IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL
DISTRITO MATO GROSSO
Conselho Distrital – 22 e 23 de Novembro de 2003
Pastor: Volmir Forster - Jaciara
DEFINIÇÃO
Homossexualismo. Comportamento que se caracteriza pelo interesse sexual exclusivo ou dominante por pessoa do mesmo sexo.
...Até o fim do século XX, ... a psicanálise encarava o homossexualismo como patologia, embora esse ponto de vista seja cada vez mais contestado. A maior parte dos profissionais de psicologia, psiquiatria e psicanálise viam o homossexual como alguém que ainda não amadureceu completamente e, por esse motivo, é incapaz de relacionar-se plenamente com o sexo oposto. A idéia de que o homossexual é um doente passível de cura, no entanto, cedeu lugar, principalmente em áreas onde a população homossexual é grande, a maior ou menor grau de tolerância ou aceitação.
Os especialistas que reconhecem no homossexualismo um padrão de comportamento anormal classificaram-no em pelo menos dois subgrupos: homossexuais “assumidos”, razoavelmente satisfeitos com sua identidade sexual e capazes de desenvolver relações estáveis e maduras com outros homossexuais; e homossexuais “heterófobos”, cuja sexualidade encontra expressão no homossexualismo por incapacidade de relacionamento íntimo com pessoas do sexo oposto. Tais categorias, no entanto, não são mais aceitas de forma universal. A discussão sobre os fatores que determinam a homossexualidade continuava em aberto ao finalizar o século XX, pois não se demonstrou sua hipotética origem genética nem a determinação cultural do fenômeno...
Barsa, v.7, pg 456
Transexualismo. Condição pela qual um indivíduo se sente e vive como se pertencesse ao outro sexo e assume aspecto exterior, comportamento e atitudes condizentes. O desejo de transformação corporal pode ser tão intenso que muitas vezes leva o indivíduo a submeter-se a operações cirúrgicas para a inversão do sexo.
Os conflitos psicológicos advindos do descontentamento com a própria sexualidade são profundos e causadores de intenso sofrimento. Diferentemente do homossexual --- homem ou mulher que prefere parceiros do mesmo sexo – o transexual deseja ardentemente mudar de sexo e harmonizar assim corpo e espírito...
Acredita-se que a origem do transexualismo esteja num distúrbio de interação dos hormônios liberados pelo hipotálamo, pela hipófise e pelas gônadas (testículo e ovários). Essa perturbação pode começar durante a fase pré-natal ou na infância do indivíduo. Não está comprovada a origem genética do transexualismo.
A operação de mudança de sexo é permitida na Itália, Suécia, Dinamarca, Noruega, Países Baixos, Finlândia, Alemanha e em alguns estados dos Estados Unidos. Para se submeter à cirurgia, o indivíduo deve ser maior de idade, mentalmente capaz e ser aprovado numa série de exames psicológicos e de laboratório. Barsa, v.14, pg 154
HOMOSSEXUALISMO
Não existe provavelmente outra palavra em nossa língua que seja um símbolo tão grande de controvérsia e que provoque tão rápidas reações emocionais. Há várias décadas atrás o homossexualismo era raramente mencionado na sociedade refinada. Considerado como pecaminoso, doentio e ilegal, ele era ignorado pela maioria dos heterossexuais (inclusive pela igreja), “tratada” por psiquiatras e oculta por talvez milhares de pessoas que desejavam manter suas tendências homossexuais desconhecidas de todos.
As coisas começaram então a mudar. Em 1948 o pesquisador Alfred Kinsey calculou que quatro por cento da população americana era homossexual e declarou que nos Estados Unidos ’37% da população masculina havia cometido pelo menos um ato homossexual’. Em 1954 um relatório publicado pelo governo abalou a Inglaterra e antes de muito tempo o homossexualismo se tornara um tema de debate nos meios governamentais e de comunicação em massa. Um grande número de homossexuais que até então havia silenciado sobre a sua orientação sexual começou a ‘revelar-se’, anunciando a sua homossexualidade, formando organizações ‘gays’ e exigindo que a perseguição governamental, cultural e dos meios de comunicação fosse sustada. A controvérsia sobre a homossexualidade logo invadiu virtualmente todos os setores da sociedade: a área militar, eleições locais, governo, tribunais, escolas, esportes, ciência, sociedades profissionais, mundo artístico, negócios e indústria, meios de comunicação e, naturalmente, a igreja. Debates acalorados sobre a ordenação de homossexuais têm caracterizado diversas denominações, uma cadeia de igrejas ‘gay’ foi estabelecida e em anos recentes tem surgido um número crescente de artigos e livros sobre a homossexualidade, escritos tanto por cristãos como não cristãos. Pg 272
Alguns cristãos continuam tentando ignorar a controvérsia, outros atacam os homossexuais numa atitude de condenação e ira, outros ainda parecem ter a intenção de fazer da ‘homossexualidade cristã’ um meio de vida legítimo, aprovado por Deus, e alguns (talvez a maioria) sentem-se confusos e não sabem o que pensar.
Em nossa sociedade e em nossas igrejas existem inúmeras pessoas que são sexualmente atraídas por membros do mesmo sexo e que algumas vezes se envolvem em relacionamentos e atividades homossexuais eróticas. Essas pessoas precisam de compreensão e não de censura, ajuda em lugar de rejeição, aceitação e não de debate, compaixão em contraste com ao horror e atitude de repugnância com que muitos cristãos se afastam dos homossexuais.
A fim de evitar confusão queremos distinguir entre homossexuais manifestos (que praticam atos homossexuais, pelo menos periodicamente), e homossexuais latentes (que sentem atração pelo mesmo sexo, mas não agem de acordo com a mesma e às vezes tentam negar sua existência). A literatura profissional identifica também a homossexualidade circunstancial em que a pessoa (como por exemplo, um prisioneiro) decide-se pelo comportamento homossexual temporário, em vista de parceiros do sexo oposto não se acharem disponíveis.
Aconselhamento Cristão pg 273
A BÍBLIA E O HOMOSSEXUALISMO
A Bíblia fala muito pouco sobre o homossexualismo. Sete passagens o mencionam e em cada caso a referência é relativamente breve. Fica claro que o mesmo não é aprovado, não recebendo, porém, mais ênfase, como sendo pior do que outros pecados.
O velho testamento condena claramente o homossexualismo manifesto, mas alguns argumentam que isto fazia parte da lei cerimonial que foi posta de lado quando Cristo veio para morrer pelos nossos pecados. No Novo Testamento, todavia, existem três referências à homossexualidade e em duas delas (1 Co 6.9,10 e 1 Tm 1.9,10) a palavra grega significa “coito com outros homens”. A homossexualidade manifesta, portanto, é condenada nessas passagens, juntamente com a idolatria, roubo, mentira, assassinato e outros pecados.
Romanos 1.26,27 é mais explícito em seu ensino sobre o homossexualismo. Alguns argumentaram que esta passagem apenas condena ex-heterossexuais que se converteram ao homossexualismo, mas esta interpretação dá lugar a duas suposições altamente discutíveis: a) que as pessoas tornam-se homossexuais por escolha deliberada, (b) que os versículos não se aplicam aos que desde cedo mostraram tendências homossexuais.
Toda vez em que a homossexualidade é mencionada na Bíblia, a referência é negativa. Parece claro, portanto, que os atos genitais de homossexualismo são errados.
Mas se a homossexualidade manifesta é errada, o que dizer então de pensamentos e sentimentos homossexuais? O que pode ser dito sobre os indivíduos que têm fantasias e impulsos sexuais tendentes à homossexualidade, mas que são mantidos ocultos? O que pode ser concluído sobre as pessoas, inclusive cristãos, que parecem ter vidas normais, cujos casamentos heterossexuais são satisfatórios, mas que são incomodados por tendências homossexuais constantes que ameaçam a sua masculinidade ou feminilidade e que possam talvez “escorregar” e tornar-se aparente a outros? O fato de ter tentações, desejos e sentimentos homossexuais, não é condenado em ponto algum das Escrituras, mas quando o indivíduo se demora nesses pensamentos e se envolve continuamente em fantasias sexuais – quer homossexuais ou heterossexuais – então os pensamentos se tornam em luxúria e esta é claramente um pecado.
AS CAUSAS DO HOMOSSEXUALISMO
Não existe uma causa única identificável para o homossexualismo.
Um volume cada vez maior de pesquisadores parece apoiar a idéia de que a homossexualidade não é herdada, nem resultante de anormalidade fisiológica e biológica. Estudos da estrutura do corpo, cromossomos, formação neurológica ou bioquímica e até mesmo dos hormônios, não revelam diferenças entre homossexuais e heterossexuais. Foi descoberto que alguns homossexuais possuem desequilíbrios hormonais e outros não, assim como um desequilíbrio hormonal semelhante é encontrado nos heterossexuais. Isto levou vários pesquisadores a concluir que não existe evidência no momento para apoiar a idéia de que a homossexualidade tenha uma causa física ou biológica.
Resta-nos então a conclusão de que o homossexualismo é aprendido. Existem várias teorias de como isto acontece.
· 1. Relacionamentos entre pais e filhos. Teorias psicanalíticas afirmam que a homossexualidade afeta os homens criados em famílias onde o pai é uma figura passiva e ineficaz, enquanto a mãe é dominadora. A mãe ensina sutilmente o filho a ser passivo e dedicado a ela. Ele não tem um exemplo masculino forte a seguir e logo descobre que é menos competente que os companheiros para relacionar-se com as meninas. O filho perde então a confiança em sua masculinidade e teme a idéia de intimidade com mulheres. As filhas em tais famílias sentem que os pais são pouco amigáveis ou as rejeitam e elas têm então pouca oportunidade para relacionar-se com homens realmente masculinos, associando-se melhor com as mulheres.
· 2. Outros Relacionamentos Familiares. Foi descoberto que o homossexualismo pode resultar quando:
· as mães desconfiam das mulheres ou as temem e ensinam isto aos filhos;
· as mães desconfiam dos homens ou os temem e ensinam isso às filhas;
· o filho acha-se cercado de um número excessivo de mulheres (mãe, irmãs, tias), aprendendo então a pensar e agir como menina;
· os pais que queriam uma filha mas tiveram um filho, criam sutilmente o menino para pensar e agir como menina. A mesma situação surge quando os pais queriam um filho e têm uma filha;
· o filho é rejeitado pelo pai e sente-se então inadequado como homem;
· a filha é rejeitada pela mãe e sente-se então inadequada como mulher;
· ambos os pais temem o sexo, silenciam a respeito em casa, ou condenam fortemente o mesmo. Em tudo isto a criança obtém uma visão distorcida do sexo e como resultado luta com o ajuste heterossexual; ou
· a mãe é tão indulgente que a criança se apega demais a ela, tornando-se incapaz de afastar-se e convencendo-se de que nenhum parceiro poderia jamais comparar-se à mãe (especialmente o filho). Pg 275
Em qualquer sociedade, a criança aprende o que é ser homem ou mulher. Se não houver oportunidade para aprender de maneira sadia os papéis masculino e feminino, o comportamento e atitudes da criança tornam-se então distorcidos. Tais crianças chegam à idade adulta sem saber o que esperar ou como reagir ao sexo oposto. Algumas vezes, então, há um recuo para o homossexualismo.
· 3. Medo. Alguns temem o sexo oposto talvez devido à falta de contato freqüente com pessoas do sexo oposto e talvez em vista de rejeição ou experiências traumáticas com membros do sexo oposto. Um livro acrescenta que os grupos religiosos promovem às vezes o homossexualismo quando proíbem a interação entre meninos e meninas. Nesses ambientes, o contato heterossexual é tão condenado que o homossexualismo se torna uma alternativa mais segura e menos temível.
· 4. Escolha deliberada de Atos Homossexuais. Não se deve supor que o homossexualismo seja produto de uma decisão consciente e deliberada. Em algum ponto de suas vidas a maioria dos homossexuais aparentemente começa a compreender que sem que tenha havido qualquer falta de sua parte, eles sentem-se principalmente atraídos por pessoas do mesmo sexo. Tal compreensão pode ser muito perturbadora e os indivíduos ocasionalmente procuram ocultá-la até de si mesmos. Desde que esta tendência não foi deliberadamente escolhida, poderia ter sido resistida, pelo menos no início. O indivíduo freqüentemente presume que ele ou ela nasceu com tendências homossexuais. Isto não é porém apoiado pelas pesquisas feitas até o presente. Pg 276
DIREITOS SEXUAIS – DISCRIMINAÇÃO
“Em março de 1999, o Conselho Federal de Psicologia editou a Resolução CFP n° 001/99, que estabeleceu normas de atuação para os psicólogos sobre a questão da orientação sexual. A partir daquela data, os psicólogos ficaram proibidos de exercer qualquer ação profissional que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas e de adotar ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. Os psicólogos não podem também colaborar com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades e nem se pronunciar, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Os psicólogos deram, naquela data, um passo a mais na defesa dos direitos humanos e da igualdade social”.
“Ao atuarem na profissão, os psicólogos vão encontrar muitas questões trazidas pelos sujeitos no âmbito da sexualidade, que se tornou fonte de sofrimento, de insegurança, de prazer, de medo; tornou-se elemento da identidade e, portanto, fonte de discriminação e preconceito”.
“A sexualidade envolve muitas possibilidades, mas as regras as reduzem, deixando muita coisa relegada aos campos da imoralidade, da ilegalidade, da doença e do pecado”.
Em janeiro de 2002, pela primeira vez no Brasil, o Judiciário manifestou-se sobre a guarda de criança pleiteada por companheira homossexual. Representou um avanço significativo a liminar concedida em relação à guarda provisória do filho de Cássia Eller a Maria Eugênia, que conviveu com a cantora durante 14 anos. Tudo indica que a tutela definitiva do garoto venha confirmar essa corajosa decisão.
No Congresso Nacional, encontra-se em tramitação o Projeto de Lei n° 1.151-A, de 1995 – de autoria da então deputada federal, hoje Prefeita da Cidade de São Paulo, Marta Suplicy --, o qual aguarda no momento votação no plenário da Câmara dos Deputados. O projeto assegura a duas pessoas do mesmo sexo o reconhecimento de sua união civil, visando a proteção de seus direitos, dentre estes os referentes a propriedade, sucessão e benefícios previdenciários.
Constam da justificativa do projeto: que a ninguém é dado ignorar que a heterossexualidade não é a única forma de expressão da sexualidade humana; que, conforme o Conselho Federal de Medicina e a Organização Mundial da Saúde, a homossexualidade não mais pode ser considerada desvio ou transtorno sexual; e que deve ser suprida a lacuna jurídica que existe no país em relação às pessoas que não são heterossexuais. A justificativa do referido projeto ressalta ainda que o Brasil é um país no qual homossexuais masculinos e femininos têm sofrido extrema violência e que a legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo favorecerá e, certamente, diminuirá o comportamento discriminatório em relação a essas pessoas. Cabe ao Estado, através da lei, não só aceitar e proteger esta realidade, mas também prover um respaldo jurídico-social para promover os direitos humanos dessas pessoas”.
OPINIÃO PESSOAL
Independentemente do que pensamos sobre o homossexualismo precisamos AMAR e ORAR por estas pessoas. Porque isto é agradável ao nosso Deus e é uma forma de deixar a luz de Cristo brilhar através de nós. Não precisamos aceitar seu pecado, e nem podemos. Mas mantendo um contato com estas pessoas sempre teremos as portas abertas para o diálogo. Devemos mostrar a vontade de Deus com muita autoridade, mas dentro do amor.
Basta lembrarmos dos nossos pecados. Cada pecado que cometemos precisa do arrependimento verdadeiro. Caso contrário seremos condenados ao inferno. Quando Deus nos perdoa ele nos capacita para lutarmos contra o pecado. Da mesma forma o homossexualismo precisa do arrependimento e do perdão de Deus para dar a cada um força para superar o pecado e vontade para agradar a Deus. Caso contrário a condenação é certa. Mas somente a Deus cabe o direito de condenar cada pessoa. E, ele, certamente fará isto! Mas no momento certo!
A nós, cabe educar nossas crianças e filhos “no caminho em que devem andar, e ainda quando for velho não se desviará dele”. Pv 22.6
QUE DEUS NOS ABENÇÕE PARA SEMPRE TOMARMOS AS DECISÕES CORRETAS E ANDAR SEMPRE NO SEU CAMINHO.