Evangelismo – Abra a Porta da Frente - Codipa
Porto Alegre, 22 de maior de 2004, Com. Ev. Lut. “Cristo”
Tema: A Palavra de Deus e o Espírito Santo
Rev. Horst Kuchenbecker
Introdução
A Igreja Luterana no mundo, outrora firme na afirmação: Somente a Escritura, somente por graça, somente pela fé, está vacilante. Num mundo com forte ênfase no ecumenismo, sentimentalismo e aculturação, alguns setores estão jogando o amor contra a verdade, a doutrina, contra a missão. Como se estivéssemos mais interessados na verdade e afirmação doutrinária, do que no salvar almas perdidas. Esquece-se, no entanto que verdadeira missão só pode ser feita com boa semente e que verdadeira fidelidade à doutrina leva à correta ação missionária. A missão não tem vida em si própria, mas está ancorada na verdade, como disse Jesus: Se vós permanecerdes na minha Palavra, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (Jo 8.31). Verdadeiro evangelismo começa com o apego à verdade, caso contrário é obra humana.
Isto nos leva a uma pergunta: O que é a fé cristã? O significado da fé em Jesus Cristo só poderá ser clarificada no contexto da doutrina da justificação e da pessoa e obra de Jesus Cristo. Pois, “a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo.” (Rm 10.17) Para Lutero, isto significa aceitar de coração a promessa de Deus e confiar plenamente nela. Fé é um ato da vontade, com a qual uma pessoa se apega à Palavra da promessa. “Em fé deves afastar tudo de tua mente, exceto a Palavra de Deus” (Lutero). A fé depende só e simplesmente da Palavra, não desvia os olhos dela e não vê outra coisa. (Ef 2.1,5; Jo 1.13; 1 Jo 5.4).
Mas a fé não é um resultado do esforço humano, não é um produto da pessoa, mas maravilhosa criação de Deus na pessoa. Na verdade, quando uma pessoa ouve o Evangelho, ela é capaz de responder com um simples “sim” por seu intelecto e vontade. Ela pode realizar esta obra e dar seu consentimento, mas esta fé não tem nada a ver com a fé verdadeira. É somente imaginação. No fundo do seu coração, no entanto, ela não sabe nada do amor de Deus. A pessoa no seu todo não foi envolvida. É uma fé que a pessoa fez. Uma ilusão. Ela não resiste na hora da provação e da morte. A fé que Deus opera no coração é poderosa e vence o mundo: pecado, morte e Satanás. Para esta fé, nenhuma outra autoridade pode ser a base, exceto a Palavra de Deus.
Esta fé está em oposição à experiência hoje tão propagada. A fé se apega á Palavra. O oculto de Deus e a fé pertencem juntas. A fé lida essencialmente com uma realidade oculta. “A fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.” (Hb 11.1). Ao olho natural parece que Deus faz o contrário do que ele por fim quer. A fé não precisa somente abrir mão da experiência, como terá a experiência, seus sentimentos constantemente contra si e precisa lutar contra ela e firmar-se em oposição a ela na Palavra de Deus. Abraão: “Creu contra a esperança.” Rm 4.18).
Por isso a boa nova da salvação pela graça de Cristo é loucura para o homem natural, pois represente o fim daquilo que ele entende por moral. Dizer que somos salvos somente pela graça de Cristo, uma única obra alheia, lhe é escândalo. Este protesto encontramos em toda a Bíblia e muito bem registrado em Atos 17. No tempo de Lutero, a Igreja Católica do Oriente e do Ocidente rejeitaram o “Sola Gratia”, bem assim os intelectuais, representados por Erasmo, Goethe, Nietzsche e muitos outros.
O homem moderno procura abafa sua consciência que lhe infunde o medo da morte e do juízo de muitas formas. Ele sonha com um Deus que não seja juiz, com um homem que, mesmo não sendo perfeito, não é pecador, com uma morte sem juízo, uma simples passagem natural e indolor para uma vida superior, ou uma suave libertação para uma bem-aventurada inconsciência.
A esta geração devemos pregar destemidamente Lei e Evangelho para arrependimento e fé, para que o Espírito Santo possa operar poderosamente.
Bem, isto para relembrar alguns aspectos da fé que queremos propagar. Isto nos leva ao tema: A Palavra de Deus e o Espírito Santo. Como agem os dois para gerar esta fé, a respeito da qual confessamos: “Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele, mas o Espírito Santo me Chamou, iluminou, santificou e congregou... e conserva.” O Espírito Santo faz isto por Palavra e sacramento, (batismo, de iniciação; Santa Ceia, de fortalecimento). E ele o faz “quando e onde lhe apraz”. (CA V) A compreensão desses fatos é fundamental para a correta compreensão e ação no evangelismo.
A Palavra de Deus e o Espírito Santo, Dr. Paul Althaus
1. Deus entra num encontro salvador com o homem somente pelo “vestir-se” a si mesmo, deixando-se achar no lugar que ele mesmo designou.[1] Este lugar particular é Cristo. Onde, no entanto, encontraremos Cristo? Onde ele está presente e se torna conhecido a nós? Ninguém o achará, exceto na Palavra de Deus.[2] Ele vem a nós somente pelo Evangelho que testifica de Cristo.[3] Este testemunho acontece na medida em que ambos, o Antigo e o Novo Testamento, “pregam a Cristo,” Christus treiben, para usar a expressão de Lutero. Este Evangelho vem constantemente a nós pela proclamação na Igreja. Ele vem também pela palavra da promessa que cristãos falam uns aos outros, a qual os ministros da palavra são, em particular, autorizados a proclamar às pessoas confiadas a eles. A palavra proclamada pela Igreja não pode ser ensinada desvinculada da palavra bíblica da qual ela recebe a vida. A palavra proclamada pela Igreja, no entanto, não pode ser pensada de forma cristã sem a palavra bíblica, da qual a proclamação vive; nem a palavra bíblica sem a proclamação viva contemporânea. A proclamação oral como a palavra Evangelho o indica no original – conforme Lutero - era uma proclamação verbal.[4] Ambos, no entanto, a palavra escrita e a falada são palavra externa, isto é, eles não são em primeiro lugar uma comunicação mística direta do espírito de Deus ao espírito do homem, mas uma palavra que vem ao homem de fora e é trazida e mediada a ele por outra pessoa. Isto está intimamente ligado ao fato de que Cristo e sua humanidade, isto é, em sua historicidade, é Deus presente conosco. Assim como ele se tornou homem corporal, assim ele vem aos homens pelos meios humanos e históricos da palavra externa. Por esse testemunho cristão, o próprio Cristo vem aos homens com sua salvação, e está presente conosco e para nós, e nós estamos com ele.[5]
2 A palavra de Deus, no entanto, não é meramente uma palavra externa, falada por lábios humanos e ouvida por ouvidos humanos. Pelo contrário, ao mesmo tempo que esta palavra é falada, Deus fala sua verdade em nosso em nosso coração. assim que as pessoas a recebem não somente externamente, mas também internamente e a crêem. Este é o trabalho do Espírito de Deus. Em minha grande angústia, ele veio a mim por sua palavra externa e o Espírito.[6] Precisamos perguntar agora a respeito do relacionamento entre a palavra externa e a palavra interna que Deus fala ao nosso coração. Para Lutero estes dois estão intimamente conectados. Suas expressões podem ser resumidas em duas frases: a) o Espírito não fala sem a Palavra, b) o Espírito fala através e nas palavras.
3 Primeiro, Deus não dá seu Espírito a não ser que a palavra externa o preceda. Ele não dá o seu Espírito diretamente “sem meios, mas por meios.”[7] Lutero afirmou isto contra os espirituais e entusiastas do seu tempo.[8] A fé vem somente pela obra do Espírito Santo e este atua somente pela palavra externa. Por isso, ao contrário do que alguns pensam, é preciso dar ouvidos em primeiro lugar à Palavra de Deus e não desprezá-la. Porque Deus não virá a ti ao teu quarto para falar contigo. Ele ordenou que sua Palavra externa fosse pregada e preceda. Após o ouvir a Palavra com os ouvidos, penetrando ela ao coração, vem o Espírito Santo, o verdadeiro mestre e dá forças para que fique.[9] Não devemos, imaginar, como os sectários, que Deus nos confortará sem os meios de sua Palavra.[10] A atividade do Espírito Santo no coração, por isso, depende sempre do prévio ouvir da “palavra externa.” Isto significa que o Espírito Santo não fala nada exceto pela palavra externa. Não há novas revelações. Ele torna a palavra externa poderosa em nós. Ele dá à palavra externa poder para que atue no coração. Assim a ação interna do Espírito no coração está completamente preso à palavra externa. Se Deus quisesse falar sem meios, como os entusiastas ensinam que o faz, e se o Espírito estivesse livre da palavra escrita, então ele poderia inspirar qualquer coisa que alguém pensa. Isto significaria, no entanto, que há um outro caminho para a salvação fora do Evangelho e que Deus encontraria a humanidade pecadora de algum modo diferente do que pela humanação e historicidade de Jesus, da qual testemunha a Palavra. O fato de que o Espírito está amarrado à Palavra significa que nossa salvação está amarrada à vida humana de Jesus Cristo. O fato de que o Espírito trabalho somente através da Palavra, preserva o significado inequívoco do falar de Deus em Lei e Evangelho. Falar espiritualmente “sem meios” pode significar muitas coisas; a palavra porém, é inequívoca.
4. Segundo, tudo isso aplicado á Palavra, significa que a Palavra em si é espiritualmente poderosa. Ela não permanece no exterior do ouvinte, mas penetra nele. A Palavra externa por si torna-se a palavra interior; ela trabalha na coração e prova assim que ela é a Palavra de Deus. O Espírito não atua sozinho sem a palavra, antes na e através da Palavra.[11] Ela tem o poder de trazer Cristo ao coração. Ela é capaz de satisfazer o coração para que se sinta preso à Palavra e compelido a admitir que ela é verdade absoluta.[12]
5 A Palavra tem o poder divino de convencer nosso espírito de ela ser a verdade, isto é, que ela é Palavra de Deus. Por isso o Evangelho não necessita ser autorizado ou garantido por outra autoridade, tal como pela Igreja. Ninguém precisa dizer-me o que a Palavra de Deus é: Nós simplesmente o sentimos; a Palavra nos cativa e nos prova diretamente que ela é a Palavra de Deus. Ela é o “testemunho” do Espírito Santo” no coração.[13] Lutero pôde descrever o evento interno, pelo qual a pessoa é certificada pelo Evangelho, como duplo: o próprio testemunho da Palavra e o testemunho do Espírito Santo. Esses dois são a mesma coisa.
6 Palavra e Espírito por isso não somente pertencem juntos, mas constituem uma unidade indissolúvel. Lutero ilustra isto com quadros da natureza e da fala humana. A Palavra e o Espírito estão relacionados um ao outro como o calor e a luz, ou como a voz e a respiração. Não podemos separar a voz da respiração. Quem não quer ouvir a voz, esse também não se interessa pela respiração.[14]
7 Por esses exemplos Lutero quer dizer o seguinte: Primeiro, não podemos ter o Espírito sem a Palavra de Deus. Mas será que isso significa também que onde a Palavra está, ali está também o Espírito? Lutero enfatiza que a Palavra é mestra do coração. E ao mesmo tempo ele distingue a obra do Espírito do ouvir a Palavra. O fato de que a Palavra exterior penetra no coração e o vence, não deve ser entendido como uma força que a palavra possui em si mesma. Pelo contrário, a atividade do Espírito que atua pela palavra deve ser adicionada, em primeiro lugar, à pregação e ao ouvir da Palavra externa; e ela não é sempre adicionada imediatamente. Mas a ação do Espírito, que acontece certamente pela palavra, é adicionada à pregação e ao ouvir da Palavra exterior, mas nem sempre no mesmo momento. Ela existe como um segundo fator com a pregação e o ouvir da Palavra.[15] É fácil que alguém me pregue a palavra, mas somente Deus pode colocá-la no meu coração. Ele precisa falá-la ao coração ou nada acontecerá. Se Deus permanece quieto, o feito final é como se nada tivesse acontecido.[16] Deus age por seu Espírito pela Palavra. Não há dúvida quanto a isso. Ele não delegou o poder do Espírito à Palavra, mas atua livremente pela palavra de maneira apropriada em cada situação. Ele não dá ao pregador o controle do Espírito. Há tempos em que a pregação e o ouvir precisam esperar por ele. Nós devemos orar pelo dom do Espírito para que acompanhe a Palavra. Os pregadores precisam proclamar Lei e Evangelho. Mas que a Palavra acerte e converta a pessoa, isso não está no seu controle. Só Deus pode fazê-lo. Assim o Espírito de Deus converte as pessoas, por sua atividade quando lhe aprouver.[17] “Onde e quando”, ambos são importantes. O “quando” significa que precisamos esperar pelo Espírito, e Deus por vezes espera muito antes de tornar a palavra poderosa no coração. O Espírito sabe muito bem quando lembrar a palavra num coração e dar poder à Palavra, mesmo que tenha sido ouvida há 10 anos atrás. Isto significa que a Palavra pode permanecer, por vezes, muitos anos no coração sem algum efeito; e então o Espírito de Deus vem e torna a palavra, previamente ouvida, efetiva.[18] Deus, no entanto, em sua liberdade não determina somente o “quando”, mas também o “em quem”.[19] Muitos ouvem Lei e Evangelho sem que lhes seja dado o Espírito e por isso não recebem a Palavra para sua salvação. Por que Deus age assim é um mistério que não nos é revelado e pertence só a Deus.[20] Isto vale especialmente ali onde Deus por sua ordem, por sua palavra externa, move homens à obstinada resistência, como no caso de Faraó.[21]
8 Toda essa ênfase na liberdade de Deus de conceder seu Espírito pela palavra externa “quando e onde lhe apraz” não muda o fato de que o Espírito está amarrado à Palavra. Para receber o Espírito, o homem permanece completamente dependente da Palavra externa. Ele deve se apegar à Palavra e esperar pacientemente, na certeza de que Deus tratará com e pela Palavra e lhe dará, cedo ou tarde, o seu Espírito. A promessa de Deus é válida para cada um que prega e ouve a sua Palavra. Isto não é negado pela última possibilidade de que Deus pode recusar-se de dar o seu Espírito. Aquele que fala em nome de Deus e o que o ouve, ambos devem apegar-se à promessa de Deus, isto é, serem fiéis no pregar e no ouvir. Por exatamente ninguém saber quando Deus agirá por sua palavra no coração, é necessário permanecer no ouvir a Palavra. Visto que os pregadores têm o ofício, o nome e a honra de serem cooperadores de Deus, ninguém deve se considerar tão instruído e santo que pudesse desprezar a mais simples das pregações. Isto é especialmente verdade porque ninguém sabe o tempo e a hora na qual Deus quer fazer sua obra pelos pregadores.[22]
9 Tudo isso Lutero enfatizou na disputa com os entusiastas espiritualistas. Ele sabia muito bem que o falar de Deus é sempre um falar espiritual e mover no coração, sempre uma maneira de Deus entrar e tocar o coração precisamente naquele momento. No entanto, é pela vontade de Deus, que a espiritualidade interna está completamente amarrada à Palavra externa, pregada e ouvida pelo ser humano. Deus fala diretamente ao coração somente pela palavra externa; e nesta comunicação direta ele não diz nada diferente do que diz a palavra externa. Esta comunicação direta dá poder à Palavra pela qual a palavra imprime seu conteúdo no coração. O Espírito não opera outra coisa do que atuar poderosamente sobre as pessoas pela Palavra, pelo ganhar poder sobre as pessoas por este caminho, pela Palavra.
10 Lutero também sabia que o Espírito pode trabalhar diretamente e “sem meios” e os entusiastas também afirmam que ele trabalha por meios, mas cada um admitia isso em outro lugar e em outro sentido. Os entusiastas ensinam e praticam métodos para se prepararem a si próprios para receberem o Espírito. Lutero rejeitou tais técnicas e o preparo da alma. “A Palavra de Deus vem a mim sem qualquer preparo ou ajuda da minha parte.”[23] Há somente um verdadeiro preparo e este é pregar, ouvir e ler a Palavra. Fazendo assim, no entanto, eu não dependo do meu próprio poder e atividade – como os entusiastas o fazem com sua metodologia – mas exponho-me somente ao poder espiritual de Deus em sua Palavra.[24] Aqui não existe uma ação direta de Deus que tornasse o ouvir da Palavra dispensável. Os entusiastas ensinam um agir de Deus por meios, isto é, a preparação humana, precisamente no ponto no qual ela não cabe, porque limita a liberdade de Deus. E estes entusiastas ensinam que Deus atua sem meios precisamente no ponto em que Deus fez os cristãos dependerem dos meios da graça. Lutero rejeitou a posição espiritualista em ambos os pontos por causa de sua compreensão da justificação. Lutero preservou ambos os fatos que Deus se amarrou a si próprio à Palavra e o fato de que ao mesmo tempo ele permanece livre.
11 A Palavra de Deus na mão do Espírito é simplesmente indispensável para a alma e o espírito do homem. A alma foi criada para a Palavra, e não pode viver sem a Palavra de Deus. Ela pode dispensar muitas coisas (mas não pode viver sem a palavra de Deus) E se ela tem a Palavra de Deus, não necessita de mais nada; pois na Palavra ela encontra a essência de todo o bem e por isso a completa satisfação.[25] A Palavra é também a única e incondicional autoridade sobre a alma e o espírito. A alma só pode ser governada e determinada pela Palavra de Deus e não por qualquer poder terreno. – porque a alma é eterna como a própria Palavra. Ela transcende qualquer coisa deste mundo. Isso é a dignidade e liberdade da Palavra.[26]
[1] Veja, p. 21ss.
[2] Como, então, teremos Cristo? Sobre tudo, ele está sentado à direita de Deus. Ele não descerá e virá á nossa casa. Isto ele não quer fazer. Mas o que farei para tê-lo? Tu não encontrarás, exceto no Evangelho. E visto que Cristo vem ao nosso coração pelo Evangelho, ele deve ser aceito pelo coração. Se eu agora creio que ele está no Evangelho, assim o recebo e o tenho verdadeiramente. WA 10/3, 349; LW 51.114. “Cristo só pode ser conhecido em sua Palavra; sem esta Palavra a carne de Cristo não pode me ajudar, mesmo se viesse hoje.” WA 10/3, 210; Cf WA 12.414.
[3] Uma tradução mais literal e coloquial de “Christus treiben” seria: promover Cristo (centralizar tudo em Cristo). O paralelo a este jargão do vendedor tem a conotação com o “ensinar sobre Cristo”, mas também não serve bem.”
[4] WA 40/2, 410; LW 12.369; WA 50,240; BC 310, LC p.332.
[5] Se abres o Evangelho e lês e ouves como Cristo vem aqui ou ali, ou como alguém é trazido a ele, deves perceber a pregação ou o Evangelho pelo qual ele vem a ti ou tu és levado a ele. Porque a pregação do evangelho não é outra coisa do que Cristo vindo a nós, ou nós sendo levados a ele. WA 10/1,1,13; LW 35.121. Cristo governa em nós, mas nós não o podemos sentir nem agarrar, mas podemos compreender sua palavra. Assim ele vem a nós e acende em nós a fé. WA 9.632.
[6] WA 31/1,99; LW 14.62. Quando a Palavra brilha no coração humano... WA 32.343; LW 21.55.
[7] Ao explicar porque Deus não executa sua obra nos homens sem a palavra, Lutero diz que ele na verdade poderia fazê-lo, sem a palavra. Mas ele não desejou fazê-lo assim. “Agradou a Deus não dar o Espírito sem a palavra, mas pela palavra; para ter-nos como seus cooperadores, nós proclamamos a palavra, mas ele sopra onde quer.” WA 18,695; BOW, 184
[8] Cf.: a conhecida afirmação sobre os entusiastas nos Artigos de Esmalcalde: “E nessas partes, que dizem respeito à palavra falada, externa, é preciso permanecer com firmeza nisso que Deus a ninguém dá o seu Espírito ou sua graça, a não ser por intermédio da palavra exterior que a precede ou com ela. Assim nós nos protegemos dos entusiastas, isto é, dos espíritos que se jactam de terem o Espírito sem a palavra e antes dela, e que depois julgam, interpretam e esticam a Escritura ou a palavra oral e seu talante (WA 50,245; BC, 312; Cf.:Es VIII.3; LC p.336).
[9] WA 17/11, 459ss.
[10] WA 31/1,99; LW 14.62.
[11] WA 9.632ss.
[12] WA 10/1,1,130.
[13] Por isso, nós não cremos no evangelho porque a igreja o aprovou, mas porque nós sentimos que ela é a palavra de Deus... Cada um pode estar certo do evangelho quando tem o testemunho do Espírito Santo em sua própria pessoa de que isto é o evangelho. WA 30/2,687ss.
[14] WA 9.633; Cf ibid., 632.
[15] Compare o uso de Lutero da palavra “darnach” (após) em WA 9.632 e WA 17/2, 460. Cf.: idib.,p.632. É claro que esta palavra “darnach” (após) não se refere a uma seqüência temporal, antes somente ao fato de que a atividade do Espírito está essencialmente amarrada à Palavra. Lutero pôde portanto enfatizar que o Espírito vem logo quando a Palavra é pregada. Isto Pedro ensina em At 2.14. Ele ensinou nada além da Palavra; e enquanto pregava o Espírito Santo veio e os iluminou e criou a fé neles; tudo o que eles fizeram é sentarem quietos. WA 9.633. Mas nem sempre o Espírito Santo vem logo.
[16] WA 10/3, 260; WA 17/2, 174.
[17] Veja n° 5. Deus quer que ensinemos a lei. Quando fizemos isso, ele mesmo quer ver quem foi convertido pela pregação. Deus certamente quer converter a cada um que quer se converte quando Deus quiser... O evangelho é para todos, mas nem todos crêem. A lei é para todos, mas nem todos sentem o poder e o significado da lei. Eu me arrependo quando Deus me atinge com a Lei e o Evangelho, Deus sabe quando ele me converterá. WA 39/1,370; Cf., ibid., 404, 406.
[18] Conforto não vem a nós sem a Palavra, que o Espírito Santo relembra à mente e inflama em nosso coração, mesmo que não tenha sido ouvida mais nos últimos dez anos. WA 31/1,100; LW 14.62.
[19] Deus usa o mesmo (evangelho) como meio para dar a fé com seu Espírito, como e quando quer. WA 30/3,180.
[20] Mas o Espírito Santo não é dado a todos os contritos. Por que ele é dado a um e não a outro? Eu respondo: Isto não nos foi revelado, mas pertence ao julgamento de Deus. WA 39/1, 578.
[21] WA 18,711; BOW 207.
[22] WA 17/2,179.
[23] WA 12.497.
[24] Isto eu posso fazer: Eu posso ir e ouvir ou ler ou pregar a Palavra para que ela entre no meu coração. Este é o verdadeiro preparo, que não está no preparo e poder humano, mas unicamente em Deus. Ibid.
[25] A alma pode dispensar tudo exceto a Palavra de Deus; fora da Palavra não há meios de como lhe ajudar. Quando ela tem a Palavra, no entanto, ela não necessita mais nada. Na Palavra ela tem o suficiente alimento, alegria, paz, luz, habilidade, justiça, verdade, sabedoria, liberdade e todo o bem em abundância. WA 7.22; RW 1.338; LW 31,345.
[26] A alma humana é eterna e transcende todas as categorias terrenas. Por isso ela só pode ser abordada e governada pela palavra eterna. WA 11.409; PE 4.76. Deus não quer e nem permitirá que qualquer um a não ser ele governe a alma. WA 11.262; LW 345.105.
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