5' DOMINGO APóS EPIFANIA
Contexto
Is 58 distingue-se da passagem anterior pelo fato de referir-se, não aos sacrifícios e a idiolatria, mas ao jejum e a hipocrisia na prática de cerimonias externas, sem arrependimento verdadeiro. Apresenta um resumo claro e abrangente dos deveres em relacão aos semelhantes. Os caminhos de Deus não passam pelos atalhos das tentativas humanas diz conseguir seu aperfeiçoamento moral pela melhoria das condicões intelectuais, sociais ou econômicas. A formula para se "chegar a Deus" (v. 2) não se baseia aa experiência humana, pecaminosa, mas no entendimento e na confianca do seu livramento do cativeiro do pecado e no seu interior às criaturas caídas.
O estilo é de questionamento. Duas perguntas no contexto imediato são feitas pelo povo que procura saber os caminhos de Deus. No entanto, Deus responde em forma de mais quatro perguntas, cuja resposta é evidente. É, pois, um discurso vibrante e cheio de respostas.
Texto
A profecia estabelece o contraste entre a verdadeira religião e o formalismo oco, presente no culto exterior, em vários períodos da História de Israel. Os versículos iniciais registram a repreensão de um costume externo, o jejum, e a confiança vã que Israel nele deposita. Alias, no jejuar, o povo cuidava de interesses pessoais, e dava lugar a contendas e rixas.
V. 5 - O erro básico que aqui se condena é pensar no jejum em termos puramente externos. O jejum, como era praticado, consistia na auto-flagelação, revestida de sinais exteriores de lamentacão, curvando-se a cabeca como o junco, e vestindo os conhecidos símbolos de arrependimento, saco e cinzas, como
marcas visíveis. A intenção do profeta não é condenar lamentos e sinais exteriores de arrependimento, mas de dizer que tudo isso de nada vale, quando a disposicão íntima se acha ausente.
Vs. 6-7 - As perguntas são apenas retóricas, pois a resposta é clara. O jejum que agrada a Deus, como obra da fé, consiste em que se soltem as ligaduras da impiedade, em que se desfaçam as ataduras da servidão do pecado, da formalidade exterior e da hiprocrisia, e que se deixem livrees os oprimidos e se despedacem tais jugos. A pratica da justiça e da misericórdia é o cerne do jejum que agrada a Deus. A pratica do jejum tinha e tem o até hoje a intenção de ser um meio de ganhar o favor do Senhor. Uma demonstração de tristeza prentendia mostrar Deus à compaixão e era também uma expressão de falsa humildade e de uma auto-flagelação inócua. A essencia está, não em aparencias externas, mas na conversão de coração e vida: a pessoa deve rasgar o coração e não suas roupas em sinal de arrependimento.
O. v.7 questiona a vida do homem em sociedade e parece antecipar a afirmação do apóstolo João: “Aquele que não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. (1 João 1.2). A nossa vida de culto deve transformar-se, diariamente, num culto de vida. A teoria precisa aparecer na prática da vida cristã, mas com significado e coerencia.
Os vs. 6 e 7 apresentam forma constrastante dos dois lados do verdadeiro jejum: no primeiro dos muitos obstáculos que se se interpoem entre o verdadeiro culto e a hiprocrisia, e o ultimo propondo a prática positivas de obras de amor cristão.
Vs. 8-9a – Atendidos os requisitos estabelecidos para o verdadeiro jejum conforme indicados no versiculo anterior, surge a promessa meridiana de que o Senhor dará a sua benção. A sequencia de figuras de linguagem anunciando anunciando a salvacão de
Deus, é riquissima. A luz representa a felicidade e o conhecimento da salvacão (cf. Is 60.1,3). A repeticão da idéia de urgência torna o socorro divino imediato. As referências a glória do Senhor que "vai adiante" e na retaguarda, remetem o povo ao momento histórico em que foi protegido, na caminhada pelo deserto, por coluna de nuvem e de fogo. (Cf. Ex 13.21 e 2 Co 4.6)
A justica é a vanguarda e rompe as barreiras. Israel será restaurado os olhos de todos, porque Deus o fará prosperar. A retaguarda será a gloria do Senhor, isto é, sua graciosa presença no meio de seu povo, a protegê-lo de todo o mal. Então Israel não precisara mais queixar-se, mas o Senhor lhe respondera quando clamar.
"Eis-me aqui!" É a expressão que garante, ao final do texto, a presença de Deus no auxilio a seu povo necessitado. Revela a disposicão divina em responder as orações do povo que ele clama e que grita por socorro. Confere ao crente a certeza de que suas oracóes são ouvildas e que o Senhor promete e dar a assisitência de que precisa.
A fé do apóstolo Paulo, por ele referida na leitura de 1 Co, exclui a possibilidade de a fé apoiar-se em cerimònias, linguagem ou sabedoria humanas. O evangelho, em Mt 5, reforça a necessidade de fazer brilhar a luz da fé através do testemunho pessoal.
Disposição
QUAL É O CULTO QUE AGRADA A DEUS?
PRATICA A VERDADEIRA RELIGIÃO!
1. Sua aparência exterior
1.1 Não te perturbes com falsas aparèncias e hipocrisia.
1.2 A observância de certos ritos não é fundamental.
1.3 É preciso haver ordem e decência (liturgia, etc.)
2. Sua substância e essencial
2.1 Partilha com o crente a libertacão do pecado (ligaduras da impiedade, ataduras da servidão, liberdade aos oprimidos) .
2.2 Exerce o temor do Senhor (desenvolve a luz da fé, faz-se acompanhar da justiça no evangelho, tem a glória de Deus como retaguarda).
3. Sua recompensa é certa
3.1 A recompensa não está na iluminação espiritual (luz como a alva)
2 O grito por socorro é atendido
3.3 Deus presente (Eis-me aqui!) na vida do crente, diante de toda as adversidades da vida.
Elmer Flor
Revista Igreja Luterana, Ano 1989, Vol 2, pag 42