo longo uso. O inclinar a cabeça quando o nome de Jesus é pronunciado é um sinal de adoração a Jesus. A confissão contra a tendência de Nestório dos Reformados que separam o Filho de Deus de Jesus, querem adorar o Filho de Deus sem adorarem a Jesus.]
     Pode, no entanto, ocorrer um caso no qual a instituição ou a remoção de um adiáforo pode indiretamente ser a negação da verdade. Temos um exemplo na história do apóstolo Paulo. Ele circuncidou Timóteo por causa dos fracos na fé, quando isto era um adiáforo (At 16.3). Mas ele não se deixou mover pelos falsos mestres a circuncidar Tito como se isso fosse necessário. Ele fez o que escreveu aos gálatas, para que a verdade do evangelho permanecesse entre nós (Gl 2.3-5).
    Se os inimigos da doutrina pura insistem para que os ortodoxos removam ou instituam um adiáforo, como algo necessário, então isto não será mais um adiáforo. Neste caso, a verdade do evangelho, especialmente a doutrina da liberdade cristã, está sendo atacada. Os inimigos estão atacando, tentando os ortodoxos a negarem esta liberdade. Neste caso, qualquer um que consente com eles não está usando sua liberdade, mas está abrindo mão da mesma.
    Quando Carlstadt insistiu em abolir o levantar da hóstia (elevatio), pois o considerava pecado, Lutero escreveu: “Eu tinha a intenção de abolir a elevação da hóstia, mas não quero fazê-lo agora, por um tempo, em oposição e contra os espíritos fanáticos (entusiastas, que o proíbem e o consideram pecado e nos privam da liberdade.) Pois antes de ceder espaço da largura de um cabelo ou ceder por um momento a esses espíritos assassinos, para deixar nossa liberdade (como Paulo ensina em Gálatas 5.1), preferia ser amanhã um zeloso monge e seguir rigorosamente todos os ritos do mosteiro. A liberdade cristã não é algo de pouca importância. Nós queremos preservá-la tão pura e inteira como nossa fé. Ela custou demais ao nosso querido Salvador Jesus Cristo. E ela nos é muito necessária. Não podemos abrir mão dela sem perder a salvação” (Contra os profetas celestiais, Walch XX, 255; Erlangen XXIX, 194ss. [Lutero foi de opinião que abrir mão da liberdade cristã é um retorno à justiça das obras e deixar o evangelho, o ensino da salvação somente por graça, pela fé].      
            Por Carlstadt querer considerar pecado chamar a Santa Ceia de sacramento, Lutero escreveu no mesmo escrito: “Irmão, não considere isso algo insignificante, de alguém proibir o que Deus não proibiu, e quebrar a liberdade cristã que custou a Cristo o seu sangue, e sobrecarregar as consciências de pecado, onde não há pecado. [...] Ouça meu irmão, tu sabes que pela liberdade cristã, bem como por todo artigo de fé, estamos prontos a deixar o corpo e a vida, e fazer o contrário a tudo o que é proibido, e deixar de fazer tudo que se ordena contra, como Paulo o ensina em Gl 5.1. [...] Assim tu vês que nessas coisas pequenas o perigo não é pequeno se alguém o quer impor algo à consciência. Tal como se alguém te proibisse comer carne num dia de comer peixe, então coma carne. E se te ordenasse comer carne, num dia de carne, então não coma. Se te proibissem o matrimônio, então case, e mostre que tu o farias com gosto, e assim por diante. Onde quer que eles ordenem, proíbem, tornam pecado ou boas obras, afligindo a consciência, anunciando perigo onde Deus quer liberdade e nada ordenou nem proibiu, tu precisas manter esta liberdade e sempre fazer o oposto para preservar a liberdade”. (Walch XX,278; Erlangen XXIV, 214ss.)
     Compare isso com o artigo X da Fórmula de Concórdia. O que tange às cerimônias confessionais, elas não podem ser enumeradas para todos os casos, conforme o que foi dito. O que para um tempo e determinado lugar é cerimônia confessional, pode não o ser em outro tempo ou lugar. Se a confissão da doutrina e a preservação da liberdade cristã não estão em perigo, então o uso ou não de qualquer adiáforo é livre para a congregação, enquanto não for uma ofensa contra o amor e a boa ordem, e a edificação da igreja não for perturbada. Cerimônias que a Igreja Ev. Luterana e seus pregadores não podem abrir mão no tempo presente, sem enfraquecer a confissão da doutrina pura incluem: a omissão do quebrar o pão na Santa Ceia bem como o uso do Credo Apostólico e o renunciar o diabo na cerimônia batismal. Se uma congregação não deseja conformar-se com a Igreja Ev. Luterana nessas questões, um candidato luterano poderá não aceitará o chamado de sã consciência. [...]
      Os Calvinistas se opõem ao renunciar o diabo no batismo infantil, porque eles negam que a criança possa estar sob a influência do diabo se ela for um eleito de Deus. Os Reformados se opõem à Confissão do Credo Apostólico no batismo, porque negam que o Santo Espírito trabalha pelo batismo para levar alguém à fé. Os Reformados insistem no quebrar o pão na Santa Ceia, porque eles vêem nisso uma ação simbólica, não como um meio da graça na qual o corpo e o sangue de Cristo são distribuídos como penhor do perdão e da salvação. Ceder nessas coisas aos Reformados é concordar com sua argumentação e confessar sua doutrina.

Observação - 6  
     Aceitar o chamado de boa consciência é somente possível se vier de uma congregação que permite que se introduzam bons livros didáticos na congregação e na escola. Sem dúvida, não seria um cura d´almas (Seelsorger), mas, sim, um assassino (Seelenmörder) quem tolerasse livros e hinários nos quais há veneno para as almas. Se uma congregação ainda não possui livros doutrinariamente puros, importa mostrar-lhes os erros. Basta então que a congregação se declare disposta a substituí-los o quanto antes. Um exemplo de verdadeira fidelidade confessional, diante do fato de calvinistas permitirem que se cante seus salmos de louvor, temos na revista Lehre u. Wehre, XVII, 366-373.

Observação - 7
     Na Confissão de Augsburgo, artigo XXV.1 nossa igreja declara: Conserva-se entre nós o costume de não dar o sacramento àqueles que não foram previamente examinados e absolvidos. No artigo XXIV.1 sobre a missa, a Apologia afirma: O sacramento é administrado aos que querem fazer uso dele, depois de terem sido examinados e absolvidos.
    Seria, portanto, contra a consciência aceitar um chamado de uma congregação que não concorda com a inscrição pessoal para a Santa Ceia. Isto é inquestionável, porque conforme a palavra de Deus, o pregador é em primeiro lugar não somente um professor, mas também deve ser pastor, bispo, (supervisor), vigia sobre as almas e deve ter o cuidado para que ninguém tome a Santa Ceia para sua condenação; segundo, especialmente o que se refere ao sacramento, ele não é simples distribuidor, mas administrador (1 Co 4.1). Ele é responsável, o quanto depende dele, para evitar o mau uso da Santa Ceia; terceiro, que, pela advertência de Jesus, ele não devem lançar as pérolas aos porcos (Mt 7.6). Teremos ainda a oportunidade para falar sobre isso com maiores detalhes, quando analisaremos a correta postura do pregador na inscrição à Santa Ceia, na confissão e absolvição privada.

Observação – 8  
     A condição de a congregação filiar-se a um Sínodo, não deverá ser uma condição para a aceitação de um chamado; da mesma forma, o pastor chamado não precisa concordar com a condição de não se filiar a um Sínodo. A primeira condição é contrária à liberdade da congregação; a última é contra a liberdade do pastor chamado. No século 19, alguns imigrantes tiveram uma repugna ao Sínodo, pois temiam que o Sínodo fosse senhor sobre eles, como eram os consistórios na Alemanha.

Observação – 9

    Um grupo de pessoas, a quem ainda falta o conhecimento correto, mas que deseja chamar um pastor luterano, podemos e devemos apresentar, antes de aceitar tal chamado, um documento com requisitos mínimos, como segue, que este grupo deverá assinar.
     Nós, os abaixo assinados, declaramos por este documento o seguinte:
- Estamos dispostos a formar uma congregação Evangélica Luterana, à qual só podem pertencer, os que desejam ser luteranos.
- Estamos dispostos a chamar um pregador que nos transmitirá a palavra de Deus como contida na Escritura Sagrada e exposta nas confissões públicas da Igreja Ev. Luterana, resumida no Catecismo Menor do Dr. Martinho Lutero (e na inalterada Confissão de Augsburgo, de 1530).
- Que a administração da Santa Ceia será conforme instituída por Cristo.
- O pregador conduzirá e executará fielmente seu ministério conforme a palavra de Deus.
- Não queremos contratar o pastor, conforme o direito humano, por um ou dois anos, para nós servir, mas, como descrito na Bíblia, chamá-lo como servo de Deus; por isso queremos reconhecê-lo como servo de Deus enquanto ensinar corretamente, levando uma vida sem escândalos e exercer seu ministério fielmente.
- Nós nos reservamos o direito e a autoridade de depô-lo, conforme a ordem de Cristo, se ele se tornar um falso mestre, viver de forma escandalosa ou for maliciosamente infiel no seu ministério.
- Estamos prontos para deixar-nos instruir na palavra de Deus e a aceitar as devidas correções que emanam dela. Não queremos impedir nosso pastor a nos pregar a palavra de Deus em todos os aspectos do seu ofício.
 - Queremos, toda a vez que decidimos participar da Santa Ceia, nos inscrever para a mesma, e pelo menos uma vez ao ano nos anunciar pessoalmente com ele.
- Queremos trocar todos os livros incorretos por livros corretos, pois desejamos que em nossa igreja e escola sejam usados somente livros doutrinariamente corretos.

O CHAMADO VÁLIDO E LEGÍTIMO PARA O OFÍCIO PASTORAL

5ª Tese – O chamado válido e legítimo para o ofício pastoral

    Na pergunta sobre o chamado para o ofício pastoral, duas coisas precisam ser consideradas: 1°, se ele é um chamado válido (ratus), e 2°, se ele é legítimo (legitimus, rectus). Ele é válido, se feito por aqueles que têm o direito e a autoridade de Deus para tanto; ele é legítimo, se ele foi adquirido pelo caminho correto.

Observação – 1
     A validade de um chamado depende daqueles que estendem o chamado, se eles têm o direito e a autoridade de Deus para fazê-lo. Isto está na natureza da questão e não necessita de provas. Que cada congregação cristã local tem este direito e autoridade, podemos ver dos seguintes escritos:
    “A base e a razão da Sagrada Escritura de que uma assembléia cristã ou uma comunidade tem o direito e a autoridade, para julgar toda doutrina, e chamar, instalar ou depor professores, de Martinho Lutero, 1523”. (Cf.: Walch X, 1794s.; Erlangen XXII, 140ss.).
     “Carta sobre como escolher e instalar, ao Conselho e Comunidade em Praga, de Martinho Lutero” (Walch X, 1808ss.).
     “Quem tem poder, autoridade e direito para chamar pastores, por Tilemann Heshusius” (St. Louis, MO, por L. Volkening, 1862, 8).
     Uma coleção de testemunhos para esta doutrina das Confissões Luteranas e dos escritos privados de professores ortodoxos de nossa igreja: “A voz de nossa igreja na pergunta sobre Igreja e Ministério” (Erlangen, 1852, segunda edição, 1865), Parte II, tese 6, seção A. Destacamos aqui somente os seguintes testemunhos:
         Os Artigos de Esmalcalde, onde lemos: “Pois onde quer que esteja a igreja (ubicunque = onde esteja), ai existe o direito de administrar o evangelho. Razão por que é necessário que a igreja retenha o direito de chamar, eleger e ordenar ministros.
E esse direito é um dom propriamente dado à igreja e que nenhuma autoridade humana pode arrebatar à igreja, como também testifica Paulo em Êfeso, quando diz: Subiu, concedeu dons aos homens. (Ef 4.8,11). E enumera entre os dons próprios da igreja pastores e mestres, acrescentando que tais são dados para o ministério, para a edificação do corpo de Cristo. Por conseguinte, onde há igreja verdadeira, aí necessariamente existe o direito de eleger e ordenar ministros. Assim como em caso de necessidade até um leigo absolve e se torna ministro e pastor de outrem. Como no caso da história narrada por Agostinho, a respeito de dois cristãos num navio, dos quais um batizou o catecúmeno, e este, batizado, depois absolveu o primeiro. Para cá pertencem as sentenças de Cristo que atestam haverem as chaves sido dadas à igreja, não apenas a certas pessoas: Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome... (Mt 18.20). Por último, também a sentença de Pedro confirma isso: Vós sois sacerdotes reais... (1 Pe 2.9)” (Tratado sobre o Poder e o Primado do Papa, 67-69; LC p. 356, 357).
     Lutero escreve: “Onde está a santa igreja cristã, ali devem estar todos os sacramentos, o próprio Cristo e o Espírito Santo. Se somos agora uma santa igreja cristã e temos as maiores e mais necessárias coisas tais como a palavra de Deus, Cristo, o Espírito Santo, fé, oração, catecismo, o sacramento, o ofício das chaves, o ofício pastoral, etc., e não teríamos as coisas menores, a saber, a autoridade e o direito de chamar algumas pessoas ao ofício, para nos administrarem a Palavra, Batismo, Santa Ceia, o perdão (Absolvição) que estão todos aqui? Onde está a palavra de Cristo, ali disse: Onde dois ou três... (Mt 18.20). E novamente: Se dois entre vos sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que porventura pedirem, ser-lhes-á concedido por meu Pai que está nos céus (Mt 18.19). Se dois ou três têm tal autoridade, quanto mais a igreja toda” (Schriften Von der Winkelmesse und Pfaffenweihe do ano de 1533; Walch XIX, 1565).
     Após ter provado em sua carta ao Concílio e Congregações de Praga que cada cristão originalmente tem o direito e a autoridade de sacerdote, Lutero continuou: “Mas nós dissemos tudo isso a respeito dos direitos e da autoridade comum a todos os cristãos. Visto que todos os cristãos têm todas as coisas em comum, [...] não é próprio para alguém que quer promover se a si mesmo, adonar-se daquilo que pertence a todos. [...] Mas o direito da congregação requer que um, ou quantos a congregação quiser, seja escolhido e aceito para executar as funções publicamente em lugar e em nome de todos que têm o mesmo direito. Isto, para que não ocorra uma horrível desordem entre o povo de Deus e a igreja, na qual tudo deve ser feitio com decência e ordem, como o apóstolo o ensina (1 Co 14.40), e não venha a ser uma Babel” (Walch X, 1857).
     Lutero escreve: “Este é o chamado para um ofício público entre cristãos. Mas se alguém chegar a um grupo de não cristãos (gentios), faça como os apóstolos e não espere por um chamado. Pois, não temos ali o ofício da pregação e alguém pode dizer: Aqui não há cristãos. Eu quero pregar e instruí-los no cristianismo, e se um grupo se juntar, podem escolher e me chamar para ser o bispo deles, então tenho um chamado” (Sobre Êx 3.1. III, 1079). É obvio que, quando uma congregação tem um pregador e quer expedir mais um chamado, este só será válido se o pregador chamar junto. Por outro, um chamado também é válido quando a congregação chama por outros, delegando-lhes este direito [...]. Aqueles que, devido à grande corrupção nas congregações começam a duvidar do chamado, pois muitos Alina assembléia não sejam cristãos, lembramos o Artigo VII da Apologia da Confissão de Augsburgo, e o que confessamos no Credo Apostólico: Creio na santa igreja cristã, a comunhão dos santos. [...]
     Lutero escreve: “Aqui (Mt 18.19-20) ouvimos que onde dois ou três estão reunidos em nome de Cristo, eles têm toda autoridade de São Pedro e de todos os apóstolos. Pois o próprio Senhor está aqui, como ele o disse em João 14.23. Por isso foi possível que uma pessoa, que crê em Cristo, resistiu a um grande grupo, quando Paphnutius resistiu no Concílio de Nicéia, como os profetas aos reis de Israel, aos sacerdotes e a todo o povo de Israel. Resumindo, Deus não está ligado a números, multidões, majestades, autoridades e personalidades do povo, mas só e unicamente a estes que amam sua Palavra e a guardam, mesmo se estes sejam simples empregados. Ele não pergunta por altos, grandes e poderosos senhores. Somente ele é a maior, a mais alta majestade. Temos aqui o próprio Senhor, sobre todos os anjos e criaturas, que diz: “Eles terão todos o mesmo poder e ofício, mesmo dois cristãos simples, reunidos em seu nome.” (Contra o papado em Roma, estabelecido pelo diabo, 1545; Walch VII, 1346ss.).   
     “Assim, se aqui não há pessoas de altos e distintos postos, funcionários da corte real ou dos Concílios eclesiásticos, etc., mas somente trabalhadores e agricultores participando do chamado, isto não tira ao chamado o seu poder e sua validade”. Lutero escreveu esse conforto aos Boêmios, contra a tentação de pensarem que um grupo pequeno não pudesse usar a validade do chamado divino: “Mas se tal dúvida vos atemoriza e quer enganar-vos, para pensarem que vocês não são igreja ou povo de Deus, então há uma só resposta: A Igreja não é visível. Ela não pode ser reconhecida por seus costumes exteriores, mas nós a reconhecemos somente pela palavra de Deus”. 1 Co 14.24,25. Pois a congregação, mesmo fraca e em pecado, não é pagã, mas cristã na Palavra. Os membros vivem ainda em muitos pecados, mas eles reconhecem a Palavra e não a negam. Por isso não devemos rejeitar aqueles que louvam a palavra e a confessam, mesmo que pareça não serem cristãos e não apresentam uma vida cristã. Desde que não sejam blasfemadores abertos, e viciados endurecidos. Por isso vocês não devem duvidar que são igreja, mesmo sendo somente seis ou dez que têm a Palavra. Pois tudo o que estes fazem nesta causa, mesmo atuando os outros, que não tem a Palavra, juntos. Mesmo assim devem estar certos que Cristo atua, onde se age de forma humilde e com pração. [...]. (Walch X, 1870ss.). [...].

Observação - 2
     O chamado para o ofício pastoral não precisa ser somente válido, mas também legítimo, para isso é sobre tudo necessário que a pessoa chamada não se tenha intrometida e procurada, por caminhos escusos, convencer pessoas ou aproveitando-se de partidos internos para conseguir o chamado, ou levando outros a interceder por ela; mas sem sua participação recebido o chamado, aceitando-o em obediência a Deus e amor ao próximo. Lutero escreve: “Agora há dois tipos de chamado para o santo ministério. Um que vem de Deus sem meios, outro que também vem de Deus, mas por meio de pessoas. No primeiro não devemos crer, exceto se a pessoa possa prová-lo por sinais miraculosos. Deixemos falar aqui pessoas experimentadas na palavra de Deus, como Lutero: “Aqui pertencem também aqueles que estão cientes de seus altos dons e julgam ser isto um grande prejuízo se não podem ensinar outros. Eles argumentam e julgam, por não serem melhor aproveitados, que estão enterrando seus dons na terra, quando deveriam ser aproveitados (Mt 25.18,24; Lc 19.20s.). Assim o diabo engana essas pessoas. Elas deveriam ter aprendido do Salmo 8.2 que não são eles que ensinam e que não é nossa palavra que deve ser pregada, pois nossa boca deve servir unicamente a palavra de Deus, quando e onde Deus o quer, quando ele nos chamar. Querido irmão, não duvide disso, quando Deus te quer, ele te buscará e achará. Sim, ele mandará um ano dos céu, que te conduzirá a isso (se for necessário). (Walch IV, 761, 767). Por isso espera até seres chamado. [...] E mesmo se tu operas milagres, queremos primeiro olhar qual é a tua doutrina, para ver se concorda com a palavra de Deus. Pois falsos profetas também podem operar sinais, como Moisés o disse aos judeus” (Dt 13.1).
     “O outro vem por meio de pessoas e mesmo assim por Deus, a saber, por meios. Isto é um chamado de amor, é como quando alguém é escolhido do grupo para ser bispo e pregador, quando se vê que ele tem a palavra de Deus e pode também comunicá-la a outros através do ensino e da pregação. [...] Se tu és instruído e compreendes bem a palavra de Deus, e desejas ensiná-la corretamente e com proveito a outros, espera. Se Deus te quer, ele sem dúvida te achará. [...] Não coloque um propósito, tempo ou lugar a Deus. Pois para onde tu não queres ir, ali Deus te levará; e onde tu gostarias de estar, ali Deus não te colocará. Mesmo se tu fosses mais sábio e inteligente que Salomão e Daniel, tu fugirias, como que diante do inferno, a falar mesmo uma só palavra, a não ser se fosses requerido e chamado para isso. Creia-me, ninguém fará algo de bom pela pregação, a não ser que seja requerido e obrigado a isso, sem sua vontade e desejo. Pois temos somente um mestre, nosso Senhor Jesus Cristo, que ensina sozinho e traz o fruto por seus servos, os quais ele chama para isso. Mas, quem ensina sem um chamado, este não ensina sem prejudicar a ambos, a si e a seus ouvintes, pois Cristo não está com ele” (Walch XI, 25-49, 2555).
     Estes, que vieram primeiramente sem chamado e então, por artimanhas, levaram as pessoas a conferi-lhes um chamado regular, não são legitimamente chamados. Ao comentar Êx 3.1, Lutero escreveu sobre estes gatunos: “Sim, eles foram atrás do povo, falaram até serem eleitos e chamados. Alguém pode levar pessoas a isso, mas eles são ladrões, assassinos e lobos” (Jo 10.1). (Walch III, 1077).
    Carlstadt tinha um chamado assim. Lutero escreveu sobre ele: “Ao ele afirmar [...] que ele foi eleito como cura d`almas, e devidamente chamado, a isto Lutero respondeu: Não me importo se eles o chamaram depois. Eu estou falando do primeiro passo. [...] Com que facilidade pode-se convencer o povo. Mas isto não se chama chamado. Isto se chama criar sectários e agitações e desprezar as autoridades” (Contra os profetas Celestiais; Walch XX, 230).
      Pode, no entanto, haver casos em que o oferecer-se não seja contrário à consciência e não coloca em dúvida a retidão do chamado e seja, conforme 1 Tm 3.1 e Is 6.8, sinal de um legítimo chamado divino. Ouçamos nosso Reformador (Lutero) a este respeito. Ele escreveu: “Não devemos desprezar os que têm a coragem de, num espírito piedoso e bem intencionado, sem procurarem sua vantagem, proveito, honra e nem vida melhor e mais fácil, mas com o propósito de ensinarem e pregarem a palavra de Deus. Mas tais são aves raras. Tais homens, no entanto, nós devemos louvar, como diz o apóstolo Paulo: Fiel é a palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja (1 Tm 3.1). E porque ele diz isto vemos no versículo que segue: É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar, não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento... (v.2,3). Tais pessoas aspiram excelente obra! Pois, tal ofício requer homens que aprenderam a renunciar à honra, à vida e aos bens, pois é um servir à verdade, a respeito da qual Jesus disse: Sereis odiados de todos por causa do meu nome (Mt 10.22). Disso serão capazes só os que sem sua vontade, nem esforço, poderão suportá-lo. Em vão esperam que alguém os suporte, cujo propósito é sua própria vontade, ou de alguém que não tenha sido preparado internamente por graça especial” (Sl 8.3; Walch IV,769ss.).

Observação – 3 
     O que deve fazer aquele cujo chamado é válido, mas não legítimo? Nossos teólogos responderam que ele não deve abandonar o chamado, mas o ofício requer que ele se arrependa e seja fiel. Pressupõe-se, naturalmente, que tal pessoa tenha a aptidão para conduzir o ofício... Lutero escreve: “Aqui temos a pergunta: É permitido que alguém se ofereça para um chamado? A resposta é: Se alguém, por desejos e intenções carnais, isto é, por ambição ou avareza, isto não presta. Mas se alguém adquiriu o ofício da pregação por este caminho e depois se converter, assim, que se torne uma pessoa diferente, então será bom para ele que fique” (Walch VII, 116ss.; Walther refere-se também a Walch X, 1825s). [...] A.H. Franke comenta: “Se num chamado não se procedeu corretamente e os requisitos necessários não estavam presentes, por isso a pessoa não precisa ser novamente ordenada. Esta pessoa também não tem a liberdade de abandonar a congregação. Ela deve, visto estar no lugar, voltar-se a Deus em profundo arrependimento e suplicar para que Deus por sua graça lhe queira perdoar aquilo que ele iniciou erradamente e abençoá-lo. Mesmo assim terá, provavelmente, ainda tormentos de consciência. Mas ele deve saber que seu chamado é diante de Deus e dos homens correta, se ele cair em si e o exercer corretamente. Sim, ele é também antes “ratum” (correto, o que se refere à administração externa, mesmo que a relação entre ele e Deus ainda não tenha sido ordenada (Collegium pastor, über Hartmanni past. ev. II, 60s.).   

Observação – 4
     Aqui na América, muitas congregações têm o costume de chamar o pastor só por um período determinado (Chamado temporário). Isto com o intuito de, após o período, estender o chamado para mais um período ou considerar sua atividade encerrada.  A congregação, no entanto, não tem o direito de fazer tal chamado, nem o pastor é autorizado a aceitar um chamado temporário. Tal chamado não é válido diante de Deus, nem correto. É um absurdo. Tal chamado é contra a divindade do ofício na igreja, contra a doutrina do chamado como exposta na Escritura. (At 20.28; Ef 4.11; 1 Co 12.28; Sl 68.12; Is 41.27).
     Pois é Deus quem realmente chama o pregador, a congregação é simplesmente o instrumento para separar a pessoa para o serviço para o qual Deus a chama (At 13.1). Este pregador está no serviço e ofício de Deus, e nenhuma criatura pode demitir um servo do ofício de Deus, a não ser que possa provar que o próprio Deus o tenha demitido do ofício (Jr 15.19; Os 4.6). Neste caso, não é a congregação que depõem ou demite o pregador, mas ela executa a ordem de Deus. Se a congregação age de forma diferente, então o próprio instrumento está usando mal do ofício (Mt 23.8; 2 Tm 4.2,3) e interfere no regimento e administração de Deus. Quer o faça ao chamar, determinado o período que servirá, ou demitindo o pastor do trabalho a seu belo prazer.
     O pregador que dá a uma congregação o direito de chamá-lo nesses termos, para dispensá-lo arbitrariamente, torna-se um empregado e servo de homens. Tal chamado não é o que Deus ordenou para o santo ofício da pregação, mas algo bem diferente que não tem nada a ver com o chamado, pois não é um chamado indireto de Deus pela igreja, mas um contrato humano. Não é um chamado vitalício, mas uma função temporária fora da ordem de Deus ou contra a ordem de Deus. É uma ordem eclesiástica, uma terrível desordem. Por isso é nula e vã, sem nenhuma validade. Alguém chamado dessa forma não pode ser considerado um ministro de Cristo ou da Igreja.
    Tal chamado luta também contra o relacionamento no qual a congregação e o pregador estão de um para com o outro, conforme a vontade de Deus. Pois luta contra o respeito e a obediência que os ouvintes devem mostrar àqueles que administram o ofício divino conforme a palavra de Deus (Lc 10.16; 1 Tm 5.17; 1 Ts 5.12-13; 1 Co 16.15-16; Hb 13.17). Pois, se os ouvintes realmente tivessem esse alegado poder e autoridade, então estaria em suas mãos também o direito de retirar tal respeito e obediência que Deus deles requer.
     Qualquer tipo de chamado temporário é contra a fidelidade e perseverança até a morte que Deus requer do pregador (1 Pe 5.1-4; 1 Tm 4.16; 1 Co 4.1ss.). É contra a prestação de contas que o pregador deverá prestar como vigia das almas sobre as quais Deus o colocou (Hb 13.17). Finalmente, o chamado temporário é contra a prática que o Senhor recomendou e que os apóstolos seguiram. Isto é contra a prática da Igreja em todos os tempos, enquanto não havia penetrado nela a corrupção, em doutrina, vida, ordem e disciplina.
     Não há necessidade de prova, pois onde existe tal tipo de chamado, a igreja não foi mais bem cuidada, governada, e ali não se exercia mais a verdadeira disciplina. Ela não foi mais bem fundamentada na fé e vida santificada, nem cresceu. Tal chamado abre a porteira e as portas para toda a desordem, confusão e danos, para contraditores, para pessoas que querem agradar, que temem as pessoas e servem-se a si mesmas (Rm 16.17-18). 
     Quando o povo de Zwickau demitiu Conrad Cordatus, um de seus pastores, por causa de seu sermão no qual repreendeu o povo, Lutero escreveu para Valentin Hausmann no ano de 1532: “Vocês podem julgar por vocês mesmos. Um jovem estudou toda sua vida, e consumiu nisso os bens do pai, sofrendo toda a sorte de infortúnios. Agora ouço que em Zwickau querem um pastor. Mas eles querem ser senhores e o pastor deve-lhes ser um servo que está diariamente na gangorra [na incerteza]. Se o presidente quer, ele fica, caso contrário, ele terá que ir embora. Não, não, meus queridos senhores. Isto vocês não devem fazer, ou então não recebereis um pastor.  Nós não estamos dispostos a fazer ou permitir isso, a não ser que eles confessem não serem cristãos. Dos gentios nós queremos sofrê-lo, mas o próprio Cristo não quer que o soframos de cristãos. Se os de Zwickau ou também tu mesmo, meu querido senhor e amigo, não queres alimentar teu irmão, isto podes deixar. Cristo é um pouco mais rico do que o mundo, mesmo que parecer ser pobre. Dele lemos: Encheu de bens os famintos (Lc 1.53). Isto basta, e os de Zwickau que continuem assim” (Walch, XXI, 357; Erlangen LIV, 219).
     Hieronymus Kromayer, professor em Leipzig, falecido em 1670, escreve: “O chamado para o ofício da pregação não pode ser expedido por aquele que chama em forma de um contrato temporário, por um determinado período de anos, nem com o direito de a pessoa chamada poder ser demitida, quando bem parecer à congregação. Pois os que chamam não receberam de Deus tal poder nem licença para expedirem um chamado ou contrato assim, nem o chamado pode considerar tal chamado ou tal demissão como divino” (Theol. positiv. P. II, p. 530). 
     Ludwig Hartmann escreve: Aqui cabe também a pergunta: Será que um pastor pode aceitar um chamado temporário, o ofício numa congregação somente por alguns anos? Resposta: Não! 1. Pois tal chamado prescreve a Deus que chama, um determinado período para depois deixar o trabalho. Não cabe, no entanto ao servo prescrever ao seu Senhor o período em que quer servir. 2. Tal decisão envolve desejos carnais. Pois tal pessoa, se as coisas não vão como ela quer, quando não consegue reunir tesouros como pretendia, ou, por ouvir reclamações e não estar disposta a suportar críticas, pode sair fácil desta situação. 3. Também devido a várias outras desvantagens. Pois se a fidelidade de um ministro fosso algo muito apreciado, a igreja seria facilmente roubada da mesma; e porque as muitas mudanças de pastores numa congregação a empobrecem. Por outro, pode uma congregação (um patrão) demitir um pastor por não querer mais ouvi-lo ou aturá-lo e mandá-lo procurar outro chamado? Não!  Pois, nós somos servos de Deus e o ofício é de Deus, para o qual fomos chamados por Deus, mesmo que através de pessoas. Esta obra santa precisa ser tratada de forma santa, não conforme arbitrariedades humanas. Um patrão pode contratar um empregado, por determinado tempo, para cuidar de suas ovelhas ou vaca, e quando o trabalho não lhe agradar mais, despedi-lo. Mesmo assim, terá que cumprir com determinadas leis do trabalho. Mas lidar assim com um pastor, um cura d´alma não está no poder das pessoas. Também o servo da Palavra não pode aceitar esse ofício, se não quiser ser um mercenário. Certamente, aqueles que aceitam o ofício nessas condições, não o executam com zelo e fidelidade, mas serão bajuladores e dirão o que as pessoas gostam de ouvir, ou terminarão, constantemente, serem despedidos” (Pastoral evang., pág. 104) .
     [Nota, ao pé da página: Os pastores, no entanto, que atuam com um chamado numa congregação, e abrem mão dele com o consentimento de sua congregação, para atenderem uma congregação vacante por um determinado tempo, não se tornam culpados de serem servos “mercenários”].
     Por outro, como um pregador consciencioso não pode aceitar um chamado temporário, assim também não pode comprometer-se para servir numa congregação até à morte.  Sobre isso Johann Nikolaus Misler, professor em Giessen, falecido em 1683, escreve: “Comprometer-se com uma congregação local de servir nela até sua morte fere toda a doutrina do evangelho, do correto chamado do pastor e tira a Deus o poder de, conforme sua sabedoria e em sua liberdade, colocar seus servos em sua vinha aonde quer colocá-los. Tal procedimento carece de qualquer base na palavra de Deus e de sua Igreja. Ao mesmo tempo, tira ao pregador qualquer poder de, mesmo por motivos importantes e justos, ou mesmo por motivos de consciência, livrar-se de um jugo ímpio. Tal forma não deixa ao pregador nenhuma liberdade para contrapor-se, ou como Ló, por ordem de Deus, sair de Sodoma. Mesmo se a autoridade civil fosse abolida ou se degenerasse para uma tirania cruel e ímpia, ou se caísse em terríveis abusos e ordenasse doutrinas falas e ímpias e o pastor nada pudesse fazer. Nós só podemos permanecer numa comunidade e administrar ali o ofício enquanto o podemos fazer na verdadeira liberdade do Espírito Santo e de sã consciência” [...] (Opus novum quaestt. Practico-theol. p. 491).

Observação - 5
     Não é somente pecaminoso e perigoso usurpar um ofício sem um chamado válido e legítimo, mas é também pecaminoso e perigoso declinar de um chamado válido e legítimo por considerações humanas (Jr 1.4-8; Ex 4.10-14). Tal também não pode ser justificado pelo sentimento de sua própria incapacidade ou indignidade, pois: Quem, porém, é suficiente para estas coisas. (2 Co 2.16).
     [Nota ao pé da página: Walter mostra que esta situação pode confortar aqueles que já estão no ministério e sofrem tentações por se julgarem incapazes e indignos.]
     Lutero o expõe de uma forma maravilhosa com a concordância de seus teólogos. Ele baseou o chamado para o santo ministério no mandamento do amor ao próximo: “Ama o teu próximo, como a ti mesmo. Ele escreve: Eu jamais pregaria em Wittenberg, se não fosse forçado a isso por Deus pelo Eleitor da Saxônia, pra que o faça. Assim é com outros também. Quando o povo me força e pressiona, e eu posso fazê-lo, e mesmo quando não posso fazer o que se requer de mim, vou fazê-lo da melhor forma possível. Ali Deus impulsiona por pessoas e isso está na lei de Deus, que o Espírito Santo me chamou e diz: Ama o teu próximo como a ti mesmo (Lv 19.18). Nenhuma pessoa deve viver para si mesma, mas deve servir ao próximo. [...] Se este mandamento me toma e é colocado diante de mim, então nenhuma resistência me ajudará, a não ser que eu quero resistir até ser colocado sob a ira de Deus, por causa disso. Agora, este chamado é através de mãos humanas, mas é confirmado por Deus. Assim eu lembro e sirvo a Deus nele” (Do Comentário de Êxodo, 1524-1528; Walch III, 1076; Erlangen XXXV, 58s.).
     Sobre o fato de Deus ter chamado o gago Moisés, que não quis aceitar o chamado por ser gago, Lutero escreve: ”Se Deus fosse tão sábio quanto nós, ele teria começado todas as coisas melhor do que fez. Pois aqui toma, para essa grande e difícil obra, alguém que não sabe falar bem, como o próprio Moisés o confessa. Mesmo assim Deus lhe disse: “Vai e execute bem a obra”. Isto é a mesma coisa que dizer a um cego, que deve enxergar; ou a um aleijado que deve correr e a um mudo que deve falar. Será que Deus não poderia achar outra pessoa para esta tarefa?”
     “Mas isto foi escrito para aprendermos a conhecer a atitude de Deus. O que o mundo valoriza, Deus não o considera, sim, rejeita e destrói o que outros tomam a si, e o que outros amam e exaltam, ele rejeita; e o que o diabo não quer, ele aceita. Ele dá a Moisés uma resposta correta e diz: Tu és sábio e uma boa pessoa. Isto são alfinetadas, como quem diz: Pensas que eu não sei que tu gaguejas, como se eu não o ouvisse? – Assim pensamos nós. Sempre queremos ensinar a Deus em sua obra. Como se nós fossemos os primeiros a notar os erros e as fraquezas que Deus não está vendo. E Deus lhe diz: Que problema se alguém é surdo, cego ou mudo? Como? Se eu lhe peço e ordeno para fazer algo, será que não posso fazê-lo ouvir e falar? Quem é o que fala contigo? Não é um artesão sapateiro, mas aquele que dá a visão aos cegos, aos surdos os ouvidos, e faz os mudos falarem, e emudece os grandes palradores e tu que não podes falar queres me dar alvo e medida. Mesmo se pudesses falar não te deves orgulhar disso. Para que vejam que sou eu quem o faço e não tu, por isso te uso como gago. Pois se alguém fosse tão apto como o anjo Gabriel e Deus não o chamasse, não conseguiria executar nada. Deus torna alguém hábil para falar ou mudo. Por outro, se alguém tem dificuldade na fala, e Deus o chama, ele o executará, seja lá como for, para que o mundo veja, não somos nós, que o fazemos, mas Deus o faz” [...] (Walch III, 1129-32; Erlangen XXXV, 102-104).
     [   ] Lutero escreve:  “Também não vale a desculpa: Eu sou incompetente, fraco na fé e na vida santificada e devocional. A pessoa deve olhar para o seu chamado e ofício, em outras palavras, para a palavra de Deus que o chamou. Se eles são impuros e incapazes, o ofício e o chamado, a palavra de Deus são puros e suficientemente capazes. E se eles certamente o crêem que são chamados, então eles serão, pela fé, suficientemente capazes. Pois quem crê ser chamado para o ministério, esse certamente crê também que seu ofício e obra e ele próprio são agradáveis e justos.  Mas quem não crê isso, então é certo que também não crê que seu chamado e ofício lhe foram ordenado por Deus. O que duvida ser chamado para tal ofício, que fique distante, pois ele não presta. Mas os que estão certos de estarem no ofício que Deus lhes ordenou, estes devem exercê-lo de forma alegre e corajosa, independente de sua capacidade ou incapacidade. Pois Fides vocationis habet conjunctam necessario fidem justificationis, cum sit in verbum vocantis Dei fidens ac praesumens (A fé no ofício tem necessariamente consigo a justificação, visto confiar e ser ousado na palavra de quem o chamou.) Quem crê no seu chamado, terá na verdade suficiente devoção, vontade e cede em exercê-lo, pois é impossível que aquele que está certo do seu chamado não sinta a força da graça. Tal pessoa não poderá dizer: Eu quero ir e adulterar ou praticar outras maldades, antes dirá: Eu quero ir e cuidar do meu ofício. Isto é a mesma coisa que dizer: Eu quero obedecer a meu Deus e amar o meu próximo.” (Do ano 1528. Walch X 2780-82; Erlangen LIV, 32,33).

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EIDAM ELIEU RADINS ELIEZE GUDE ELIMINATÓRIAS ELISEU TEICHMANN ELMER FLOR ELMER T. JAGNOW EMÉRITO EMERSON C. IENKE EMOÇÃO EN ENCARNAÇÃO ENCENAÇÃO ENCONTRO ENCONTRO DE CRIANÇA 2014 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2015 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2016 ENCONTRO PAROQUIAL DE FAMILIA ENCONTROCORAL ENFERMO ENGANO ENSAIO ENSINO ENTRADA TRIUNFAL ENVELHECER EPIFANIA ERA INCONCLUSA ERNI KREBS ERNÍ W. SEIBERT ERVINO M. SPITZER ESBOÇO ESCATOLOGIA ESCO ESCOLAS CRISTÃS ESCOLÁSTICA ESCOLINHA ESCOLINHA DOMINICAL ESDRAS ESMIRNA ESPADA DE DOIS GUMES ESPIRITISMO ESPÍRITO SANTO ESPIRITUALIDADE ESPÍSTOLA ESPORTE ESTAÇÃODAFÉ ESTAGIÁRIO ESTAGIÁRIOS ESTATUTOS ESTER ESTER 6-10 ESTRADA estudo ESTUDO BÍBLICO ESTUDO DIRIGIDO ESTUDO HOMILÉTICO ÉTICA EVANDRO BÜNCHEN EVANGELHO EVANGÉLICO EVANGELISMO EVERSON G. HAAS EVERSON GASS EVERVAL LUCAS EVOLUÇÃO ÊX EX 14 EX 17.1-17 EX 20.1-17 EX 24.3-11 EX 24.8-18 EXALTAREI EXAME EXCLUSÃO EXEGÉTICO EXORTAÇÃO EZ 37.1-14 EZEQUIEL BLUM Fabiano FÁBIO A. NEUMANN FÁBIO REINKE FALECIMENTO FALSIDADE FAMÍLIA FARISEU FELIPE AQUINO FELIPENSES FESTA FESTA DA COLHEITA FICHA FILADÉLFIA FILHO DO HOMEM FILHO PRÓDIGO FILHOS FILIPE FILOSOFIA FINADOS FLÁVIO L. HORLLE FLÁVIO SONNTAG FLOR DA SERRA FLORES Formatura FÓRMULA DE CONCÓRDIA Fotos FOTOS ALTO ALEGRE FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2010 FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇA 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇAS 2013 FOTOS ENCONTRO ESPORTIVO 2012 FOTOS FLOR DA SERRA FOTOS P172 FOTOS P34 FOTOS PARECIS FOTOS PROGRAMA DE NATAL P34 FP 2.5-11 FP 3 FP 4.4-7 FP 4.4-9 FRANCIS HOFIMANN FRASES FREDERICK KEMPER FREUD FRUTOS DO ES GÁLATAS GALILEU GALILEI GATO PRETO GAÚCHA GELSON NERI BOURCKHARDT GENESIS GÊNESIS 32.22-30 GENTIO GEOMAR MARTINS GEORGE KRAUS GERHARD GRASEL GERSON D. BLOCH GERSON L. LINDEN GERSON ZSCHORNACK GILBERTO C. WEBER GILBERTO V. DA SILVA GINCANAS GL 1.1-10 GL 1.11-24 GL 2.15-21 GL 3.10-14 GL 3.23-4.1-7 GL 5.1 GL 5.22-23 GL 6.6-10 GLAYDSON SOUZA FREIRE GLEISSON R. SCHMIDT GN 01 GN 1-50 GN 1.1-2.3 GN 12.1-9 GN 15.1-6 GN 2.18-25 GN 21.1-20 GN 3.14-16 GN 32 GN 45-50 GN 50.15-21 GRAÇA DIVINA GRATIDÃO GREGÓRIO MAGNO GRUPO GUSTAF WINGREN GUSTAVO D. SCHROCK HB 11.1-3; 8-16 HB 12 HB 12.1-8 HB 2.1-13 HB 4.14-16 5.7-9 HC 1.1-3 HC 2.1-4 HÉLIO ALABARSE HERIVELTON REGIANI HERMENÊUTICA HINÁRIO HINO HISTÓRIA HISTÓRIA DA IGREJA ANTIGA E MEDIEVAL HISTÓRIA DO NATAL HISTORINHAS BÍBLICAS HL 10 HL 164 HOMILÉTICA HOMOSSEXUALISMO HORA LUTERANA HORST KUCHENBECKER HORST S MUSSKOPF HUMOR IDOSO IECLB IELB IGREJA IGREJA CRISTÃ IGREJAS ILUSTRAÇÃO IMAGEM IN MEMORIAN INAUGURAÇÃO ÍNDIO INFANTIL INFERNO INFORMATIVO INSTALAÇÃO INSTRUÇÃO INTRODUÇÃO A BÍBLIA INVESTIMENTO INVOCAÇÕES IRINEU DE LYON IRMÃO FALTOSO IROMAR SCHREIBER IS 12.2-6 IS 40.1-11 IS 42.14-21 IS 44.6-8 IS 5.1-7 IS 50.4-9 IS 52.13-53-12 IS 53.10-12 IS 58.5-9a IS 61.1-9 IS 61.10-11 IS 63.16 IS 64.1-8 ISACK KISTER BINOW ISAGOGE ISAÍAS ISAQUE IURD IVONELDE S. TEIXEIRA JACK CASCIONE JACSON J. OLLMANN JARBAS HOFFIMANN JEAN P. DE OLIVEIRA JECA JELB JELB DIVAGUA JEOVÁ JESUS JN JO JO 1 JO 10.1-21 JO 11.1-53 JO 14 JO 14.1-14 JO 14.15-21 JO 14.19 JO 15.5 JO 18.1-42 JO 2 JO 20.19-31 JO 20.8 JO 3.1-17 JO 4 JO 4.5-30 JO 5.19-47 JO 6 JO 6.1-15 JO 6.51-58 JO 7.37-39 JO 9.1-41 JOÃO JOÃO 20.19-31 JOÃO C. SCHMIDT JOÃO C. TOMM JOÃO N. FAZIONI JOEL RENATO SCHACHT JOÊNIO JOSÉ HUWER JOGOS DE AZAR JOGRAL JOHN WILCH JONAS JONAS N. GLIENKE JONAS VERGARA JOSE A. DALCERO JOSÉ ACÁCIO SANTANA JOSE CARLOS P. DOS SANTOS JOSÉ ERALDO SCHULZ JOSÉ H. DE A. MIRANDA JOSÉ I.F. DA SILVA JOSUÉ ROHLOFF JOVENS JR JR 28.5-9 JR 3 JR 31.1-6 JUAREZ BORCARTE JUDAS JUDAS ISCARIOTES JUDAS TADEU JUMENTINHO JUSTIFICAÇÃO JUVENTUDE KARL BARTH KEN SCHURB KRETZMANN LAERTE KOHLS LAODICÉIA LAR LC 12.32-40 LC 15.1-10 LC 15.11-32 LC 16.1-15 LC 17.1-10 LC 17.11-19 LC 19 LC 19.28-40 LC 2.1-14 LC 23.26-43 LC 24 LC 24.13-35 LC 3.1-14 LC 5 LC 6.32-36 LC 7 LC 7.1-10 LC 7.11-16 LC 7.11-17 LC 9.51-62 LEANDRO D. HÜBNER LEANDRO HUBNER LEI LEIGO LEIGOS LEITORES LEITURA LEITURAS LEMA LENSKI LEOCIR D. DALMANN LEONARDO RAASCH LEOPOLDO HEIMANN LEPROSOS LETRA LEUPOLD LIBERDADE CRISTÃ LIDER LIDERANÇA LILIAN LINDOLFO PIEPER LINK LITANIA LITURGIA LITURGIA DE ADVENTO LITURGIA DE ASCENSÃO LITURGIA DE CONFIRMAÇÃO LITURGIA EPIFANIA LITURGIA PPS LIVRO LLLB LÓIDE LOUVAI AO SENHOR LOUVOR LUCAS ALBRECHT LUCIFER LUCIMAR VELMER LUCINÉIA MANSKE LUGAR LUÍS CLAUDIO V. DA SILVA LUIS SCHELP LUISIVAN STRELOW LUIZ A. DOS SANTOS LUTERANISMO LUTERO LUTO MAÇONARIA MÃE MAMÃE MANDAMENTOS MANUAL MARCÃO MARCELO WITT MARCIO C. PATZER MARCIO LOOSE MARCIO SCHUMACKER MARCO A. CLEMENTE MARCOS J. FESTER MARCOS WEIDE MARIA J. RESENDE MÁRIO SONNTAG MÁRLON ANTUNES MARLUS SELING MARTIM BREHM MARTIN C. WARTH MARTIN H. FRANZMANN MARTINHO LUTERO MARTINHO SONTAG MÁRTIR MATERNIDADE MATEUS MATEUS KLEIN MATEUS L. LANGE MATRIMÔNIO MAURO S. HOFFMANN MC 1.1-8 MC 1.21-28 MC 1.4-11 MC 10.-16 MC 10.32-45 MC 11.1-11 MC 13.33-37 MC 4 MC 4.1-9 MC 6.14-29 MC 7.31-37 MC 9.2-9 MEDICAMENTOS MÉDICO MELODIA MEMBROS MEME MENSAGEIRO MENSAGEM MESSIAS MÍDIA MILAGRE MINISTÉRIO MINISTÉRIO FEMENINO MIQUÉIAS MIQUÉIAS ELLER MIRIAM SANTOS MIRIM MISSÃO MISTICISMO ML 3.14-18 ML 3.3 ML NEWS MODELO MÔNICA BÜRKE VAZ MORDOMIA MÓRMOM MORTE MOVIMENTOS MT 10.34-42 MT 11.25-30 MT 17.1-9 MT 18.21-45 MT 21.1-11 MT 28.1-10 MT 3 MT 4.1-11 MT 5 MT 5.1-12 MT 5.13-20 MT 5.20-37 MT 5.21-43 MT 5.27-32 MT 9.35-10.8 MULHER MULTIRÃO MUSESCORE MÚSICA MÚSICAS NAAÇÃO L. DA SILVA NAMORADO NAMORO NÃO ESQUECER NASCEU JESUS NATAL NATALINO PIEPER NATANAEL NAZARENO DEGEN NEEMIAS NEIDE F. HÜBNER NELSON LAUTERT NÉRISON VORPAGEL NILO FIGUR NIVALDO SCHNEIDER NM 21.4-9 NOITE FELIZ NOIVADO NORBERTO HEINE NOTÍCIAS NOVA ERA NOVO HORIZONTE NOVO TESTAMENTO O HOMEM OFERTA OFÍCIOS DAS CHAVES ONIPOTENCIA DIVINA ORAÇÃO ORAÇAODASEMANA ORATÓRIA ORDENAÇAO ORIENTAÇÕES ORLANDO N. OTT OSÉIAS EBERHARD OSMAR SCHNEIDER OTÁVIO SCHLENDER P172 P26 P30 P34 P36 P40 P42.1 P42.2 P70 P95 PADRINHOS PAI PAI NOSSO PAIS PAIXÃO DE CRISTO PALAVRA PALAVRA DE DEUS PALESTRA PAPAI NOEL PARA PARA BOLETIM PARÁBOLAS PARAMENTOS PARAPSICOLOGIA PARECIS PAROQUIAL PAROUSIA PARTICIPAÇÃO PARTITURA PARTITURAS PÁSCOA PASTOR PASTORAL PATERNIDADE PATMOS PAUL TORNIER PAULO PAULO F. BRUM PAULO FLOR PAULO M. NERBAS PAULO PIETZSCH PAZ Pe. ANTONIO VIEIRA PEÇA DE NATAL PECADO PEDAL PEDRA FUNDAMENTAL PEDRO PEM PENA DE MORTE PENEIRAS PENTECOSTAIS PENTECOSTES PERDÃO PÉRGAMO PIADA PIB PINTURA POEMA POESIA PÓS MODERNIDADE Pr BRUNO SERVES Pr. BRUNO AK SERVES PRÁTICA DA IGREJA PREEXISTÊNCIA PREGAÇÃO PRESÉPIO PRIMITIVA PROCURA PROFECIAS PROFESSORES PROFETA PROFISSÃO DE FÉ PROGRAMAÇÃO PROJETO PROMESSA PROVA PROVAÇÃO PROVÉRBIOS PRÓXIMO PSICOLOGIA PV 22.6 PV 23.22 PV 25 PV 31.28-30 PV 9.1-6 QUARESMA QUESTIONAMENTOS QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PLANILHA QUESTIONÁRIO TEXTO QUINTA-FEIRA SANTA QUIZ RÁDIO RADIOCPT RAFAEL E. ZIMMERMANN RAUL BLUM RAYMOND F. SURBURG RECEITA RECENSÃO RECEPÇÃO REDENÇÃO REENCARNAÇÃO REFLEXÃO REFORMA REGIMENTO REGINALDO VELOSO JACOB REI REINALDO LÜDKE RELACIONAMENTO RELIGIÃO RENATO L. REGAUER RESSURREIÇÃO RESTAURAR RETIRO RETÓRICA REUNIÃO RICARDO RIETH RIOS RITO DE CONFIRMAÇÃO RITUAIS LITURGICOS RM 12.1-18 RM 12.1-2 RM 12.12 RM 14.1-12 RM 3.19-28 RM 4 RM 4.1-8 RM 4.13-17 RM 5 RM 5.1-8 RM 5.12-21 RM 5.8 RM 6.1-11 RM 7.1-13 RM 7.14-25a RM 8.1-11 RM 8.14-17 ROBERTO SCHULTZ RODRIGO BENDER ROGÉRIO T. BEHLING ROMANOS ROMEU MULLER ROMEU WRASSE ROMUALDO H. WRASSE Rômulo ROMULO SANTOS SOUZA RONDÔNIA ROSEMARIE K. LANGE ROY STEMMAN RT 1.1-19a RUDI ZIMMER SABATISMO SABEDORIA SACERDÓCIO UNIVERSAL SACERDOTE SACOLINHAS SACRAMENTOS SADUCEUS SALMO SALMO 72 SALMO 80 SALMO 85 SALOMÃO SALVAÇÃO SAMARIA Samuel F SAMUEL VERDIN SANTA CEIA SANTIFICAÇÃO SANTÍSSIMA TRINDADE SÃO LUIS SARDES SATANÁS SAUDADE SAYMON GONÇALVES SEITAS SEMANA SANTA SEMINÁRIO SENHOR SEPULTAMENTO SERMÃO SERPENTE SERVAS SEXTA FEIRA SANTA SIDNEY SAIBEL SILVAIR LITZKOW SILVIO F. S. FILHO SIMBOLISMO SÍMBOLOS SINGULARES SISTEMÁTICA SL 101 SL 103.1-12 SL 107.1-9 SL 116.12-19 SL 118 SL 118.19-29 SL 119.153-160 SL 121 SL 128 SL 142 SL 145.1-14 SL 146 SL 15 SL 16 SL 19 SL 2.6-12 SL 22.1-24 SL 23 SL 30 SL 30.1-12 SL 34.1-8 SL 50 SL 80 SL 85 SL 90.9-12 SL 91 SL 95.1-9 SL11.1-9 SONHOS SOPRANO Sorriso STAATAS STILLE NACHT SUMO SACERDOTE SUPERTIÇÕES T6 TEATRO TEMA TEMPLO TEMPLO TEATRO E MERCADO TEMPO TENOR TENTAÇÃO TEOLOGIA TERCEIRA IDADE TESES TESSALÔNICA TESTE BÍBLICO TESTE DE EFICIÊNCIA TESTEMUNHAS DE JEOVÁ Texto Bíblico TG 1.12 TG 2.1-17 TG 3.1-12 TG 3.16-4.6 TIAGO TIATIRA TIMÓTEO TODAS POSTAGENS TRABALHO TRABALHO RURAL TRANSFERENCIA TRANSFIGURAÇÃO TRICOTOMIA TRIENAL TRINDADE TRÍPLICE TRISTEZA TRIUNFAL Truco Turma ÚLTIMO DOMINGO DA IGREJA UNIÃO UNIÃO ESTÁVEL UNIDADE UNIDOS PELO AMOR DE DEUS VALDIR L. JUNIOR VALFREDO REINHOLZ VANDER C. MENDOÇA VANDERLEI DISCHER VELA VELHICE VERSÍCULO VERSÍCULOS VIA DOLOROSA VICEDOM VÍCIO VIDA VIDA CRISTÃ VIDENTE VIDEO VIDEOS VÍDEOS VILS VILSON REGINA VILSON SCHOLZ VILSON WELMER VIRADA VISITA VOCAÇÃO VOLMIR FORSTER VOLNEI SCHWARTZHAUPT VOLTA DE CRISTO WALDEMAR REIMAN WALDUINO P.L. JUNIOR WALDYR HOFFMANN WALTER L. CALLISON WALTER O. STEYER WALTER T. R. JUNIOR WENDELL N. SERING WERNER ELERT WYLMAR KLIPPEL ZC ZC 11.10-14 ZC 9.9-12