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O ESPÍRITO SANTO, A LIDERANÇA CRISTÃ E O SACERDÓCIO UNIVERSAL DE TODOS OS CRENTES

SEMINÁRIO CONCÓRDIA – CURSO DE MESTRADO

CADEIRA: PNEUMATOLOGIA NAS PERSPECTIVAS BÍBLICA E CONTEMPORÂNEA

PROFESSOR: GÉRSON L. LINDEN

ALUNO: LEANDRO DANIEL HÜBNER

BREVE ENSAIO TEOLÓGICO SOBRE

O ESPÍRITO SANTO, A LIDERANÇA CRISTÃ E O SACERDÓCIO UNIVERSAL DE TODOS OS CRENTES

Neste pequeno ensaio queremos refletir um pouco sobre o papel do Espírito Santo na liderança cristã e no sacerdócio universal de todos os crentes, aplicando isto ao nosso contexto de Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Para tanto, veremos o que dizem alguns autores sobre os temas principais (liderança e sacerdócio universal), bem como alguns textos bíblicos relacionados ao Espírito Santo e sua relação com o tema proposto.

1. Sacerdócio Universal de Todos os Crentes

O sacerdócio real de todos os crentes, doutrina bíblica que nos diz que cada cristão batizado é um sacerdote real de Cristo, está firmada especialmente no texto de 1 Pedro 2.9: Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz (NTLH), além de Apocalipse 1.5-6.

Porém, como muitas outras, esta também foi uma doutrina que acabou obscurecida pelo desvio da Igreja Cristã da Palavra de Deus durante a chamada Idade Média. E, assim como Martinho Lutero redescobriu o Evangelho e a salvação pela fé em Cristo, na Reforma do século XVI, ele trouxe à luz também esta preciosa verdade descrita em 1 Pedro 2.9. Sobre isto lemos no volume 7 das Obras Selecionadas de Lutero:

É notória a redescoberta do sacerdócio dos crentes por Lutero. Já na sua preleção sobre a Carta aos Romanos (1515/16), ele faz alusão a ele. Quatro anos depois, em “Um Sermão a respeito do Novo Testamento, isto é, a respeito da Santa Missa” (1520), refere-se literalmente ao sacerdócio dos crentes! Em seguida, em “À Nobreza Cristã da Nação Alemã, acerca da Melhoria do Estamento Cristão” (1520), aprofunda a questão. Perante a postura anti-Reforma de Roma, Lutero assevera o sacerdócio dos crentes como veículo da Reforma da Igreja. A vivência do Batismo desencadeia a renovação da Igreja em doutrina e prática.[1]

Além das referências de Lutero ao assunto citadas acima, neste mesmo volume 7 das obras de Lutero temos uma palavra dele sobre o sacerdócio real:

Por isso ninguém pode negar, que cada cristão tem a Palavra de Deus e foi instruído e ungido por Deus para ser sacerdote, como diz Cristo em Jo 61.45: “Sereis todos instruídos por Deus”, e Salmo 44 [sc. 45.71]: “Deus te ungiu com o óleo da alegria como a nenhum dos teus semelhantes”. Esses companheiros são os cristãos, irmãos de Cristo, que com ele estão ordenados sacerdotes, como também diz Pedro, em 1Pe 2[.9]: “Vós sois sacerdócio real, para que proclameis os benefícios daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.”[2]

É interessante também ver o que nos diz Johannes Rottmann sobre o sacerdócio real e a origem deste termo:

“O Novo Testamento claramente classifica todos os servos de Cristo como sacerdotes reais. ... A fim de que já no início haja entendimento mútuo do sentido deste termos, preciso constatar que na língua grega a palavra “sacerdote” – “hieréus” significa “administrador de coisas sagradas”. É o mesmo sentido que a palavra “sacerdote” tem em nossa língua. A palavra “real” é no grego “basíleion”, derivado de “basiléus”, rei, monarca, alguém que possui autoridade de um rei. Ser “sacerdote real” significa, portanto, possuir autoridade régia de administrar as coisas sagradas de Deus. ... Os servos redimidos de Cristo são sacerdotes reais.”[3] (26)

Desde o momento em que recebemos a fé em Cristo, pelo batismo ou pelo ouvir a Palavra de Deus, nos tornamos sacerdotes reais de Deus, pois naquele momento o Espírito Santo nos uniu a Cristo e nos fez sacerdotes de Cristo, tanto homens como mulheres, sem distinções (Mt 23.8, Gl 3.26-28).

Sendo sacerdotes reais, recebemos pela graça de Deus o perdão pleno, a vida e a salvação em Cristo e podemos com confiança chegar diante de Deus (Hb 10.19-22), como diz Rottmann: Ser sacerdote significa que o servo redimido de Cristo, na sua totalidade, também é sacerdote e pode entrar, sem medo, no Santo dos Santos, isto é, pode e deve diariamente estar face a face com Deus, em diálogo com ele e em oração.[4]

Como sacerdotes chamados e capacitados pelo próprio Deus (1Pe 2.5), somos incumbidos de grandes privilégios e responsabilidades, tais como: oferecer-nos completamente ao Senhor (Rm 12.1ss.), ouvir a Palavra sempre (Cl 3.16), proclamar o Evangelho e batizar (1Pe 2.9, 3.15, Mt 28.18-20), ofertar ao Senhor para o trabalho do Reino (2 Co 8 e 9, Fp 4.18), orar pelo mundo (1Tm 2.1-2), louvar a Deus (Cl 3.16, Hb 13.15-16), chamar pastores (At 14.23), admoestar-nos mutuamente (Gl 6.1-3), servir a Deus no casamento e na criação dos filhos (1Pe 3.1,7, Ef 6.4), entre outras.

Concluímos esta breve reflexão sobre o sacerdócio real dos crentes citando o pastor Leopoldo Heimann, que resume bem o tema:

Além de Pedras Vivas e Raça Eleita, os leigos também são e recebem o terceiro título: Sacerdotes do Rei Jesus. E como Sacerdotes do Rei Jesus, sacerdotes santos ou sacerdotes dedicados a Deus, os cristãos leigos oferecerem sacrifícios espirituais agradáveis a Deus (1 Pedro 2.5). Como sacerdotes espirituais – não como um cargo ou função hierárquica na Igreja – os leigos também reinam com Deus no Reino de Deus, e triunfam sobre o pecado, a morte e Satanás. Podem, agora, dirigir-se diretamente a Deus, o Senhor, o Salvador e Rei, sem mediadores ou sacerdotes, como no Antigo Testamento. Podem dirigir-se ao Pai, tendo um só Mediador; Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote! O livro de Apocalipse (capítulo 16) confirma este conceito e aponta para sua finalidade: Jesus Cristo fez de nós um reino de sacerdotes a fim de servirmos ao seu Deus e Pai. [5]

2. Liderança Cristã

Há várias definições sobre liderança e o que é um líder. Podemos dizer, tentando uma definição derivada delas, que liderança é uma posição de responsabilidade, visando levar um grupo a alcançar uma meta proposta, e que liderar é ter a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum.

Não é nosso propósito neste ensaio detalhar os tipos de liderança e as qualidades esperadas de um líder, mas podemos dizer que os modelos bíblicos de liderança, como Moisés, Neemias, Paulo, e é claro, Jesus, são as fontes principais para buscarmos essas qualidades desejáveis em um líder cristão. Podemos resumir a liderança bíblica, especialmente no caso de Paulo e Cristo, como “liderança de serviço”.

Quando falamos de liderança cristã, pensamos principalmente de líderes cristãos atuando em suas congregações e igrejas, mas também de sua influência na comunidade e sociedade em que vivem. Para J. Oswald Sanders, liderança espiritual é uma mistura de qualidades naturais e espirituais. Até mesmo as qualidades naturais não são oriundas do indivíduo, mas de Deus e, portanto, alcançam maior efetividade quando empregadas no serviço de Deus, e para sua glória.[6] O líder cristão tem muitas qualidades e habilidades comuns aos líderes não cristãos. O diferencial é justamente a fé cristã e a orientação do Espírito Santo. Aqui citamos novamente Sanders:

A liderança natural e a espiritual têm muitos pontos em comum, mas, há alguns aspectos em que elas podem diferenciar-se totalmente. Vê-se isto melhor quando suas características dominantes são comparadas entre si, como no quadro abaixo:

Líder natural Líder espiritual

Autoconfiante Confia em Deus

Conhece aos homens Conhece também a Deus

Faz suas próprias decisões Procura a vontade de Deus

Ambicioso Humilde

Origina seus próprios métodos Encontra e segue os métodos de Deus

Gosta de comandar os outros Delicia-se em obedecer a Deus

Motivado por considerações pessoais Motivado pelo amor a Deus e aos homens

Independente Dependente de Deus”[7]

Concordamos com Sanders também quando ele diz que outras qualificações para a liderança espiritual são desejáveis, mas ser cheio do Espírito Santo é indispensável[8], conforme lemos em Atos 6.3. E o que é estar cheio do Espírito? Novamente Sanders diz:

Estar cheio do Espírito, então, é ser controlado pelo Espírito. O intelecto, as emoções, a vontade, as forças físicas, tudo fica em disponibilidade para o Espírito, para que se atinjam os propósitos de Deus. Sob seu controle, os dons naturais de liderança ficam santificados e elevados à sua maior potência. ... A obra toda, realmente, não é outra coisa senão o fluir do Espírito Santo através de vidas entregues e cheias (Jo 7.37-39).[9]

Para nós luteranos está muito claro como o Espírito Santo vem a nós e controla nosso viver e também o líder cristão: através da Palavra e dos Sacramentos. Isto não quer dizer que seremos cristãos e líderes perfeitos, pois ainda somos pecadores e o próprio Espirito de Deus precisa nos ajudar na luta diária para afogar o velho homem em nós e deixar o novo homem, criado e guiado pelo Espírito, dominar todo nosso ser.

Em vista disso, o líder cristão precisa ter mais um grande diferencial em relação a outros líderes: saber e crer que o centro da Palavra de Deus, da doutrina cristã e de sua fé pessoal é Jesus Cristo e sua salvação e, junto com isso, saber e crer que Deus fala e age em sua Palavra e em nossa vida com Lei e Evangelho.

É através de Cristo que o Espírito Santo vem a nós, na Palavra e Sacramentos, e é através da Lei e Evangelho que o Espírito opera em nossos corações, produzindo arrependimento e fé, guiando, corrigindo e orientando nosso viver, fortalecendo em nós a nova vida que temos em união com Cristo.

O líder cristão, seja ele pastor ou leigo, guiado e fortalecido pelo Espírito Santo na Palavra e Sacramentos, vai então servindo a Deus na sua vocação, posição social e lugar onde Deus o colocou e, ao mesmo tempo, procura também aperfeiçoar-se em sua liderança, com todos os recursos e formas possíveis e agradáveis a Deus. Pensando nisto, concluímos esta seção com as palavras do pastor Leopoldo Heimann:

O leigo e o pastor, no exercício de seus ministérios na Igreja, precisam se aperfeiçoar e capacitar ao longo da vida para serem reconhecidos como líderes verdadeiros, consagrados e responsáveis para guiar o povo de Deus de minha Igreja. Além do significado dos diversos termos empregados nas traduções bíblicas tradicionais, o líder, na linguagem de nossa sociedade, é uma pessoa que governa, comanda, chefia, guia, orienta e capacita os liderados na profissão em que ele estiver atuando.

O líder é de fato um guia, um condutor, um chefe, um governador, um orientador e um professor que prepara e conduz um grupo na sociedade e na profissão em que vive. Também na minha Igreja.[10]

3. O Sacerdócio Universal, a Liderança e o Espírito Santo

O sacerdócio universal de todos os crentes, como vimos, constitui-se de todos os cristãos batizados e integrados à família da fé, a família do Deus triúno. Entre esses sacerdotes alguns tornam-se líderes ou recebem funções de liderança no Reino de Deus, tanto líderes chamados de pastores como os chamados líderes leigos. Heimann nos mostra que tanto os líderes pastores como os líderes leigos servem ao ministério da Palavra:

Numa visão teológica mais profunda, porém, é possível afirmar que, na realidade, existe apenas um ministério na Igreja. É o Ministério da Pregação da Igreja (Predigtamt). Engloba todas as finalidades e atividades da Igreja – o anúncio da Palavra de Deus e administração dos Santos Sacramentos do Batismo e da Santa Ceia.

O Ministério Pastoral (Pfarramt) é uma subordem dentro da ordem maior da Igreja, e é uma função especial exercida pelos cristãos pastores da Igreja. O Ministério Sacerdotal (Priesteramt) é uma subordem dentro da ordem maior, a Igreja, e é uma função geral exercida por todos os cristãos leigos da Igreja.

Os dois ministérios, dentro da mesma Igreja, são inseparáveis. E os dois são absolutamente necessários para cumprir o ministério maior: O Ministério da Pregação da Igreja. Pastor e leigo em conjunto, realizam a missão da Igreja.[11]

Leigos e pastores servem juntos a Deus para levar a Palavra ao mundo, realizando a missão deixada a nós por Jesus (Mt 28.18-20, At 1.8, et alli). Nesta obra é necessário haver liderança e organização, mas sem que isto signifique uma hierarquia que leva à opressão ou à omissão de qualquer cristão, como nos diz Rottmann:

Como podemos exercitar o sacerdócio real hoje? ... Somos sacerdotes; individualmente sacerdotes! Sacerdócio real coloca cada um, leigo, pastor, homem e mulher, jovem e velho em uma posição de responsabilidade direta e pessoal perante Deus. Ser sacerdote real também hoje significa ser servo do Santo dos Santos, ser servo do Deus vivo. E isto diretamente: não numa hierarquia, em que se pode colocar a responsabilidade sobre o que nós é hierarquicamente superior, em que um pode esconder-se atrás das costas do outro. Cada um, tu e eu, homem e mulher, esposo e esposa, pastor e leigo, somos chamados a entrar no Santo dos Santos e dialogar com Deus e servir a Cristo.[12]

Para esta obra, seja como líderes ou liderados, pastores ou leigos, somos capacitados e guiados pelo Espírito Santo de Cristo. E o pastor, por causa de seu ofício, preparo e função, tem um papel fundamental em nutrir e guiar o povo de Deus na vida do Espírito, como nos diz Caemmerer:

“The church is a fellowship in which each member seeks to build the brother with the inner resources of the Spirit of God. But the flesh also seeks for fellowship; it also intercommunicates the counterfeit of life and the will of the devil. In the church, therefore, men remind one another of Christ: 1Pe 4.1-2.

The ministry of the pastor directs Christians to cultivate the life of the Spirit rather than the life of the flesh, in order to set up this distinction from the world which is primary in the Christian witness to the outside; this ministry works by empowering men to empower men.[13]

Somos nutridos, fortalecidos e guiados no Espírito de Cristo para melhor testemunhar nossa fé em Cristo ao mundo. Como dissemos antes, isso acontece através da vocação própria de cada cristão e dos dons que cada um recebe de Deus, sendo o pastor o servo encarregado por Deus para ajudar os cristãos a descobrir, desenvolver e usar seus dons na Igreja e em suas vocações, como afirma Caemmerer,

There are two broad structures for nurture which work simultaneously in the Christian church: the gifts of the Spirit, and the Christian callings. The pastor is to be a chief director and deployer of these gifts of the Spirit; he is to be a trainer for carrying out the purpose of the Christian at work in his calling.[14]

Todos os dons do Espírito e o seu uso tem a ver com o nutrir da fé cristã e com a edificação da fé e da vida do povo de Deus, como também diz Caemmerer[15]. E, assim como a fé salvífica, também esses dons são dados unicamente por Deus, de graça e segundo o seu querer:

Aos assim libertados, aos remidos do Senhor, concedeu então estes dons gratuitos. Porém é mister notar: assim como nada podiam fazer para serem libertados , assim também nada podiam fazer para obter os dons da graça. São dádivas inteira e livremente dadas. Esta verdade deve ser dita àqueles que de uma ou de outra maneira, com maquinações entusiásticas, querem, por assim dizer, forçar o Espírito Santo a lhes dar um determinado dom com o qual querem então fazer alarde e gloriar-se a si mesmos. Não nos enganemos: o Espirito Santo não pode ser forçado; se ele o dá, fá-lo livremente.[16]

É o Espírito de Cristo que dá e distribui a fé e os dons, como nos ensina Paulo em 1 Coríntios 12. Não se pode força-lo nem condicionar sua obra a caprichos ou desejos humanos, mas simplesmente devemos aceitar com alegria os dons que Ele nos concede, usando-os da melhor maneira para o crescimento do Reino, o benefício do próximo e a salvação de muitos. Novamente, para essa doação e uso dos dons do Espírito, necessitam as pessoas ouvir o Evangelho e receber os Sacramentos. Por isso, como diz Caemmerer, falando de 1Co 12,

In this great chapter on the gifts of the heavenly pneuma we find it irresistible to believe that the apostle is thinking of the director of church work as a person who serves his purpose only as he keeps the wind of God, the Holy Ghost, blowing into the spiritual life and heart of the people to the end that they arrive at their destination and fulfill the purpose for which God puts them together in the church. The Spirit of God, however, functions only as He speaks in the hearts of men of Jesus, and keeps repeating there what Jesus Himself held before them concerning His redeeming work; the pastor gets his people to hear and speak that Word.[17]

É o Espírito Santo que vai despertar líderes, como despertou Paulo e Lutero, por exemplo, e vai, através da Palavra e Sacramentos, capacitá-los, guia-los e usá-los na obra da Igreja de Cristo. Assim, podemos concordar que

Aquele que foi chamado por Deus para a liderança pode, confiantemente, ter certeza de que o Espírito Santo o dotou com os dons espirituais exigidos, porque o propósito destes dons é qualificar seu possuidor para aquele ministério específico ao Corpo de Cristo, que lhe foi atribuído pelo próprio Espírito. É digno de nota que nenhum dos dons espirituais relaciona-se diretamente ao caráter; visam, principalmente, o serviço.[18]

Nem sempre os líderes chamados por Deus queriam ser lideres, como Moisés e Jeremias, que pediram que Deus escolhesse outro para a tarefa, ou como Jonas, que chegou a fugir para não assumir a missão confiada a ele pelo Senhor. Mas, como diz Sanders acima, a quem Deus chama Ele também capacita e guia na missão ou tarefa designada.

Em nossa IELB – Igreja Evangélica Luterana do Brasil – não é diferente. Vemos Deus chamando e capacitando lideranças em todos os níveis – congregações, distritos, entidades, escolas, comissões, conselho diretor e diretoria nacional. Estes líderes, pastores e leigos, são treinados e aperfeiçoados pelo Espírito Santo, tanto formalmente, em cursos, concílios, congressos, treinamentos, simpósios, pós-graduação e aperfeiçoamento para pastores e outras formas, como informalmente, no trabalho nas congregações, nas vocações de cada um e na experiência adquirida através dos anos.

Nossa liderança, além de atuar dentro das estruturas da IELB, também é usada por Deus em outros setores, sejam ligados à igreja, como a Sociedade Bíblica do Brasil, onde temos os pastores Rudi Zimmer, Erní Seibert, Mário Rost, Vilson Scholz, Paulo Teixeira e outros, que se destacam em suas funções e cargos, como em outros não ligados diretamente à igreja, como o senhor Gilcler Regina, na área de palestras e treinamento de equipes, o senhor Decio Dalke, na literatura, o senhor Ônix Lorenzoni e vários outros, Brasil afora, na área política, bem como capelães militares e em muitas outras áreas e setores.

Em tudo isso, creio que é muito claro qual o desejo de Deus, através do seu Espírito: aperfeiçoar e guiar todos esses líderes, onde quer que estejam, para leva-los a cada vez mais e melhor servir a Cristo e testemunhar do Evangelho, com voz e vida, para influenciar pessoas e conduzi-las também ao Salvador Jesus.

Em meio a tantas “lideranças” evangélicas em nosso país, que se dedicam a promover a si mesmas e às suas denominações, visando muitas vezes o aumento dos números financeiros acima de tudo, e dizendo-se portadores (às vezes até “comandantes”!) do Espírito Santo de Deus, é válido e necessário refletir sobre qual é a verdadeira obra e desejo do Espírito.

Sem dúvida, fazendo boa hermenêutica bíblica, podemos afirmar que através de líderes e cristãos consagrados, o Espírito de Deus tem um grande e principal desejo e objetivo: que as pessoas sejam levadas a conhecer, confiar e crer em Jesus Cristo como seu único e perfeito Salvador, para receber dele perdão, vida e salvação eterna. Em outras palavras, o Espirito Santo quer sempre apontar para Cristo e não para si mesmo, e muito menos para pessoas, por mais brilhantes ou carismáticas que pareçam ser.

Conclusão

Queremos concluir essa reflexão tentando sintetizar e reafirmar tudo o que acima foi dito, dizendo que: o Espírito Santo chama, ilumina e congrega os cristãos através do Evangelho, reunindo-os como Igreja Cristã. Esta recebe de Deus o Ministério da Palavra, realizado por todos os cristãos como sacerdotes reais de Cristo, que são guiados e alimentados na Palavra e Sacramentos pelos ministros da Palavra (pastores), e liderados também por pessoas chamadas e capacitadas pelo Espírito Santo para serem líderes dentro e fora da Igreja. Tudo isso visando um fim grandioso – levar Cristo para todos que pudermos alcançar e trazer todos que tivermos alcançado a Cristo e à família de Deus, para que sejam iluminados pelo Evangelho e integrados ao Corpo de Cristo, recomeçando assim o ciclo: O Espírito Santo chama, ilumina e, etc., para que muitos sejam salvos.

É para isto que o Espírito Santo chama sacerdotes reais de Cristo, vocaciona pastores e mestres e desperta líderes leigos em nossa IELB: para comunicar a Vida e assim acolher e integrar cada vez mais gente ao povo salvo de Deus.

Assim, que Deus nos conceda ser instrumentos úteis, em qualquer função ou posição que estivermos dentro e fora da Igreja, guiados, capacitados e fortalecidos sempre pelo seu Espírito Santo, para levar Cristo a todos! Amém.

Bibliografia

CAEMMERER, Richard R. Feeding and Leading. St. Louis, Concordia Publishing House, s.d.

HEIMANN, Leopoldo. Os leigos da minha igreja. Porto Alegre, Concórdia, Canoas, Ed. ULBRA, 2009.

LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas, v.7. Darci Drehmer, ed. Porto Alegre, Concórdia, São Leopoldo,

Sinodal, 2000.

ROTTMANN, Johannes H. Servos de Cristo. Porto Alegre, Concórdia, 1982.

SANDERS, J. Oswald. Liderança Espiritual. São Paulo, Mundo Cristão, 5.ed., 1995.


[1] Obras Selecionadas de Martinho Lutero, v.7, p. 75.

[2] Obras Selecionadas de Martinho Lutero, v. 7, p. 31.

[3] Servos de Cristo, p. 26.

[4] Servos de Cristo, p. 35.

[5] Os Leigos da Minha Igreja, p. 69.

[6] Liderança Espiritual, p. 21.

[7] Liderança Espiritual, p. 22.

[8] Liderança Espiritual, p. 69.

[9] Liderança Espiritual, p. 72.

[10] Os Leigos da Minha Igreja, p. 144.

[11] Os Leigos da Minha Igreja, p. 51.

[12] Servos de Cristo, p. 39.

[13] Feeding and Leading, P. 93.

[14] Feeding and Leading, p. 39-40.

[15] Feeding and Leading, p. 40.

[16] Servos de Cristo, p. 51.

[17] Feeding and Leading, p. 43.

[18] Liderança Espiritual, p. 73.

QUE DIZ PAULO SOBRE OS DONS DO ESPÍRITO?

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

Curso de Teologia – Bacharelado

Disc. História do novo testamento.

Data: 20 de abril de 2005.

Prof.: clovis prunzel.

Alunos: Leocir Maderi Dalman.

Que diz Paulo sobre os dons do espírito?

Em 1 co 12 e 13

A ação deus (1 co 12. 2 e 3).

Desde a criação do mundo Deus se revela em ação.

Deus criador: criou o universo e tudo que nele há.

Deus que chama: seu povo ao arrependimento.

Deus libertador: libertou seu povo da escravidão egípcia.

Deus guia: conduz e apara as tribos no deserto.

Deus da promessa: busca os perdidos, por meio de seu filho Jesus cristo, no qual ordenou a seus seguidores que pregasse o evangelho a todos.

No texto mencionado acima, o próprio apostolo Paulo adverte (por experiência própria, ele que era um grande perseguidor de cristãos) que o Deus verdadeiro é esse que age por meio da PALAVRA a ele devemos dirigi nossas aflições, e não em falsos deuses, eles são deuses, ídolos mudos incapacitados a salvação.

O texto mostra claramente que Deus age em nós, não por nossa força própria, e sim, movida pelo espírito santo, é ele que nos leva a confessar que Deus é nosso redentor, o Deus poderoso (dynamis).

O corpo de cristo - o corpo mencionado aqui não é exclusivamente material. E sim síntese de matéria e Espírito. O corpo é vivo é nele que Deus age, ou seja, o corpo é a ação de Deus.

O corpo (soma) nos ajuda a compreender “o Corpo de Cristo” (soma Christou) o Corpo de Cristo é indivisível. Apresenta dois aspectos: um deles é o visível, terreno, material. O Corpo de Cristo é formado de homens, mas esta realidade terrena é parte de uma realidade divina, como o Espírito é um só, o corpo também é u m só, desde que o Espírito não age independentemente de Cristo. O Corpo animado pelo Espírito é o Corpo de Cristo. Através do corpo, Deus se manifesta em nós. A presença do corpo é a presença de Deus. Logo o copo é vivo.

Não pertencemos ao corpo de Cristo por natureza. Mas através do Espírito que se incorpora naquele que crer na sua palavra. O batismo nos leva para dentro de Cristo (eis hen soma) somos incorporados para dentro de Cristo, somos membros de Cristo. Se estivermos em Cisto somos salvos, e satanás não terá poder algum sobre os filhos de Deus.

Os carismas (1 co 12.4-11). Toda atividade exercida por um membro é um dom da graça de Deus. Há dons gerais e dons particulares. Os dons gerais foram concedidos a todos os membros indistintamente. Confessar o nome de Jesus (12.3) é um dom geral. A palavra carisma derivada do grego indica capacidades e aptidões concedidas pelo Espírito Santo aos crentes. Em Ef 4 .11 diz: ele escolheu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelista, outros para pastores e mestres. Ou seja, Deus (charis) esta em ação, ele controla tudo, afinal de conta ele é o Deus do universo. Charis de Deus se revela nas ações de Deus. Charis é antônimo de orge ira. Charis e orge coexistem em Deus. Deus como juiz, manifesta orge à humanidade decaída. Charis é ação do mesmo Deus e oferece o que o juiz exige. Para Paulo a diversos carismas, são eles: diaconia, energema, logos sofias, logos gnoseos, pistis, charismata iamaton, energemata dynameou, profeteia, diacriseis pneumaton, gene glosson, hermeneia glosson. Paulo afirma que o maior dom é o menor, em virtude disto o apóstolo referisse a diaconia no plural.

Enérgema (realização) também aparece no plural, é uma capacidade de trabalho que se manifesta na realização de todos os dons por meio do Deus criador.

Duas expressões sinonímicas logos sofias (palavra da sabedoria) e logos gnoseos (palavra do conhecimento) se equivalem em muitas passagens. Em outras são usadas em acepções que as diferenciam. Sofia significa sabedoria prática capacidade de julgar. Que o rei Salomão exerceu. Gnosis ao contrário pode significar um profundo conhecimento de Deus (1co 14.6). Em vista da existência de um movimento gnóstico em corinto, é bem provável que Paulo entenda gnosis nesta acepção.

Um outro carisma mencionado por Paulo é pistis (fé). Na literatura bíblica. Pistis significa confiança nas promessas de Deus. É através do pistis que o homem busca a salvação, Deus nos diz tenham pistis. Sem pistis não poderemos crê, e se não cremos em DEUS, não poderemos obter a salvação, porque cristo é o nosso intermediário, nosso guia, nossa salvação, foi ele que derramou seu precioso sangue na cruz por nós. A primeira é comum a todos os crentes, a segunda diz respeito à vida cristã e pode apresentar-se com diversas intensidades. Neste sentido a pistis pode ser fraca (RM 14.1-4), pode ter deficiência (1 ts 3.10), pode crescer (2 co 10.15). Sempre que uma qualidade se refere à vida cristã, esta sujeita a modificações. Hoje o mundo esta, ou se encontra altamente corrompido, mas Deus ainda não o destruiu por causa daqueles que crê no único Deus de amor. Aquele que ainda esta por vir, na qual nós cremos porque ele mesmo promete que brevemente voltara.

Charismata iamatou (dons de curar) e energemata dynameou (operações de milagres), devem ser tomadas como uma unidade. Operações de milagres constituem uma categoria de que os dons de cura são uma parte. Dynamis (Mt 7.22-23) é o poder de cristo. Manifesta-se na restauração do mundo, na eliminação do mal, nas expulsões dos demônios. A cura é um dos setores em que opera a dynamis. Jesus em vida, não eliminou a doença, a dor e a morte. Os sinais por ele operados eram exemplares esporádicos daquilo que um dia se oferecia em toda a plenitude. Mas todas as realidades escatológicas são parcialmente antecipadas pela igreja. Porque ela tem os dons de milagres e da cura. Os crentes repelem o mal e tornam a vida possível apesar da sentença divina que sentencia os pecadores a morte.

Profeteia (profecia). Toda proclamação do plano da salvação é profética. Os atos salvadores de DEUS situam-se no passado, no presente e no futuro. Para os profetas do antigo testamento as promessas feita a Abraão eram acontecimentos passados e a humanação do filho de Deus era acontecimento futuro. Para os profetas do novo testamento, a obra redentora de cristo esta no passado e no futuro se aguar a segunda vinda de cristo, a ressurreição da carne, e o juízo, a restauração de todas as coisas. Quem fala do que cristo fez, fala necessariamente também de que cristo ainda fará, com plena autoridade de Deus.

O Espírito esta sempre no inicio de toda ação espiritual. A busca é também provocada pela ação do Espírito. A vida do corpo é a presença do Espírito. Ao escolher os dons, o crente revela o Espírito que o anima. O carisma não atinge o homem passivo.

PECADO

PECADO
A Bíblia define o pecado como algo contra a lei. (1Jo 3.4).
“Pecado significa o rompimento de um relacionamento pessoal com Deus, a traição da confiança que ele tem em nós”.
O pecado é uma palavra que assusta muitas pessoas. Muitos preferem chamar os seus pecados de “falhas, erros, desvios ou apenas uma resbaladinha”.
Pecado é coisa muito séria. Mas parece que o mundo não acha isto. Muitos dizem que o pecado é uma coisa antiquada. Hoje as coisas mudaram e não devemos mais chamar de pecado. Muitos não acreditam em pecado.
Quando falamos em pecado a primeira coisa que vem em nossa mente é que: é coisa de religião.
O dicionário define: Transgressão consciente e voluntária da lei divina.
Exemplos: Gn 2.17: Comer da árvore nos parece uma coisa inocente, mas uma vez que Deus havia ordenado (proibido) para que daquele fruto não se comessem o ato de Adão e Eva tornou-se pecado.
1 Samuel 15: Quando o Rei Saul poupou a vida do Rei Agague, e o melhor das ovelhas e dos bois para sacrifício, parecia ser humano e piedoso a ação de Saul. Mas Deus lhe ordenara que destruísse Amaleque e assim foi pecado poupar a vida e os animais. Pois Deus ordenou que destruísse.
Pecado não é determinado pelo que pensamos ou sentimos a respeito, mas apenas pelo seguinte: concorda ou não com a palavra de Deus? PECADO é tudo o que é contra a vontade de Deus. Pecado é fazer o que Deus proíbe (Gn 2.17), ou deixar de fazer o que ele ordena (Tiago 4.17), ou não ser como ele quer que sejamos (Lv 19.2).
Pecado com respeito à lei: é um desvio de sua norma.
Pecado com respeito a Deus: é desobediência à sua vontade.
Todo desvio da lei é pecado, seja grande ou pequeno, conhecido ou desconhecido, intencional ou acidental. Pecado não depende da nossa opinião pessoal, conhecimento, intenção ou vontade. “A questão está se é ou não da vontade de Deus.
Para muitos mentir, roubar e fazer sexo a qualquer hora com qualquer pessoa não é pecado. Todo mundo faz, por que eu não posso fazer também? Claro que pode. Se quiser ir para o inferno como os outros então siga em frente e siga os conselhos e as atitudes dos outros.
Exemplos:
Obedecer aos superiores, obedecer aos nossos governantes. Tudo isto é da vontade de Deus. O que não é da vontade de Deus é obedecer aos nossos governantes naquilo que seja contrário a vontade de Deus. “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” At 5.29.
Há certas coisas que Deus nem ordena e nem proíbe. Estas coisas são chamadas adiáforos, e não é pecado faze-lo ou deixar de faze-lo. Exemplos: Comer carne, cortar cabelo, não dançar.
“Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” 1Co 10.31.
CAUSA DO PECADO
Deus de maneira nenhuma é o criador do pecado. (Gn 1.31). Deus não aprovou o pecado quando este entrou no mundo. “Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta” Tg 1.13. É arrogância perguntar por que Deus permitiu e permite o pecado se ele o odeia. Não nos compete julgar e criticar os caminhos de Deus. O mal não é da vontade de Deus.
Causa externa do pecado: Diabo. Ele foi criado perfeito. O diabo não foi seduzido por alguém, o primeiro pensamento de pecado e rebelião contra Deus originou-se nele mesmo. Foi ele que conduziu os nossos primeiros pais a pecarem. Não temos respostas como foi possível que um anjo criado perfeito e santo concebesse a idéia do pecado.
O coração do homem é a causa interna do pecado. AS tentações que se aproximam de fora, tocam e excitam o coração, e é aqui que começam os nossos pecados.
Não vamos culpar o diabo pelos pecados que cometemos. Deus não aceitou essa desculpa no paraíso (Gn 3.13, 16), nem aceitará agora. A responsabilidade e a culpa são nossas.
CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO
O homem não consegue cumprir a lei de Deus. Pois ele é imperfeito. Se ele tropeçar em só mandamento ele será culpado de todos.
A pena pelo pecado é a morte, o inferno. A lei de Deus mostra nos a nossa incapacidade de chegarmos a Deus e crermos em Jesus Cristo. Os nossos esforços não nos salvarão. Por nós mesmos seremos condenados ao inferno.
Calma. A lei de Deus mostra o nosso pecado e a nossa culpa. A lei nos machuca e nos aterroriza. A lei nos mostra o quanto nós somos maus e o quanto nós precisamos de Deus.
E o amor de Deus é revelado no Evangelho: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo. (Jo 3.16; Rm 3.21-26.)
Cristo pagou a nossa dívida com Deus. Mas, para que não sejamos condenados nós precisamos nos arrepender dos pecados que cometemos. “Sem arrependimento não há perdão de pecados”.
PECADO IMPERDOÁVEL PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO
A blasfêmia contra o Espírito Santo é a oposição consciente e maliciosa à revelação de Deus. Ela se torna imperdoável, porque elimina qualquer possibilidade de arrependimento. Mt 12.32 “Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir”.
Todo pecado será perdoado, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. O pecado contra o Espírito Santo dirige-se contra a obra que o Espírito Santo está realizando no coração da pessoa que comete o pecado.
Vejamos o exemplo de Pedro: Marcos 14.66-72. Parece que Pedro cometeu tal pecado. Mas o que Pedro fez foi motivado pelo medo dos homens. Tanto que depois Pedro se arrependeu amargamente do que havia feito.
Quando a pessoa fecha a porta para a ação do Espírito Santo ela está cometendo este pecado. A pessoa só comete este pecado de sã consciência. Ela bloqueia as possibilidades do Espírito Santo agir e criar a fé no coração dela.
A ninguém podemos culpar desse pecado, já que não sabemos se uma pessoa realmente esta convencida da verdade que blasfema. Alguém que se intitula ateu. Ela nega a existência de Deus. Para eles é apenas uma invenção humana para aliviar os sofrimentos da vida e para muitos ganharem dinheiro.
Não podemos ver o coração da pessoa. Não podemos saber se ela cometeu ou não este pecado. Mas no caso de uma pessoa que é ateísta nós vemos externamente que ela não quer que o Espírito Santo aja em sua vida. Ela não crê. Ele não tem fé.
Aqueles que estão perturbados e aflitos com a idéia de que talvez tenham cometido este pecado, estes definitivamente não o cometeram, porque o temor deles prova que não há rancor em seus corações.
Aqueles que cometeram este pecado não sentem a menor perturbação a respeito disto. A fé é morta e os resultados desta vida sem fé é a passividade em relação a Deus. Não se importam com Deus e com os meios que ele usa para salvar e criar fé.
A razão por que esse pecado não pode ser perdoado não é que seja demasiadamente grande – ainda que é grande – mas é o fato de ele tornar impossível o arrependimento, visto dirigir-se contra cada esforço do Espírito Santo no sentido de converter o homem. Pois é através da obra do Espírito Santo que a fé é criada no homem e é através desta fé em Jesus Cristo que nós somos salvos. Se fecharmos esta porta, como o Espírito Santo poderá agir no coração da pessoa?
Deus nos dá meios para que a fé seja criada e mantida. No Batismo a fé é criada e através da palavra e da Santa Ceia nós recebemos o perdão de Deus e o fortalecimento da nossa fé. O Espírito Santo usa estes meios. Outros meios não foram nos dado através da Bíblia.

A PALAVRA DE DEUS E O ESPÍRITO SANTO

Evangelismo – Abra a Porta da Frente - Codipa
Porto Alegre, 22 de maior de 2004, Com. Ev. Lut. “Cristo”

Tema: A Palavra de Deus e o Espírito Santo

Rev. Horst Kuchenbecker

Introdução
     A Igreja Luterana no mundo, outrora firme na afirmação: Somente a Escritura, somente por graça, somente pela fé, está vacilante. Num mundo com forte ênfase no ecumenismo, sentimentalismo e aculturação, alguns setores estão jogando o amor contra a verdade, a doutrina, contra a missão. Como se estivéssemos mais interessados na verdade e afirmação doutrinária, do que no salvar almas perdidas. Esquece-se, no entanto que verdadeira missão só pode ser feita com boa semente e que verdadeira fidelidade à doutrina leva à correta ação missionária. A missão não tem vida em si própria, mas está ancorada na verdade, como disse Jesus: Se vós permanecerdes na minha Palavra, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (Jo 8.31). Verdadeiro evangelismo começa com o apego à verdade, caso contrário é obra humana.
     Isto nos leva a uma pergunta: O que é a fé cristã? O significado da fé em Jesus Cristo só poderá ser clarificada no contexto da doutrina da justificação e da pessoa e obra de Jesus Cristo. Pois, “a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo.” (Rm 10.17) Para Lutero, isto significa aceitar de coração a promessa de Deus e confiar plenamente nela. Fé é um ato da vontade, com a qual uma pessoa se apega à Palavra da promessa. “Em fé deves afastar tudo de tua mente, exceto a Palavra de Deus” (Lutero). A fé depende só e simplesmente da Palavra, não desvia os olhos dela e não vê outra coisa. (Ef 2.1,5; Jo 1.13; 1 Jo 5.4).
     Mas a fé não é um resultado do esforço humano, não é um produto da pessoa, mas maravilhosa criação de Deus na pessoa. Na verdade, quando uma pessoa ouve o Evangelho, ela é capaz de responder com um simples “sim” por seu intelecto e vontade. Ela pode realizar esta obra e dar seu consentimento, mas esta fé não tem nada a ver com a fé verdadeira. É somente imaginação. No fundo do seu coração, no entanto, ela não sabe nada do amor de Deus. A pessoa no seu todo não foi envolvida. É uma fé que a pessoa fez. Uma ilusão. Ela não resiste na hora da provação e da morte. A fé que Deus opera no coração é poderosa e vence o mundo: pecado, morte e Satanás. Para esta fé, nenhuma outra autoridade pode ser a base, exceto a Palavra de Deus. 
     Esta fé está em oposição à experiência hoje tão propagada. A fé se apega á Palavra. O oculto de Deus e a fé pertencem juntas. A fé lida essencialmente com uma realidade oculta. “A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.” (Hb 11.1). Ao olho natural parece que Deus faz o contrário do que ele por fim quer. A fé não precisa somente abrir mão da experiência, como terá a experiência, seus sentimentos constantemente contra si e precisa lutar contra ela e firmar-se em oposição a ela na Palavra de Deus. Abraão: “Creu contra a esperança.” Rm 4.18).
     Por isso a boa nova da salvação pela graça de Cristo é loucura para o homem natural, pois represente o fim daquilo que ele entende por moral. Dizer que somos salvos somente pela graça de Cristo, uma única obra alheia, lhe é escândalo. Este protesto encontramos em toda a Bíblia e muito bem registrado em Atos 17. No tempo de Lutero, a Igreja Católica do Oriente e do Ocidente rejeitaram o “Sola Gratia”, bem assim os intelectuais, representados por Erasmo, Goethe, Nietzsche e muitos outros.
    O homem moderno procura abafa sua consciência que lhe infunde o medo da morte e do juízo de muitas formas. Ele sonha com um Deus que não seja juiz, com um homem que, mesmo não sendo perfeito, não é pecador, com uma morte sem juízo, uma simples passagem natural e indolor para uma vida superior, ou uma suave libertação para uma bem-aventurada inconsciência.
    A esta geração devemos pregar destemidamente Lei e Evangelho para arrependimento e fé, para que o Espírito Santo possa operar poderosamente. 
     Bem, isto para relembrar alguns aspectos da fé que queremos propagar. Isto nos leva ao tema: A Palavra de Deus e o Espírito Santo. Como agem os dois para gerar esta fé, a respeito da qual confessamos: “Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele, mas o Espírito Santo me Chamou, iluminou, santificou e congregou...  e conserva.” O Espírito Santo faz isto por Palavra e sacramento, (batismo, de iniciação; Santa Ceia, de fortalecimento). E ele o faz “quando e onde lhe apraz”. (CA V) A compreensão desses fatos é fundamental para a correta compreensão e ação no evangelismo.

A Palavra de Deus e o Espírito Santo, Dr. Paul Althaus
1. Deus entra num encontro salvador com o homem somente pelo “vestir-se” a si mesmo, deixando-se achar no lugar que ele mesmo designou.[1] Este lugar particular é Cristo. Onde, no entanto, encontraremos Cristo? Onde ele está presente e se torna conhecido a nós? Ninguém o achará, exceto na Palavra de Deus.[2] Ele vem a nós somente pelo Evangelho que testifica de Cristo.[3] Este testemunho acontece na medida em que ambos, o Antigo e o Novo Testamento, “pregam a Cristo,” Christus treiben, para usar a expressão de Lutero. Este Evangelho vem constantemente a nós pela proclamação na Igreja. Ele vem também pela palavra da promessa que cristãos falam uns aos outros, a qual os ministros da palavra são, em particular, autorizados a proclamar às pessoas confiadas a eles. A palavra proclamada pela Igreja não pode ser ensinada desvinculada da palavra bíblica da qual ela recebe a vida. A palavra proclamada pela Igreja, no entanto, não pode ser pensada de forma cristã sem a palavra bíblica, da qual a proclamação vive; nem a palavra bíblica sem a proclamação viva contemporânea. A proclamação oral como a palavra Evangelho o indica no original – conforme Lutero - era uma proclamação verbal.[4] Ambos, no entanto, a palavra escrita e a falada são palavra externa, isto é, eles não são em primeiro lugar uma comunicação mística direta do espírito de Deus ao espírito do homem, mas uma palavra que vem ao homem de fora e é trazida e mediada a ele por outra pessoa. Isto está intimamente ligado ao fato de que Cristo e sua humanidade, isto é, em sua historicidade, é Deus presente conosco. Assim como ele se tornou homem corporal, assim ele vem aos homens pelos meios humanos e históricos da palavra externa. Por esse testemunho cristão, o próprio Cristo vem aos homens com sua salvação, e está presente conosco e para nós, e nós estamos com ele.[5]
2      A palavra de Deus, no entanto,  não é meramente uma palavra externa, falada por lábios humanos e ouvida por ouvidos humanos. Pelo contrário, ao mesmo tempo que esta palavra é falada, Deus fala sua verdade em nosso em nosso coração. assim que as pessoas a recebem não somente externamente, mas também internamente e a crêem. Este é o trabalho do Espírito de Deus. Em minha grande angústia, ele veio a mim por sua palavra externa e o Espírito.[6] Precisamos perguntar agora a respeito do relacionamento entre a palavra externa e a palavra interna que Deus fala ao nosso coração. Para Lutero estes dois estão intimamente conectados. Suas expressões podem ser resumidas em duas frases: a) o Espírito não fala sem a Palavra, b) o Espírito fala através e nas palavras.
3   Primeiro, Deus não dá seu Espírito a não ser que a palavra externa o preceda. Ele não dá o seu Espírito diretamente “sem meios, mas por meios.”[7] Lutero afirmou isto contra os espirituais e entusiastas do seu tempo.[8] A fé vem somente pela obra do Espírito Santo e este atua somente pela palavra externa. Por isso, ao contrário do que alguns pensam, é preciso dar ouvidos em primeiro lugar à Palavra de Deus e não desprezá-la. Porque Deus não virá a ti ao teu quarto para falar contigo. Ele ordenou que sua Palavra externa fosse pregada e preceda. Após o ouvir a Palavra com os ouvidos, penetrando ela ao coração, vem o Espírito Santo, o verdadeiro mestre e dá forças para que fique.[9] Não devemos, imaginar, como os sectários, que Deus nos confortará sem os meios de sua Palavra.[10] A atividade do Espírito Santo no coração, por isso, depende sempre do prévio ouvir da “palavra externa.” Isto significa que o Espírito Santo não fala nada exceto pela palavra externa. Não há novas revelações. Ele torna a palavra externa poderosa em nós. Ele dá à palavra externa poder para que atue no coração. Assim a ação interna do Espírito no coração está completamente preso à palavra externa. Se Deus quisesse falar sem meios, como os entusiastas ensinam que o faz, e se o Espírito estivesse livre da palavra escrita, então ele poderia inspirar qualquer coisa que alguém pensa. Isto significaria, no entanto, que há um outro caminho para a salvação fora do Evangelho e que Deus encontraria a humanidade pecadora de algum modo diferente do que pela humanação e historicidade de Jesus, da qual testemunha a Palavra. O fato de que o Espírito está amarrado à Palavra significa que nossa salvação está amarrada à vida humana de Jesus Cristo. O fato de que o Espírito trabalho somente através da Palavra, preserva o significado inequívoco do falar de Deus em Lei e Evangelho. Falar espiritualmente “sem meios” pode significar muitas coisas; a palavra porém, é inequívoca.
4.   Segundo, tudo isso aplicado á Palavra, significa que a Palavra em si é espiritualmente poderosa. Ela não permanece no exterior do ouvinte, mas penetra nele. A Palavra externa por si torna-se a palavra interior; ela trabalha na coração e prova assim que ela é a Palavra de Deus. O Espírito não atua sozinho sem a palavra, antes na e através da Palavra.[11] Ela tem o poder de trazer Cristo ao coração. Ela é capaz de satisfazer o coração para que se sinta preso à Palavra e compelido a admitir que ela é verdade absoluta.[12]
5     A Palavra tem o poder divino de convencer nosso espírito de ela ser a verdade, isto é, que ela é Palavra de Deus. Por isso o Evangelho não necessita ser autorizado ou garantido por outra autoridade, tal como pela Igreja. Ninguém precisa dizer-me o que a Palavra de Deus é: Nós simplesmente o sentimos; a Palavra nos cativa e nos prova diretamente que ela é a Palavra de Deus. Ela é o “testemunho” do Espírito Santo” no coração.[13] Lutero pôde descrever o evento interno, pelo qual a pessoa é certificada pelo Evangelho, como duplo: o próprio testemunho da Palavra e o testemunho do Espírito Santo. Esses dois são a mesma coisa.
6   Palavra e Espírito por isso não somente pertencem juntos, mas constituem uma unidade indissolúvel. Lutero ilustra isto com quadros da natureza e da fala humana. A Palavra e o Espírito estão relacionados um ao outro como o calor e a luz, ou como a voz e a respiração. Não podemos separar a voz da respiração. Quem não quer ouvir a voz, esse também não se interessa pela respiração.[14]
7   Por esses exemplos Lutero quer dizer o seguinte: Primeiro, não podemos ter o Espírito sem a Palavra de Deus. Mas será que isso significa também que onde a Palavra está, ali está também o Espírito? Lutero enfatiza que a Palavra é mestra do coração. E ao mesmo tempo ele distingue a obra do Espírito do ouvir a Palavra. O fato de que a Palavra exterior penetra no coração e o vence, não deve ser entendido como uma força que a palavra possui em si mesma. Pelo contrário, a atividade do Espírito que atua pela palavra deve ser adicionada, em primeiro lugar, à pregação e ao ouvir da Palavra externa; e ela não é sempre adicionada imediatamente. Mas a ação do Espírito, que acontece certamente pela palavra, é adicionada à pregação e ao ouvir da Palavra exterior, mas nem sempre no mesmo momento. Ela existe como um segundo fator com a pregação e o ouvir da Palavra.[15] É fácil que alguém me pregue a palavra, mas somente Deus pode colocá-la no meu coração. Ele precisa falá-la ao coração ou nada acontecerá. Se Deus permanece quieto, o feito final é como se nada tivesse acontecido.[16] Deus age por seu Espírito pela Palavra. Não há dúvida quanto a isso. Ele não delegou o poder do Espírito à Palavra, mas atua livremente pela palavra de maneira apropriada em cada situação. Ele não dá ao pregador o controle do Espírito. Há tempos em que a pregação e o ouvir precisam esperar por ele. Nós devemos orar pelo dom do Espírito para que acompanhe a Palavra. Os pregadores precisam proclamar Lei e Evangelho. Mas que a Palavra acerte e converta a pessoa, isso não está no seu controle. Só Deus pode fazê-lo. Assim o Espírito de Deus converte as pessoas, por sua atividade quando lhe aprouver.[17] “Onde e quando”, ambos são importantes. O “quando” significa que precisamos esperar pelo Espírito, e Deus por vezes espera muito antes de tornar a palavra poderosa no coração. O Espírito sabe muito bem quando lembrar a palavra num coração e dar poder à Palavra, mesmo que tenha sido ouvida há 10 anos atrás. Isto significa que a Palavra pode permanecer, por vezes, muitos anos no coração sem algum efeito; e então o Espírito de Deus vem e torna a palavra, previamente ouvida, efetiva.[18] Deus, no entanto, em sua liberdade não determina somente o “quando”, mas também o “em quem”.[19] Muitos ouvem Lei e Evangelho sem que lhes seja dado o Espírito e por isso não recebem a Palavra para sua salvação. Por que Deus age assim é um mistério que não nos é revelado e pertence só a Deus.[20] Isto vale especialmente ali onde Deus por sua ordem, por sua palavra externa, move homens à obstinada resistência, como no caso de Faraó.[21]
8   Toda essa ênfase na liberdade de Deus de conceder seu Espírito pela palavra externa “quando e onde lhe apraz” não muda o fato de que o Espírito está amarrado à Palavra. Para receber o Espírito, o homem permanece completamente dependente da Palavra externa. Ele deve se apegar à Palavra e esperar pacientemente, na certeza de que Deus tratará com e pela Palavra e lhe dará, cedo ou tarde, o seu Espírito. A promessa de Deus é válida para cada um que prega e ouve a sua Palavra. Isto não é negado pela última possibilidade de que Deus pode recusar-se de dar o seu Espírito. Aquele que fala em nome de Deus e o que o ouve, ambos devem apegar-se à promessa de Deus, isto é, serem fiéis no pregar e no ouvir. Por exatamente ninguém saber quando Deus agirá por sua palavra no coração, é necessário permanecer no ouvir a Palavra. Visto que os pregadores têm o ofício, o nome e a honra de serem cooperadores de Deus, ninguém deve se considerar tão instruído e santo que pudesse desprezar a mais simples das pregações. Isto é especialmente verdade porque ninguém sabe o tempo e a hora na qual Deus quer fazer sua obra pelos pregadores.[22]
9   Tudo isso Lutero enfatizou na disputa com os entusiastas espiritualistas. Ele sabia muito bem que o falar de Deus é sempre um falar espiritual e mover no coração, sempre uma maneira de Deus entrar e tocar o coração precisamente naquele momento. No entanto, é pela vontade de Deus, que a espiritualidade interna está completamente amarrada à Palavra externa, pregada e ouvida pelo ser humano. Deus fala diretamente ao coração somente pela palavra externa; e nesta comunicação direta ele não diz nada diferente do que diz a palavra externa. Esta comunicação direta dá poder à Palavra pela qual a palavra imprime seu conteúdo no coração. O Espírito não opera outra coisa do que atuar poderosamente sobre as pessoas pela Palavra, pelo ganhar poder sobre as pessoas por este caminho,  pela Palavra.
10    Lutero também sabia que o Espírito pode trabalhar diretamente e “sem meios” e os entusiastas também afirmam que ele trabalha por meios, mas cada um admitia isso em outro lugar e em outro sentido. Os entusiastas ensinam e praticam métodos para se prepararem a si próprios para receberem o Espírito. Lutero rejeitou tais técnicas e o preparo da alma. “A Palavra de Deus vem a mim sem qualquer preparo ou ajuda da minha parte.”[23] Há somente um verdadeiro preparo e este é pregar, ouvir e ler a  Palavra. Fazendo assim, no entanto, eu não dependo do meu próprio poder e atividade – como os entusiastas o fazem com sua metodologia – mas exponho-me somente ao poder espiritual de Deus em sua Palavra.[24] Aqui não existe uma ação direta de Deus que tornasse o ouvir da Palavra dispensável. Os entusiastas ensinam um agir de Deus por meios, isto é, a preparação humana, precisamente no ponto no qual ela não cabe, porque limita a liberdade de Deus. E estes entusiastas ensinam que Deus atua sem meios precisamente no ponto em que Deus fez os cristãos dependerem dos meios da graça. Lutero rejeitou a posição espiritualista em ambos os pontos por causa de sua compreensão da justificação. Lutero preservou ambos os fatos que Deus se amarrou a si próprio à Palavra e o fato de que ao mesmo tempo ele permanece livre.
11   A Palavra de Deus na mão do Espírito é simplesmente indispensável para a alma e o espírito do homem. A alma foi criada para a Palavra, e não pode viver sem a Palavra de Deus. Ela pode dispensar muitas coisas (mas não pode viver sem a palavra de Deus) E se ela tem a Palavra de Deus, não necessita de mais nada; pois na Palavra ela encontra a essência de todo o bem e por isso a completa satisfação.[25] A Palavra é também a única e incondicional autoridade sobre a alma e o espírito. A alma só pode ser governada e determinada pela Palavra de Deus e não por qualquer poder terreno. – porque a alma é eterna como a própria Palavra. Ela transcende qualquer coisa deste mundo. Isso é a dignidade e liberdade da Palavra.[26]   



[1] Veja, p. 21ss.
[2] Como, então, teremos Cristo? Sobre tudo, ele está sentado à direita de Deus. Ele não descerá e virá á nossa casa. Isto ele não quer fazer. Mas o que farei para tê-lo? Tu não encontrarás, exceto no Evangelho. E visto que Cristo vem ao nosso coração pelo Evangelho, ele deve ser aceito pelo coração. Se eu agora creio que ele está no Evangelho, assim o recebo e o tenho verdadeiramente. WA 10/3, 349; LW 51.114. “Cristo só pode ser conhecido em sua Palavra; sem esta Palavra a carne de Cristo não pode me ajudar, mesmo se viesse hoje.” WA 10/3, 210; Cf WA 12.414.
[3] Uma tradução mais literal e coloquial de “Christus treiben” seria: promover Cristo (centralizar tudo em Cristo). O paralelo a este jargão do vendedor tem a conotação com o  “ensinar sobre Cristo”, mas também  não serve bem.” 
[4] WA 40/2, 410; LW 12.369; WA 50,240; BC 310, LC p.332.
[5] Se abres o Evangelho e lês e ouves como Cristo vem aqui ou ali, ou como alguém é trazido a ele, deves perceber a pregação ou o Evangelho pelo qual ele vem a ti ou tu és levado a ele. Porque a pregação do evangelho não é outra coisa do que Cristo vindo a nós, ou nós sendo levados a ele. WA 10/1,1,13; LW 35.121. Cristo governa em nós, mas nós não o podemos sentir nem agarrar, mas podemos compreender sua palavra. Assim ele vem a nós e acende em nós a fé. WA 9.632.
[6] WA 31/1,99; LW 14.62. Quando a Palavra brilha no coração humano... WA 32.343; LW 21.55.
[7] Ao explicar porque Deus não executa sua obra nos homens sem a palavra, Lutero diz que ele na verdade poderia fazê-lo, sem a palavra. Mas ele não desejou fazê-lo assim. “Agradou a Deus não dar o Espírito sem a palavra, mas pela palavra; para ter-nos como seus cooperadores, nós proclamamos a palavra, mas ele sopra onde quer.” WA 18,695; BOW, 184
[8] Cf.: a conhecida  afirmação sobre os entusiastas nos Artigos de Esmalcalde: “E nessas partes, que dizem respeito à palavra falada, externa, é preciso permanecer com firmeza nisso que Deus a ninguém dá o seu Espírito ou sua graça, a não ser por intermédio da palavra exterior que a precede ou com ela. Assim nós nos protegemos dos entusiastas, isto é, dos espíritos que se jactam de terem o Espírito sem a palavra e antes dela, e que depois julgam, interpretam e esticam a Escritura ou a palavra oral e seu talante (WA 50,245; BC, 312; Cf.:Es VIII.3; LC p.336).
[9] WA 17/11, 459ss.
[10] WA 31/1,99; LW 14.62.
[11] WA 9.632ss.
[12] WA 10/1,1,130.
[13] Por isso, nós não cremos no evangelho porque a igreja o aprovou, mas porque nós sentimos que ela é a palavra de Deus... Cada um pode estar certo do evangelho quando tem o testemunho do Espírito Santo em sua própria pessoa de que isto é o evangelho. WA 30/2,687ss.
[14] WA 9.633; Cf ibid., 632.
[15] Compare o uso de Lutero da palavra “darnach” (após) em WA 9.632 e WA 17/2, 460. Cf.: idib.,p.632. É claro que esta palavra “darnach” (após) não se refere a uma seqüência temporal, antes somente ao fato de que a atividade do Espírito está essencialmente amarrada à Palavra. Lutero pôde portanto enfatizar que o Espírito vem logo quando a Palavra é pregada. Isto Pedro ensina em At 2.14. Ele ensinou nada além da Palavra; e enquanto pregava o Espírito Santo veio e os iluminou e criou a fé neles; tudo o que eles fizeram é sentarem quietos. WA 9.633. Mas nem sempre o Espírito Santo vem logo.   
[16] WA 10/3, 260; WA 17/2, 174.
[17] Veja n° 5. Deus quer que ensinemos a lei. Quando fizemos isso, ele mesmo quer ver quem foi convertido pela pregação. Deus certamente quer converter a cada um que quer se converte quando Deus quiser...  O evangelho é para todos, mas nem todos crêem. A lei é para todos, mas nem todos sentem o poder e o significado da lei.  Eu me arrependo quando Deus me atinge com a Lei e o Evangelho, Deus sabe quando ele me converterá. WA 39/1,370; Cf., ibid., 404, 406.
[18] Conforto não vem a nós sem a Palavra, que o Espírito Santo relembra à mente e inflama em nosso coração, mesmo que não tenha sido ouvida mais nos últimos dez anos. WA 31/1,100; LW 14.62. 
[19] Deus usa o mesmo (evangelho) como meio para dar a fé com seu Espírito, como e quando quer. WA 30/3,180.
[20] Mas o Espírito Santo não é dado a todos os contritos. Por que ele é dado a um e não a outro? Eu respondo: Isto não nos foi revelado, mas pertence ao julgamento de Deus. WA 39/1, 578.
[21] WA 18,711; BOW 207.
[22] WA 17/2,179.
[23] WA 12.497.
[24] Isto eu posso fazer: Eu posso ir e ouvir ou ler ou pregar a Palavra para que ela entre no meu coração. Este é o verdadeiro preparo, que não está no preparo e poder humano, mas unicamente em Deus. Ibid.
[25] A alma pode dispensar tudo exceto a Palavra de Deus; fora da Palavra não há meios de como lhe ajudar. Quando ela tem a Palavra, no entanto, ela não necessita mais nada. Na Palavra ela tem o suficiente alimento, alegria, paz, luz, habilidade, justiça, verdade, sabedoria, liberdade e todo o bem em abundância. WA 7.22; RW 1.338; LW 31,345.
[26] A alma humana é eterna e transcende todas as categorias terrenas. Por isso ela só pode ser abordada e governada pela palavra eterna. WA 11.409; PE 4.76. Deus não quer e nem permitirá que qualquer um a não ser ele governe a alma. WA 11.262; LW 345.105.

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1 CO 1.18-25 1 CO 12.2 1 CO 15.20-28 1 CO 15.50-58 1 CO 2.1-5 1 CO 6.12-20 1 CO2.6-13 1 CORÍNTIOS 1 CR 28.20 1 JO 1 JO 1.1-10 1 JO 4.7-10 1 PE 1.13-21 1 PE 1.17-25 1 PE 1.3-9 1 PE 2.1-10 1 PE 2.18-25 1 PE 2.19-25 1 PE 2.4-10 1 PE 3.13-22 1 PE 3.15-22 1 PE 3.18-20 1 PE 4.12-17 1 PE 5.6-11 1 PEDRO 1 RS 19.4-8 1 RS 8.22-23 1 SM 1 1 SM 2 1 SM 28.1-25 1 SM 3 1 SM 3.1-10 1 TIMÓTEO 1 TM 1.12-17 1 Tm 2.1-15 1 TM 3.1-7 1 TS 1.5B-10 10 PENTECOSTES 13-25 13° APÓS PENTECOSTES 14° DOMINGO APÓS PENTECOSTES 15 ANOS 16-18 17 17º 17º PENTECOSTES 1CO 11.23 1CO 16 1º ARTIGO 1º MANDAMENTO 1PE 1PE 3 1RS 17.17-24 1RS 19.9B-21 2 CO 12.7-10 2 CO 5.1-10 2 CO 5.14-20 2 CORINTIOS 2 PE 1.16-21 2 PE 3.8-14 2 PENTECOSTES 2 TM 1.1-14 2 TM 1.3-14 2 TM 2.8-13 2 TM 3.1-5 2 TM 3.14-4.5 2 TM 4.6-8 2 TS 3.6-13 2° EPIFANIA 2° QUARESMA 20º PENTECOSTES 24º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 25º DOMINGO PENTECOSTES 27-30 2CO 8 2º ADVENTO 2º ARTIGO 2º DOMINGO DE PÁSCOA 2TM 1 2TM 3 3 3 PENTECOSTES 3º ARTIGO 3º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 3º DOMINGO DE PÁSCOA 3º DOMINGO NO ADVENTO 4 PENTECOSTES 41-43 4º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 4º DOMINGO DE PENTECOSTES 4º FEIRA DE CINZAS 5 MINUTOS COM JESUS 5° APÓS EPIFANIA 500 ANOS 5MINUTOS 5º DOMINGO DE PENTECOSTES 5º EPIFANIA 5º PENTECOSTES 6º MANDAMENTO 7 ESTRELAS Abiel ABORTO ABSOLVIÇÃO ACAMPAMENTO AÇÃO DE GRAÇA ACIDENTE ACIR RAYMANN ACONSELHAMENTO ACONSELHAMENTO PASTORAL ACRÓSTICO ADALMIR WACHHOLz ADELAR BORTH ADELAR MUNIEWEG ADEMAR VORPAGEL ADMINISTRAÇÃO ADORAÇÃO ADULTÉRIO ADULTOS ADVENTISTA ADVENTO ADVERSIDADES AGENDA AIDS AILTON J. MULLER AIRTON SCHUNKE AJUDAR ALBERTO DE MATTOS ALCEU PENNING ALCOOLISMO ALEGRIA ALEMÃO ÁLISTER PIEPER ALTAR ALTO ALEGRE AM 8.4-14 AMASIADO AMBIÇÃO AMIGO AMIZADE AMOR André ANDRÉ DOS S. DREHER ANDRÉ L. KLEIN ANIVERSARIANTES ANIVERSÁRIO ANJOS ANO NOVO ANSELMO E. GRAFF ANTHONY HOEKEMA ANTIGO TESTAMENTO ANTINOMISTAS AP 1 AP 2 AP 22 AP 22.12-17 AP 3 APOCALIPSE APOLOGIA APONTAMENTOS APOSTILA ARNILDO MÜNCHOW ARNILDO SCHNEIDER ARNO ELICKER ARNO SCHNEUMANN ARREBATAMENTO ARREPENDIMENTO ARTHUR D. BENEVENUTI ARTIGO ASAS ASCENSÃO ASCLÉPIO ASSEMBLEIA ASTOMIRO ROMAIS AT AT 1 AT 1-10 AT 1.12-26 AT 10.34-43 AT 17.16-34 AT 2.1-21 AT 2.14a 36-47 AT 2.22-32 AT 2.36-41 AT 2.42-47 AT 4.32-37 AT 6.1-9 AT 7.51-60 ATANASIANO ATOS AUDIO AUGSBURGO AUGUSTO KIRCHHEIN AULA AUTO ESTIMA AUTO EXCLUSÃO AUTORIDADE SECULAR AVANÇANDO COM GRATIDÃO AVISOS AZUL E BRANCO BAIXO BATISMO BATISMO INFANTIL BELÉM BEM AVENTURADOS BENÇÃO BENJAMIM JANDT BIBLIA ILUSTRADA BÍBLIA SAGRADA BÍBLICO BINGOS BOAS NOVAS BOAS OBRAS BODAS BONIFÁCIO BOSCO BRASIL BRINCADEIRAS BRUNO A. K. SERVES BRUNO R. VOSS C.A. C.A. AUGSBURGO C.F.W. WALTHER CADASTRO CAIPIRA CALENDÁRIO CAMINHADA CAMPONESES CANÇÃO INFANTIL CANCIONEIRO CANTARES CANTICOS CÂNTICOS CANTICOS DOS CANTICOS CAPELÃO CARGAS CÁRIN FESTER CARLOS CHAPIEWSKI CARLOS W. WINTERLE CARRO CASA PASTORAL CASAL CASAMENTO CASTELO FORTE CATECISMO CATECISMO MENOR CATÓLICO CEIA PASCAL CÉLIO R. DE SOUZA CELSO WOTRICH CÉLULAS TRONCO CENSO CERIMONIAIS CÉU CHÁ CHAMADO CHARADAS CHARLES S. MULLER CHAVE BÍBLICA CHRISTIAN HOFFMANN CHURRASCO CHUVA CIDADANIA CIDADE CIFRA CIFRAS CINZAS CIRCUNCISÃO CL 1.13-20 CL 3.1-11 CLAIRTON DOS SANTOS CLARA CRISTINA J. MAFRA CLARIVIDÊNCIA CLAÚDIO BÜNDCHEN CLAUDIO R. SCHREIBER CLÉCIO L. SCHADECH CLEUDIMAR R. WULFF CLICK CLÍNICA DA ALMA CLOMÉRIO C. JUNIOR CLÓVIS J. PRUNZEL CODIGO DA VINCI COLÉGIO COLETA COLHEITA COLOSSENSES COMEMORAÇÃO COMENTÁRIO COMUNHÃO COMUNICAÇÃO CONCÓRDIA CONFIANÇA CONFIRMACAO CONFIRMAÇÃO CONFIRMANDO CONFISSÃO CONFISSÃO DE FÉ CONFISSÕES CONFLITOS CONGREGAÇÃO CONGRESSO CONHECIMENTO BÍBLICO CONSELHO CONSTRUÇÃO CONTATO CONTRALTO CONTRATO DE CASAMENTO CONVENÇÃO NACIONAL CONVERSÃO CONVITE CONVIVÊNCIA CORAL COREOGRAFIA CORÍNTIOS COROA CORPUS CHRISTI CPT CPTN CREDO CRESCENDO EM CRISTO CRIAÇÃO CRIANÇA CRIANÇAS CRIOULO CRISTÃ CRISTÃOS CRISTIANISMO CRISTIANO J. STEYER CRISTOLOGIA CRONICA CRONOLOGIA CRUCIFIXO CRUZ CRUZADAS CTRE CUIDADO CUJUBIM CULPA CULTO CULTO CRIOULO CULTO CRISTÃO CULTO DOMESTICO CULTO E MÚSICA CULTURA CURSO CURT ALBRECHT CURTAS DALTRO B. KOUTZMANN DALTRO G. TOMM DANIEL DANILO NEUENFELD DARI KNEVITZ DAVI E JÔNATAS DAVI KARNOPP DEBATE DEFICIÊNCIA FÍSICA DELMAR A. KOPSELL DEPARTAMENTO DEPRESSÃO DESENHO DESINSTALAÇÃO DEUS DEUS PAI DEVERES Devoção DEVOCIONÁRIO DIACONIA DIÁLOGO INTERLUTERANO DIARIO DE BORDO DICOTOMIA DIETER J. JAGNOW DILÚVIO DINÂMICAS DIRCEU STRELOW DIRETORIA DISCIPLINA DÍSCIPULOS DISTRITO DIVAGO DIVAGUA DIVÓRCIO DOGMÁTICA DOMINGO DE RAMOS DONS DOUTRINA DR Dr. RODOLFO H. BLANK DROGAS DT 26 DT 6.4-9 EBI EC 9 ECLESIASTES ECLESIÁSTICA ECUMENISMO EDER C. WEHRHOLDT Ederson EDGAR ZÜGE EDISON SELING EDMUND SCHLINK EDSON ELMAR MÜLLER EDSON R. TRESMANN EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ EF 1.16-23 EF 2.4-10 EF 4.1-6 EF 4.16-23 EF 4.29-32 EF 4.30-5.2 EF 5.22-33 EF 5.8-14 EF 6.10-20 ÉFESO ELBERTO MANSKE Eleandro ELEMAR ELIAS R. EIDAM ELIEU RADINS ELIEZE GUDE ELIMINATÓRIAS ELISEU TEICHMANN ELMER FLOR ELMER T. JAGNOW EMÉRITO EMERSON C. IENKE EMOÇÃO EN ENCARNAÇÃO ENCENAÇÃO ENCONTRO ENCONTRO DE CRIANÇA 2014 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2015 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2016 ENCONTRO PAROQUIAL DE FAMILIA ENCONTROCORAL ENFERMO ENGANO ENSAIO ENSINO ENTRADA TRIUNFAL ENVELHECER EPIFANIA ERA INCONCLUSA ERNI KREBS ERNÍ W. SEIBERT ERVINO M. SPITZER ESBOÇO ESCATOLOGIA ESCO ESCOLAS CRISTÃS ESCOLÁSTICA ESCOLINHA ESCOLINHA DOMINICAL ESDRAS ESMIRNA ESPADA DE DOIS GUMES ESPIRITISMO ESPÍRITO SANTO ESPIRITUALIDADE ESPÍSTOLA ESPORTE ESTAÇÃODAFÉ ESTAGIÁRIO ESTAGIÁRIOS ESTATUTOS ESTER ESTER 6-10 ESTRADA estudo ESTUDO BÍBLICO ESTUDO DIRIGIDO ESTUDO HOMILÉTICO ÉTICA EVANDRO BÜNCHEN EVANGELHO EVANGÉLICO EVANGELISMO EVERSON G. HAAS EVERSON GASS EVERVAL LUCAS EVOLUÇÃO ÊX EX 14 EX 17.1-17 EX 20.1-17 EX 24.3-11 EX 24.8-18 EXALTAREI EXAME EXCLUSÃO EXEGÉTICO EXORTAÇÃO EZ 37.1-14 EZEQUIEL BLUM Fabiano FÁBIO A. NEUMANN FÁBIO REINKE FALECIMENTO FALSIDADE FAMÍLIA FARISEU FELIPE AQUINO FELIPENSES FESTA FESTA DA COLHEITA FICHA FILADÉLFIA FILHO DO HOMEM FILHO PRÓDIGO FILHOS FILIPE FILOSOFIA FINADOS FLÁVIO L. HORLLE FLÁVIO SONNTAG FLOR DA SERRA FLORES Formatura FÓRMULA DE CONCÓRDIA Fotos FOTOS ALTO ALEGRE FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2010 FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇA 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇAS 2013 FOTOS ENCONTRO ESPORTIVO 2012 FOTOS FLOR DA SERRA FOTOS P172 FOTOS P34 FOTOS PARECIS FOTOS PROGRAMA DE NATAL P34 FP 2.5-11 FP 3 FP 4.4-7 FP 4.4-9 FRANCIS HOFIMANN FRASES FREDERICK KEMPER FREUD FRUTOS DO ES GÁLATAS GALILEU GALILEI GATO PRETO GAÚCHA GELSON NERI BOURCKHARDT GENESIS GÊNESIS 32.22-30 GENTIO GEOMAR MARTINS GEORGE KRAUS GERHARD GRASEL GERSON D. BLOCH GERSON L. LINDEN GERSON ZSCHORNACK GILBERTO C. WEBER GILBERTO V. DA SILVA GINCANAS GL 1.1-10 GL 1.11-24 GL 2.15-21 GL 3.10-14 GL 3.23-4.1-7 GL 5.1 GL 5.22-23 GL 6.6-10 GLAYDSON SOUZA FREIRE GLEISSON R. SCHMIDT GN 01 GN 1-50 GN 1.1-2.3 GN 12.1-9 GN 15.1-6 GN 2.18-25 GN 21.1-20 GN 3.14-16 GN 32 GN 45-50 GN 50.15-21 GRAÇA DIVINA GRATIDÃO GREGÓRIO MAGNO GRUPO GUSTAF WINGREN GUSTAVO D. SCHROCK HB 11.1-3; 8-16 HB 12 HB 12.1-8 HB 2.1-13 HB 4.14-16 5.7-9 HC 1.1-3 HC 2.1-4 HÉLIO ALABARSE HERIVELTON REGIANI HERMENÊUTICA HINÁRIO HINO HISTÓRIA HISTÓRIA DA IGREJA ANTIGA E MEDIEVAL HISTÓRIA DO NATAL HISTORINHAS BÍBLICAS HL 10 HL 164 HOMILÉTICA HOMOSSEXUALISMO HORA LUTERANA HORST KUCHENBECKER HORST S MUSSKOPF HUMOR IDOSO IECLB IELB IGREJA IGREJA CRISTÃ IGREJAS ILUSTRAÇÃO IMAGEM IN MEMORIAN INAUGURAÇÃO ÍNDIO INFANTIL INFERNO INFORMATIVO INSTALAÇÃO INSTRUÇÃO INTRODUÇÃO A BÍBLIA INVESTIMENTO INVOCAÇÕES IRINEU DE LYON IRMÃO FALTOSO IROMAR SCHREIBER IS 12.2-6 IS 40.1-11 IS 42.14-21 IS 44.6-8 IS 5.1-7 IS 50.4-9 IS 52.13-53-12 IS 53.10-12 IS 58.5-9a IS 61.1-9 IS 61.10-11 IS 63.16 IS 64.1-8 ISACK KISTER BINOW ISAGOGE ISAÍAS ISAQUE IURD IVONELDE S. TEIXEIRA JACK CASCIONE JACSON J. OLLMANN JARBAS HOFFIMANN JEAN P. DE OLIVEIRA JECA JELB JELB DIVAGUA JEOVÁ JESUS JN JO JO 1 JO 10.1-21 JO 11.1-53 JO 14 JO 14.1-14 JO 14.15-21 JO 14.19 JO 15.5 JO 18.1-42 JO 2 JO 20.19-31 JO 20.8 JO 3.1-17 JO 4 JO 4.5-30 JO 5.19-47 JO 6 JO 6.1-15 JO 6.51-58 JO 7.37-39 JO 9.1-41 JOÃO JOÃO 20.19-31 JOÃO C. SCHMIDT JOÃO C. TOMM JOÃO N. FAZIONI JOEL RENATO SCHACHT JOÊNIO JOSÉ HUWER JOGOS DE AZAR JOGRAL JOHN WILCH JONAS JONAS N. GLIENKE JONAS VERGARA JOSE A. DALCERO JOSÉ ACÁCIO SANTANA JOSE CARLOS P. DOS SANTOS JOSÉ ERALDO SCHULZ JOSÉ H. DE A. MIRANDA JOSÉ I.F. DA SILVA JOSUÉ ROHLOFF JOVENS JR JR 28.5-9 JR 3 JR 31.1-6 JUAREZ BORCARTE JUDAS JUDAS ISCARIOTES JUDAS TADEU JUMENTINHO JUSTIFICAÇÃO JUVENTUDE KARL BARTH KEN SCHURB KRETZMANN LAERTE KOHLS LAODICÉIA LAR LC 12.32-40 LC 15.1-10 LC 15.11-32 LC 16.1-15 LC 17.1-10 LC 17.11-19 LC 19 LC 19.28-40 LC 2.1-14 LC 23.26-43 LC 24 LC 24.13-35 LC 3.1-14 LC 5 LC 6.32-36 LC 7 LC 7.1-10 LC 7.11-16 LC 7.11-17 LC 9.51-62 LEANDRO D. HÜBNER LEANDRO HUBNER LEI LEIGO LEIGOS LEITORES LEITURA LEITURAS LEMA LENSKI LEOCIR D. DALMANN LEONARDO RAASCH LEOPOLDO HEIMANN LEPROSOS LETRA LEUPOLD LIBERDADE CRISTÃ LIDER LIDERANÇA LILIAN LINDOLFO PIEPER LINK LITANIA LITURGIA LITURGIA DE ADVENTO LITURGIA DE ASCENSÃO LITURGIA DE CONFIRMAÇÃO LITURGIA EPIFANIA LITURGIA PPS LIVRO LLLB LÓIDE LOUVAI AO SENHOR LOUVOR LUCAS ALBRECHT LUCIFER LUCIMAR VELMER LUCINÉIA MANSKE LUGAR LUÍS CLAUDIO V. DA SILVA LUIS SCHELP LUISIVAN STRELOW LUIZ A. DOS SANTOS LUTERANISMO LUTERO LUTO MAÇONARIA MÃE MAMÃE MANDAMENTOS MANUAL MARCÃO MARCELO WITT MARCIO C. PATZER MARCIO LOOSE MARCIO SCHUMACKER MARCO A. CLEMENTE MARCOS J. FESTER MARCOS WEIDE MARIA J. RESENDE MÁRIO SONNTAG MÁRLON ANTUNES MARLUS SELING MARTIM BREHM MARTIN C. WARTH MARTIN H. FRANZMANN MARTINHO LUTERO MARTINHO SONTAG MÁRTIR MATERNIDADE MATEUS MATEUS KLEIN MATEUS L. LANGE MATRIMÔNIO MAURO S. HOFFMANN MC 1.1-8 MC 1.21-28 MC 1.4-11 MC 10.-16 MC 10.32-45 MC 11.1-11 MC 13.33-37 MC 4 MC 4.1-9 MC 6.14-29 MC 7.31-37 MC 9.2-9 MEDICAMENTOS MÉDICO MELODIA MEMBROS MEME MENSAGEIRO MENSAGEM MESSIAS MÍDIA MILAGRE MINISTÉRIO MINISTÉRIO FEMENINO MIQUÉIAS MIQUÉIAS ELLER MIRIAM SANTOS MIRIM MISSÃO MISTICISMO ML 3.14-18 ML 3.3 ML NEWS MODELO MÔNICA BÜRKE VAZ MORDOMIA MÓRMOM MORTE MOVIMENTOS MT 10.34-42 MT 11.25-30 MT 17.1-9 MT 18.21-45 MT 21.1-11 MT 28.1-10 MT 3 MT 4.1-11 MT 5 MT 5.1-12 MT 5.13-20 MT 5.20-37 MT 5.21-43 MT 5.27-32 MT 9.35-10.8 MULHER MULTIRÃO MUSESCORE MÚSICA MÚSICAS NAAÇÃO L. DA SILVA NAMORADO NAMORO NÃO ESQUECER NASCEU JESUS NATAL NATALINO PIEPER NATANAEL NAZARENO DEGEN NEEMIAS NEIDE F. HÜBNER NELSON LAUTERT NÉRISON VORPAGEL NILO FIGUR NIVALDO SCHNEIDER NM 21.4-9 NOITE FELIZ NOIVADO NORBERTO HEINE NOTÍCIAS NOVA ERA NOVO HORIZONTE NOVO TESTAMENTO O HOMEM OFERTA OFÍCIOS DAS CHAVES ONIPOTENCIA DIVINA ORAÇÃO ORAÇAODASEMANA ORATÓRIA ORDENAÇAO ORIENTAÇÕES ORLANDO N. OTT OSÉIAS EBERHARD OSMAR SCHNEIDER OTÁVIO SCHLENDER P172 P26 P30 P34 P36 P40 P42.1 P42.2 P70 P95 PADRINHOS PAI PAI NOSSO PAIS PAIXÃO DE CRISTO PALAVRA PALAVRA DE DEUS PALESTRA PAPAI NOEL PARA PARA BOLETIM PARÁBOLAS PARAMENTOS PARAPSICOLOGIA PARECIS PAROQUIAL PAROUSIA PARTICIPAÇÃO PARTITURA PARTITURAS PÁSCOA PASTOR PASTORAL PATERNIDADE PATMOS PAUL TORNIER PAULO PAULO F. BRUM PAULO FLOR PAULO M. NERBAS PAULO PIETZSCH PAZ Pe. ANTONIO VIEIRA PEÇA DE NATAL PECADO PEDAL PEDRA FUNDAMENTAL PEDRO PEM PENA DE MORTE PENEIRAS PENTECOSTAIS PENTECOSTES PERDÃO PÉRGAMO PIADA PIB PINTURA POEMA POESIA PÓS MODERNIDADE Pr BRUNO SERVES Pr. BRUNO AK SERVES PRÁTICA DA IGREJA PREEXISTÊNCIA PREGAÇÃO PRESÉPIO PRIMITIVA PROCURA PROFECIAS PROFESSORES PROFETA PROFISSÃO DE FÉ PROGRAMAÇÃO PROJETO PROMESSA PROVA PROVAÇÃO PROVÉRBIOS PRÓXIMO PSICOLOGIA PV 22.6 PV 23.22 PV 25 PV 31.28-30 PV 9.1-6 QUARESMA QUESTIONAMENTOS QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PLANILHA QUESTIONÁRIO TEXTO QUINTA-FEIRA SANTA QUIZ RÁDIO RADIOCPT RAFAEL E. ZIMMERMANN RAUL BLUM RAYMOND F. SURBURG RECEITA RECENSÃO RECEPÇÃO REDENÇÃO REENCARNAÇÃO REFLEXÃO REFORMA REGIMENTO REGINALDO VELOSO JACOB REI REINALDO LÜDKE RELACIONAMENTO RELIGIÃO RENATO L. REGAUER RESSURREIÇÃO RESTAURAR RETIRO RETÓRICA REUNIÃO RICARDO RIETH RIOS RITO DE CONFIRMAÇÃO RITUAIS LITURGICOS RM 12.1-18 RM 12.1-2 RM 12.12 RM 14.1-12 RM 3.19-28 RM 4 RM 4.1-8 RM 4.13-17 RM 5 RM 5.1-8 RM 5.12-21 RM 5.8 RM 6.1-11 RM 7.1-13 RM 7.14-25a RM 8.1-11 RM 8.14-17 ROBERTO SCHULTZ RODRIGO BENDER ROGÉRIO T. BEHLING ROMANOS ROMEU MULLER ROMEU WRASSE ROMUALDO H. WRASSE Rômulo ROMULO SANTOS SOUZA RONDÔNIA ROSEMARIE K. LANGE ROY STEMMAN RT 1.1-19a RUDI ZIMMER SABATISMO SABEDORIA SACERDÓCIO UNIVERSAL SACERDOTE SACOLINHAS SACRAMENTOS SADUCEUS SALMO SALMO 72 SALMO 80 SALMO 85 SALOMÃO SALVAÇÃO SAMARIA Samuel F SAMUEL VERDIN SANTA CEIA SANTIFICAÇÃO SANTÍSSIMA TRINDADE SÃO LUIS SARDES SATANÁS SAUDADE SAYMON GONÇALVES SEITAS SEMANA SANTA SEMINÁRIO SENHOR SEPULTAMENTO SERMÃO SERPENTE SERVAS SEXTA FEIRA SANTA SIDNEY SAIBEL SILVAIR LITZKOW SILVIO F. S. FILHO SIMBOLISMO SÍMBOLOS SINGULARES SISTEMÁTICA SL 101 SL 103.1-12 SL 107.1-9 SL 116.12-19 SL 118 SL 118.19-29 SL 119.153-160 SL 121 SL 128 SL 142 SL 145.1-14 SL 146 SL 15 SL 16 SL 19 SL 2.6-12 SL 22.1-24 SL 23 SL 30 SL 30.1-12 SL 34.1-8 SL 50 SL 80 SL 85 SL 90.9-12 SL 91 SL 95.1-9 SL11.1-9 SONHOS SOPRANO Sorriso STAATAS STILLE NACHT SUMO SACERDOTE SUPERTIÇÕES T6 TEATRO TEMA TEMPLO TEMPLO TEATRO E MERCADO TEMPO TENOR TENTAÇÃO TEOLOGIA TERCEIRA IDADE TESES TESSALÔNICA TESTE BÍBLICO TESTE DE EFICIÊNCIA TESTEMUNHAS DE JEOVÁ Texto Bíblico TG 1.12 TG 2.1-17 TG 3.1-12 TG 3.16-4.6 TIAGO TIATIRA TIMÓTEO TODAS POSTAGENS TRABALHO TRABALHO RURAL TRANSFERENCIA TRANSFIGURAÇÃO TRICOTOMIA TRIENAL TRINDADE TRÍPLICE TRISTEZA TRIUNFAL Truco Turma ÚLTIMO DOMINGO DA IGREJA UNIÃO UNIÃO ESTÁVEL UNIDADE UNIDOS PELO AMOR DE DEUS VALDIR L. JUNIOR VALFREDO REINHOLZ VANDER C. MENDOÇA VANDERLEI DISCHER VELA VELHICE VERSÍCULO VERSÍCULOS VIA DOLOROSA VICEDOM VÍCIO VIDA VIDA CRISTÃ VIDENTE VIDEO VIDEOS VÍDEOS VILS VILSON REGINA VILSON SCHOLZ VILSON WELMER VIRADA VISITA VOCAÇÃO VOLMIR FORSTER VOLNEI SCHWARTZHAUPT VOLTA DE CRISTO WALDEMAR REIMAN WALDUINO P.L. JUNIOR WALDYR HOFFMANN WALTER L. CALLISON WALTER O. STEYER WALTER T. R. JUNIOR WENDELL N. SERING WERNER ELERT WYLMAR KLIPPEL ZC ZC 11.10-14 ZC 9.9-12